Capítulo 67
"Não tem explicação o efeito que você tem em mim e no meu corpo."
POV's Alice Ferreira
Depois de jantarmos ficamos na sala por alguns minutos conversando e eu aproveito para conversar com minha mãe que queria saber notícias sobre o estado do meu pai. Eu odiaria ter que ficar longe do meu pai mas infelizmente eu estar no hospital não faria diferença nenhuma já que ninguém podia ficar com ele por enquanto.
Sento no sofá e pego Lily no colo, fazendo carinho em sua barriga e sorrio quando ela segura em minha mão.
- Falou com sua mãe? - Richard pergunta assim que se senta ali perto de mim e eu o olho.
- Falei sim, ela está bastante preocupada também.
- E sua vó? Como ela tá?
- Minha mãe disse que ela está bem, até perguntou pelo meu pai durante algumas vezes no dia.
- Você vai ficar aqui no Brasil até se pai ficar melhor? - ele pergunta.
- Vou ficar aqui até meu pai se recuperar totalmente. - sorrio fraco para ele e volto a brincar com Lily.
- E como foi esse mês em Portugal? Sentiu falta de algo daqui? - passo a mão pelo cabelo.
- Senti falta de tudo na verdade, acho que acostumei com o Brasil muito mais do que eu imaginava que seria possível. - deixo Lily descer do sofá e olho para ele.
Acredito que ambos estávamos um pouco desconfortável com aquela situação, por mais que eu realmente me sentisse um tanto melhor só por estar com ele, eu ainda não sabia o que aconteceria entre nós daqui para frente e sinto que não posso alimentar uma falsa esperança nele sobre algo que no futuro eu não posso bancar e era quase impossível decidir algo no atual momento, minha mente ainda estava processado tudo o que tinha acontecido.
- Quer subir pra poder descansar mais?
- Quero. - o sigo, subindo para o quarto.
Entro no banheiro para vestir minha roupa de dormir e quando saio vejo Richard tirando algumas coisas do guarda-roupa.
- O que está fazendo? - sento na cama e franzo o cenho.
- Tô pegando as coisas pra ir dormir no outro quarto.
- Por que?
- Pra você poder descansar e talvez você até queira ficar sozinha...
- Dorme aqui. - o olho e ele volta a guardar o que tinha pegado e vem até mim, se sentando de frente para mim.
- Tem certeza? Não quero forçar nada, você não precisa fazer isso.
- Eu quero que você fique. - sorrio e pego em sua mão - Eu me sinto melhor com você aqui, me sinto segura e chego a pensar que tudo vai dar certo.
- E tudo vai dar certo, am... Alice. - segura em meu rosto, beijando minha testa de forma carinhosa e eu o abraço em seguida, encostando em seu peito e podendo ouvir seu coração batendo forte.
- Obrigada, obrigada por não ter ficado com raiva de mim e por estar comigo nesse momento tão difícil.
- Eu vou estar sempre com você, a única pessoa que tem o poder de tirar você da minha vida é você mesma, eu te amo tanto a ponto de respeitar todas as decisões que você decidir tomar, contando que seja boa para você, mesmo que isso possa custar a minha felicidade.
Fico em silêncio, apenas sentindo a sensação boa de estar envolvida em seus braços. Eu tinha muitas coisas para dizer mas nenhuma delas seriam justas com ele, como por exemplo, falar que se eu pudesse eu nunca sairia do seu lado, porque em seus abraços eu pude me sentir em casa de uma forma como nunca havia me sentido em outro lugar.
Nos deitamos e eu fico em silêncio apenas aproveitando seus carinhos em meu cabelo e pensando no que a vida reservaria para mim daqui para frente.
Depois de algum tempo eu peguei no sono e acordei somente no dia seguinte quando Richard estava se arrumando para o treino.
- Bom dia! - Richard vem até mim e beija minha testa - Conseguiu descansar?
- Bom dia! - sorrio e me espreguiço, me sentando na cama - Demais, parece até que dormi por vários dias seguidos. - esfrego os olhos e me levanto, indo até o banheiro - Vai ir treinar?
- Eu vou mas eu vou chegar cedo, vou chegar na hora do almoço para almoçar com vocês e te levar para o hospital.
- Não se preocupa com isso, eu posso de ir Uber qualquer coisa. - pego minha escova de dente.
- De jeito nenhum, eu também quero ir, quero saber como ele está, eu acredito que ele pode acordar entre hoje ou amanhã. - ele diz na porta do banheiro que estava aberta e eu concordo com a cabeça enquanto escovo os dentes.
- Tudo bem. - lavo o rosto e o seco em seguida.
- Vamos descer pra tomar café?
- Vamos, eu só vou me trocar. - vou até a mala escolhendo uma roupa e assim que escolho vou até o banheiro.
- Sabe que eu já vi tudo isso, né? - pergunta de forma divertida e eu semicerro os olhos.
- Outros tempos, Montoya.
- Nossa, não precisa ficar jogando na minha cara também. - diz fingindo estar ofendido e eu nego com a cabeça.
Depois que Richard foi para o treino, eu fiquei a manhã toda conversando com Victoria e com a família do Richard, mas minha mente não parava de pensar no meu pai, não sei dizer exatamente o porquê, mas hoje eu estou mais confiante sobre sua recuperação dele e tenho certeza que ele vai ficar bem.
Me sento ao lado da esposa do meu pai que estava ali rezando baixinho e sorrio fraco para ela.
- Oi Alice, você está melhor?
- Eu estou, pude descansar bastante e as meninas? Como elas estão?
- Elas estão bastante assustadas ainda. - diz me olhando.
- Eu imagino. - encosto as costas no sofá da sala de espera e volto a olhar para ela quando percebo que ela está chorando - O que foi? - passo a mão por suas costas como uma forma de tentar confortar-lá - Ele vai ficar bem, você vai ver.
- Eu me sinto muito culpada por isso. - diz secando as lágrimas.
- Por que? Você não tem culpa nenhuma.
- Nós nos desentendemos um dia antes de tudo isso e não nos falamos mais. - diz secando as lágrimas e eu a olho surpresa.
- Aconteceu alguma coisa?
- Abel queria pedir o divórcio e eu me descontrolei, falei coisas que não devia e eu não pude voltar atrás...
- Não tinha como você saber, a gente nunca pensa no que pode acontecer. - olho para Richard que conversava com a Victoria - ele vai ficar bem e vocês vão poder resolver tudo isso.
- Você não sabe como é agonizante ficar longe de quem ama e não saber se vai ter a oportunidade de poder consertar seu erro.
Concordo com a cabeça e abaixo a cabeça, logo olhando para Richard que vem até nós junto com a Vic.
- Qual de vocês quer ir primeiro? Acabaram de liberar para poder ver ele.
-Pode ir. - sorrio para Ana.
...
Dias depois
Dois dias depois Abel acordou e foi liberado para ir para o quarto, obviamente ele estava bem debilitado ainda por conta do traumatismo mais sua recuperação estava acontecendo bem mais rápido do que os médicos previram.
Entro na sala junto com Richard e sorrio, indo até a cama do meu pai.
- Pai, está me ouvindo? - pergunto baixinho e ele abre os olhos levemente, concordando com a cabeça, eu sorrio largo e pego em sua mão - Que susto, hein senhor Abel? Nunca mais faça isso, ficamos super preocupados com você.
Olho para Richard que sorri para ele também.
- Estamos sentindo sua falta lá no CT, mas fica tranquilo que estamos todos nos dedicando para dar continuidade ao seu trabalho.
Abel concorda com a cabeça e intercala o olhar entre nós dois.
- Vocês... vocês dois... - ele fala com uma certa dificuldade mas com algum esforço eu consigo entender o que ele quis dizer.
- Se nós estamos juntos? - pergunto e ele confirma com a cabeça - Não pai, não estamos juntos, mas o Richard vem sendo muito companheiro e estava muito preocupado com você, viu? - sorrio e olho para Richard.
- Não estamos porque ela não quer, porque se dependesse de mim, a gente tava juntos até hoje. - Richard diz tranquilo e eu o encaro.
Converso mais um pouco com meu pai e voltamos para casa do Richard.
- Hoje à noite eu vou na casa do meu pai para ver minhas irmãs. - digo enquanto Richard dirige.
- Você nunca conheceu elas? - ele me olha rapidamente.
- Já sim mas eu era bem nova, eu nem lembro delas na verdade.
- Quer que eu vá com você?
- Você faria isso? - olho para ele que dirige com a atenção fixa na direção.
- Claro que sim.
Victoria foi embora hoje de manhã depois de ter ficado alguns dias aqui no Brasil e eu continuei na casa do Richard, eu até cheguei a falar que iria para casa do Abel mas ele sempre conseguia me convencer a ficar e para falar a verdade, estava sendo bem melhor do que eu imaginei, sua família também já tinha ido embora junto com o Juan, então só estávamos nós dois, ou melhor nós quatro, já que temos a Lily e a Maria que fica com a gente durante a maior parte do dia.
- Que horas vamos? - Richard pergunta assim que joga a chave encima da mesinha da sala e se joga no sofá.
- Vamos umas sete horas, pode ser?
- Pode sim.
Me sento ao seu lado e olho para ele que dá um sorrisinho de lado, me fazendo sorrir também.
- Viu que seu pai tava achando que nós estamos juntos?
- É, eu vi. - encosto a cabeça - Acha que ainda parecemos um casal? - pergunto enquanto olho para o teto.
- Eu acho, acho que nunca deixamos de parecer um. - ele diz tranquilo.
Me deito no sofá e olho para ele quanto ele pega meu pé, o massageado levemente, me fazendo ter algumas boas lembranças de quando namorávamos e ele sempre fazia isso.
Richard passa a mão por minha perna de forma carinhosa e eu me mexo um pouco, não vou negar que eu senti algo diferente pelo corpo só com aquele toque, o que não era nada fora do normal se pararmos para analisar que fazia mais de um mês que eu não ficava com ninguém e era ainda mais difícil quando o toque em questão era o dele.
- Não faz isso... - peço baixinho e ele sorri, me olhando.
- Por que não? - sobe a mão por minha coxa e a aperta, enquanto mantém os olhos fixos em mim, me fazendo arfar.
Richard sobe ainda mais suas mãos, passando por dentro de minha saia e eu mordo o canto do lábio inferior quando sinto sua mão perto de minha intimidade.
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