Segundo Dia


No segundo dia de competição das preliminares de intercolegial já era possível perceber como o nível das partidas se elevaram. Muitas escolas caíram no dia anterior e os cabeças de chave finalmente teriam suas estreias.

Os diferentes perfis de time eram interessantes de se observar, jogadas que eu nunca pensaria em fazer. Alguns eram agressivos e outros extremamente técnicos. Assim como a maioria, teríamos nosso primeiro jogo pela manhã e um segundo no fim da tarde. Se tudo desse certo seria contra a famosa Itachiyama.

A Nekoma acabou por se dividir, alguns garotos foram ver as camisetas. Lev principalmente uma vez que no dia anterior ele não conseguiu, outros se organizaram para poder ver os jogos. Kenma e os terceiranistas estavam comigo, não por um motivo muito grandioso, mas porque o time Feminino da Fukurodani estava se aquecendo para fazer a primeira partida do dia.

— Não vejo a levantadora de ontem — comentei — mas a corujinha disse não ser nada sério.

— Misaki é uma boa levantadora, mas penso que para esse jogo em específico sua estabilidade não seja tão necessária.

— Conhece as adversárias Yaku? — questionei o líbero.

— Um pouco. Assim como elas estão no top quatro de Tóquio.

Então seria um jogo grande logo no começo, e também uma oportunidade de ver suas habilidades por mim mesma. Se ela era boa como todos os garotos davam a entender.

Só íamos jogar depois que ela terminasse mesmo, no momento não havia nada para fazer além de esperar. Tinha todo tempo do mundo para a analisar com cuidado suas jogadas, e o faria com os olhos mais críticos que tinha.

Confesso que por alguns momentos precisei da ajuda do time para saber quem era qual jogadora. Com exceção da número 4 que era em quem eu mantinha meus olhos.

Tudo que falavam dela, é verdade, e ainda mais. Diferente da apreensão que senti no jogo dos garotos, todos os movimentos que eu ponderava fazer em resultado ao ataque das adversárias. Eram repetidos em quadra.

— Tome cuidado Princesa, vai cair lá dentro de se inclinar um pouco mais — senti o meu agasalho ser puxado para então perceber estar debruçada.

Meu rosto esquentou, limpei a garganta e arrumei a minha postura. Os garotos riram.

— Não pode me culpar por admirar — respondi Kuroo — tenho certeza que ela está no nível de uma atleta nacional. Ao menos na Itália ela estaria jogando comigo no U-18.

— Pelo que eu sei, a história é um pouco mais complicada do que isso, mas não sei dizer. É algo entre a Fukurodani e a Itachiyama.

Segurei na lateral e tombei o meu corpo para trás — Se o time recém formado por Natsumi as enfrentasse, seria uma completa desonra. Se bem que não me importo de a ver sendo humilhada.

— Gerente-chan é assustadora.

— Posso estar na escola dos gatos Yaku-san, mas nasci um lobo.

— O que realmente aconteceu sobre essa história de time feminino? — Kai perguntou curioso — Quando chegamos na sala, ouvimos apenas o fim.

— Tenha honra de explicar Kuroo, envolve você de qualquer jeito — bati em seu ombro passando a palavra.

Ele levantou a mão até a nuca suspirando — Natsumi-san achou que seria uma boa ideia a Nekoma ter um time feminino de vôlei e veio pedir o meu apoio. De maneira pública na sala.

— Poucas semanas antes do intercolegial? — nosso líbero demônio riu — Não é estupidez?

— Yaku, por isso você é meu favorito — proclamei sabendo que minha declaração não faria diferença para ele —, é uma loucura completa. Ela só queria ter a atenção de Kuroo no fim, e quem sabe um pouco de fama.

— Parece com algo que uma criança faria — Kai soltou um riso.

— O resto da história já sabem — bati os dedos animadas comemorando junto com a Fukurodani um ponto marcado em quadra.

— [Nome]-chan está animada — Kenma disse, e se meus ouvidos não me traíram cheguei a escutar um riso — é fofo.

Normalmente elogios como esse não me afetam, mas vindo de alguém que não os costuma dizer para qualquer pessoa. Fez meu rosto esquentar.

— Eu sabia que conhecia esse olhar de algum lugar — Kuroo disse —, é o mesmo de quando Kenma olha o baixinho da Karasuno fazer jogadas insanas.

— Pare de falar besteiras — respondi e senti meu celular vibrar. Quem poderia ser? Minha família sabia que eu estava no ginásio.

E mesmo assim era meu pai. Fiquei preocupada de repente, a animação de ver o jogo sumindo momentaneamente.

Pai? Aconteceu alguma coisa

Oi [Nome], não. Está ocupada?

Não, o time está esperando para jogar por quê?

Ouvi um barulho do outro lado da linha.

[Nome], compra uma camisa de treinar para mim? era Nico, suspirei audivelmente de alívio.

Mas você já não tem roupas para esportes?

Sim, mas Yusuke disse que as que vendem nos torneios tem várias frases legais.

Dei risada — Está certo, vou ver uma bem legal para você. Está cuidando bem do Zucchini? O veterinário disse que é para ficarmos de olho nele.

Sim! Ele está aqui no meu quarto!

Então está bem. Vejo vocês quando voltar.

Ok! Bom jogo!

Meu coração se esquentou, apesar do bom jogo não ser diretamente para mim. Foi uma boa sensação de nostalgia.

— Aconteceu algo? — Kuroo perguntou.

— Nico quer uma camiseta — expliquei —, deixei ele cuidando do nosso gato. Acho que é o mínimo que posso fazer, Zucchini pode dar um certo trabalho quando quer.

— Mas o nome do seu gato não é Zun?

— Zun é Zucchini — expliquei ajeitando a minha bolsa para ir atrás da tal da camiseta, as garotas levaram o primeiro set de qualquer jeito tinha um tempo para andar pelos corredores até começar o próximo.

— Oh parece legal! O que significa?

— Beringela — respondi Yaku rindo e me afastando, os deixando indignados por meu gato ter o nome de um vegetal.

Com passos rápidos andei até a entrada, será que teria o número dele? Nico é bem pequeno comparado com os jogadores do colegial. Por sorte isso não foi um problema, descobri que as crianças são um grande público durante esses eventos.

A questão de verdade era qual frase ele iria querer, as de levantadores eram legais... Mas considerando o quanto ele andou falando de Kuroo durante nossos pequenos treinos, imagino que uma destinada a meios de rede o deixaria mais feliz.

Agradeci, guardei o pacote e me virei para voltar.

Foi então que dei de frente com um uniforme verde e amarelo, ergui os olhos devagar para ver um daqueles que diziam ser um ace de nível nacional. Sakusa Kiyoomi.

O garoto tinha as mãos nos bolsos e o rosto escondido atrás de uma máscara, não estava ali por acaso, uma vez que me encarava intensamente.

— Posso ajudar? — perguntei.

— Você é [Nome] D'Calligari, não é? A rainha de copas da seleção de vôlei feminina italiana.

Franzi o cenho — Diz com tanta certeza que nem preciso confirmar.

— O que está fazendo sendo gerente de um time no Japão?

Coloquei um passo de distância entre nós — Meu trabalho, não que te interesse. Fazer um interrogatório com alguém que não conhece não é particularmente educado.

— Ah, Sakusa! — alguém o chamou, o ace não se virou. Mas um outro garoto de cabelos castanhos e sobrancelhas em forma de pontos se aproximou, soltando um ganido quando me viu. Diferente do colega de time, ele se curvou educadamente.

— D'Calligari-san me desculpe por esse cara, ele não sabe lidar bem com pessoas!

— Claramente não — respondi —, e você é quem?

— Motoya Komori, esse é Sakusa Kiyoomi — disse ajeitando sua postura e apresentando o garoto, apesar de já saber quem é —, desculpe por interromper. Ouvimos os boatos nos corredores, mas não tínhamos certeza que era a senhorita.

Senhorita?

Levantei a mão até o cabelo — Senhorita é um pouco demais, podem me tratar apenas como você. Se estava tão curioso sobre a minha presença num campeonato colegial japonês, poderia ser um pouco mais educado.

— Entendo, me desculpe — Sakusa se desculpou. Qual é o problema desse garoto?

— O que estão dizendo por aí? — perguntei para o outro que parecia um pouco mais amigável.

— Coisas absurdas como, "pode ser que seja uma irmã gêmea" ou "ela deve ter comprado uma escola no japão"!

Levantei a mão até a boca para rir — Certamente vocês são criativos por aqui, não jogo mais na Itália. E me mudei para cá, não posso ficar sem me formar, é tudo isso que precisam saber, agora se me dão licença. Preciso voltar para terminar de assistir ao jogo da Fukurodani, e se fosse vocês faria o mesmo.

Acenei e me afastei, não podia perder o resto do espetáculo.








- ͙۪۪̥˚┊❛ [ EXTRA 09❜┊ Dramalice ˚ ͙۪۪̥◌


N/A: Olha só quem apareceu, o amado ace-kun. Komori é um santo, e eu amo que o time é todo amiguinho da nossa italiana.

Vejo vocês na próxima!

Até mais, Xx!

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