XV - A arte de viver
Após uma longa conversa com o psicólogo, Christopher voltou para casa transformado; de um jeito que nem a pessoa mais próxima dele, que é a sua amada mulher, conseguia reconhecê-lo. Pediu perdão por tudo o que lhe fizera, pois o perdão é a chave para abrir cadeados, desfazer laços quebrantados e restaurar a paz. Perdoou primeiramente a si mesmo, por tudo o que proferiu, para então pedir e receber o perdão. Ashley, como uma indulgente esposa, aceitou seu sincero pedido de desculpa e também lhe pediu perdão por tudo o que houve.
A cada dia que se passava, Christopher estava se acostumando com a ideia de ser pai. Nos primeiros meses de gestação, já conseguia ouvir os chutes que o bebê dava dentro da barriga da mãe. Era uma sensação maravilhosa e perplexa saber que existia uma vida dentro de sua companheira. Houveram divertidíssimos momentos antes da chegada do neném, como o chá de bebê, chá de fraudas e o principal de todos: o chá revelação; onde Ashley pediu para o médico que estava acompanhando sua gravidez, contar a uma amiga sua o sexo do bebê. Como Christopher e Ashley gostavam de azul e roxo, respectivamente, encomendaram o bolo com essas cores. Durante a comemoração, depois de várias tentativas tentando adivinhar o sexo do bebê, os convidados estavam divididos, inclusive os próprios pais; a mãe gostaria que fosse menina e o pai queria que fosse um menino. A amiga de Ashley encheu um balão branco, escrito: "Ele ou ela?", enfeitado com pontos de interrogação azul e roxo. Na hora em que ambos vendados estouraram o balão, tiveram uma enorme surpresa: caíram confetes azuis, ou seja, ERA UM MENINO! Os pais corujas estavam ansiosos com a chegada do bebê. Decoraram um quarto inteirinho só para ele. Entretanto, ainda faltava uma coisa: o seu nome. Após um tempo, com muitos dando suas sugestões para o nome, eles entraram em consenso.
Em um lindo e radiante domingo, com nove meses de gravidez, Ashley já estava esperando o nascimento de seu bebê. Seus pais a convidaram juntamente com Christopher para almoçarem lá. Quando estava prestes a sair de casa, Ashley começou a sentir fortes dores, e percebeu que a sua bolsa havia estourado. Suplicou a Christopher, que estava no banho, para irem correndo ao hospital.
- Ueee... Ueeeee - Chorou Rayan pela primeira vez.
- Bem-vindo meu pequeno príncipe. Mamãe te ama muito! - Expressou-se, Ashley.
- Seja bem-vindo filho. Espero que você traga luz a este mundo cheio de fúria e horror. - Disse-lhe Christopher, que caiu em prantos.
Nunca houve um estonteante brilho em seus olhos. Rayan abalou seu coração de uma forma esplêndida; trouxe consigo uma força vital que conseguiu atrair de volta a sua estabilidade emocional e psíquica, motivando-o a ser cada vez mais uma pessoa melhor perante todos a sua volta. As Janelas Killer já não faziam mais parte de seu ser. A sua aura restabeleceu-se completamente. Felicidade? Tinha de sobra. Ao refletir um pouco sobre sua longa trajetória, lembrou-se do trabalho que seu antigo professor lhe passou, e percebeu que mediante às circunstâncias em que estava vivendo, havia aprendido muito com a pergunta do trabalho, e só agora percebeu o sentido dela. Se hoje lhe surgisse essa pergunta novamente ("Quem decide o futuro? As escolhas que fazemos ou as decisões que não tomamos?"), ele responderia:
- Tudo na vida é feito através de escolhas, ou você escolhe o seu próprio destino, ou a vida escolhe por você. Decisões são feitas mesmo sem o seu devido consentimento, pois são essenciais para a sucessividade humana.
Sendo assim, mesmo quando não teve nenhuma atitude em fazer suas próprias escolhas, Christopher estava deixando a vida tomar as rédeas por si. Percebeu que deixar de tomar decisões era arriscado, e fazê-las podia dar errado, mas era fundamental para o trajeto de sua vida. Porém, a vida não é perfeita, e entendeu bem isso. Errar é humano, persistir no erro é burrice.
Dali em diante, estava fazendo de cada momento único em sua existência, tornando-os especiais, pois a vida é um sopro, se morresse hoje, morreria feliz desfrutando de cada momento que a vida lhe proporciona e já proporcionou. Indubitavelmente, estava lidando com os diversos problemas que surgiam, ao lado de sua maravilhosa mulher, e de seu recém-nascido filho. A conexão com ele mostrou-se aguerrida, fruto de suas experiências. Agora tinha muito a ensiná-lo. Antes, não queria tê-lo, mas, percebeu que ele trazia um sentido a mais à sua vida, e não queria largá-lo nunca mais.
FIM!
Espero que tenha gostado do livro. Se gostou, conte-me o que mais lhe chamou atenção. Se preferir, pode ir no privado e me contar mais detalhes.
Atenciosamente, Lucas Thialy.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top