┊Negrito - Falas em Italiano ┊

Foi mais um dia de treinos, depois da derrota sofrida no intercolegial, o foco mudou para o torneio de primavera que seria realizado em alguns meses. Depois do fatídico dia, e do capitão agir como se devia, o time da Nekoma voltou aos trilhos com mais vontade do que antes.

Parece que nessa época do ano os encontros do grupo de treinamento acontecem com mais frequência, até mesmo teriam uma semana inteira para treinar durante as férias, essa programação também os deixou animados. Apesar de Nekomata-sensei ainda estar alinhando com as outras escolas a logística.

Olhando para a parede que estava fazendo toques enquanto os garotos corriam, minha mente divagava por todos os acontecimentos das últimas semanas.

Meu pai me liberou para fazer fortalecimento, pequenas corridas e treinos de impacto foram adicionados a minha rotina. Nico geralmente era a minha companhia nesses dias.

Meu irmão e Yusuke se juntaram com mais alguns alunos para fazer um time, o objetivo era ganhar do "Haruo" num campeonato interno da escola. O menino que não queria deixar eles jogarem juntos, e que disse que as meninas deviam ir brincar de boneca. Para tirar o rei da classe da tirania e livrar o precioso vôlei, meu irmão ocasionalmente me acompanha em corridas pelo bairro e outros exercícios simples.

Ouvi um grito ecoar pela quadra e segurei a bola imediatamente virando a cabeça, era Lev que entrava reclamando o quanto ele estava cansado de correr. Não sabia dizer o porquê, mas Nekomata-sensei estava gradualmente o envolvendo com o time titular.

Joguei a bola dentro do carrinho e fui de encontro com eles, sabia que o treinador queria passar algumas orientações então corri até Naoi e ajudei ele a arrastar a lousa para o seu devido lugar.

— Obrigado [Nome].

— Por na-

Um grito me fez pular de susto no meio da frase, Tora estava com a boca aberta e parecia que um rio vertia de seus olhos. Mais algum dos garotos pareciam surpresos, com exceção de Kenma e Kuroo.

— O que foi? — olhei para os lado e pras minhas próprias vestes tentando achar algum defeito para tal reação.

— Achei que [Nome]-senpai não podia correr — Lev comentou explicando rapidamente a situação, não com as melhores palavras, o que resultou em Yaku o acertando em seguida.

— Isso não é jeito de falar com a nossa preciosa gerente — ralhou o líbero.

— É um milagre! — Tora se ajoelhou com as mãos levantadas para o alto — Precisamos ir a um templo agradecer!

Não consegui segurar a gargalhada, ao mesmo tempo que sentia as bochechas esquentarem. Por um segundo me senti um bebê que deu os primeiros passos sendo observado pelos pais.

— Não é muito, mas estou voltando a fazer algumas coisas aos poucos — dobrei a perna —, parem de me olhar como se tivesse aprendido a andar agora.

A última frase acompanhada de um olhar um pouco mais severo, fez a atmosfera voltar ao normal. Treinador deu risada e em seguida prosseguiu com as explicações.

Ocasionalmente sentia um olhar específico pousar em mim, e não precisa me virar para saber de quem era... O que me leva de volta para os devaneios das últimas semanas.

Apesar de ter perguntado diretamente, se ele ia me beijar ou não, o ter respondendo imediatamente foi inesperado. Não é da cultura local ser tão direto, o que me leva a pensar que o pensamento devia estar na cabeça dele já a algum tempo.

Também havia o fato de ter acontecido mais algumas vezes depois daquele dia.

Depois de me deixar na minha casa junto de Kenma, ele guardava a bolsa na própria residência e voltava para me encontrar.

Kuroo é atraente, de várias maneiras, e apesar das nossas farpas trocadas é uma boa companhia. Gosto do capitão, porém ainda não sei dizer até onde vai esse gostar, se existe algum sentimento romântico mais profundo ou um bom momento compartilhado. O que parece diferente do lado dele, seus olhos e expressões são sempre muito claras.

— [Nome] — Yaku me chamou — está tudo bem? Parece aérea.

Num instante as orientações foram finalizadas e os garotos começaram a arrumar o ginásio para ir embora.

— Estou com muitos pensamentos na minha cabeça — respondi o líbero — apenas isso.

Yaku colocou a mão no queixo pensando, mas não disse mais nada. Meu sexto-sentido gritou que ele provavelmente devia estar pensando algo bem longe da realidade e por algum motivo fiquei irritada.

— Não sei o que está pensando líbero demônio-senpai — puxei sua orelha —, mas fiquei realmente brava.

Ele empurrou minha mão rindo — Me lembrei de uma prima minha quando arrumou um namorado, ela ficava com esse mesmo olhar longe que você tem.

Pisquei algumas vezes, eu sabia que Kuroo estava ouvindo a conversa. Sentia o olhar dele queimando na minha nuca.

— É mesmo? Acha que tenho um namorado secreto?

Yaku colocou a mão no queixo — Não, realmente não tem ninguém na Nekoma que está no seu nível. São todos idiotas.

Joguei o braço por cima do seu ombro com um riso, sabendo que o golpe foi recebido diretamente pelo capitão — Yaku você é um dos meus melhores amigos sabia?

De maneira confiante, o líbero cruzou os braços sorrindo — O que posso fazer se os gênios acabam se juntando?

Segui com ele para fora do ginásio apenas para nos separarmos na hora de ir para os vestiários. Arrumei minha bolsa a joguei no ombro e saí em seguida, bocejando agradecendo por ser uma sexta-feira e não ter treino no fim de semana.

No caminho para a saída escutei um burburinho.

— Ei, seu maldito. O que disse? Está procurando nossa preciosa gerente?

— Se você não está surdo, foi exatamente o que falei. Estou procurando [Nome] D'Calligari.

Parei, eu conhecia bem aquela voz. E o sotaque italiano escondido nela, apressei os passos e quando saí encontrei Fideo praticamente se curvando para ameaçar Taketora — que tinha seus méritos por defender a minha honra.

— Fideo! — cortei meu caminho entre os garoto e pulei em seu pescoço num abraço apertado.

— Esse foi um encontro dramático — disse em italiano — quem são esses caras? Quase tentaram arrumar briga porque vim na escola da minha irmãzinha.

— São do meu time — ele me colocou no chão beijando a minha testa com um sorriso — por que não me disse que vinha?

— Eu disse, mas aparentemente a grande [Nome] é boa demais para responder as minhas mensagens.

— Acabou a minha bateria.

Durante nossa pequena conversa o time estava completamente atônito.

— É melhor você se apresentar — cutuquei sua costela —, pare de causar situações na escola dos outros.

— Você acaba com a graça — ele reclamou e levantou a mão — desculpe pelo mal-entendido. Meu nome é Fideo Akiyama, sou o homem da [Nome].

Os garotos ficaram petrificados e mentalmente bati na minha testa, levantei a mão para seu rosto apertando suas bochechas com força e o fazendo se curvar para nivelar a altura das nossas cabeças.

— Fale as coisas certas — o empurrei para trás — esse idiota é praticamente meu irmão, crescemos juntos.

Fideo massageou as bochechas — E eu disse alguma coisa diferente disso? Soa o mesmo pra mim.

Revirei os olhos, o loiro reconheceu Kenma — que chegou logo depois de mim junto de Kuroo —, se adiantando e o cumprimentando. Já começando a falar de jogos, Kai e Yaku reconheceram o uniforme dele e também já engataram numa conversa animada. O capitão, por outro lado, tinha o rosto sério e não se preocupou em se juntar a roda.

Mas Fideo o percebeu, e sendo o merdinha que ele é resolveu ir direto na ferida.

— Oh você é até que alto — ele esticou a mão — qual seu nome?

Olhei confusa. Fideo sabe quem Kuroo é, aquele mestiço italiano está pensando alguma coisa, e não tenho uma boa sensação sobre isso.

— Kuroo Tetsurou — respondeu com um meio sorriso nos lábios e olhos completamente frios — sou o capitão do time.

— Certo, Kenma falou de você. Espero que possamos nos dar bem.

Raios se chocavam entre os dois, e pressão aumentou progressivamente.

— Sim, igualmente.

Merda.

- ͙۪۪̥˚┊❛ [ EXTRA 12❜┊ Universo Alternativo ˚ ͙۪۪̥◌

Personagens de CF no Artbreeder

Lembrando que: você tem total direito de imaginar os personagens como quiser. Foi uma brincadeira que fiz no Instagram e estou trazendo aqui para verem.

N/A: Bora tacar um fogo no parquinho?

Oficialmente na segunda parte da história!

Obrigada por ler até aqui.

Até mais, Xx!