Capítulo 47

Desço a escada correndo. Do lado de fora o vendo estava frio, mas nada desagradável. Procuro por Oliver ao longo do caminho a minha frente. Não o vejo. Decido contornar a cabana. Se ele queria tomar um ar, o lago seria o lugar perfeito para isso.

E lá está ele, sentado no velho balanço de madeira, pendurado em um dos galhos grossos da árvore à margem do lago. Seus olhos contemplam a água calma, enquanto seus dedos brincam com algo. Mas posso apostar que sua mente também não está ali.

Aproximo-me devagar.

— Não acha que está um pouco velho para ficar sentado em balanços?

Assustado, Oliver vira a cabeça em minha direção, mas logo sorri sem mostrar os dentes.

— Tenho apenas 26 anos. Ainda sou jovem, senhorita Green.

— Se você diz... — passo por ele, parando na beira do lago.

O reflexo da lua na água escura deixa um belo rastro de luz branca, responsável por iluminar o local onde estamos. Escuto os pés de Oliver em contato com as folhas secas. Ele para ao meu lado, também admirando a paisagem diante de nós.

— Me desculpe pelo que aconteceu lá dentro.

— Está tudo bem! — digo com sincero.

Não faço ideia do que passava na cabeça de Oliver enquanto ele estava na cabana, mas podia imaginar que seria algo semelhante ao que se passava na minha.

Permanecemos em silêncio. O som do vento chicoteando as folhas das árvores; o fraco movimento das águas; os insetos ao redor; e nossas respirações pesadas.

Começo a ficar nervosa, mas junto coragem para questioná-lo. Afinal de contas, tinha vindo até aqui para isso.

— Foi a primeira vez que veio aqui, depois... Depois daquela noite?

Ele demora um pouco para responder, mas quando fala, a voz está calma.

— Na verdade não. — viro a cabeça em sua direção. Ele faz o mesmo. — Após sua partida para Londres, eu vinha todas as noites. Às vezes vinha durante o dia também. Tudo aqui me lembrava você. Me lembrava nós. — sorri com a lembrança. — Mas hoje... Hoje foi um pouco diferente.

— Por favor, me conte mais. — peço, quando ele volta a ficar em silêncio.

Oliver fita o lago, ainda pensativo.

— Naquela época eu pensava que tinha te perdido de vez. Pensava que nunca teria você em meus braços novamente. Que jamais poderia viver aquela noite outra vez. Que todos os sonhos e promessas tinha se dissolvido. Então todas as vezes que eu vinha, ficava lembrando de tudo. Cada toque, cada carícia, cada beijo, cada promessa... — engulo em seco quando nossos olhos se encontram. — Mas hoje, você está aqui. E sinceramente, ficar trazendo à memória tudo o que aconteceu entre nós, nesta mesma cabana — aponta para a casa atrás de nós. —, não é nada prudente.

— Eu te entendo. — digo em um sussurro, mirando seus lábios.

— Olha! — ele vira o corpo, ficando de frente para mim. — Eu não queria ter essa conversa com você, desta forma. Queria que fosse especial. Na verdade, eu planejei algo especial para este fim de semana. — ele segura minhas mãos. Consigo ver os olhos brilhando através da luz do luar. — Mas nada que diz respeito a nós dois, aconteceu da forma que esperávamos, não é mesmo? — assinto, sentindo o estômago embrulhar.

Oliver dá um passo em minha direção. A mão esquerda vai da minha mão ao meu pescoço. O polegar roçando minha clavícula em uma carícia lenta. Fecho os olhos aproveitando o carinho.

— Alice... — permaneço de olhos fechados. — O que você faz comigo, Alice? Nove anos se passaram desde o dia em que descobri os meus reais sentimentos por você. Nove anos se passaram, e o meu coração continua sendo completamente seu. — abro os olhos com emoção, sendo atraída por seus orbes verdes acinzentados. — Nenhuma outra mulher conseguiu ocupar os meus pensamentos como você! Eu penso em você quando acordo, desejando que estivesse ao meu lado todas as manhãs. Penso em você quando estou trabalhando. Na reunião mais monótona, você aparece em minha mente, com o seu sorriso perfeito, me fazendo sorrir também. Em todos os planos e sonhos, lá está você, desfrutando de todos eles comigo. — ele alarga o sorriso. — Quando estou com a Bonnie, com a nossa filha...

A outra mão vai para a minha face também. Oliver segura o meu rosto com toda delicadeza, como se eu fosse quebrar a qualquer momento.

— Apesar de ter sido daquela forma, descobrir que eu era o pai da sua filha, pai daquela garotinha incrível, foi uma das melhores notícias que recebi em minha vida. Quando descobri que teríamos uma ligação para a vida toda, a esperança ressurgiu em meu coração na mesma hora. E todas as vezes que estou com a Bonnie, o que mais desejo é ter a mãe dela ao nosso lado. É formar uma família com a mulher que eu amo.

Oliver enxuga minhas lágrimas irritantes com os polegares. Um soluço sai dos meus lábios, mas isso não o intimida.

— Alice, eu te amo, como nunca amei ninguém! Eu te amo com cada célula do meu corpo! Eu não imagino a minha vida ao lado de outra mulher, se ela não for você! Então, por favor, seja minha de uma vez por todas! Me diga "sim" mais uma vez! — para a minha surpresa e espanto, Oliver retira uma Aliança do bolso da calça e se põe de joelhos. — Case comigo, Ali!

Sem pensar duas vezes, ajoelho-me diante dele. Não desconecto nossos olhos. Meu coração bate tão acelerado que mal consigo ouvir outra coisa. Ainda assim, sou capaz de abrir um sorriso e sussurrar a palavra que ele tanto deseja ouvir.

— Sim! — assinto com a cabeça. — Sim, Oliver! O meu sim sempre foi e sempre será para você! — jogo-me em seus braços, quase nos derrubando em meio às folhas secas.

— Eu te amo tanto! — ele aperta minha cintura com força, antes de se afastar para pegar minha mão esquerda, e colocar a aliança de noivado no anelar. — Obrigado, meu amor! — seus olhos também estavam marejados. Seguro seu rosto entre minhas mãos.

— Eu também nunca deixei de amar você, Olie! Nunca! — acaricio sua bochecha.

Quando estava prestes a puxar o seu rosto contra o meu, Oliver me puxa pela nuca, finalmente selando nossos lábios outra vez.

E como eu bem me lembrava, beijá-lo era uma das melhores sensações que já tinha experimentado em minha vida. Uma mistura de calmaria e combustão que ardia em meu interior. No entanto, diferente da última vez, assim que o beijo começou a esquentar, e o desejo começou a se tornar perigoso, Oliver se afasta depressa, mas sem deixar de me olhar.

O sorriso bobo estava ali. Ele estava feliz. Eu estava feliz.

— Eu quero te pedir outra coisa. — suas mãos seguram as minhas novamente. Ele deposita beijos castos em cada uma. — Diante de tudo o que aconteceu em nosso passado, e de tudo o que contei a você, acho melhor não fazermos isso novamente. — ele toca os meus lábios. — Não até nos casarmos. Eu conheço meus limites, Alice. Sei o quanto te desejo, e o quanto quero fazê-la minha novamente. Se dependesse de mim, o faria aqui, agora mesmo. — meus olhos se arregalam e o rosto inteiro queima. — Não me entenda mal, por favor! Digo isso para que você entenda a seriedade do que estou te pedindo. Desta vez iremos fazer tudo da forma correta. Somos dEle. E nosso relacionamento também é.

— Ok! Eu concordo com você. — consigo dizer.

— Ótimo! Mas não se preocupe, assim que voltarmos para Londres, já irei agilizar as papeladas para o casamento. — ouvir tais palavras me fizeram chorar novamente. Oliver acaricia meu cabelo com uma das mãos, e com a outra enxuga as lágrimas. — Eu sei que da última vez as coisas não deram certo. Mas eu volto a repetir: eu não vou te perder mais uma vez! Não importa o que aconteça, Alice. Nós iremos nos casar. Você será minha, eu serei seu e Deus será o nosso alicerce!

— Amém! — apoio minha testa na sua. — Amém!

>>>><<<<

Gente, demorei para publicar esse cap, pois não estava ficando satisfeita com essa última parte. Tanta coisa acontecia durante o dia, e eu precisei parar varias vezes. Isso só piorou a situação. Só consegui terminar agora. Não sei exatamente como ele ficou, minha mente está exausta, mas decidi publica-lo, pois dei a minha palavra a vocês. Espero que tenha ficado emocionante, de verdade. 🥹💓

Obs: As emoções estão só começando 😬

Att.
NAP 😘

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