"Eu quero ser lembrado com você, isso não é problema de ninguém"

    Estamos entrando na reta final da Fanfic

POV's Alice Ferreira

Abro a boca, ainda incrédula quando recebo a foto que a Lara me mandou no WhatsApp.

- O que foi, amor? - Richard pergunta curioso, voltando da cozinha.

- A Lara... - olho para ele - Ah, mas você é fofoqueiro Richard, promete não contar?

- Nossa, fiquei triste agora. - solto uma risada com o que ele fala e dou um tapinha no sofá para ele se sentar ao meu lado.

- Olha. - mostro a foto do teste de gravidez positivo que a Lara tinha acabado de me mandar e Richard arregala os olhos.

- Lara tá grávida?

- Exatamente! - digo animada - Meu Deus, vai ser a criança mais linda do mundo! - digo toda boba e Richard me olha, se ajeitando no sofá.

- Não sabia que gostava tanto de criança.

- Eu tenho um afilhado em Portugal, sabia? - digo procurando a foto com meu afilhado e mostro para ele.

- Eu realmente estou surpreso, achei que não gostasse muito de crianças.

- Eu gosto, quer dizer, desde que não sejam minhas, eu gosto. - digo rindo e me deito no sofá, colocando os pés encima de suas pernas e ele começa a fazer uma leve massagem em meus pés.

- Não quer ter filhos? - me olha, desconfiado.

- Eu não queria não, mas de um tempo para cá eu quero, mas não agora, só daqui alguns poucos anos. E você? Já pensou sobre isso?

- Eu sempre quis ter um moleque, deve ser dahora ensinar ele a jogar bola, levar ele para os jogos... - ele diz com um sorriso enorme no rosto, me fazendo sorrir também.

- Eu nunca fui de pensar muito nisso, mas acho que eu gostaria de ter uma menina.

- Podemos ter um casal. - sorrio com seu comentário, nego com a cabeça, rindo e virando o rosto - Do que estamos falando afinal de contas? Temos pouquíssimo tempo juntos.

- Para mim eu te conheço a vida toda e sinceramente, não tenho dúvidas que você será a mulher que eu passarei o resto da minha vida. - ele diz confiante e eu mordo o lábio, realmente significa muito para mim poder ouvir isso dele mas eu ainda achava muito cedo para pensar no futuro.

- Acha que o Veiga vai ficar feliz? - pergunto mudando de assunto.

- Orra, pra caralho, sempre foi o sonho dele ser pai e ele ama a Lara, talvez ele fique surpreso por ter sido tão rápido mas ele vai ficar feliz demais.

  Respondo a Lara e ela fala que vai fazer uma pequena surpresa para Veiga. Eu realmente não poderia estar mais feliz, Lara merece estar vivendo tudo isso, ela passou por um relacionamento tóxico no passado que acabou com a autoestima dela e agora sinto que ela finalmente está recuperando seu brilho.

- Vamos dormir, amor? Estou com soninho. - me sento no sofá e bocejo, colocando a mão na boca.

- Vamos, amor. - Richard me pega no colo e eu sorrio, fechando os olhos e só abrindo quando chegamos no quarto.

  Vamos até o banheiro para escovar os dentes e eu vou correndo até a cama, dando uma cambalhota antes de deitar, fazendo Richard rir.

- Você é doidinha, sabia? - ele diz apagando a luz e se deitando ao meu lado, me puxando para mais perto.

- Sabia sim e foi exatamente por isso que você se encantou com a loira aqui. - digo convencida e me aconchego em seu peito.

- Isso é verdade, amor... Podemos ir para o Rio amanhã já? Assim não vamos perder nada do final de semana. - pergunta enquanto acaricia meus cabelos.

- Podemos sim amor, mas eu vou ir ficar com o meu pai assim que acordamos, tá bom?

- Por mim tudo bem. - ele beija o topo de minha cabeça - Quer ir de carro ou prefere ir de avião para Angra?

- Quantas horas são daqui até Angra dos Reis de carro?

- 5 horas.

- Por mim vamos de carro então, tudo bem pra você dirigir esse tanto?

- É tranquilo amor, só não podemos ir muito tarde.

- Combinado. - bocejo novamente e fecho os olhos, ficando em silêncio e sentindo ainda mais sono com o cafuné que Richard continuava fazendo por meus cabelos.

Acordo no dia seguinte sentindo alguns beijos em meu rosto e abro os olhos, sorrindo com Richard que enchia meu rosto de beijos.

- Bom dia, neném! - sorrio e fecho os olhos de novo devido o sono que ainda sentia.

- Bom dia amor, como dormiu? - pergunta.

- Muito bem, mas ainda estou com sono. - digo rindo e me sento na cama, esfregando os olhos e só então percebo a bandeja de café da manhã - Hum, café da manhã na cama? - digo sorrindo e ele pega a rosa, me entregando.

- Acordei inspirado hoje.

- Algum motivo em especial? - cheiro a rosa e a deixo encima da cama, em seguida, me levantando da cama para ir até o banheiro.

- Nenhum amor, quer dizer, todos né? Você está comigo e isso já é o suficiente.

O olho surpresa antes de entrar no banheiro e volto para o quarto assim que lavo o rosto, escovo os dentes e penteio os cabelos.

- Obrigada amor, eu amei! - me sento na cama e dou um selinho demorado nele, voltando a pegar a rosa encima da cama.

- Que horas você vai ir pro seu pai? - ele pergunta enquanto passa nutella no waffles e colocando uns pedaços de morango por cima, me entregando em seguida.

- Assim que eu terminar de tomar café, amor. - sorrio para ele, começando a comer.

- Vou te levar, tá bom?

- Não vai te atrapalhar?

- Claro que não, eu nem tenho nada para fazer hoje... Acho que vou fazer uma tatuagem nova.

- Mais uma? - nego com a cabeça, rindo - O que quer fazer?

- Essa daqui. - ele mostra a foto da tatuagem em seu celular.

- Muito linda, amei! Acho que vou fazer mais algumas depois também.

Mostro algumas tatuagens que eu gostaria de fazer para Richard e ficamos conversando por mais alguns minutos até terminarmos de comer.

Escovo os dentes, me arrumo e Richard me leva para casa do meu pai, ele chegou a entrar para ver ele mas não ficou muito tempo porque tinha horário marcado com o tatuador.

- Cadê a Ana e as meninas, pai? - pergunto me sentando no sofá.

- Elas foram no parque, já já estão aí. - diz sem me olhar, prestando atenção no programa esportivo que passa na tv.

- E vocês estão bem? - pergunto com um tanto de receio da resposta, eu ainda não sabia muito bem até aonde eu poderia conversar com ele.

Ele me olha e arqueia a sobrancelha, se ajeitando um pouco e sentando de lado, assim como eu.

- Na verdade não muito, que bom que você perguntou, eu queria falar sobre isso com você mas eu não sabia por onde começar.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa entre vocês? - pergunto confusa.

- Aconteceu, aconteceu que eu já não me sinto mais tão bem ao lado da Ana, quer dizer, ela é uma mulher incrível mas acredito que esses últimos anos tenha desgatado muito nosso casamento e agora já não dá mais para reverter o que já foi feito.

- Tem certeza pai? Quer dizer... vocês estão juntos há muito tempo, tem uma história incrível, tem duas filhas...

- Eu sei, eu sei e é exatamente por isso que eu precisava conversar com mais alguém, isso está me tirando o sono há vários dias, eu não queria que tudo acabasse assim do dia para noite mas eu não sinto mais nada por ela mais e é horrível você olhar para alguém que você tinha tanto carinho e de repente não ter mais sentimento nenhum, eu me sinto neutro, é como se fôssemos apenas dois conhecidos.

- Eu não sei o que dizer, mas sei que vocês precisam conversar, talvez ela também esteja angustiada com os sentimentos dela e com toda essa situação, faz assim, quando elas voltarem, eu vou sair com as meninas e vocês aproveitam para conversar, tá bom?

- Você está certa, temos que colocar isso tudo em pratos limpos e decidir logo de uma vez o que acontecerá a partir de agora. - ele sorri levemente e ergue o braço para me abraçar, me aproximo mais dele e o abraço sem o apertar, afinal ele ainda está se recuperando do acidente.

Fecho os olhos quando ele me abraça e posso sentir exatamente o mesmo que eu sentia quando era criança e estava junto com ele.

Depois de alguns minutos, a Ana volta para casa com as meninas e eu as chamo para a gente ir para o shopping juntas, nem preciso dizer o quanto elas adoraram, né?

Aproveitamos para almoçar no shopping e voltamos para casa horas depois, aparentemente tudo já estava resolvido já que meu pai estava na sala, mexendo em seu notebook tranquilamente.

- Por que não sobem para tomarem um banho? - digo para minhas irmãs e vou até meu pai, sorrio levemente - E aí? Conseguiram conversar? - coloco minhas sacolas de compras encima da mesinha e o olho.

- Decidimos colocar um ponto final em tudo. - forço um sorriso e passo a mão por seus cabelos - Você está bem com tudo isso?

- Estou, vai ser o melhor para nós dois. - ele diz sorridente levemente - Ela vai ficar aqui até segunda e depois disso vai voltar para Portugal.

- E sobre as meninas? Como será?

- Ainda temos que ver, mas deixei claro que não quero cometer o mesmo erro novamente, não quero que aconteça o mesmo que aconteceu com você quando eu me separei de sua mãe.

Continuo conversando com meu pai por mais alguns minutos e depois subo para o meu quarto para tomar banho e arrumar minha mala já que o Richard passaria aqui em alguns minutos.

- Pai, fica com a nossa gatinha? - pergunto de forma fofa - Richard deu folga para Maria e não queremos levar a Lily pela viagem ser longa.

- Vocês só me dão trabalho, hein? - ele semicerra os olhos, falando de forma divertida.

- Prometo que você vai gostar dela e de quebra, ela ainda vai te fazer companhia. - dou risada e olho para Helena que ri do que eu falo.

- Pode deixar que eu vou ajudar a cuidar dela também. - Helena diz simpática.

- Eba! - sorrio largo e pego meu celular falando para Richard que a Lily ficaria aqui em casa com meu pai.

  Richard sobe assim que chega e deixa a Lily com meu pai que fica no sofá fazendo carinho na gatinha quando saímos.

- Amor, passa no mc donald's? Estou com fome. - digo poucos minutos depois da gente sair da casa do meu pai.

- Passo sim, amor. - ele me olha e sorri, pegando minha mão e depositando um beijo.

  Coloco os pés encima do painel do carro e mordo um pedaço do meu hambúrguer, colocando o hambúrguer em frente a boca do Richard para que ele possa comer também.

- Quais são os planos para o final de semana, amor? - dou um gole em minha coca-cola e ele dá um sorrisinho de lado, me fazendo estreitar os olhos.

- Vamos para praia, vamos aproveitar o hotel e vamos andar de iate para realizar seu desejo. - ele diz sorrindo e eu solto uma risada.

- Não acredito que ainda lembra disso. - solto uma risada.

  Logo quando cheguei em São Paulo, em uma brincadeira do "eu nunca", o Veiga disse que o lugar mais inusitado que ele já transou foi em um iate e eu achei bem interessante, bem, parece que chegou minha vez.

- Fazia tempo que eu queria que fizemos isso.

- Olha que safado, pensou em tudo mesmo, hein? - nego com a cabeça e pego algumas batatas, dando para Richard comer.

- Até que isso de fazer viagem longa é uma boa, sabia? - diz tranquilo, enquanto come as batatas que eu coloco em sua boca.

- Você está se aproveitando da situação, isso sim. - semicerro os olhos e coloco a mão em sua nuca, a acariciando e ele me olha, sorrindo largo e aproveitando o carinho que eu fazia nele.

Decidi colocar minha playlist de sertanejo e fui cantando durante o caminho, eu realmente estou viciada nas músicas brasileiras, até Richard que não gostava de sertanejo, passou a gostar.

- E quando o sol chegar, a gente ama de novo, a gente liga pro povo, fala que tá namorando e casa semana que vem, deixa o povo falar, o que é que tem? Eu quero ser lembrado com você, isso não é problema de ninguém... - canto olhando para Richard que sorri intercalando o olhar entre mim e a estrada.

Story Alice Ferreira