Capitulo 5

Minha vó entrou em meu quarto perguntando se eu estava pronta, balancei minha cabeça afirmando. Hoje era aniversário de Júlia, e a mesma havia organizado uma festa de aniversário só para nós. Estava um pouco envergonhada, pois não havia lhe comprado um presente, não tinha dinheiro.

Na sala de estar, estava Eduardo, alguns empregados, meu tio, eu e minha vó, e mais uma linda decoração de uma quantidade generosa de balões, parecia até aquelas festas de crianças. Estava tudo muito lindo.

Em questão de 4 minutos Júlia apareceu descendo as escadas. Ela estava com uma calça jeans, uma blusa azul de mangas longas e botas pretas, não muito diferente dos outros dias, porém hoje, seus cabelos estavam soltos.

Todos a cumprimentaram, ou melhor, ela cumprimentou a todos, com abraços e sorrisos.

Estava me divertindo muito, até o cheiro dos salgadinhos me fazerem passar mal. Falei com minha avó que estava ao meu lado e disse que iria tomar um pouco de ar, ela assentiu e me pediu para ter cuidado. Assim que pus os pés fora da casa senti o vento em meu rosto me fazendo respirar melhor, e em questão de segundos o mal estar foi passando.

Há uns 30 passos da casa, sentei sobre a grama e encarei o horizonte escuro. Ainda me surpreendia com o quão silencioso é esse lugar, sendo possível ouvir apenas os pássaros, os grilos, e os sapos que coachavam no lago.

- Não está gostando da festa?

Virei meu pescoço rapidamente para trás me deparando com uma figura masculina próximo a mim. Ele sentou ao meu lado e eu olhei para frente um tanto desconfortável com sua presença. Me encolhi levemente ficando em alerta.

- Lá dentro está bastante quente. - Ele falou e riu. - Meu pai é um velho que odeia ar-condicionado ou qualquer coisa eletrônica. Ele diz que não precisa dessas máquinas. Uma bobagem já que em sua casa há várias outras coisas eletrônicas, e ele precisa delas.

Após sua fala, Allan ficou em silêncio e se apoiou em seus braços para trás soltando um longo suspiro.

- Se já não tivesse escutado sua voz diria que era muda. - O olhei fazendo nossos olhos se encontrarem - Gostou do chocolate?

Lembrando do dia em que ele me deu uma barrinha de chocolate, assenti com a cabeça.

- Sabe, eu gostaria de ouvir sua voz mais uma vez.

Permaneci o encarando enquanto o via sorrir, me perguntando por que ele estava aqui e conversando comigo.

- Qual seu animal preferido?

Minhas sobrancelhas juntaram com sua pergunta aleatória. Busquei em minhas mente a resposta e lembrei que quando criança sonhava em ter um cachorro de estimação, mas meus pais nunca permitiram, mas não é como se fosse cachorros fosse meu animal preferido, foi mais um desejo já que a maioria das pessoam tinham um.

- Eu não sei. - Suas sobrancelhas ergueram-se

- Não sabe? Uau, eu esperava qualquer resposta menos isso. Mas você gosta de animais não é? Diga que sim.

- G-gosto...

- Gostou de algum daqui? - O cavalo negro veio em minha memória.

- Há um cavalo... - Pigarrei afim de limpar a garganta. - Há um cavalo que chamou minha atenção.

- Oh, como ele é?

- É preto, muito preto. Como a noite. Ele é lindo. - Allan sorriu.

- O fúria da noite. Dei esse nome assim que o vi por que ele realmente lembra o Fúria da Noite de "Como treinar o seu Dragão". Por favor não ria. Além da cor o cavalo é bem arisco assim como o Dragão do desenho, por isso o nome veio em minha mente instantaneamente. Não ria.

Eu não estava rindo, mas achando adorável o fato dele está se sentindo envergonhado. O nome que deu ao cavalo é realmente interessante e faz jus ao animal.

- Seu tio irá doma-lo. Você quer... - Ele calou-se. Percebendo meu desconforto.

Senti um movimento estranho em meu ventre e arregalei meus olhos levando minha mão até minha barriga. Eram movimentos sutis, meus olhos marejaram.

- Você está bem? - Olhei para Allan, observei seu rosto preocupado e balancei a cabeça. - Tem certeza? Você está um pouco pálida. Acho melhor entrarmos para que possa descansar sobre os cuidados de sua avó. - Meus lábios se esticaram em um pequeno sorriso e eu concordei com ele.

Eu precisava descansar e esquecer que o bebê havia se mexido, mostrando a vida que irei tirar.

Havia chegado mais pessoas na casa, um casal. Um homem não muito alto, calvo na parye supeeior da cabeça; ao seu lado uma mulher da mesma altura pele escura e olhos vivos, elas descansava a mão sobre sua barriga saliente.

- Aquele é Almir, irmão de meu pai e sua esposa.

A mulher acariciava o ventre sorrindo genuinamente enquanto conversava com outras pessoas. A imagem da minga mãe gravida de karina veio a minha mente, a felidade dela era nítida em seu rosto. Eu era pequna naquela época.

Senti um gosto amargo na boca e minhas sobrancelhas juntaram. Fui até a cozinha onde minha vó estava e avisei que iria para sua casa.

Senti minha mão ser apertada fortemente, olhei para o lado e minha vó sorria tentando me confortar, sorrio para ela em resposta embora estivesse lutando para não fugir. Sem antes m perguntar, minha vó marcou uma consulta com uma obstetra para fazer um checkup no bebê, pois segundo ela era necessário.

Eu me recusei a vir na hora que me contou, mas ela insistiu e uma coisa que eu não sabia era que minha vó conseguia ser bastante persuasiva.

"Seja forte e corajoso"

"Te escondo em mim"

A recepcionista gritou o número que marcava no papelzinho que esrava em minha mãos. Minha vó entrou comigo. A obstetra era uma mulher loira, ela isava um oculos preto e parecia ser mais baixa que eu. A mulher me pediu para sentar, e me perguntou se eu havia feitos alguns exames e eu respondi que não. Depois avisou que primeiro era queria ver o bebê, para saber como está. Eu deitei em uma maca, levantei a blusa e então ela passou um gel que arrepiou meu corpo inteiro.

A loira olhava para uma tela enquanto esfregava algo metálico em minha barriga. Olhei também para a telamaa não entendi o que via.

- Aparentemente o bebê está muito bem. Ainda não é possível saber o sexo, mas dá para ouvir os batimentos cardíacos. Quer ouvir mamãe. - Ela olhou para mim e sorriu.

Mamãe...

Eu mãe?

A ideia pareceu um pouco...curiosa.

Assenti para a doutora, ela mexeu em alguma coisa na máquina e então aconteceu...um barulho algo comecou a ecoar pelo quarto.

- Uau, ele está forte - A loira falou i.pressionada.

Apertei minhas maos que estavam estiradas sobre a cama. Era o coração do bebê, estava vivo. Vivo!

- Como ele estar? - Perguntei - Qual o tamanho?

- Bem, tem quase 7 cm. Seus órgãos já funcionam e ele faz pequenos movimentos com a cabeça, mãos e dedinhos. Seu rosto e as orelhas, olhos, boca e nariz estão ficando similares ao do nascimento. É um pequeno ser humaninho.

Uma pontada se fez prente na lateral da minha cabeça e novamente o enjoo, virei para o lado e coloquei tudo para fora. Encarei o resto de comida no chão e soltei um gemido sôfrego voltando a deixar com as naos no rosto. Ouvi quando a doudora murmurou algo e saiu da sala voltando em seguida junto com outra mulher que logo se pôs a limpar a sala.

- Eu sinto muito - Disse minha vó.

- Sem problemas. Isso é mais comum do que imagina. É apenas a emoção misturada com os hormônios.

Comum?

- Podemos ir embora?

(...)

Fechei os olhos abraçando o travesseiro contra o peito. Aquele som ainda soava nitidamente em meus ouvidos e era tão sufocante, tão revoltante, tão errado, tão...tão...incrível.

Os batimentos do seu coração era sincronizado com o meu, como se fossemos um só.

Meu coração gelou enquanto engolia em seco. Afastei o travesseiro e fitei minha barriga coberta pelo tecido fino da minha blusa, a acariciei levemente e fecheios olhos soltando uma lágrima.

Eramos sim, um só.

(...)

Avancei dois passos abrindo um sorriso quando avistei seu Alfredo sentado abaixo de uma árvore descascando uma laranja. Em torno dos meses criei um vínculo com o mais velho, ele era como um avô que não tinha. Eu gostava de sua companhia da forma sábia e branda que ele me aconselhava e me fazia rever minhas atitudes e pensamentos.

- Boa tarde, seu Alfredo. - Ele levantou o rosto confuso e depois sorriu.

- Está se sentindo melhor? Fiquei sabendo que passou mal pela manhã.

- Estou bem, obrigada. Foi apenas minha pressão que baixou.

- Fico feliz que esteja melhor, sente-se e me faça companhia. - Ele empurrou uma pedra para o lado, então sentei nela. - Hoje está quente.

- Sim - Respondi embora não fosse uma pergunta.

- Onde está a Júlia? Ultimamente raramente a vejo juntas.

- Ah, ela tem passado bastante tempo com o namorado.

- Os jovens de hoje... E você filha, tem nanorado?

- Não. Na verdade eu nunca namorei. - Parei estática ao me dar conta do que havia falado. Seu alfredo me olhava com confusão nos olhos. - É que...eu...é...eu...

- Será que vai chover? O dia está tão abafado. - Soltei um suspiro quando ele desconversou ignorando o assunto mesmo que estivesse curioso.

Senti uma imensa vontade de chorar. Por que as pessoas desse lugar são tão compreensivas?

- Hoje é o aniversário da minha esposa. Ela morreu há muito tempo, mas mesmo assim ainda lembro do seu sorriso toda vez que essa data chegava. Sabe, nós não tivemos filhos, então após minha morte não haverá descendentes que carreguem nossos nomes.

Ele pausou por um instante, foi quando falei que sentia muito como conforto mesmo sabendo que essas palavras não concordavam em nada.

- Nah, hoje não penso muito nisso. Irei deixar muitas coisas nessa terra. Eu vi seu Eduardo ainda criança, vi ele casar e Allan nascer, ajudei Veronica na mudança, com Julia agarrada em sua mão.  Vi empregados entrar e sair dessa fazenda. Ensinei Allan a andar de bicicleta e a montar em um cavalo, ajudei Júlia a se adaptar a fazenda.

- O seu nome com certeza ficará entre os que cresceram com o senhor. - Ele sorriu, mostrando alguns dentes tortos e amarelhos, alguns nem estavam mais ali.

Seu Alfredo levantou e saiu me deixando sozinha.

Suguei o ar enchendo meus pulmões e soltei em seguida. Como era bom está aqui fora em um dia tão lindo. Na cidade eu não saia muito, não para respirar. Quando estudava minhas saidas se resumiam à escola e igreja, depois que terminei continuei ir a escola, para levar Karina, e igreja. As vezes ia para algumaa festas com Camilla e Jamilly. Era sempre lugares cheios.

As vezes vou à igreja no vilarejo com minha avó. Mas foi difícil para que eu aceitasse ir pois não me sentia capaz de entrar na casa do meu Pai, depois do que aconteceu. Mas esse receio ia contra o que eu acreditava. Deus não me culpava então eu também não deveria. Por isso não poderia me afastar.

Já aqui na fazenda é tudo muito parado, calmo.

Olhei para o céu azulado, nem parecia que havia chovido durante a noite. O sol estava no seu ponto mais alto iluminando tudo, os passarinhos cantavam lindamente enquanto voavam. O vento gélido tocava minha pele me fazendo arrepiar, abracei meu corpo e soltei um suspiro baixo.

Estava tão acostumada com esse clima calmo que já me sentia em casa, embora não estivesse realmente.

Um desejo profundo de comer carambola tomou conta de mim, fazendo minha boca salivar. Sorrio desacreditada pois nunca gostei da fruta. Sabendo que o desejo não era meu, acariciei de leve minha barriga antes de levantar.

Depois que ouvi o coração do bebê, e percebi que ele está tão vivo quanto eu, não consigo mais pensar em abortar. E no final das contas, essa criança é mais lmeu do que daquele homem, está em mim afinal. Eu o estou gerando.

Levando em conta que estava próximo ao pomar, sacudi meu vestido e caminhei preguiçosamente até parar em meio às árvores frutíferas.

Olhei em volta procurando a tal carambola mesmo sem saber como realmente era a árvore, e se era uma árvore.

- Não podia ser uma laranja? - Murmurei para mim mesma encarando a laranjeira repleta da fruta.

Dei mais uma volta e finalmente vi uma árvore menor que as outras, com algumas frutas que se assemelhavam a carambola, aproximei e constatei que, para meu alívio, era a fruta que eu desejo nesse momento. Porém estavam altas, estiquei meu braço mas não passou nem perto, tentei mais uma vez ficando na ponta no pé e apenas as pontas dos meus dedos relaram na fruta.

Suspirei frustrada me estiquei mais ainda, porém no momento em que dei impulso para pôr a mão na fruta, mas me assustei com outra mão que rapidamente  capturou a fruta. Ecolhi minhas mãos voltando a ficar normal sobre meus pés, e me virei para trás encarando, novamente, as profundezas daquelas íris negras.

Allan suspirou e me lançou um sorriso pequeno depois encarou a fruta em suas mãos e a jogou. Arfei incrédula com tal atitude, juntei as sobrancelhas me segurando para não falar poucas e boas. O que pretendia ao agir como uma criança?

O segui com os olhos fervendo quando ele virou para o lado erguendo uma de suas mãos e pegando outra fruta, já que a outra estava segurando um vara de pesca. Olhei confusa quando ele ergueu a fruta em minha direção.

- Aquela estava estragada, você não percebeu? Essa está boa. - Disse empurrado para que eu a pegasse.

Encarei a fruta em sua mão e depois o olhei, abri a boca para falar algo, mas a vergonha me consumiu fazendo meu rosto queimar. Ouvi sua risada baixa, certamente por eu estar vermelha nesse exato momento.

- Minha mão está ficando cansada. - Reclamou ele em um tom brincalhão.

- Obrigada. - Falei pegando a carambola de sua mão. Ele balançou a cabeça e suspirou como se lembrasse de algo.

- Estou indo pescar, me acompanha? É logo ali. - Ele apontou para trás de mim e eu olhei na direção. - Se não quiser pode dizer, parece tão cansada.

Abaixei a cabeça, eu devia está destruída para ele ter notado meu cansaço. Passei a mão por meus cabelos enrolando uns cachos no dedo envergonhada, não tive nem tempo para penteá-los hoje pois durante a manhã não estava muito bem, mas não estava me importando tanto, até esse momento.

- Eu vou.

Levei minha atenção para ele o vendo sorrir genuíno. Quando chegamos ao rio não pude conter minha surpresa com tamanha beleza. A água do rio era esverdeada e transparente dava para ver as pedras e peixes embaixo dela.

- É lindo...

- Realmente, a beleza mais rara que já tive o prazer se ver. - Olhei para ele me surpreendendo por seus olhos estarem em mim.

Desviei minha atenção para fruta em minha mão e a levei a minha boca dando uma mordida, e fiz uma careta ao sentir o gosto na minha boca. Não doce, mas também não era amargo, era apenas estranho.

- Pelo visto você não gosta de carambola. - Comentou me fazendo olhá-lo. - Por que estava tentando a todo custo pegá-la?

O observei prender uma minhoca no anzol, e depois impulsioná-la em direção a água. Suspirei olhando na direção da bolinha que flutuava sobre a água. Pobre minhoquinha.

- Estava com vontade.

- Como se sente vontade de algo que não gosta?

- Não era bem minha vontade. - Sua testa franziu demostrando sua confusão, mas depois ele apenas riu balançando a cabeça para os lados.

Mais uma vez o vento gelado abraçou meu corpo, o tempo estava fechando e talvez teremos mais uma noite chuvosa. A noite anterior havia sido tenebrosa, chuva forte e trovões altos. Foi uma das minhas piores noites pois a chuva trazia lembranças que não se apagavam.

- Você está mais cheinha - Arfei virando meu rosto para fita-lo. Ele sorriu.

- Não se diz a uma mulher que ela é gorda, mesmo que ela esteja gr...mesmo que tenha ganhado peso.

É verdade que eu tinha ganhado mais alguns quilos e minha barriga estava mais evidente. No entanto, ainda me senti ofendida.

- Não é um problema ser gorda - Ele disse pensativo - Mas me desculpe se lhe ofendi. Não me odeie. Só insinuei que é fofa. Desculpe, novamente eu não lhe chamei de gorda. Você não é, mas se fosse não diminuiria nadinha da sua beleza.

Engoli seco quando os batimentos do meu coração tomou um ritimo acelerado e fitei minhas maos sobre meu colo.

- Vai ficar quanto tempo aqui?

Eu não queria voltar, isso é certo. Pois abortar essa criança já não faz parte dos meus planos e meus pais  certamente não aceitaram por medo dos julgamentos dos vizinhos e amigos.

Ninguém sabia o que tinha acontecido, então ao souberem que sou mãe sem nem ao menos ter um namorado irão começar a espalhar fofocas. 

- Não sei.

Ele respirou fundo e lançou a isca na água.

(...)

Encarei o balde com apenas três peixeis, que se moviam fazendo o mesmo balançar, de um lado para o outro na mão do rapaz de olhos negros. Allan andava ao meu lado enquanto iamos em direção a casa da minha vó. Era caminho e quando disse que iria para lá, ele se voluntáriou para me acompanhar. Quando iamos nos aproximando, vimos um carro parado em frente ao casebre. Era um taxi.

E antes que entrassemos na casa, uma mulher saiu de dentro. Era minha mãe, em seguida meu pai apareceu.

O que eles estava fazendo aqui? Não viriam só na próximFernando a semana?

Não, não, não. Eu ainda nem tinha falado com minha vó. Minha mão subiu para meu ventre.

- Já arrumei suas coisas, vamos? - Só então percebi a minha mala ao seu lado e a mochila nas costas. Seus olhos cairam em Allan e depois voltaram para mim. - Onde estava?

- Vocês não viriam só na próxima semana me buscar?

- Bem, sim. Eu falei com o doutor e ele me disse que já poderia leva-la. - Respondeu minha mãe.

- Leva-la? Para onde? - Indagou minha vó mas mamãe pigarreou e desconversou.

- Vamos Rebecca. - Ela tentou segurar meu pulso contudo me afastei. - Aconteceu alguma coisa?

- Vamos conversar primeiro. - Falei, não querendo dividir aquele assunto com o rapaz que ainda me mantia ao meu lado.

- Conversaremos em casa.

- Eu não sei se quero fazer isso! - Falei um pouco baixo e ela me olhou com espanto.

- Você tem que fazer. - Ela falou, mas permaneci calada. - Eu sei que está com medo, será apenas alguns dias, logo estará livre e poderá seguir sua vida. Você é forte e irá aguentar.

- Eu não...eu não irei fazer isso! - Gritei e tudo ficou em silêncio. Ouvi apenas um arfar surpreso da minha vó e a respiração pesada de todos. Alguns sons sonoros de passaros e animais ao longe. - Essa criança é minha papai. Eu a estou gerando e...e...eu não posso fazer isso por que eu estarei matando uma parte de mim. - Conclui por fim.

- Essa criança terá o sangue de um criminoso Rebecca! Quem sabe não será como tal.

- Carla! - interveio minha vó - Não me diga que está obrigando sua filha abortar seu neto? 

- A filha é minha e ela aimda é de menor, portanto tem que seguir minhas ordens!

- Não! - Gritei mais uma vez. Será que ela não está me ouvindo?

- Filha, essa criança irá trazer lembranças horríveis, entenda que toda vez que você olhar para essa criança você vai sentir nojo e ódio. Além disso as pessoas irão falar Rebecca, você será mal vista pois ninguém acreditará em você. - Proseguiu ela.

- Eu não voltarei! - Seus olhos se arregalaram - Ainda não falei com a vovó, e espero que ela me aceitei por que senão eu não terei a quem recorrer...

- Claro que sim minha flor, você pode ficar quanto tempo quiser. - Sorrio ora ela.

- Obrigada. Irei permanecer até o nascimento do bebê, depois eu tentarei um emprego no vilarejo e morarei por lá. Ninguém me conhece.

- Não Rebecca - Falou meu pai que até o momento estava calado.

- Eu, eu ouvi o coraçãozinho dele batendo, não me peçam para ser eu a fazer com que ele pare de bater. Eu só...eu só preciso do apoio de vocês. Darei conta, independente de como eu me sentir vou cuidar muito bem do meu Filho, com carinho, pois ele é tão vítima quanto eu.

Tentei parecer convicta mesmo estando muito assustada e incerta das minhas próprias palavras.

- Ela tem o direito de decidir, Carla. - Suspirei aliviada com a fala do meu pai.

- Foi você que estava culpando ela Edgar, por que agora quer deixa-la fazer suas próprias vontades. Uma criança não é brincadeira!

- Eu sei que não é  mamãe, mas como eu disse: Darei conta independente de qualquer coisa, apenas não me obrigue a escolher a opção que você encolheu.


Só passando para agradecer a todos que estão acompanhando a história. Fico muito feliz com a leitura de cada um de vocês. Muito obrigada ♡

Se cuidem e fiquem com Deus :)

Até o próximo capítulo!

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