Retorno
O primeiro dia após o meu retorno foi gasto na cama. Após ter um belo jantar proporcionado pelo senhor Dominic D'Calligari, um bom e demorado banho, caí na cama e acordei somente doze horas depois. Horas essas que foram um completo apagão visto que sequer tive sonhos.
No meu celular havia diversas mensagens, mas as principais — em questão de conteúdo —, eram de Kuroo. Avisando que eu precisava alinhar algumas coisas com o treinador Nekomata antes do acampamento de treino em Shinzen e que o grupo iria se reunir para um treino livre no dia seguinte. Se eu estivesse bem, poderia acompanhar ele e Kenma pela manhã.
Após ler sua mensagem deixei o aparelho cair apoiado no peito para então fechar os olhos.
Namorado.
O meio de rede de cabelos escuros, olhos dourados e língua afiada é realmente meu namorado.
De repente fiquei levemente preocupada com isso, e como o time iria encarar essa situação, além da visão dos treinadores. Eles poderiam tanto ignorar, como ponderar se meu rendimento como gerente virar a diminuir por conta do relacionamento com o capitão.
Essa nova possibilidade foi o que me tirou da cama antes do horário no dia seguinte, me fazendo aguardar a dupla de amigos na esquina da rua da minha casa com uma perna ligeiramente inquieta. Existe um certo grupo de pessoas que provavelmente já deduziram minha mensagem ao final do jogo, e quem era o cara desse segredo. Entre eles: Kenma, Aoi, Yaku e possivelmente o Kai. Fideo também, mas meu irmão postiço não faz tanta diferença nesse aspecto, visto que ele está em outra escola.
Entre o restante do time, dois deles que podiam potencialmente deixar as coisas um pouco maiores do que realmente são. Tora e Lev, o primeiro por sua natureza dramática e o segundo pela língua solta.
Coloquei a mão na testa e suspirei auditivamente. Já prevendo algumas reações dos jogadores.
— Estava esperando um bom dia um pouco diferente.
Virei a cabeça lentamente em direção à voz que se aproximou — Se está esperando eu correr para seus braços, pode esperar sentado para não cansar as pernas.
— Bom dia, Kenma — me inclinei e sorri para o mais novo.
O segundanista abaixou a cabeça por um segundo escondendo um riso — Bom dia [Nome].
Tetsurou apenas balançou a cabeça, soltou os ombros e ergueu os olhos para o céu — Como eu senti falta desses dias. Acho que de alguma forma estou feliz que tudo está igual.
Seus olhos iluminados pelos primeiros raios de sol da manhã se viraram para mim, ele estendeu a mão sem dizer nada. Sorri e aceitei sua mão, imediatamente ele entrelaçou nossos dedos me puxando de leve para começar a andar.
— Vou supor que você já deixou Kenma a par da situação — comentei.
Com a mão livre, Tetsurou mexeu nos cabelos da nuca — Sim, algo como isso.
Mordisquei a parte de dentro da bochecha — Não se preocupe Kenma nada vai mudar, se acontecer algo e você ficar desconfortável pode me falar.
— Acho incrível como você pode anunciar esse tipo de coisa tão facilmente — Kuroo resmungou.
— Eu te pedi em namoro na televisão italiana, acho que tem poucas coisas maiores que isso — rebati com um riso —, somos amigos. Pelo menos penso que sim, não tem nada de errado em conversar. E outra coisa, vocês são amigos há muito tempo, não quero ficar com a sensação de que estou no meio.
Os dois pareceram trocar um olhar e então o mais novo ajustou a bolsa no ombro antes de responder.
— Obrigado [Nome], realmente não ligo. Na verdade, fico feliz de Kuroo tem alguém para cuidar dele. É como uma magia complementar, vocês ficam mais fortes quando atacam juntos.
Nesse momento, senti um leve aperto na minha mão. Aposto que aquelas palavras vindo de um amigo importante fazia a diferença. Respondi o toque em forma de apoio e me aproximei andando com ele ombro com ombro, escolhendo mudar o assunto e manter a boa atmosfera.
— Então o que fizeram na minha ausência? Lev tinha um plano de treino para seguir, pelo que me lembro.
Kenma resmungou, falando com uma voz cansada — Ele seguiu, infelizmente.
— Treinador colocou Kenma como parceiro dele, eles ainda estão tentando se sincronizar no ataque — Kuroo explicou. — Mas pelo menos agora o Lev acerta a bola algumas vezes agora.
— Tivemos um jogo com uma escola vizinha, um amistoso com o Colégio Kunihira — Kuroo comentou.
Tirei o passe de metro da bolsa visto que já estávamos nos aproximando da estação — Nessa época do ano? Parece um pouco incomum, ainda mais com o acampamento do Grupo da Fukurodani tão próximo.
— Foi o que pensamos — continuou o capitão —, mas o que o treinador disse foi que Lev ia participar dessa partida. Foi aí que o pesadelo do Kenma começou.
Durante o resto do caminho os dois se dedicaram a me explicar tudo que aconteceu, Kenma estava particularmente falante, então imagino que ele não teve muitas chances de ventilar sua frustração por Lev estar abaixo da média dos jogadores titulares. Principalmente considerando que quando deixei o time para a viagem ele ainda estava se adaptando a toques básicos.
O levantador reclamou em como era difícil acertar o ritmo com Lev, e completou falando que ele era uma pessoa "largada". Força demais, rápido demais, ataques sem consistências, um atacante que ficava mudando o tempo e deixava a sincronização muito mais difícil.
Kenma tentou deixar de fora, mas Kuroo também me disse sobre o pequeno acidente em que os dois se envolveram tentando resgatar um gato. Coloquei uma mão no ombro do levantador prometendo que eu ia tentar ajudá-lo, uma vez que o meu colega mestiço parece escutar o que digo com atenção.
Mas conhecendo o treinador Nekomata e seu senso afiado para vôlei, sabia ter um sentido muito maior por trás. Mal podia esperar para compartilhar dos pensamentos do mais velho e adquirir um pouco mais de conhecimento.
Chegamos ao colégio e logo minha animação foi tomada por preocupação, fiquei curiosa em saber como Kuroo iria agir. Por um momento pensei que ele soltaria minha mão assim que encontrasse os primeiros jogadores, mas isso não aconteceu. Kai, Yaku, Shibayama e Inuoka foram os primeiros que encontramos.
— Oh se não é nossa oficial aposentada — Yaku disse —, achei que ia demorar mais um pouco para voltar.
— E perder sua ilustre companhia por mais um dia demônio-senpai? Claro que não.
O líbero sorriu e levantou as mãos para eu bater em comemoração, só então que soltei a mão do meu namorado e bati nas suas. Kai também fez o mesmo, assim como os dois primeiro anistas. Inuoka não parecia ter percebido, mas Shibayama com certeza, pois seu rosto estava vermelho.
Junto com o grupo segui até uma parte do caminho, já que eles iriam se trocar na sala do clube. Assim que nos separamos fui direto para o vestiário, onde guardei minha bolsa e tive certeza de pegar a prancheta que costumava me acompanhar e uma caneta. Olhei o casaco vermelho dobrado e o número 0 desenhado na manga dele, tracei os dedos pela tinta que ainda parecia intacta e em seguida fechei a porta indo para o ginásio.
Ele já estava aberto, mas não havia ninguém. Tomei um momento para trocar meus sapatos e então pisei na quadra, joguei nas melhores do mundo, mas estar de volta trouxo para meu coração um sentimento novo e reconfortante. Os palcos do esporte mundial já foram minha casa, mas agora meu lugar era naquele pequeno ginásio do subúrbio de Tóquio.
Coloquei a prancheta no chão e então andei até um dos carrinhos de bolas pegando uma delas nas mãos, a parede foi uma boa amiga e me ajudou com os toques. Num movimento joguei a bola para cima, uma, duas, três vezes.
Uma paixão que nasceu, foi arrancada de repente e então voltou de uma forma diferente.
Segurei a bola em mãos ao invés de fazer mais um levantamento, eu me despedi da seleção, mas não daquilo que fazia do vôlei, vôlei. Encostei a bola na testa por um momento, pensando o quanto fui tola em abandonar tudo aquilo um dia, e com uma promessa de que nunca mais deixaria as coisas que amo para trás.
Os jogadores se aproximaram e atravessaram a porta, foi então que apareceu em minha mente outro pensamento.
Nunca mais deixaria as coisas, e pessoas, que amo para trás.
Girei a bola na mão e joguei ela para cima novamente.
— A postura de um profissional é realmente diferente — Kai comentou —, aposto que você pode fazer centenas de levantamentos sem se mexer [Nome].
— Talvez, nunca tentei — respondi —, mas sempre fazia quando precisa pensar.
— Ah! — Yaku exclamou — O que me lembra, por que você não entrou como capitã no começo da partida?
Dei um passo para trás a fim de ajeitar minha posição, visto que a pergunta me pegou de surpresa. Resmunguei ponderando em como responder — A situação não estavam tão resolvidas, para o time que ia ficar após eu sair, foi a melhor decisão. A equipe estava dividido entre aquelas que jogaram comigo e aquelas que entraram já com a nova capitã, foi a minha despedida, não fazia sentido causar uma comoção desnecessária.
— Mas se você pedisse te dariam a braçadeira? — Kenma perguntou.
Parei de fazer levantamentos — Provavelmente, mas não tenho o ego tão grande assim. Quero dizer, eu fui a única capitã por anos, um jogo não faria tanta diferença.
— Isso porque seu ego não é tão grande — Kuroo rebateu —, só grande o suficiente.
Segurei a bola com uma mão e joguei em sua direção como se fosse uma de queimada, infelizmente o capitão desviou e então quem levou a bolada foi um certo ace barulhento.
— Tora!
O garoto colocou a mão no rosto — Não se preocupe deusa do vôlei, me sinto abençoado.
Taketora fez uma pose, se ajoelhou e colocou ambas mãos no chão - Pode me agredir quanto q-
Felizmente sua frase foi interrompida pelo projeto de futuro ace, Lev veio para o ginásio tão exasperado que não viu o segundanista parado quase na porta. Acabou que os dois foram pro chão e Tora foi impedido de falar uma besteira na frente do time.
— [Nome]-senpai, você voltou! — Lev pareceu genuinamente feliz por isso, ele que estava caído de barriga para cima se virou com agilidade. — Agora eu já consigo cortar, pode fazer levantamentos para mim?
— Eh? Acha que consegue? — provoquei.
— Claro que sim, afinal sou o ace da Nekoma!
— Agora que você falou, acho que só o Bokuto cortou seu levantamento — Yaku ponderou, nesse momento um sorriso diabólico surgiu em seus lábios e ele se virou para Kuroo —, você está perdendo nesse sentido.
— Porque Kuroo-senpai está perdendo? — Lev repetiu a pergunta, e então todos ali se viraram para o capitão.
Prendi a respiração, estava tão preocupada com a dupla caótica de ace e aspirante a ace, que esqueci o pior deles. O líbero demônio.
— Porque aquele cara cortou o levantamento especial da namorada dele e ele não.
A fala saiu como um tiro da boca de Yaku, eu não tive tempo de reagir, tão pouco Tetsurou. Como se não fosse o suficiente, o restante do time principal parecia ter acabado de chegar, bem a tempo de escutar as palavras do garoto ecoar pelo ginásio silencioso.
Ajeitei os cabelos e me aproximei do líbero, batendo em suas costas — Não era para ser assim.
Yaku reclamou tentando alcançar o local da batida — Eles iam saber de qualquer jeito.
Neguei com a cabeça e dei um sinal para Kuroo indicando a porta, ele virou os olhos e se ajeitou puxando o cumprimento para o técnico e Naoi. Ainda que tenha saído um pouco menos animado do que o costume.
— Parecem animados logo de manhã — treinador Nekomata disse e então sorriu para mim com os olhos fechados —, bem-vinda de volta [Nome].
— Obrigada treinador — me curvei ligeiramente em sua direção.
Tora estava paralisado, parecia que sua alma havia deixado o corpo e tudo que ficou pra trás foi uma casca vazia. Felizmente Fukunaga entendeu rapidamente a situação e arrastou o colega pela gola o trazendo de volta a vida.
Em meio caos me permiti rir, no fim parece que deu tudo mais ou menos certo. Minha rotina a partir daquele ponto foi o normal, ajustar as garrafas e toalhas na lateral e acompanhar os pontos do treinamento, anotando o desempenho dos jogadores. Foi apenas no meio do treino que o assunto do acampamento foi mencionado.
— Como são cinco escolas, a quantidade de equipamento será grande. Precisamos dar um jeito de não identificar a nossa para não se perder.
— Tem alguns tipos de adesivos a prova d'água podemos colocar no fundo das garrafas, o resto é um pouco mais complicado — ponderei.
— Coletes não serão necessários a escola tem para fornecer, será necessário ficar de olho nas vestes dos jogadores, já que a tendência é se misturar — completou —, também tem algumas coisas que o treinador gostaria que você ficasse de olho.
O mais velho tirou os braços da posição de cruzados e indicou para eu sentar ao seu lado. Assim que o fiz, ele começou a falar.
— Nos acampamentos é comum que os garotos continuem treinando livremente depois, não tem como controlar o que estão fazendo. Portanto, gostaria que você ficasse de olho em que tipo de treino complementar eles estão fazendo.
— Algo em particular que devo prestar atenção? — fiz a anotação no canto da folha.
— Não — complementou —, tenho certeza que vai saber o que olhar.
Treinador Nekomata tinha esse costume, além de direcionar ele fazia seus jogadores pensarem por conta própria, e desenvolver um senso de percepção sob a situação. Por esse motivo a Nekoma é conhecida por observar seus adversários primeiro e depois entrar para atacar.
— Kenma me contou que colocou ele para treinar com Lev, posso perguntar por quê?
O mais velho riu com a minha curiosidade — Perdemos nas preliminares do Intercolegial, o que acha que precisamos para seguir em frente?
Coloquei a mão no queixo, quando geralmente um time se encontra em dificuldades o que é preciso é mudar o ritmo, ou fazer substituição de jogadores. A resposta surgiu na minha cabeça num flash me fazendo levantar os olhos para Nekomata.
— Sangue novo.
Ele sorriu — Mas ainda tem muito trabalho pela frente, eu sou apenas o treinador, cabe aos jogadores escolher o que fazer.
Lev tem a personalidade dele, mas mesmo assim consegue atrair os jogadores do time titular de maneira amigável, é inegável dizer que o garoto não tem química com o restante da equipe. Porém, sua técnica ainda precisa ficar mais refinada, e então quando ele conseguir dominar o que deseja, será um passo para frente para o time dos gatos.
— Farei o que for possível — afirmei —, também quero ver o time avançar.
— Não tenho dúvidas [Nome]-chan — e continuou —, vimos seu jogo de despedida.
Sabia que os garotos assistiram, mas não que os treinadores também. Apertei a prancheta na mão com nervosismo, lembrando da primeira vez que conversamos. E a frase amarga sobre não me importar com vôlei, pois já não jogava mais.
— Você fez uma bela partida — sua voz tranquila cortou meus pensamentos —, decisões precisas quando necessário, tirando o melhor das pontas para marcar. Me fez pensar em como temos sorte de a ter por perto, e lembrar porque gosto tanto de vôlei. Já vi tanto e ainda continuo me surpreendendo.
Senti meus olhos marejarem, num movimento impensado abracei o mais velho pelos ombros.
— Obrigada treinador Nekomata, e desculpe pelo primeiro dia.
A risada dele ecoou e então senti duas batidinhas no meu braço — Já passou, faz parte do time agora. Se eu tivesse uma neta com a sua idade, gostaria que ela fosse exatamente como você.
Senti meu rosto esquentar de vergonha e então o soltei, não me lembro de meus avós, nunca conheci os maternos, e os paternos partiram quando eu ainda era uma criança. Então aquele comentário realmente me atingiu diferente.
— Mas suponho que ter você na família seja uma dádiva da família do Kuroo agora — ele voltou a cruzar os braços com um sorriso divertido —, relacionamentos precisam de equilíbrio [Nome]. Espero que mantenha isso em mente.
Acenei concordando, após entender o direcionamento. Em quadra éramos gerente e capitão, nada além disso. Para o bem-estar da equipe.
Eventualmente a pausa foi dada, a atmosfera estava normal, com exceção de Tora que estava visivelmente para desmotivado. Respirei fundo uma vez e andei com passos firmes até ele, me sentando ao seu lado.
— Está chateado comigo?
— Não, jamais deusa — ele parou no meio da fala e olhou de canto de olho para o capitão corrigindo — [Nome]-chan.
Coloquei a mão em seu ombro — Não precisa mudar só porque eu estou com aquele cara, sei que foi um choque. Eu também fiquei me perguntando o que aconteceu na minha cabeça quando descobri que gostava dele.
— Oe, você está tentando esclarecer as coisas ou me colocar para baixo? — Tetsurou rebateu.
— O que estou querendo dizer é, melhor que seja alguém que você conhece e admira em algum ponto do que um babaca desconhecido, não é? Se eu aparecer chorando um dia vocês podem descontar nele.
— Ah, é verdade — Yaku disse —, demoramos tanto tempo para ter uma gerente, é melhor você cuidar dela direito.
— Por que de repente todos vocês se viraram contra mim, nos conhecemos há mais tempo, não deviam estar do meu lado? — reclamou erguendo as duas mãos numa pose de questionamento.
— Não, se perdemos [Nome] vamos ficar atrás da Karasuno de novo — Yaku respondeu, causando uma pequena discussão sobre o verdadeiro valor da amizade.
Foi então que Taketora se levantou, deu passos firmes em direção de Kuroo e estendeu a mão.
— Kuroo-san, a proteção da deusa do vôlei agora está em suas mãos — se fosse uma cena de filme, seria algo como o tesouro de um reino entregue para um guardião o defender com sua vida.
Tetsurou olhou para mim e desistiu, aceitando o cumprimento com um sorriso. Tora fez uma saída dramática sendo consolado silenciosamente por Fukunaga em seguida finalizando a cena.
Fiz menção de levantar e Kai estendeu a mão para me ajudar, agradeci em seguida vendo que o time agora estava 100% de como eu me lembrava. Na lateral os dois treinadores pareciam estar contentes com o resultado.
Os garotos foram chamados para voltar para o treino, e no momento que Kuroo veio devolver a garrafa. Fez um comentário.
— Eu ia falar com ele depois do treino, mas você saiu na frente.
— De novo — dei risada e completei —, não tinha necessidade dele perder essas horas de jogo capitão.
Tetsurou balançou a cabeça — Obrigado.
O empurrei de volta para a quadra — Só estou cuidando do meu time, e veja se presta mais atenção no Fukunaga ele está marcando mais pontos em cima de você do que o comum. Pare de pensar em coisas desnecessárias.
— Seu desejo é uma ordem — disse com um tom de riso apenas para completar mais baixo —, minha deusa.
N/A: Oya que capítulo grandão! Quase vale por duas atualizações.
Obrigada por ler até aqui!
Até mais, Xx!
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