Capítulo 62

                         "Aquele coração que você conquistou ainda pertence à você."

                    POV's Alice Ferreira

  Acordo no dia seguinte com uma baita dor de cabeça e pego meu celular vendo se tinha alguma mensagem dele.

  Não me perguntem o porquê, não tinha motivos para ter, mas eu já estava tão habituada a isso que foi mais forte do que eu.

  Vou até o banheiro e tomo um susto por ver meus olhos tão inchados, logo faço minha higiene matinal e desço.

- Bom dia! - digo assim que desço e abraço um por um.

- Bom dia! - respondem juntos.

- Como você está, Lily? - minha mãe me olha e eu me sento à mesa.

- Estou bem. - minto descaradamente e encho um copo de suco, bebendo um gole.

- Não vai comer nada? - minha mãe pergunta e eu nego com a cabeça.

- Estou sem fome, mais tarde eu como algo.

- Você precisa comer um pouco filha, eu sei que você não está bem mas ficar sem comer não vai adiantar de nada.

- Eu sei, é só que... eu realmente não estou com fome.

Fui até a beira da piscina assim que termino de tomar meu suco e fico ali pensando em como ele deve estar nesse exato momento, o que ele deve estar fazendo?

  Olho para minha pulseira e sorrio fraco vendo o berloque "R".

   Lembranças on

- O que está aprontando? - pergunto enquanto Richard me guia pela casa, com as mãos em meus olhos.

- Pronta?

- Acho que sim. - sorrio e abro os olhos assim que ele destampa meus olhos.

- Feliz um mês de namoro! - sorrio vendo o quarto cheio de pétalas de rosas pelo chão e olho para a mesinha, vendo um balde com uma garrafa de champanhe e founde de chocolate com alguns tipos de frutas.

- Eu amei! - sorrio largo e o abraço - Feliz um mês de namoro! - dou um beijo demorado nele e ele vai até a cama, pega o buquê de rosas vermelhas e me entrega.

- O primeiro mês de muitos. - ele diz e eu cheiro as rosas e o olho feito uma boba, voltando a olhar ao redor do quarto em seguida - Você que fez tudo isso sozinho?

- Eu mesmo, tá vendo como posso ser surpreendente?

- Realmente. - me sento na beira da cama e fico observando Richard enquanto ele abre o champanhe e enche duas taças, me entregando uma delas e se sentando ao meu lado.

- Ah, tenho algo para você.

- Mais, amor?

  Ele se levanta e trás uma caixinha para mim, sorrio e abro a caixinha vendo uma pulseira da Pandora com alguns berloques, inclusive um com a letra "R".

- Meu Deus amor, eu amei a pulseira e amei mais ainda os berloques. - digo enquanto observo cada berloque. - Tenho algo para você também. - vou até a sala e pego a caixinha que estava em minha bolsa - Eu não sabia o que comprar para você de presente, já que você já tem tudo, então escolhi isso, espero que goste.

- Não precisava amor, te falei que não é pra ficar gastando comigo.

- Dá para parar de ser chato e simplesmente agradecer? - arqueio a sobrancelha e ele solta uma risada, me agradecendo e me dando um beijo.

  Richard sorri largo quando vê a correntinha de ouro com dois pingentes, um de chuteira e outro de uma bola de futebol.

- Porra! - diz surpreso, olhando para a correntinha.

- Gostou? - pergunto.

- Orra, não vou tirar nunca mais do pescoço.

- Deixa eu colocar. - pego a correntinha e coloco em seu pescoço.

- Eu amei amor, muito obrigado! - sorrio largo em perceber que tinha acertado no presente.

                         Lembranças off

- Lily, tem uma pessoa especial querendo te ver! - minha mãe me desperta de meus pensamentos.

- Mãe, eu já falei que não quero ver ninguém e...

- Nem eu? - Vic aparece atrás da minha mãe e eu sorrio, me levantando para a abraçar.

  Como se soubesse que eu precisava daquele abraço, Vic me abraça forte por um longo tempo e eu só me separo dela quando sinto uma imensa vontade de chorar.

- Como você está? Tia Suzana me falou o que aconteceu. - Vic diz acariciando meus cabelos e eu esfrego meus olhos para evitar que as lágrimas caírem.

- Vamos lá pra cima? - a chamo pro meu quarto e ela me abraça de lado, subindo comigo.

- E aí, desabafa. - Vic se joga em minha cama assim que eu me deito e me olha - Como está se sentindo?

- Horrível, porra, é incrível! - digo negando com a cabeça - Parece que mesmo sem querer eu acabo magoando as pessoas.

- Você fala como se isso não tivesse doendo em você também.

- Tá doendo, tá doendo como nunca doeu antes mais eu já estou acostumada a ser infeliz, a sempre estragar tudo... Agora ele não, ele não merecia isso. - passo a mão pelo rosto e paro de falar por uns segundos quando sinto um nó na garganta - A vida dele estava numa paz até eu aparecer e destruir tudo, porra, eu iria morar com ele, ele adotou uma gatinha para nós...

- Como assim você ia morar com ele? - me olha surpresa.

- Eu tomei essa decisão assim que cheguei aqui em Portugal. - sorrio fraco para ela.

- Vocês conversaram depois de ontem?

- Não e acho que nem vamos, eu até gostaria de mandar mensagem mas eu não tenho esse direito, não depois de tudo.

- O que pretende fazer agora?

- Eu ainda não sei, só sei que vou ficar com os meus avós seja aqui ou na Itália.

- E se sua vó melhorar?

- É muito difícil Vic, é uma doença progressiva, que não tem cura.- a olho.

- Mas tem tratamento e a tia Suzana está levando ela nos melhores médicos, talvez eles tenham um tratamento para estabilizar ou amenizar os sintomas.

- Eu realmente não sei, só o tempo vai dizer.

...

Os últimos dias passaram se arrastando, eu não conseguia tirar o Richard do meu pensamento por um minuto sequer e eu jamais imaginei que era possível sentir tanto a falta de alguém igual eu estou sentindo dele.

- Lily? Lily? - minha vó me chama pela segunda vez e eu a olho.

- Oi?

- O que você tem? Está distraída. - ela diz me entregando o copo de água que eu tinha dado para ela tomar com seu comprimido.

- Eu estava longe. - sorrio fraco e coloco o copo encima da mesinha e me sento no sofá.

- Estava pensando naquele rapaz? - ela pergunta e eu a olho surpresa, hoje ela parecia estar bem mais lúcida mas infelizmente isso era comum, tinha dias que ela melhorava e no outro piorava drasticamente.

- Estava sim, vó.

- Por que não vai pro Brasil visitar ele? - ela segura em minha mão de forma gentil e eu sorrio.

- Não é assim tão fácil vó, eu magoei ele, ele deve me odiar. - abaixo a cabeça.

- Eu não acho, toda vez que ele fala com sua mãe, ele pergunta de você.

- Pergunta? - a olho - Mãe? - chamo minha mãe que estava na cozinha preparando o café da tarde e ela rapidamente vem até a sala.

- O que foi? O que aconteceu?

- Richard manda mensagem pra você? - questiono.

- Ele manda sim, eu só não falei nada porque você me proibiu de tocar no assunto. - ela se senta no sofá e abre a conversa no Instagram com ele, me mostrando - Ele sempre pergunta com está sua vó e aproveita para perguntar de você também.

Abro a boca supresa e devolvo o celular para ela.

- Abel também conversou comigo ontem e disse que Richard também não está bem, não está conseguindo fazer bons jogos pelo Palmeiras, está desconcentrado, Abel até pediu para ele começar a ter acompanhamento com a psicóloga do time.

  Fico em silêncio, apenas pensando comigo em como ele deveria estar, pelo o que eu conheço ele, ele deve estar se cobrando muito já que ele é muito dedicado ao trabalho e se sente extremamente mal quando não consegue desempenhar um bom trabalho.

- Vou subir, tá? - me levanto e vou para meu quarto.

                       POV's Richard Ríos

- Já falei que eu não quero, me deixa me paz! - digo vestindo minha camiseta.

- Porra, mas você tá um chato, hein? Não sai mais para lugar nenhum! - Murilo reclama assim que eu recuso seu convite de ir pra balada.

- Vamos amiguinho, vai ser bom pra você. - Piquerez tenta me convencer e eu olho feio para ele.

- Eu estou cheio de problemas, minha cabeça está cheia e vocês ficam me chamando pra balada? Faz favor né. - digo ríspido.

- Eu falei que ele não ia. - Endrick diz, logo colocando a mochila nas costas - Vai me dar uma carona hoje, né?

- Vou.

- E você, Veiga? Vamos? - Murilo o chama.

- Sai fora, eu vou ficar com a Lara.

- Que fase! Perdemos Veiga, Richard e Endrick só sai se o Richard for... Só restou a mula! - Murilo diz indignado.

- Ei! - Piquerez diz se sentindo ofendido.

- Com todo respeito. - Murilo diz rindo.

- Falou aí rapaziada. - coloco minha mochila nas costas e Endrick me acompanha para o estacionamento.

- Não falou mais com ela depois daquele dia? - Endrick pergunta assim que entramos no carro.

- Não, eu só falo com a mãe dela às vezes e pergunto por ela. - o olho rapidamente.

- Eu conversei com ela hoje.

- Conversou o que? - ligo o carro e saio do estacionamento.

- Perguntei como ela estava e como estavam as coisas por lá.

- E ela?

- Você sabe como é a Alice, ela nunca diria que está mal... Ela disse que depois pretende vir aqui no Brasil para pegar as coisas que ficaram na casa do Abel.

Concordo com a cabeça e fico em silêncio até Endrick falar algo.

- Vai seguir sua vida? Digo, vai começar a se envolver com outras mulheres?

- Uma hora eu vou ter que fazer isso, né? Mas no momento eu só quero focar em voltar a jogar bem.

- Sabe que pode desabafar comigo sempre que precisar, né? - sorrio fraco para ele.

- Eu sei sim, obrigado por isso.

Desde o ocorrido eu não conseguia me abrir para mais ninguém, tudo o que aconteceu ainda atormentava minha mente e cada vez ficava mais difícil de fingir que estava tudo bem.

Porra! Tudo naquela casa me faz lembrar dela, suas roupas e suas maquiagens ainda estão em meu guarda-roupa e eu nem sequer tive coragem de dar um fim nessas coisas.

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