Capítulo 02
Desço as escadas sentindo a infusão de aromas despertar o meu estomago, minha mãe, Rodolfo e os rapazes estavam todos a mesa, ninguém comia, provavelmente esperando que eu me juntasse a eles.
— Finalmente! — Ouço a voz de Yuri, ignoro-o.
— Bom dia, desculpem a demora. — Digo sentando-me ao lado da minha mãe, que sorri em comprimento. Yuri e Ian estavam diante de mim, ao meu lado estava o Noah.
— Bom dia Igor, como foi a noite? — Pergunta minha mãe e eu desvio o olhar para o meu mais novo irmão, que me olhava com a mesma firmeza.
— Boa. — Minto vendo-o sorrir de cato servindo-se de um copo de suco de laranja.
— Como ontem eles não poderão estar aqui, quis reunir-nos no pequeno almoço. — Vejo o Rodolfo sorrir tomando para si a mão da minha mão acariciando-a com carinho — Meninos vocês já conhecem a Emy, sabem que nos amamos e futuramente nos casaremos. Em breve, não, já somos todos uma família, ganhei mais um filho e ela três, espero seriamente que tudo corra bem e possamos todos ser uma bela família.
— Seremos papai. — Disse o Noah ao meu lado, Ian mantinha o rosto fechado me encarando fixamente desvio o olhar dos seus, ele era realmente estranho.
— O Igor começa as aulas amanhã, na mesma universidade que os trés, espero que o ajudem a se adaptar, ele vai cursar arquitetura, como tu Ian.
— Que bom. — Disse curto. — Já nos apresentamos e já nos conhecemos, se era apenas isso, eu preciso voltar para o meu quarto, tenho trabalhos por terminar. — Sem esperar qualquer permissão ergue-se da mesa seguido em direção as escadas.
— Eu preciso ir também. — Disse Yuri. — Estou atrasado para o trabalho, mais uma vez seja bem-vinda a família Emy. — Vejo-o sorrir para a minha mãe e me surpreendo por tal atitude, esse rapaz que eu vejo agora, não se parece em nada com o de minutos atrás no quarto, os seus olhos negros me fitam e eu sinto um frio percorrer o meu corpo. — Tu também Igor, seja bem-vindo a família. — Não sei porquê mas senti um tom de deboche nas suas palavras.
— Obrigado. — Indago vendo-o erguer-se deixando a mesa.
— E eu que pensei que teríamos um dia em família.
— Deixe os meninos, eles têm os seus afazeres, não devemos impôr a nossa vontade acima da deles. — Diz minha mãe.
— Tu também vais sair Noah? — Pergunta Rodolfo, Noah para a trajetória das uvas que levava a boca.
— Ia, mas decidi fazer companhia ao Igor se ele quiser posso mostrar-lhe a cidade. — Propõe e eu o encaro surpreso.
— Claro! Seria ótimo na verdade.
— Um em três, não digas nada aos teus irmãos mas és o meu favorito. — Fala.
— Isso eles já sabem. — Responde e nós sorrimos, Noah era divertido, parecia querer aproximar-se, e realmente me fazer sentir em casa e eu o agradecia por isso. Eu queria que as coisas realmente dessem certo pela felicidade da minha mãe e pelo menos com essa abertura da parte dele eu poderia ter esperanças de que tudo iria se ajeitar. O pequeno almoço correu com total normalidade, Noah voltou para o seu quarto e combinamos sair a tarde, também conheci a Olga, uma mulher amável, que cuidava da casa, era muito divertida, alertou-me sobre as bagunças do Yuri, que já era um hábito.
Precisava do cronograma de aulas da universidade e só havia alguém que me podia fornecer, o meu irmão mais velho e possível colega de sala. Estava hesitante diante a porta do seu quarto, respiro fundo e ignorando qualquer hesitação bato na porta, que em alguns segundos é aberta por ele.
— O que você quer?
— Estamos a fazer o mesmo curso, a universidade é nova e eu não sei nada sobre as matérias, cronogramas de aulas ou trabalhos, queria saber se me podias situar com relação a tudo isso. — Pergunto, não esperava uma resposta positiva vinda dele, mas não perdia nada tentando, afinal dividiríamos a mesma casa e eu precisava tentar ter com ele uma boa relação.
— Entra! — Disse cedendo-me passagem para o seu quarto, ao contrário do outro esse era totalmente limpo e organizado, era cinzento escuro, havia uma grande cama de casal, uma secretária e um armário de livros sobre ela, haviam vários projetos, e modelos arquitetônicos de grandes construções. Era fascinante o seu talento.
— Fizeste tudo isso foi? — Pergunto não obtendo qualquer resposta sua, ele seguiu para a secretária reunindo o que eu pedi, analisei as construções tão delicadas e perfeitas, ele era realmente talentoso. — É impressionante! Tens tanto talento, eu não sei se conseguiria fazer trabalhos como os seus.
— Aqui esta tudo o que vais precisar para as tuas aulas. Quando sair feche a porta. — Disse seguindo para a secretária retomando o que fazia antes da minha interrupção.
— Obrigado. — Digo, sem obter uma resposta sua, deixo o seu quarto e sigo para o meu, sento-me na cama analisando todo o material, a matéria não fugia muito da que eu vi até agora, havia uma pequena diferença nas disciplinas, algumas do segundo que já tinha visto no primeiro. Fiquei a manhã toda analisando as matérias e me organizando para amanhã, haviam vários trabalhos que eu teria que fazer, será que ele aceitaria me ajudar com eles?
Ouço batidas na porta antes de ser aberta pelo Noah, vestia um short de cor creme, e uma camisa azul marinho totalmente adequado ao seu corpo com as mangas dobradas até um pouco antes dos cotuvelos.
— Maninho, estas preparado? — Sorri em resposta para ele assentindo, erguendo-me da cama.
— Estou sim, estava apenas revendo as matérias, peguei alguns conteúdos com o Ian.
— Corajoso você! — Ele diz e eu sorri.
— Deixa só trocar de camisa. — Ele assente e eu tiro a minha camiseta seguindo para o guarda roupa, pego uma camisa azul escura e a visto, de relance vejo-o me fitar. — O que foi? — Pergunto.
— Desse jeito vais chamar a atenção de todas as garotas maninho, bonito como és.
— Obrigado. — Digo constrangido.
— Anda vamos, eu quero saber mais sobre você, conhecer o meu irmão mais novo. — Disse.
— Sim.
[...]
— Me fala de você. — Pergunta enquanto dirigia pelas ruas de Londres.
— Não sei o que dizer, tenho 19 anos, sou filho único, curso arquitetura.
— Mas tudo isso eu já sei, quais são as tuas ambições, se tens alguma namorada.
— Quero me tornar um grande arquiteto, ter o meu escritório de arquitetura e quem sabe uma construtora, no fundo estou a seguir os sonhos do meu pai, fiz deles os meus.
— Lamento pelo que aconteceu. — Diz olhando-me por breves instantes.
— Obrigado, é uma forma de o sentir mais próximo de mim, acho que foi a forma que eu arranjei de lidar com a dor. Quanto a relacionamentos, não tenho nenhum, não deixei ninguém, apenas amigos, de quem sinto muita falta.
— Espero que com o tempo nós possamos cobrir estes sentimentos e que Londres se torne a tua nova casa, em breve farás aqui também grandes amigos.
— Espero. E tu o que me dizes sobre ti? — Pergunto.
— Sou um futuro engenheiro de telecomunicações, amo o meu curso, a minha escolha não tem uma origem tão nobre como a tua mas eu gosto dele, não sei se sabes mas eu sei o que estas a sentir agora, assim como o Yuri, nós fomos adotados pelo papai, apenas o Ian é filho biológico, mas o velho não faz qualquer distinção, no principio foi difícil, mas o pior era não ter uma família, ter sido abandonado, mas há pessoas como o Rodolfo e eu o agradeço muito pelo que fez por nós, não era sua obrigação.
— Ele parece ser um cara legal.
— E é, um grande pai para nós. Quanto a relacionamentos não sei o que dizer, pode dizer-se que só um espirito livre neste quesito.
— Mulherengo?
— Talvez um pouco. — Ele diz e eu sorri.
— E sobre o Yuri e o Ian, tens alguma recomendação? — Pergunto.
— Quantos aos nossos irmãos, com o Yuri só tens que deixar as coisas dele ele é muito territorial, não gosta que entrem no seu quarto e mexam nas suas coisas, é muito independente, e orgulhoso também mas quando o conheceres melhor verás que é bastante tolerável, quer dizer, tem os seus pontos fortes.
O Ian, ele é na dele, a sua mãe infelizmente é tóxico dependente, esta internada em uma clínica de reabilitação, esta sempre em recaídas e isso o afeta profundamente, de certa forma com o casamento do Papai com a Emy ele acredita que a sua mãe esta a ser abandonada, é o que eu acho, não consigo fazer com que ele se abra para mim como antes. Bom o meu conselho para lidar com os dois é paciência, eles são incríveis, cada um a sua maneira.
— Pra onde vamos? — Pergunto.
— Não sei, vou parar o carro em algum lugar e damos uma volta a pé pela cidade, o que achas?
— Por mim tudo bem. — Digo vendo-o estacionar o carro, descemos e como ele disse seguimos andando pela cidade, as ruas de Londres não eram tão movimentadas como as de Nova York mas eram igualmente incríveis, vistamos os Reais Jardins Botânicos de Kew, era lindo, realmente extraordinário, sinceramente parecia uma criança vendo tudo aquilo pela primeira vez, diante da beleza deste lugar, Noah sorriu se divertindo da minha cara, quando entramos no Palácio e Abadia de Westminster, grandes obras arquitetônicas da era palaciana, Londres era um confronto entre o contemporâneo e o medieval, e apesar de amar Nova York, ela também me parecia ser uma ótima cidade para viver, depois de muito andar, entramos em um café.
— Oi Noah, quem é o seu amigo? — Perguntou a atendente, era morena de cabelos negros presos num rabo de cavalo, o rosto tinha traços finos, o seu sorriso e olhares inquisitórios sobre o Noah denunciavam a existência de algum relacionamento.
— Meu irmão. — Diz — Elise vamos querer dois cappuccinos e dois pedaço de torta de chocolate. — Ela anota os pedidos e se afasta.
— Há alguma coisa entre vocês? — Pergunto.
— Já houve. — Diz, parecia distante encarando-a. — Mas agora somos meros amigos.
— Acho que ela ainda gosta de você. — Digo.
— Isso não é bom, infelizmente eu ainda não aprendi a ser fiel, e para não magoar ninguém gosto de manter as coisas como estão, livre de relacionamentos sérios. — Elise se aproxima com os nossos pedidos afastando-se em seguida. — Esta é a melhor combinação de Londres, vá experimenta.
Sobre o seu olhar, levo a boca um pedaço de torta sentindo a explosão de chocolate na minha boca era cremosa, molhada e deliciosa, dou um gole no meu cappuccino, sinto o liquido quente descer pela minha garganta, criando uma combinação surpreendente com o chocolate da torta. Olho Noah que me fitava espectante.
— Realmente é uma deliciosa combinação.
— Contento-me com isso. — Diz. Eu o fito levar um pedaço da sua torta a boca, vejo os seus olhos brilharem e o sorriso infantil surgir no seu rosto, Noah era bonito, tinha aquela inocência de infância, o menino promisso as mais deliberadas façanhas, entendo bem porque fazia tanto sucesso com as mulheres. Não nego que os meus irmãos eram bonitos, e que de certa forma cada um a sua maneira me atraia.
A indiferença do Ian, a agressividade do Yuri e o jeito maroto do Noah, três irmãos totalmente diferentes.
— Gostou do passeio? — Pergunta tomando o seu cappuccino.
— A cidade é incrível, obrigado por estares a fazer isso, deves ter outras coisas melhores para fazer, com certeza já viste tudo isso e nada mais é novo para você. — Digo.
— É sim, nunca é como a primeira vez, hoje fui contigo, e gostei de ver-te tão entusiasmado com tudo. Agora come que ainda não terminamos.
Sorri levando outro pedaço de torta a boca. Ficamos no café pelo que pareceu uma hora conversando, e depois saímos e pegamos o carro.
— Pra onde vamos agora? — Pergunto.
— É só olhares para a grande roda gigante em frente. — Diz eu fitei aquela beleza da engenharia moderna.
— A Roda do milênio? Sério!? — Ele assentiu divertido, alguns minutos depois, estávamos em uma das suas gôndulas, admirando a incrível vista panorâmica da cidade, já era noite e todas aquelas luzes só aumentavam a beleza deste lugar.
— Bela vista não é? — Pergunta Noah atrás de mim, eu assinto. — Londres é uma cidade incrível, e as pessoas que nela habitam a tornam mais especial. — Encaro o meu irmão sentindo a sua mão no meu ombro. — As pessoas com quem a partilhamos tornam-a especial.
Eram oito da noite quando regressamos para casa.
— Espero que tenha gostado do passeio, para a próxima faço-te um tour pelas maiores atrações turísticas da cidade. — Disse seguindo para o elevador.
— Vou cobrar, obrigado.
— Não me agradeças tanto, somos irmãos. — Disse, entramos no elevador e ele selecionou o sexto andar, as portas começam a fechar-se quando são detidas pelo Yuri, estava suado e trazia consigo a sua mala da academia.
— Só agora mano? — Pergunta Noah com um sorriso brincalhão. — Não busques tantos músculos, não quero que pensem que não passas de um brutamontes com pau pequeno. — Gozou.
— Cala-te idiota. — Retrucou sorrindo encarando-me em seguida — Parece que a vossa tarde foi bem animada.
— Sim. Estava até agora a mostrar a cidade ao Igor. — Noah toca os meus ombros puxando-me para ele num abraço, a minha cabeça descansa no seu peito, vejo o sorriso desaparecer do rosto do Yuri, sendo este substituído por uma expressão de poucos amigos, sinto o meu rosto ruborizar, sobre o seu olhar. — Talvez devesses mostrar-lhe a academia um dia destes.
— Pra quê? Achas que ele consegue levantar sequer algum dos pesos que lá estão, seria uma total perda de tempo e ao contrário de ti eu dou um real valor ao meu tempo. — Disse, de costas para mim, cerro os punhos pronto a responder quando as portas se abrem e ele sai deixando-nos no elevador.
— Não liga, lembra-te do que eu te disse, paciência. — Diz Noah e assinto deixando com ele o elevador em direção a casa.
— Parece que o papai e a Emy saíram, bom, eu vou pro quarto, preciso de um banho. — Ele diz subindo as escadas em direção ao piso de cima, vejo Yuri na cozinha bebendo um copo de suco e também sigo para o quarto, pego as coisas que tinha na cama e as arrumo por cima do criado mudo, pego a minha toalha na mala, tiro a camisa e a calça jeans, envolvendo a toalha na cintura e sigo para o banheiro.
Ligo o chuveiro, livro-me da toalha e da cueca e entro no box, sinto a água quente anestesiar os meus músculos, não pareceu mais o dia tinha sido cansativo, mas acima de tudo divertido. Passo champô lavando os meus cabelos, esfrego o meu corpo, quando o sabonete escapa das minhas mãos e me baixo para o pegar, neste momento a porta é aberta pelo Yuri, viro-me para ele, cobrindo a minha nudez com as mãos, já que o vidro do box não servia para nada, era totalmente transparente dando total visão do seu utilizador, como droga eu fui me esquecer de trancar a porta. Estava vermelho e desconcertado vendo-o ali apenas de toalha me encarando.
— Você não sabe bater? — Pergunto num fio de voz — Sai...
— Eu já disse que este quarto é meu, faço o que quiser, e qual é o problema se és tão homem como eu? — Disse fechando a porta atrás de si soltando a toalha da sua cintura, os meus olhos desceram pelo seu corpo, abdômen totalmente definido com alguns pelos que se originavam no seu peito, o seu dote, mesmo flácido parecia ser grande, haviam alguns pelos na sua virilha, desvio o meu olhar encarando o seu rosto, sinto o meu membro ganhar vida nas minhas mãos, droga!
— Yuri, sai!
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