Capitulo 2
- Eu e sua mãe conversamos. Amanhã a levarei para o interior. Você irá pasar esses meses lá, e quanto chegar o tempo, irei busca-la e tudo estará resolvido.
Tudo estará resolvido.
As palavras de meu pai, me acopanharam aquela noite.
No outro dia, bem cedo, arrumei uma mala e uma mochila, com roupas e algums utensílios.
Pressionei com mais força a mala para poder fechar o zip, quando consegui finalizar suspirei sentando na cama e dando uma olhada no meu quarto. Avistei alguns livros em cima da cômoda e os peguei jogando na mochila em seguida. Dentre eles estava minha bíblia. Peguei a mesma e sorrio pequeno, e logo a coloquei na mochila também. Minha Bíblia era algo que naquele momento eu não poderia me manter longe, pois com certeza, sem Deus, eu não iria conseguir.
Minha irmã despertou e olhou confusa para a mala próxima a cama.
- Onde vai? - Ela perguntou.
- Casa da vovó.
- Sozinha? Por quê?
- Por que eu quero. - Não soei rude, pelo menos ao meu ver. Mas Karia abaixou a cabeça.
- Isso tem a ver com o fato de me odiar? - parei o que fazia e me virei para a menina.
- Não, não, não. Karina, me escuta, estou passando por alguns problemas que você não entenderia. Desculpa pelo que falei, você não tem culpa de nada. Nada. E eu não te odeio. Me desculpe.
Assisti ela suspirar.
- Quanto tempo vai ficar lá?
- Acho que 1 ou 2 meses.
- Não vá...
- Um dia eu lhe explico o que está acontecendo.
- Não vá...
- Eu preciso ir. Voltarei logo, e nós vamos maratonar os filmes da Barbie a noite toda. Eu prometo!
Mamãe já havia ligado para minha vó. O sinal lá não era muito bom, então, foi uma grande sorte eles terem conseguido se falar por mais de 5 minutos. Não ouvi a conversa, então sei o que eles falaram para ela, até onde disse. Eu só tinha ela de avó, mãe da minha mãe. Meus avós paternos e o pai da minha mãe estavam mortos. Nunca os conheci.
Eu não sabia muito sobre o lugar onde minha avó morava. Sei que ela mora em um casebre ao lado da Fazenda Morais junto com meu tio, irmão mais novo da mamãe, o qual não cheguei a conhecer, ainda.
Não que eles não se dessem bem, o impasse do convivo era a distância, e não tinhamos condições para ir visita-los. Ninguém parecia se incomodar com isso. Até hoje.
Ponho minha mochila nas costas e pego a mala, uma mediana. Enquanto descia as escadas, meu pai veio me ajudar, agradeci e parei olhando para a estrutura desgastada de minha casa, as paredes manchadas e com a tinta desbotada. Já sentia saudades. Terminei de descer ouvindo o rangido da mesma, encontrei minha minha irmã na sala. Karina correu em minha direção e abraçou minha cintura. Respirei fundo afagando seus cabelos negros me segurando para não desmanchar em lagrimas na frente dela.
- Por favor, pare de chorar - Pedi baixo não aguentando mais ver seu rosto banhado em lágrimas.
Eu nunca havia saido de casa, então a ideia de me ter longe a deixava aflita. Sem contar, eu sentia que Katina sabia que algo ruim havia acontecido.
- Não vá. - Ela diz chorosa.
- Quando menos você esperar a Becca estará de volta Ka. - Mamãe tenta tranquilizar a garota.
Quando o táxi chegou eles me ajudaram com as malas, as colocando dentro do portas malas, eu iria sozinha pois eles não podiam me acompanhar.
Tentei não me sentir desamparada. Eles precisavam trabalhar.
Quando finalmente cheguei no lugar onde minha vó disse que nos encontraríamos, a procurei com os olhos, porém não a vi. Passei a andar puxando as minhas malas com certa dificuldade pois o piso estava desgastado e esburacado impedindo as rodinhas da mala prosseguirem facilmente.
Me sentei em um banco, era melhor esperar do que sair por aí, igual uma tonta, sem saber para onde ir.
Confesso que estava me desesperando, havia muitas pessoas e eu estava sozinha em um local que eu não conhecia muito bem. E eu tinha medo sempre que alguém olhava para mim ou sentava ao meu lado no banco. Querendo ou não meu cérebro ficava em alerta pois a última vez que vacilei me fez parar aqui da forma que estou.
- Rebecca?
Me assustei ficando de pé quando ouvi umma voz desconhecida chamar meu nome. Olhei em direção da voz e vi um homem, alto, e robusto.
Ele me olhou de cima a baixo me deixando desconfortável.
- Nossa como você cresceu, quase não te reconheci. Bem, você não deve está lembrando de mim, eu sou o Rogério, irmão da sua mãe. Sim, eu sou seu tio. - Ele soltou uma risada curta. - última vez que você me viu, era bebezinha ainda.
O olhei desconfiada, o coração disparado no peito. Embora soubesse da existência de um tio eu não o conhecia. Será que era mesmo meu tio?
- Ah! Desculpe. Você deve não está acreditando. - Ele começou a procurar algo nos bolsos até que achou uma carteira. - Eu sempre ando com uma foto nossa. - Ele ergueu uma foto em minha direção, onde estava ele, minha mãe, e minha avó. Nos braços da minha mãe havia um bebê, que suponho ser eu. - Essa foi a última vez que a Carla veio nos visitar.
- Você veio me buscar?
- Sim, sua avó me pediu, ou melhor, me obrigou a vir. Vamos?
Ele me ajudou com a mala e foi andando a frente enquanto eu o seguia atrás. Meu tio era um homem jovem, sua pele era bronzeada e em seu rosto havia
a uma barba mal feita, era alto e seu corpo era forte. O encarando por trás me arrepiei sutilmente, ele era estranho e meus sentidos me faziam querer distância dele.
Meu tio colocou as malas no porta malas e abriu a porta do passageiro da frente para mim, porém meio incerta eu recuei.
- Posso ir atrás? - Ele me olhou confuso, mas mesmo assim assentiu fechando a porta e abrindo outro que daba acesso ao banco traseiro.
Por um segundo sua mão encostou em mim, sem intenção, me fazendo estremecer, sentei rápido no banco me encolhendo enquanto abraçava minha mochila.
- Está tudo bem? - Balancei a cabeça em um "Sim".
Ele deu a volta e entrou no carro. Durante o caminho meu tio não parava de falar coisas aleatórias. Eu até sorri algumas vezes, ele era bem falante e atrapalhado, perdi as contas de quantas vezes ele se atrapalhou e contou suas atrapalhadas. Mas seu olhar ainda me deixava coagida.
Quando passamos por uma porteira azul, olhei em volta. Rogério abriu a porta do carro para mim assim que estacionou o carro. Peguei minha mochila e desci. Vou caminhando ainda estupefata pelo lindo lugar.
- Rebecca é por aqui! - Meu tio chamou minha atenção apontando para uma trilha quase fechada pelos brotinhos de mato.
Dou uma última olhada para o casarão e sigui meu tio. Alguns passos a frente pude avistar um casebre, enquanto nos aproximamos uma senhora não tão velha mas também não tão nova, saiu de dentro e passou a vir em disparada em minha direção. Quando ela fez menção em me abraçar, recuei dois passos, e ela parou me olhando confusa.
- A benção vovó.
- Deus abençoe, filha. Como você está linda, cada dia mais parecida com sua mãe. - Ela diz tentando disfarçar o ocorrido de agora pouco. - Vamos entrar, você deve está cansada da viagem. - Concordo com a cabeça, a viagem toda durou cerca de 2 horas. Minha cabeça doia e me sentia um pouco enjoada.
A porta se abriu revelando os poucos móveis da casa, um sofá do lado direito e uma televisão no lado esquerdo, do outro lado havia duas portas, que presumo ser os quartos, e mais a frente era possível ver a cozinha onde tinha uma mesa, pia, fogão, armário e geladeira.
- O almoço está quase pronto, enquanto isso você pode arrumar suas coisas no seu quarto. É o da esquerda. - Assenti, virando para trás e pegando minha coisas.
- Posso ajudá-la, sobrinha. - Estremeci só de imaginar um homem no mesmo cômodo que eu.
- Tudo bem...tio, mas eu...eu posso levar sozinha. - Ajeitei minha mochila nas costas e segurei a mala puxando até o quarto, abri a porta e respirei fundo antes de entrar.
Olhei em volta, o quarto tinha apenas uma cama e um guarda roupa médio, mas o suficiente para mim, de frente para a cama tinha uma porta, que devia ser o banheiro. Graças a Deus ficava dentro do quarto pois não sei se confiaria tomar banho em um banheiro no corredor com um homem pela casa.
Levei as malas até a cama e jogo minha mochila na mesma. Abri o guarda roupa e comecei a desfazer a mala colocando tudo arrumadinho nele. Quando terminei de colocar a última peça dentro do guarda roupa, fechei a porta e deitei na cama encarando o teto que estava um pouco rachado, ou apenas arranhado. Suspirei tentando entender tudo que aconteceu nas últimas duas semanas. Minha vida nunca mais seria a mesma, isso é fato, mas lutarei para que seja uma boa vida.
Passando um tempo minha avó veio me chamar para almoçar, sentei a pequena mesa retangular. A vovó estava ao meu lado e meu tio à minha frente, olhei para comida e sinto meu estômago revirar. Percebi que a Vovó me olhava de lado a todo momento, mas preferi fingir que não estava vendo. Comi em silêncio enquanto apenas os dois presentes conversavam sobre coisas aleatórias que não dei importância.
Confesso que eu estava meio deslocada, tá bom, talvez muito deslocada. Tanta coisa aconteceu e agora estou longe dos meus pais e da minha irmã tendo que viver com uma avó que via uma vez por ano e um tio que nunca tinha visto em toda minha vida, no meio do mato. Toda essa mudança me assustou e me pegou desprevenida e talvez eu demore um pouco para me acostumar.
- Durma um pouco florzinha. - falou minha vó, quando terminamos nossa refeição. - Parece cansada.
- Só estou um pouco enjoada pela viagem.
- Eu sei, isso é normal. - Ela sorriu amigável.
- A senhora sabe? - Ela afirmou e eu abaixei a cabeça brincando com meus dedos envergonhada. - O que meu pai falou?
- Não importa agora.
- Eu quero saber. Quero saber se ele falou a verdade ou o que ele acha ser verdade.
- Eu sei o quanto está doendo filha.
- Eu sinto muito vovó.
- Por que sente muito minha flor? Não foi sua culpa, tá bom? - Ela segurou minha mão.
- O tio também sabe?
- Sabe. - Balancei a cabeça lentamente fechando os olhos, era tão difícil não se sentir envergonhada na frente deles, ou de qualquer um que soubesse o que havia acontecido.
- Vou descansar um pouco - Digo puxando minha mão para mim e ficando de pé.
- Irei fazer um chá para quando você acordar, para ajudar com seus enjôos. - Ela falou, eu estava de costas tentando enxugar minhas lágrimas que desciam como cachoeira. Assenti com a cabeça, ainda de costas e continuei a andar até o quarto. Me joguei na cama e abafei meu choro no travesseiro.
Era tão vergonhoso, Eu queria sumir daqui. Eu estava suja e iria sujar o nome da minha vó, também. Isso é tão injusto quando ela me recebe com tanto carinho e em troca trago para ela problema e ocupação.
(...)
Acordei sentindo-me enjoada, levantei da cama e respirei fundo lembrando da noite anterior. Não foi a primeira vez que tive um pesadelo assim. Desde aquela noite eles eram recorrentes. Era horrível ter que reviver tudo, eu já não aguentava mais. Eu só queria perder a memória e voltar a sonhar novamente.
- Está bem, florzinha? - Minha vó perguntou assim que entrei na cozinha, sentei na mesa e ela serviu meu café sorrindo meigo.
- Estou um pouco enjoada. - Ela imediatamente tirou a xícara de café e trocou por outra de chá.
- Esse chá vai fazer você melhorar - Suspirei tomando um gole e fazendo uma careta, tinha um gosto estranho. A mais velha riu - Com o tempo você se acostuma. Agora eu estava indo para o trabalho e seu tio já está lá, você quer vir junto?
Encarei um ponto fixo atrás da mais velha, a ideia de ter que entrar em contato com mais pessoas desconhecidas me fez estremecer. Mas um ponta de inquietação me fez pensar que talcez manter a cabeça ocupada não seria má ideia. Mas eu preciso superar, certo?
Sim, eu preciso. Só assim poderei cuidar do meu filho bem.
Quando vovó trancou a porta com chave começamos a andar até a casa grande, que não era lonje.
- Sabe florzinha, tem um vilarejo aqui perto.....Lá tem uma pequena clínica psicológica. - Ela me olhou e eu abaixei a cabeça engolindo em seco. Meu coração deu um pequeno pulo angustiado. - Você quer tentar? - Ergui minha cabeça para olhá-la. Pensei um pouco e respirei fundo afirmando. Eu preciso recomeçar minha vida, ou apenas tentar. Minha avó sorriu voltando a olhar para frente. - Você é muito forte, minha pequena flor.
Entramos no casarão da fazenda, o homem de meia idade estava sentado em uma poltrona na sala enquanto bebia. Minha vó o cumprimentou e o homem sorriu, seus olhos logo caíram em mim e imediatamente abaixei minha cabeça incapaz de manter contato.
- Senhor, essa é minha neta, Rebecca. Como já havia deixado avisado, ela irá passar um tempo comigo.
- Olá, Rebecca. - Olho para ele e dou um meio sorriso, para não ser mal educada afinal preciso do trabalho.
Quando minha avó iria falar, uma menina entrou na sala fazendo barulho com as botas sujas de lama, suas roupas e rosto não estavam diferentes.
- Eduardo...Maria! Que bom que chegou, Ah oi! - Ela acenou para mim, timidamente acenei de volta. - Eduardo eu...
- Julia, estava falando com a Maria, você pode esperar? - A menina bufou se inclinado para sentar no sofá. - Não é para sentar! - O homem falou ríspido e a menina bufou se ergueno. - Pode continuar Maria.
- Bom, eu queria saber se o senhor não está precisando de alguém para trabalhar, minha neta está interessada. Ela pode me ajudar na cozinha. - Ele olhou para mim novamente e se inclinou para frente.
- Perfeito! - murmurou a menina ganhando nossos olhares - Eduardo, ela pode me ajudar a ordenhar as vacas, Sério você não pode me deixar fazendo esse trabalho sozinha. - olhei para o homem que estava pensativo.
- Mas você não é obrigada Júlia, você faz por que quer.
- Sim, mas uma companhia não seria nada mal. - Riu sem graça.
- Então Julia, você ficará encarregada de apresenta-la a fazenda. - A menina comemorou.
- Vem. - Ela me chamou.
- Agora?
Olhei para minha vó e ela balançou a cabeça para que eu a seguisse, ainda incerta fui até a tal Júlia. Quando vi que ela tinha intenção de pegar minha mão eu a escondi atrás do meu corpo, ela me olhou juntando as sobrancelhas mas deu de ombros.
- Me siga. - Fiz o que ela pediu, e pelos fundos do casarão fomos até onde ficavam os animais.
Eram tantos que eu fiquei de boca aberta: vacas, galinhas, patos, porcos e vários outros. Uma diversidade de animais. Vi meu tio ao longe escovando o pelo de um cavalo.
- Qual seu nome?
- Rebecca. - Falei baixo.
- Hum...o meu é Júlia. Alguma vez você já tirou leite de uma vaca? - Neguei com a cabeça - Então vamos que eu vou te mostrar minhas técnicas - Diz e pisca convencida. Nos aproximamos de uma vaca marrom perto dela, tinha um banquinho e um balde. - Essa é a Jurema, nossa leiteira mais fiel. Eu que nomeei ela - Fala sem graça e eu sorrio. O nome era fofo. - Bom, eu vou fazer primeiro e você presta atenção, tá bom? - Assenti. Julia sentou no banco, fui para o lado direito para vê-la melhor e ela começou a apertar as tetas da vaca e o leite começou a cair no balde.
Ela fez isso por algum tempo e depois saiu do banco dizendo que era minha vez, eu sentei em seu lugar, fitei as tetas por um tempo criando coragem para pôr minha mão ali. Não podia ser tão difícil, pedi licença à vaca mentalmente e levei minha mão até lá. Apertei de leve, a sensação era estranha mas não era nada demais, apertei e Jurema bateu o pé no chão imediatamente encolhi minha mão assustada.
- Calma Jurema, essa é nossa amiga Rebecca, seja boazinha com ela. - A menina disse acariciando a vaca - Continue Rebecca. - Afirmei levando minhas mãos novamente e apertando, porém fui surpreendida por um jato de leite em meu rosto. Ouvi a risada escandalosa de Júlia ao meu lado, limpei meus olhos e olhei para a menina que se contorcia de tanto rir, acabei rindo também, pela primeira vez em semanas.
Tentei novamente e finalmente consegui acertar o balde, Júlia disse que com o tempo eu iria melhorar. Depois de enchermos o balde Júlia levou para dentro enquanto eu fiquei olhando os animais da fazenda. O barulho era alto de roncos de porcos mugidos das vacas, entre vários outros sons.
- E agora o que faremos? - Perguntei quando Júlia retornou.
- Nada, até que alguém precise de mais leite, o que é pouco provável, não temos nada para fazer, porém se você quiser eu posso te mostrar a fazenda. Aqui tem uns lugares perfeitos para esvaziar a mente. O que acha?
Julia me mostrou vários lugares, e assim como ela falou havia ótimos lugares calmos, havia um lago lindo que transmitia muita tranquilidade. Júlia era muito simpática e falante, a todo momento entrava em um assunto diferente, eu só escutava e balançava a cabeça. Pelo o que entendi ela era enteada do Eduardo, sua mãe foi casada com ele porém vieram a se separar recentemente.
Júlia era um pouco mais alta que eu, seus cabelos castanhos, quase ruivos, chegavam a sua cintura, seus olhos eram verdes e expressivos. Diferente de Eduardo, minha avó e meu tio, ela não possuía um sotaque diferente, o que confirmava o fato dela não ter nascido aqui.
Vimos uma carro preto se aproximando, quando o veículo parou um rapaz saiu de dentro dele, Julia sorriu alegre e ficando de pé, correu até ele o abraçando.
- Finalmente você veio! - Ouvi ela falar um pouco distante e o garoto sorriu.
- Vim apenas para ver se estão todos bem por aqui, logo voltarei. - Júlia se afastou cruzando os braços e o garoto afagou seus cabelos.
Eu observava ambos irmãos conversando até que os olhos do garoto bateram nos meus, foram segundos mas pareceu uma eternidade. Desviei olhando para o outro lado brincando com a grama no chão e logo Júlia estava de volta.
- Aquele é Allan, meu irmão. Mas não temos o mesmo sangue. - Ela falou - Ele mora na cidade grande junto com a madrasta, que é minha mãe. É confuso. Nós meio que trocamos, ele foi com minha mãe e eu fiquei com o pai dele.
- Por que você não foi junto?
- O Eduardo sempre me tratou melhor que a mamãe, ela é muito calculista, quer tudo ao seu modo eu nunca gostei da forma que ela queria, então a afrontava. O Allan acatava todas suas vontades, ele sempre se deu melhor com ela. Então quando minha mãe falou que iria embora eu disse que ficaria, ela não fez questão apenas pediu que eu me cuidasse e se foi com meu irmão. Eduardo também não se importou com a decisão de ida do seu filho, pois o Allan estava indo para estudar, na verdade meu ex-padrastro praticamente empurrou ele para ir em busca dos seus objetivos - Ela riu - Eu já falei muito sobre mim, agora quero saber de você. - A encarei surpresa e engoli em seco.
- Ah...não há nada demais sobre mim. Tenho um pai e uma irmã, eles estão na cidade e...eu...eu...vim passar um tempo com a minha vó...
Olá! Obrigada por sua leitura.
Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo!
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