Capítulo 07
- Algum problema Yuri? - Ian pergunta encarando-o diante de nós.
- O que fazes aqui?
- No seu quarto? Falo com o Igor, o nosso irmão, tanto quanto sei esse quarto também é dele enquanto ele estiver aqui. - Disse, a sua voz era serena e pausada.
- Agora já o aceitas como teu irmão?
- Eu aceitei-te a ti e ao Noah não foi? - Vejo o Yuri cerrar os punhos. - Se estas tão incomodado com o uso do seu quarto peço ao papai que mude a cama do Yuri para o meu quarto e problema resolvido. - Fala seguindo até ele rumo a porta, parou ao lado do Yuri e tocou os seus ombros. - Somos crescidos demais para disputar a atenção do nosso irmão mais novo, isso é valido também para os ciúmes. - Disse e deixou o quarto deixando-nos a sós, deixando-me com ele.
Vejo-o seguir até mim, preparo-me mentalmente para receber o seu soco ou qualquer outra forma de agressão quando nada chegou, ele simplesmente passou por mim em direção a sua cama, aonde se deitou, fiz o mesmo seguindo para a minha cama, me deito e apago as luzes encarando o teto, as coisas aqui eram totalmente diferentes de Nova York, diferente de quando ele estava vivo, ele sempre me ensinou a lutar pelo que acredito e nunca baixar a cabeça para ninguém, nunca me senti tão aberto ao que eu sou como agora, como acontece com eles, cada ação, cada atitude, cada toque, estou a criar expectativas de coisas que nunca poderam acontecer, não com eles.
- Queres trocar de quarto? - A sua pergunta subita, atrai a minha atenção, viro-me para a sua cama para ter certeza que era comigo que ele falava.
- A pergunta é para mim?
- Tem mais alguém aqui? - Pergunta sarcastico, sendo tão desagradável como sempre, reviro os olhos. - Não vai responder a minha pergunta? Quer trocar de quarto?
- Porquê o subito interesse no meu bem-estar?
- Vai responder ou não?
- Não - Indago. - Não te preocupes que eu não fiquei traumatizado com seu show, tenho que arcar com as consequências de teres a necessidade constante de enterrar o seu pau em qualquer buraco.
- Eu comi ela na sua cama, vê bem se não esta suja de porra viado desgraçado. - Me sento ligando o abajur.
- Você não pode estar a falar a sério? - Pergunto vendo-o cruzar as mãos atrás da cabeça dando-me uma visão perfeita dos seus biceps, tinha uma tatuagem no direito, uma frase qualquer que eu não conseguia identificar, vejo-o sorrir, arqueando uma das sobrancelhas.
- Duvida de mim? - Ele fez! Droga que nojo, na minha cama isso é sacanagem.
- Eu tenho nojo de você idiota. - Levanto-me olhando o lençois da cama, procurando rastros daquela cena. Os lençois estavam limpos, sento-me na cama encarando-o deitado na sua. - Nada engraçado você. - Ele dá de ombros eu me deito e aconchego-me as almofadas quando entre elas sinto, um tecido diferente, mas elástico e oleoso, tiro a mão rezando para que não fosse o que eu penso que é. Vejo a camisinha usada entre nas minhas mãos, bufo de ódio e raiva vendo-o sorrir de mim, jogo aquela coisa nojenta em sua direção.
- Não gostou do meu presente? - Perguntou debochando de mim. - Não quer sentir o meu cheiro nela?
- Seu doente. - Falo ouvindo a sua gargalhada divertida. Ele estava rindo da minha cara.
- Pensa bem, nunca estarás tão perto da fonte como agora. - Disse, eu mostrei-lhe o dedo do meio,
bufo de raiva trocando a posição dando-lhe as costas, idiota, não sei porque esforço, imagens daquela cena pornográfica que presenciei a minutos atrás, surgem na minha mente, trazendo consigo a ância de vômito, vendo bem, ela era a mesma garota que ele beijava hoje cedo no pátio, sobre os olhares atentos e nada discretos do Josh, e fiquei a saber aonde e como acabou aquela enrolação toda. Isso não me interessa em nada, desde que seja longe da minha cama, por mim ele pode comer quem ele quiser, mas ele o fez aqui, na minha cama e isso eu vou cobrar caro.
******
A minha cara estava horrivel na aula de projecto, não consegui pegar o olho a noite toda e acabei dormindo no chão, fique puto ao ser acordado por um Yuri sorridente, que não se preocupava em não demonstrar o seu deleite com a minha situação.
Hoje vim a universidade com o Noah, a conversa foi como sempre, divertida, em momento algum ele tocou naquele assunto, isso me desanimou um pouco, queria realmente dar continuidade a nossa conversa, queria senti-lo tão perto de mim como naquele momento, o cheiro do seu perfume amadeirado e doce, mas ele não tocou. A aula terminou marcando o horário de almoço, seguia pelo corredor em direção ao refeitório, tentando arrumar as minhas coisas na pasta, quando esbarro numa parede que sem duvida alguma não devia estar ai, as minhas coisas vão ao chão assim como as dele.
- Droga, me desculpa por isso. - Digo me baixando para pegar as minhas coisas ele faz o mesmo.
- Eu desculpo sem problemas, se me der o seu número de telefone. - Ergo o rosto encarando o seu, os seus olhos verdes, penetrantes atrairam logo a minha atenção, outro negro de olhos claros, tinha a cabeça raspada, o seu rosto me era familiar, vejo o sorriso surgir no seu rosto. - Me encarando desta forma eu fico sem jeito.
- Desculpe. - Digo olhando o chão, termino de recolher as minhas coisas e me levanto assim como ele sem conseguir encarar o seu rosto.
- Então...
- Então? - Pergunto, sinto a sua mão tocar o meu rosto erguendo-o para o fitar. Coro com o seu acto.
- Vai me dar o seu numéro? - Pergunta.
- Não, eu nem te conheço. - Digo afastando a sua mão do meu rosto. - Eu preciso ir, tenho coisas para fazer. - Passo por ele apressado, no final do corredor paro olhando para trás vendo-o lá no mesmo lugar me encarando, piscou-me o olho e eu sorri, vendo outro surgir no seu rosto, retomo o meu caminho em direção ao refeitório. Pego a minha comida e me sento com o Josh e a Sarah.
- Oi. - Digo.
- Oi. - Diz Sarah e Josh solta um murmurio inaldivel, pensativo, encaro a Sarah buscando alguma explicação. - O Matt, ele pediu transferência para esta universidade, penso que isso é suficiente para justificar o clima de enterro.
- Já começou?
- Provavelmente amanhã. - Encaro o Josh que parecia distante, eu entendo que ele esteja chateado com o irmão, mas será realmente apenas por ter revelado o que ele é? Ou há algo mais?
- Eu encontrei uns nudes do Yuri hoje nas coisas dele. - Chuto vendo as suas esmeraldas recuperarem o brilho me olhando cheios de expectativa e desejo. Sarah me fita de olhos arregalados.
- Aonde está esta obra de arte divina? - Pergunta e eu rio.
- Não existe. - Digo sorrindo, esquivando-me da ameaça de agressão do Josh.
- Sua bicha, acabaste de quebrar um dos mandamentos sagrados.
- A é, e qual é? - Pergunto risonho.
- Não brincar com os frutos de desejo de uma bicha igual. - Ele diz e vejo Sarah quase cospir o seu suco de goiaba.
- Meu Deus, aonde você vai buscar essas coisas Josh? - Pergunta sorrindo limpando o rosto com o guardanapo.
- Sou eu que crio. - Diz sorrindo. - Mas falando sério se encontrares uma destas não esquece de mim, eu dou o mundo pra você em troca, imagina só que visão, eu tenho a certeza que ele é peludo. - Me fita espectante.
- O que foi? - Pergunto.
- Desembucha, ele é ou não, sei que já o deves ter visto sem os trajes de cima. - Disse, se soubesses que eu já vi muito além dos trajes de cima.
- Tem alguns pelos. - Digo.
- Chega. - Disse Sarah. - Vamos mudar de assunto não estou a fim de ter que ajudar outra vez a esconder a droga da sua ereção Josh. - Recebeu um tapa no ombro dado por Josh, ela fingiu dor e indignação. - Como estas com a matéria? Daqui a alguns dias começam os exames.
- Peguei algumas com o Ian, mas preciso de outras, será que podes dar-mas? - Vejo-a assentir.
- Claro, há também alguns trabalhos valendo notas, se quiseres podemos formar dupla e fazê-los juntos. - Propôs.
- Seria otimo.
- Então esta combinado, depois combinamos os dias para estudar e fazer os projectos. Devias tentar pegar mais algumas coisas com o Ian, ele é o melhor da nossa classe, e segundo alguns professores um dos melhores alunos do curso.
- Realmente, ví alguns projetos e plantas no seu quarto, os seus traços e projeções são incriveis.
- Sim.
- Apolo, vadia eu preciso ir. - Diz Josh erguendo-se. - Tenho estágio na clínica hoje, além disso há um paciênte gato, que quer me fazer por em causa as relações médico e paciênte. - Disse sério e nós o encaramos estarecidos. - Falamos depois.
- Tudo bem.
- Ele falou sério?
- Os anos me ensinaram a não duvidar do Josh, admito que esta também me pegou de surpresa, de onde ele tira isso? - Eu o vejo se afastar quando ao longe do outro lado do refeitório sentado em uma mesa vejo a ruiva, que estava no banheiro com o Yuri.
- Quem é? - Pergunto para Sarah que segue o meu olhar.
- Lila Kunnis, do curso de fisioterapia, esta na mesma turma que o Yuri, e trabalham juntos também na academia.
- Sabes aonde é esta academia? - Pergunto com uma possivel ideia surgindo na minha mente. Sarah assente, passando-me o endereço.
- Porquê a curiosidade? Sei que não tens interesse nela, então ela deu em cima de você?
- Vi-a semi-nua no meu quarto. - Vejo os olhos dela se arregalarem em surpresa.
- Não?
- Sim, com o meu irmão mais velho. - Sarah fita-a outra vez e volta-se para mim e juntos começamos a rir. Depois do almoço tive outra aula e no seu termino peguei um taxi em direção a academia.
Era um edificio enorme, muito bonito, varias pessoas entravam e saiam, sigo para dentro no seu terreo ficava a recepção dirigi-me até lá.
- Olá.
- Olá, em que posso ajudar?
- Quero inscrever-me na vossa academia. - Digo.
- Que bom, aguarde um momento que eu trato da sua inscrição. - Vejo-a sentar-se tomando o seu computador, os seus dedos hábeis digitavam a minha ficha de identificação. - Senhor, de-me por favor a sua identificação. - Ela pedi e eu o faço. Ela a analisa e digita os dados. - Sr. Devis, já se encontra inscrito no nosso sistema. - Olho-a surpreso. - O Noah pediu que o incluissemos no pacote da familia Adams assim como a sua mãe.
- Desde quando?
- Ontém. Preciso apenas que assine aqui, e já pode fazer uso de todos os nossos serviços. - Ela fala e eu ainda surpreso assino o documento. Ela entrega-me uma chave. - É a chave do seu cacifo nos balnearios lá encontrará as suas roupas de treino, vou indicar um dos nossos profissionais para atendê-lo.
- Poderia por favor ser o Yuri Adams se estiver em serviço? - Vejo-a checar alguma coisa no computador.
- O Yuri tem algumas sessões agendadas para hoje, mas esta livre neste momento por pelo menos duas horas, então sim, pode ser ele. - Sorri.
- Obrigado, e quando estiver a falar com ele não diga que sou eu por favor.
- Tudo bem, seguindo por estas escadas, vire a esquerda e encontrará um corredor que o levará aos balnéarios para se trocar.
- Sim... - Despeço-me dela e sigo as suas indicações, assim que subo o lance de escadas vejo-me num espaço grande com varias máquinas de treino, de todo o tipo, de cardio, musculação e outras, o lugar estava cheio, muitas pessoas acompanhadas dos seus treinadores e outras que não faziam uso daquelas máquinas, sigo o resto do trajecto para os balneários, procuro pelo cacifo 32 e o encontro, abro-o, dentro dele havia uma sacola, abro-a e dela tiro o meu fato de treino e um bilhete, abro-o.
" Eu não acho que seja uma perda de tempo você conhecer a academia, apesar de gostar do seu corpo como ele é.
Noah"
Sorri, nota mental, não esquecer de agradecer ao Noah. Pego as minhas roupas e ali mesmo me troco, substituo a minha calça e camisa por um t-shirt colada ao meu corpo e um calção leve e arrejado, termino de calçar os tenis quando o vejo entrar nos balnéarios, os seus olhos negros me olham surpresos.
- O que fazes aqui?
- O que mais se faz em uma academia além de exercitar o corpo, em busca de uma vida saudável? - Pergunto debochando dele, vejo-o se aproximar.
- Você entendeu muito bem a minha pergunta, esse é o meu trabalho o que fazes aqui?
- Eu já respondi irmão, agora trate de fazer o seu trabalho pois tens duas longas horas comigo. - Falo cruzando os braços sobre o peito, salto para trás quando ele soca um dos cacifos amolgando-o com a marca do seu punho.
- Você esta criando algo que depois não poderás controlar. - Adverte.
- O seu rancor, acho que posso aprender a lidar com ele. Agora só faça o seu trabalho. - Digo seguindo para a saida passando por ele quando o sinto segurar o meu braço.
- Quer jogar comigo, muito bem, vamos jogar, mas este é um jogo perigoso e eu odeio perder.
- Então já somos dois. - Digo me desinvencilhando do seu aperto seguindo para fora dos balnearios com um largo sorriso estampado no rosto.
Vamos ver quem irrita quem no fim das contas.
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