Capítulo 59

                                     "Quem pensa muito, nem sempre escolhe o melhor."

                    POV's Alice Ferreira

Acordo mais cedo do que estou acostumada e vejo Richard ainda dormindo, sorrio e beijo seu rosto, logo me levantando e indo fazer minhas higienes matinais.

Encaro o espelho assim que lavo o rosto e penso no que seria o certo a se fazer, eu estava muito assombrada nos últimos dias em ver a situação da minha vó, eu não quero ficar longe dela mas em contrapartida eu já tenho uma vida no Brasil e o mais importante, tenho Richard e meu pai.

Seco o rosto e desço, converso com minha mãe e vou até a sala, me sentando ao lado da minha vó que estava ali no sofá assistindo algum programa que passava na tv.

- Bom dia! - sorrio largo e a abraço - A senhora tá bem? Conseguiu descansar?

- Eu tô bem, minha filha. - diz desanimada e eu pego suas duas mãos, a olhando.

- A senhora tá lembrada de mim hoje? - pergunto com medo da resposta e ela sorri.

- E você não é a filha da Suzana? - sorrio fraco e concordo com a cabeça.

- Sou sim, vó.

  Fico observando ela enquanto ela assisti ao programa de tv e começo a pensar no que aconteceria daqui para frente e em quando que eu a veria de volta...

- No Brasil, é lá que minha neta mora. - ela aponta pra tv quando aparece uma reportagem sobre o Brasil.

- Que neta, vó? - pergunto para ver o que ela falaria.

- Alice, minha neta favorita.

- A senhora sente falta dela?

- Eu sinto, eu considero mais ela do que meus filhos. - sinto um aperto no peito, já que desde criança minha vó me falava isso, mas falava que era para eu manter esse segredo para não deixar minha mãe e meu tio triste.

- A senhora gostaria que ela voltasse para cá pra ficar com a senhora?

- Eu gostaria, mas ela tem as coisinhas dela pra fazer lá, né. - sorrio fraco e fico calada.

- Mãe, a senhora tá com fome? - minha mãe vem até nós e pergunta para minha vó.

- Agora não, minha filha.

- Hoje a senhora tá reconhecendo a Alice? - minha mãe pergunta e minha vó se vira de lado para me olhar e demora alguns segundos para processar a informação, começando a rir em seguida.

- É a Alice! - minha vó diz toda boba e coloca a mão na boca - Ô meu amor, me desculpa, com esse problema eu me esqueço das coisas.

- Não tem problema, vó. - sorrio.

- Alice vai voltar a morar com a gente agora, né Suzana? - minha vó diz animada.

- Não mãe, lembra que eu falei pra senhora que a Alice está trabalhando, está fazendo teatro e agora está namorando um moço do Brasil também, não tem como ela morar com a gente mas ela vai começar a vir nos visitar com mais frequência, não vai, Lily?

- Vou sim. - sorrio fraco - Prometo que sempre que eu puder eu vou vir visitar a senhora.

  Minha mãe sorri para mim um tanto desanimada por perceber o quanto a memória da minha vó está fraca e passa a mão por meu ombro.

- Vou indo pro trabalho, tá? Daqui a pouco você dá café pra sua vó?

- Dou sim, fica tranquila. - sorrio e ela beija minha bochecha e a da minha vó, saindo em seguida.

- Quando eu estiver melhor eu vou te levar lá pra casa pra você passar uns dias com a gente, você vai?

- Claro que vou. - sorrio largo e passo a mão por seus cabelos grisalhos enquanto ela continua conversando comigo.

Encosto a cabeça no sofá e sinto meu coração se dividir em dois, essa mulher cuidou de mim a minha vida inteira praticamente, como eu poderei ir para o outro lado do oceano e a deixar aqui assim? Em contrapartida, temos a relação que eu criei com o meu pai, temos o meu novo trabalho como modelo e o mais importante, Richard. Como eu poderia simplesmente largar tudo e voltar pra ficar aqui de vez sendo que a minha vida agora era outra, aconteceram tantas coisas desde então.

  Logo Richard desce e fomos tomar café, meu vô desce em seguida e diz que posso ir para praia tranquilamente que ele vai passar o dia em casa.

   ...

- Vai levar mais quantas malas? - Richard pergunta enquanto estávamos arrumando as malas, já que amanhã voltaremos para o Brasil.

- Oi? - pergunto assim que sou despertada de meus pensamentos.

- Você não falou que ia levar mais roupas para o Brasil, amor?

- Ah sim, eu já deixei separada, vou levar mais essa. - aponto para a mala.

- Só essa? Achei que iria querer levar a maioria das suas coisas.

- Eu vou ir levando aos poucos, eu já comprei muita roupa nova lá no Brasil mesmo. - me sento na cama.

- O que foi? Estou te achando muito desanimada. - ele diz se agachando ao lado da cama e pegando minha mão, depositando um beijo - O que foi, hein? - pergunta de forma carinhosa e eu sorrio pra ele.

- Só estou chateada por deixar minha vó, parece que ela só piora a cada dia.

- E se você vir visitar ela todo mês? Você vem e passa uns dias com ela. - diz acariciando meu rosto e eu seguro sua mão, a beijando e me levanto em seguida, sem respondê-lo.

- Deixa eu terminar de arrumar essa mala. - me levanto e volto a guardar mais algumas coisas que eu quero levar para o Brasil.

Richard continua ali por um tempo e em seguida se levanta também para terminar de arrumar sua mala.

Eu odeio ficar mais fechada quando estou com ele porque sei o quanto ele se incomoda com o meu silêncio, mas a minha cabeça não parava de pensar por um segundo sequer e eu não estava mais conseguindo deixar de ouvir meus pensamentos.

  Assim que termino de arrumar minha mala, eu vou para o banheiro para tomar um banho antes de dormir, tiro minha roupa e ligo o chuveiro e tomo um banho demorado e relaxante, assim que saio eu visto um roupão e vou para quarto, coloco uma calcinha e uma babydoll e me deito e em seguida Richard também vai tomar seu banho.

Acabo dormindo e acordo na manhã seguinte com Richard beijando meu rosto.

- Bom dia, linda!

- Bom dia, amor. - sorrio assim que abro os olhos - Que horas são?

- São oito e meia. - ele responde e eu me espreguiço, sentando na cama em seguida.

- Quando vai voltar a treinar? - pergunto.

- Amanhã já, amor.

- Já? Mal vai ter tempo de descansar da viagem.

- Eu pude descansar e aproveitar bastante durante esses dias que passei aqui com você. - sorrio para ele e me levanto para ir escovar os dentes e lavar o rosto, Richard vem atrás de mim, fazendo o mesmo.

- Está mais linda do que o normal hoje, sabia? - ele me abraça por trás assim que termina de escovar os dentes e beija meu pescoço, segurando em minha cintura e eu sorrio, nos olhando abraçados através do espelho.

- Estou é? - me viro e passo meus braços por seu pescoço, dando um beijo calmo nele que durante o beijo me pega no colo e me coloca encima da pia.

Sorrio quando nos separamos pela falta de ar e passo a mão por seus cabelos, os jogando para trás.

- Te amo demais e nada nunca vai mudar isso. - digo olhando em seus olhos e ele franze o cenho, se afastando um pouco de mim.

- Como assim? O que poderia mudar? Não tô te entendendo.

- É só para você nunca se esquecer disso.

  Tomamos café e subimos para pegar as nossas malas, eu paraliso na hora que vou pegar a última mala e Richard vem até mim.

- Falta só essa, amor? - me olha e eu concordo com a cabeça, saindo do transe.

  Richard pega a mala e desce as levando para a sala, desço e sorrio fraco indo até meus avós e me despedindo deles e em seguida me despendido de minha mãe.

- Cuida dela, tá bom? Promete que vai me contar sobre tudo o que acontecer? - pergunto para minha mãe e ela concorda com a cabeça.

- Pode deixar, Lily! Fica tranquila, você sabe que aqui ela estará sendo muito bem cuidada por nós.

  Seco as lágrimas que teimam em cair e mando um beijo para minha vó antes de sair de casa. Olho para o meu celular e vejo que o Uber estava à 5 minutos de casa, resolvo ir esperar na calçada enquanto isso.

  Richard vai na frente com as malas grandes e eu sinto um aperto no coração e acabo parando antes mesmo de passar pelo portão de casa.

- O que foi amor, esqueceu alguma coisa? - Richard pergunta assim que olha para trás.

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