XI
Acordo com o despertador tocando, o que indica que mais um dia comum começa na vida de Allyson Hill. Levanto, tomo banho, escovo os dentes, coloco uma roupa, calça jeans, camiseta e tênis, pego minha mochila, desço, tomo café da manhã com meus pais, pego uma carona com minha mãe, me despeço e entro na escola para encarar 5 períodos de aula.
"... As ligações mais frequentes envolvendo os compostos orgânicos acontecem entre átomos de carbono ou entre átomos de carbono e hidrogênio, isto é, hidrocarbonetos..."
Escutava atentamente ao que o professor falava e fazia algumas anotações para as próximas provas, quando Claire, nossa coordenadora, bateu na porta.
—Desculpa interromper Sr. Jones, mas preciso que a Srta. Hill me acompanhe. - ela disse quando entrou na sala. Imediatamente, olhei para Peter, que parecia tão confuso quanto eu. Depois de Sr. Jones assentir, me levantei e fui em direção á ela.
—Traga suas coisas, querida. - ela disse me deixando ainda mais confusa. Guardei minhas coisas, peguei minha mochila e fui até ela.
—Obrigada Sr. Jones, pode voltar pra sua aula. - disse ela antes de saírmos da sala.
—Claire, o que aconteceu? - falei no caminho até a secretaria mas fiquei sem resposta.
Quando entramos em sua sala, encontrei o diretor e mais alguns professores que me olhavam estranhamente.
—Ok, com certeza tem alguma coisa errada. Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - falei nervosa.
—Allyson, seus pais sofreram um acidente de carro. - o diretor falou com a voz fraca.
—Como assim?! Quando? Onde? Em que hospital eles estão? Eu preciso
vê-los. - falei assustada, mas fiquei sem resposta.
—Claire?! Claire... Fala comigo. - falei nervosa.
—O acidente foi muito grave Ally. - ela finalmente respondeu.
—O que quer dizer com isso? Eu quero ver meus pais, agora! - falei com os olhos marrejados.
—Eles não sobreviveram Allyson, seus pais morreram no acidente. Eu sinto muito! - o ditetor disse de uma vez.
—Não, não, não, isso não pode estar acontecendo, eu quero ver meus pais AGORA!!! - falei sentindo o peito queimar.
—Eu sinto muito pequena... - Claire disse me abraçando.
As lágrimas começaram a cair em uma velocidade que eu nem sabia que o corpo poderia produzir. A dor que eu sentia era tão grande que meus joelhos cederam e só não caí porque Claire me segurou.
—Eu sei pequena... vai passar! - ela dizia enquanto me apertava forte.
Claire me colocou em uma cadeira, enquanto outra mulher, que não reconheci devido ás lágrimas, que embassavam meus olhos, me entregou um copo d'água.
—Ally?! - ouvi a voz de Peter chamando meu nome e corri até ele.
—Eles se foram, Peter! - falei entre os soluços.
—Shhhh, eu to aqui, vai ficar tudo bem... - ele disse me abraçando forte.
—Como se sente? - Peter disse quando me acalmei um pouco.
—O que eu vou fazer sem eles, Peter? Minha vida acabou. - falei voltando a chorar.
—Hey... olha pra mim. Eu entendo o que tá sentindo e sei que parece que está tudo acabado, mas não está, ok? Eu to aqui! - ele disse segurando meu rosto e secando as lágrimas.
—Todos nós estamos! - Charlie disse entrando na sala acompanhado de Lola, Michele e Ned. Ele veio até mim e me abraçou forte, assim como os outros.
Ficamos abraçados até eu ouvir a voz de minha vó, que entrava pela porta.
—Ally, meu amor... - ela disse me abraçando.
—Vó... - falei chorando e correndo até ela.
—Vai ficar tudo bem meu anjo, eu vou cuidar de você. - ela disse enquanto algumas lágrimas rolavam por sua pele enrrugada.
—O que vamos fazer, vó? Eles se foram... - falei aos prantos enquanto ela passava suas mãos por meus cabelos.
—Daremos um jeito, meu amor, daremos um jeito... Mas agora, preciso que venha comigo pra casa, ok? - ela disse secando minhas lágrimas e eu assenti.
Depois de me despedir de meus amigos e de Peter, que me deu um longo abraço, peguei minha mochila e então deixamos a sala. O caminho foi silencioso e eu havia parado de chorar, mas assim que entrei em casa, a dor no peito voltou e desabei. Minha vó sentou ao meu lado chorando, assim como eu.
—Vai ficar tudo bem meu amor, eu estou aqui! - disse ela me abraçando.
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