Capítulo 1
Impressionante como tudo pode acontecer em um curto período de tempo, antes eu estava a caminho de casa após um momento de diversão. Agora estou embaixo da chuva, no escuro da noite forçando meus olhos para ficarem abertos, o que era um trabalho quase impossível, pois doíam e as lágrimas que desciam me impediam de reconhecer o lugar onde estava.
Olhei para mim vendo meu corpo todo machucado e quase... nu. Instantâneamente as lágrimas ficaram mais grossas conforme as imagens apareciam em minha mente, a dor, o medo. Senti meu estômago revirar e ali mesmo vomitei, e após colocar tudo para fora olhei para o resto de alimento no chão molhado mas não senti ânsia pois naquele momento nada me fazia sentir mais nojo do que de mim mesma.
Ergui minha cabeça para o céu me deixando levar pela angústia, os pingos grossos da chuva caiam sobre meu rosto se misturando com minhas lágrimas. Pedi a Deus que me permitisse estar com ele mas talvez naquele momento Ele não me quisesse pois eu estava imunda. Então abaixei minha cabeça e chorei.
O vento gelado batia em todo o meu copo me fazendo encolher, estava escuro, e eu não sabia onde estava. Avistei minha roupas amontoadas em uma pedra e me levantei tentando ficar de pé mas meu corpo doía, era insuportável, mas mesmo assim não desisti precisava sair daqui antes que ele voltasse. Comecei a andar até as vestes e as peguei, e me vesti.
Olhava para todos os lados desejando não encontrar ninguém mas ao mesmo tempo pedindo para que alguém aparecesse e me tirasse desse lugar.
Já estava cansada demais, porém continuei sem parar por um segundo. E logo avistei minha casa. Não sabia que horas era, mas por não ter ninguém me esperando não era muito tarde.
Empurrei a porta, as luzes estavam apagadas, então já dormiam, felizmente. Subi para meu quarto e adentrei o mesmo. Karina dormia na cama. Corri para o banheiro e vomitei mais vez. Tentei respirar fundo, mas o que saiu foi um suspiro sôfrego acompanhado de um gemido. A lateral da minha costela doía. Lembrei dos chutes que levei, dos socos no estômago, do...
Apertei meus braços em volta do meu corpo, queria apagar minha memória, e impedi-la de voltar naquele momento.
Fitei meus braços cheios de marcas arroxeadas, um soluço escapou dos meus lábios quando mais uma vez flahs invadiam minha mente na medida que sentia um enorme vazio em mim, meus olhos ficaram marejados.
Abri o chuveiro sem ao menos tirar minhas roupas. Quando já estava bem molhada, as tirei ficando nua. Meu corpo estava cheio de marcas que demorariam a desaparecer, mas ao menos um dia deixaram o meu corpo ao contrário das marcas da minha alma que ficarão marcadas para sempre.
Peguei a esponja e passei por todo o meu corpo fazendo pressão para tirar as marcas, e as sensações dos toques repugnantes que ainda estavam na minha pele. O vermelho de faz presente causado pelo atrito da esponja com minha pele. Permiti que a angústia presa em minha garganta saísse em um grito esganiçado. Joguei a esponja e caí no chão sentada enquanto as lágrimas desciam se misturando com a água do chuveiro. Vi descer pelo ralo algo branco, algo vermelho. Fechei meus olhos quando senti um refluxo. Então mais uma vez vomitei, desejando que aquela sensação, aquela dor descesse também pelo ralo do banheiro.
- Karina, você esta ai? - Me assutei com a voz rouca do outra lafo da porta.
Engoli o choro e tentei estabilizar minha voz.
- Sim.
- Esperamos você para jantar, por que demorou tanto?
Apertei o punho fechado sobre minha boca sentindo o morninho das lágrimas em minha face.
- Desculpe.
Saio do banheiro e visto uma roupa limpa e seca. Olhei para Karina e minhas vistas voltaram a ficar embaçadas mas tratei de espantar as lágrimas.
No dia seguite fui a primeira a acordar como sempre. Passei pelo espelho e fiquei ali olhando meu reflexo por um tempo para depois buscar em minhas coisas, um pouco de base que ainda tinha em meio as maquiagens velhas.
Apliquei o suficiente em minha pele para esconder as marcas que um dia deixaram meu corpo. Mas infelizmente não apagaria o estrago em minha alma.
Era aniversário da minha irmã e eu queria está feliz. Queria comemorar seus 7 anos de vida. Mas o vazio que se alastrava dentro me impedia até mesmo de sorrir me permitindo a apenas esticar os lábios.
- O papai me deu de presente - ela ergueu um livro.
Li na capa "O pequeno príncipe". Era um bom livro para dar a uma criança, gostaria de ter ganhado um também.
Meu pai me perguntou sobre o bolo, eu demorei para responder, mas no final disse que por causa da chuva não seria bom traze-lo ou iria estraga-lo. Então ele mesmo o buscou pela manhã.
Um casaco me acompanhou dirante o dia inteiro. Estava quente, mas não estava incomodada com o tecido. Não. O que me invomodava eram meus pais ou minha irma me esquionando o motivo de eu esta com ele.
- Acho que estou com febre. Foi tudo o que disse.
Minha mãe pediu que tomasse remedio caso a febre aumentasse. Karina foi para a escola. O pai a levou.
Passei o resto da semana, apenas fazendo o necessário e depois voltando para meu quarto. Deitava na cama, tentava não lembrar, não sentir. Mas era impossível.
- Se não pode me levar então me ajude a suportar essa dor, Deus...por favor...
Murmurei mesmo não crendo muito que aquela altura Deus realmente me ouviria. Mas eu senti, senti que as coisas jamais voltaram ao normal.
Por que, a dor não passa, ela a muda. Aprendi isso após muito tempo.
Terminava de varrer a casa quando meu pai entrou na cozinha, senti seu olhar sobre mim mas nao.ergui minha cabeca para olha-lo.
- Hoje você leva a Karina a escola. - o Olhei.
- O senhor não pode leva-la?
- Você sempre fez isso Rebecca, não entendo por que não quer mais. Sabia que a Karina tem se queixando de você está indiferente com ela?
Apertei o cabo da vassoura e abaixei a cabeça. Ele entenderia se eu contasse? Me ajudaria? Me salvaria?
- Papai...
- Estou pronta! - Olhei para Katira que apareceu na cozinha. Talvez fosse um aviso para que eu não contasse.
- Rebecca levará você. - Afagou o cabelo da filha mais nova e saiu.
Observei a menina andando ao meu lado, ela tinha as mãos juntas na frente do corpo, e olhava para os pés. Certamente confusa ou chateada por ter impedido que ela segurasse minha mão, como faziamos. Estava me sentindo ainda pior.
Percebi que a menima olhava para o lado e sabia para onde.
- Está tarde. - Ela suspirou frustrada.
- Você está insuportável Rebecca! - Falou apressando o passo.
- Karina, me espere! - Ela não me deu ouvidos e continou andando mantendo distância de mim. - Karina!
Suspirei quando a vi entrando na escola e parei em meu lugar, engoli o nó que se formava em minha garganta e girei meu calcanhar para voltar. Andei o mais rápido que pude e fechei a porta quando finalmente passei por ela.
Era quase noite quando meu pai voltou para casa, eu e Karina já haviamos jantado então apenas fiz o prato de meu pai e coloquei sobre a mesa. Já banhado ele entrou na cozinha logo sentando a mesa.
No dia seguinte acordei com batidas na porta. Levantei olhando paea o lado e vi Karina domindo ao meu lado, e mais batidas. Abri a porta dando de cara com minha mãe.
- Vá a padaria e compre pão para o café.
A padaria estava lotada, era bem cedo o horário perfeito para se está aqui. A moça atendia todos sozinha, e fazia com um sorrisão estapado no rosto, e não tirava nem quando alguns clientes faziam cara feia e reclamavam de algo. Esperei que chegasse minha vez. E antes que isso acontecesse, senti aquele cheiro. Minha ganganta derrepente começou a trancar como se alguém a tivesse apertando com luvas de ferro. Suguei o ar com força, girando meu corpo querendo sair logo daquele lugar.
Meus pés me levavam, minha mente me afundava.
O ar parecia solido demais para chegar aos pulmões, minha vista já começava a embaraçar e escurecer. Olhei para os lados. Estava em uma ponte. Ouvi uma voz então tudo ficou escuro.
(...)
Tunt...tunt..tunt...
Abri os olhos, franzindo a testa por conta da luz branca. O odor hospitalar me fez perceber onde estava. Minha garganta estava seca e minha cabeça doía.
Sentei sobre a cama e retirei a agulha do meu braço. Puxei o fino lençol e coloquei meu pé direito para fora, depois o esquerdo. Minha cabeça girou mais continuei em pé.
A porta se abriu abruptamente e meu pai passou por ela a passos firmes, logo atrás o que parecia ser o doutor.
- O que acon...
Não consegui terminar, pois fui interropida por um tapa no rosto. Quando me vi já estava no chão.
- Como você explica isso?! - Um papel voo no ar e caiu em meu colo.
Ainda desnorteada peguei a folha e passei meus olhos umidos pelas letras. Arfei sentindo meu sague do corpo inteiro gelar, parecia que meus órgãos haviam esquecido como trabalhar. Não sei se meu coração batia. Se queria continuar batendo.
Era um exame de gravidez. Marcava positivo.
- Eu esperava tudo de você Rebecca, mas isso... - Ele riu obviamete sem humor e passou a mão pelo rosto respirando fundo.
- Papai...
- Não fale. Não abra a boca. Conversaremos em casa. - Sem me olhar ele saiu do quarto.
Comecei a chorar mesmo sabendo que havia alguém dentro do quarto. Desejei sumir.
Gravida.
Eu estava grávida. Uma gravidez indesejada, nojenta, totamente incorreta. Ergui minha não até minha barriga.
Um filho.
- E agora?
- Agora você se levanta desse chão. - ergui meu rosto fitando um homem vestido com um uniforne verde, não havia percebido que ele havia entrado e que o médico não estava mais no cômodo. - Depois...bem, eu lhe aconselho que depois tome um banho.
Funguei tentando me levantar, porém minhas pernas vacilaram me impedindo. Vi quando o enfermeiro avançou um passo e eu me encolhi.
- Não! Por favor... - Apoiei minha mão na parede e forcei meus pés, dessa vez conseguindo ficar de pé. - É verdade?
- Sim. Enquanto estava desacordada foram feitos alguns exames. Você precisa se cuidar, está com a glicose um pouco alta. E o seu peso está menor do que o esperado tendo em vista, que está com quase 6 semanas de gravidez. - Novamente minha mão pousou em minha barriga. Um gesto que não passou despercebido pelo enfermeiro que respirou fundo.
- Eu...eu posso ir embora? - Ele assentiu.
- Se cuide.
Passei pelos coredores do hospital afim de encontrar a saida, mas no final havia uma porta entreaberta e de lá saia uma risada infantil. Parei em frente a ela.
- Por que esta rindo filha? - Ouvi uma voz chorosa questionar.
- Quando... a-antes da cirurgia eu p-pedi a Deus que fosse feita a vontade dele mesmo...mesmo que eu ficasse triste. E...e eu estou muito, muito triste com a vontade d'Ele, e com raiva também. - A criança pausou. - Eu tô rindo, por que...por que mesmo sabendo que eu iria ficar chateado Deus não deixou de fazer o que Ele queria então... Não andar foi decisão d'Ele e eu confio que seja o melhor por que Ele sabe o que é o melhor para mim.
Caminhava pelas ruas no modo automático encarando os pés do meu pai a minha frente. A dor em seus olhos estava vivo em minha mente e fazia meu coração latejar.
Parei em frente ao portão de casa e repirei fundo antes de entrar. Ele entrou primeiro e quando o fiz também minha mãe apareceu desesperafa na sala vindo em minha direção perguntando o que havia acontecido. Não aguentei e comecei a chorar a deixando ainda mais preocupada.
- O que houve Edgar? - Ouvi meu pai respirar fundo.
- Ela desmaiou.
- Desmaio? Como assim? Você tem se alimentado Rebecca? - Questoinou a mim, a olhei em meio ao choro e assenti.
- Sua filha está grávida, Carla. - Olhos da mulher arregalaram-se.
- Gravida? - Sua voz saio em um sussuro. - Que tipo de brincadeira é essa, Edgar? - Meu pai virou de costas respirando fundo. - Hein Rebecca? Isso é verdade?
- Deixe-me explicar. - perdi e meu pai riu.
- Explicar? Explicar o quê? Que você agiu como uma...uma - Pausou - Pelo menos você sabe quem é o pai dessa criança Rebecca? - Ele me olhou. Aquela pergunta me fez estremecer e chorar ainda mais.
- Não é como pensa papai. - Mumurei em meio aos soluços.
- Ah não é? Então me diga como que engravidou? - Abaixei minha cabeça, as lembranças me fizeram quase engasgar. Me assustei quando meu pai me agarrou pelos ombros e me sacudiu - Pare com esse chororô e me responda direito Rebecca! Onde foi que eu errei co...
- Eu fui estuprada! - Vociferei em completo desespero e raiva, papai me soltou e incapaz de me manter em pé, desabei em seus pés.
Eles não falaram nada por longos segundos.
Meu corpo doia, minha cabeca doia, mas ambos não se comparavam ao meu coração.
- O que você fez? - a voz do meu pai se fez presente.
Juntei minhas sobrancelhas calando-me e o olhei.
- O quê?
- O que você fez para que um homem caisse em pecado, dessa forma Rebecca?
Não podia ser. Meu não estava insinuado que eu era a culpada. Fechei meus olhos e neguei com a cabeça. Isso não era real, nada disso era. Eu vou abrir os olhos, e eu estarei despertando de mais um dia vomo qualqiet outro. Faria meus afazeres. Eu sorriria.
Mas isso não aconteceu.
Enxuguei meu rosto olhei para minha mãe que estava com o olhar distante e encarando meu pai. O homem em que sempre depositei meu amor e orgulho. O homem que sempre cuidou de mim.
- Aquele dia que...- comecei sem desviar os meus olhos dos dele. -... o senhor me pediu para comprar um bolo para Karina. Eu fui. Não estava com roupas curtas, nem justas, não usava maquiagem nem salto. Quando voltava...- pausei engolindo em seco - Um homem, desconhecido, estava parado na esquina. Algo me disse para voltar, mas eu lembrei que minha irmã estava esperando pelo bolo, então continuei. Estava escuro não vi seu rosto. Ele...ele...me parou e...e... - Respirei fundo e retirei o casaco.
Apesar de ter se passado um mês, algumas marcas aindas persistiram.
- O senhor sempre foi um ótimo pai, mas nunca reparou muito em suas filhas. O senhor não percebeu que tinha uma filha morta em casa! Nenhum de vocês perceberam!
- Não invente desculpas para suas burradas Rebecca, isso não prova que foi um estupro. O que nos garante que não foi você que provocou?
- Edgar...- Minha mãe finalmente reagiu. - como pode dizer uma coisas dessas?
- Estou sendo realista. Por não nos contou, hun? - Eu não consegui falar, estava travava diantes das acusações feita por meu próprio pai.
Minha mãe se aproximou e segurou meu rosto.
- Vamos resolver esse problema. Suba e descanse.
Entrei no quarto rapidamente e Karina se levantou.
- O que aconteceu?
- A culpa é sua! - Ela recuou quando me aproximei- Toda essa merda está acontecendo por culpa sua. Sua Karina! Eu odeio você! - Virei correndo para dentro do banheiro - Eu me odeio... - Sussurei para mim mesma afundando meu rosto em meus joelhos.
- Me desculpe. - escutei uma voz chorosa do outro lado da porta.
Ela não me devia desculpas, até por que ela não tinha culpa. Só descontei minha raiva nela. Eu precisava disso, me certificar que meu pai estava errado, que a culpa não era minha. Não apenas minha...
Permaneci dentro do banheiro durante um bom tempo. Quando finalmente senti que poderia sair levantei do chão e adentrei o quarto, não sentia sono então decidi fazer algo que a muito tempo não fazia. A beira da cama me ajoelhei juntando as mãos. Fitei a menina que dormia e logo após respirei fundo fechando os olhos.
- Há quanto tempo não ouço a sua voz Deus. Por acaso esqueceu de mim? Eu sei que tem nuito filhos a olhar, mas não pode me ver também? Justo agora que mas preciso de ti?
Chorei baixinho para não acordar minha irmã. E então adormeci, ali mesmo, no chão frio.
- Rebecca? - abrios olhos. - Por que está ai no chão? Está frio, venha para cama.
Juntei minhas sobrancelhas confusa. Já era dia?
- Ainda é madrugada - Karina me respondeu como se tivesse lido meu pensanento - Venha.
Me arrastei até a cama e deitei, senti quando o cobertor quente entrou em contato com meu corpo quente e eu quis me enterrar ali pra sempre.
Os dias se arrastaram. Meu pai mal olhava na minha cara, me respondia curtamente e me dava as costas e quando precisava de algo, pedia como se eu fosse algum tipo de alienígena ou algo do tipo. Me sentia uma estranha dentro da minha propria casa.
Contudo, ontem minha mãe apareceu no meu quarto enquanto eu lia no livro da minha irmã. Ela disse que iriamos no medico hoje. Eu não questionei, apenas a segui como um zumbi.
- Bom dia - Falou o mesmo doutor daquele outro dia.
- Algum problema? - Perguntou direcionamento seu olhar para mim.
- Dr. Bruno, o senhor sabe o que aconteceu com a minha filha - Ela afirmou levemente. Como assim ele sabia? - Sabe também o quão dolorido é para ela essa gravidez. Então...quero marcar para tirar o feto - Olhei para ela surpresa. Abortar? - Será possível?
- Em casos como o dela é permitido o procedimento, mas eu preciso saber de você, Rebecca. Está de acordo?
Na escola era comum esse tipo de debate, além de em outros lugares também. Do que é o certo e o errado, acredito nas razões que levam ao aborto, nesse momento eu realmente tenho que pensar com clareza. Embora, tenha uma parte daquele homem se formando em mim, não posso deixar de lembrar que há uma parte de mim também, sem contar que está em mim. E é meu.
- E-Eu... - Olhei para minha mãe e ela balançou a cabeça me incentivando a concordar. Fechei os olhos respirando fundo e afirmei para o doutor. Se houver uma chance das coisas se resolverem e voltarem ao normal eu me agarrarei a ela.
- Há dois tipo, o aborto cirúrgico e o medicado. E levando em conta que sua filha está com a gravidez avançada, o procedimento mais adequado seria o cirúrgico. Vocês precisam assinar alguns papéis e quando ela completar o quarto mês de gestação vocês retornaram para realizarmos o procedimento de aspiração.
- Espere! Quarto mês? - Questionou minha mãe.
- Sim, o aborto por aspiração só é realizado após 16 semanas de gestação.
- E o outro?
- Bom, a pílula abortiva é recomendável para o início da gravidez, mas como eu disse, após ingeri-la as cólicas e sangramentos aparecerão e durarão por mais de uma semana até que o aborto seja concluído.
- Então será essa! - Arfei incrédula. As bordas dos meus olhos já estavam cheias.
- Como disse esse procedimento só é seguro no início da gravidez, senhora e pelo que consta, Rebecca está entrando para o terceiro mês. Não irá demorar. - O doutor me olhou de um jeito estranho e depois desviou.
Mamãe concordou, despediu do doutor com um aperto de mão virou para mim apontando para a saída. Eu levantei mas não estava sentindo minhas pernas, estavam dormentes. Minha mãe foi direto para o trabalho e meu pai veio me buscar, eu seguia seus passos em silêncio até atravassarmos o portão, quando entramos em casa tentei ir direto para o quarto, mas ele me pediu oara lhe preparar um chá.
Chá de camomila, acalma os nervos, então, bebi uma xicara mesmo não gostando muito.
Enquato lavava os copos na pia, meu pai entrou na cozinha, ele me chamou e eu me virei para olha-lo e então ele fez o que eu não imaginei que aquela altura ele faria.
Me abraçou.
E eu chorei.
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