Capítulo 56
"Acho que eu viveria bem sem você. Acho que até seria muito feliz. Mas ainda bem que não precisei viver sem ti!"
POV's Alice Ferreira
Me sento na beira da piscina e me assusto quando Richard se senta ao meu lado, minutos depois, sorrio fraco para ele e encosto a cabeça em seu ombro, continuando em silêncio, só de estar ao lado dele os meus problemas já diminuíam drasticamente.
- Minha vó está doente... - digo minutos depois, quebrando o silêncio.
- Sua mãe já me contou. - diz acariciando meus cabelos e beija o topo de minha cabeça - Vai ficar tudo bem, você mesma sempre diz que ela é a mulher mais forte que você já conheceu.
- Ela é, mas sei lá, tenho medo dela se esquecer de mim. - me afasto um pouco, o olhando.
- Ela pode até se esquecer por um momento ou outro, amor mas vocês sempre terão a mesma conexão, nada poderá mudar isso. - sorrio fraco e o abraço de lado, logo sentindo os braços dele me acolhendo também.
- Obrigada por ter vindo comigo. - levanto a cabeça o olhando e ele me dá um beijo calmo e longo, me fazendo esquecer de qualquer medo.
- Eu sempre vou estar ao seu lado. - diz sorrindo assim que finaliza o beijo com alguns selinhos.
- Que isso? - Isaac diz assim que vê nós dois juntos e eu solto uma risada, olhando pra trás.
- Arrumem um quarto. - Victoria diz rindo.
- O que vocês querem, hein? - pergunto rindo.
- Balada hoje ou nem consta? - Victoria pergunta e eu olho para Richard que pisca pra mim e segura minha mão.
- Vai ser bom pra você, amor e faz tempo que você não sai com eles.
- Tudo bem, eu vou.
Passei o restante do dia conversando com os meus avós e minha mãe e não foi tão difícil perceber o quanto Richard tinha conseguido conquistar eles. Sorrio observando Richard contando sobre como é conviver com meu pai.
Aproveitei para mandar mensagem para meu pai falando que a viagem foi tranquila e contei sobre a minha vó também.
- E a faculdade, Lily? - meu avô me pergunta e eu arregalo os olhos, eu nem sequer me lembrava desse detalhe que até hoje não contei para minha mãe.
- Então né.... - olho para Richard que segura a risada - Eu tranquei a faculdade. - digo de uma vez e olho para minha mãe.
- Como é que é? - minha mãe praticamente grita e eu dou um sorriso amarelo.
- O que está fazendo agora? - meu vô pergunta tranquilo assim que bebe um gole de seu chá.
- Quando foi isso, Alice? - minha mãe volta a perguntar e eu me ajeito no sofá.
- Digamos que com pouco tempo que eu cheguei no Brasil.
- E seu pai sabe disso?
- Sabe sim, ele até me apoiou.
- Eu não estou acreditando nisso, eu te mandei para o Brasil na intenção que você possa se concentrar nos estudos e fico sabendo de uma coisa dessa? E só agora você está me contando?
- Eu ia contar antes, estávamos esperando você ir pro Brasil, ai você falou que não ia mais e eu fiquei adiando, adiando e acabei esquecendo. - ela nega várias vezes com a cabeça, ainda inconformada - Eu sei que você queria que eu me formasse mas a faculdade era um saco, você sabe bem que eu nunca gostei de fazer faculdade de direito.
- E do que você gosta, Alice? - pergunta um tanto irritada.
- Eu comecei a fazer teatro e estou gostando e...
- teatro! - debocha - E eu lá criei minha filha tão bem para isso? Alice, você sempre estudou nas melhores escolas, fala vários idiomas, para isso?
- Eu gosto, eu sempre gostei do meio artístico, lembra que eu amava ir pro balé? E além do mais, eu consegui um emprego como modelo e eu estou amando, já fiz vários ensaios.
- Até quando, Alice? Você sabe que essas carreiras são para pessoas jovens, qual será o seu futuro?
- Mãe, eu sei que você queria outra coisa pra mim e eu sinto muito em te desapontar, eu queria poder orgulhar todos vocês mas eu não seria feliz dessa forma.
- Eu sempre falei que a Lily poderia ser modelo. - minha vó diz e eu sorrio largo.
- Deixa ela, Suzana! O importante é ela estar feliz com isso, se lá na frente não sair como ela espera, ela pode fazer outra coisa, ela é nova e graças a Deus tem pais e avós que tem condições de ajudá-la no que for necessário. - meu vô diz pra minha mãe.
- Obrigada! - sorrio para ele e olho para minha mãe - Eu sei que eu te dei muito trabalho nos últimos anos mas eu posso garantir que eu mudei muito nesses meses que passei no Brasil, eu sei que quando eu sai daqui de Portugal eu sai com raiva, eu não queria ir morar com meu pai, mas sinceramente, foi a melhor coisa que você já fez por mim, eu pude amadurecer muito e eu estou me dedicando para fazer tudo da melhor forma. Até meu pai está orgulhoso e contente por mim, será que não tem como você confiar em mim pelo menos uma vez na vida?
- Tudo bem Alice, seu vô está certo, se é isso que você quer fazer, não será eu que irei impedir. - sorrio e olho para Richard e retribui o sorriso.
- Obrigada! - encosto minha cabeça no ombro de Richard que me abraça.
- Falando no seu pai, como esta sendo morar com ele? - minha mãe pergunta.
- No começo foi tenso, a gente se desentendia muito e eu fazia muita raiva para ele. - solto uma risada - Inclusive ele ficou doido quando descobriu sobre o Richard mas agora estamos nos dando muito bem e ele gosta mais do Richard do que de mim. - digo rindo e Richard nega com a cabeça, rindo também.
- Ele falou que você fica mais na casa do Richard do que lá. - diz nos olhando.
- Digamos que ela visita a casa do pai dela. - Richard diz tranquilo e eu belisco sua coxa de leve - Ai! - reclama, rindo.
- Abel é um fofoqueiro também, hein? - desencosto minha cabeça de seu ombro - Mas a culpa não é minha, Richard que fica me chamando o tempo inteiro. - digo rindo.
- Mentira. - ele nega, rindo.
- Que sonso! - solto uma risada.
- Olha, eu estou surpreso de verdade, não achava que a Lily iria aparecer namorando tão cedo. - meu vô fala assim que nos observa rindo.
- Nem eu, vô!
- E foi difícil, hein? Pelo amor de Deus, deu trabalho demais. - Richard diz de forma divertida.
- Já falei que eu estava te testando para ver se você estava apto. - solto uma risada.
- Eu estou surpresa também! - minha mãe olha para meu avô - Alice conseguia afastar qualquer um que se aproximasse dela em questão de dias. - ela diz sincera e eu abro a boca, fingindo estar me sentindo ofendida.
- Nossa, também não era assim.
- Vocês formam um casal tão lindo. - minha vó diz simpática e eu pisco para ela.
- Te amo! - mando um beijo para ela que me manda outro, toda fofa.
- Se eu soubesse que teria o apoio da sua família, eu teria vindo aqui em Portugal antes para que eles me ajudarem. - Richard diz sorrindo.
- Não exagera. - o cutuco, fazendo cócegas em sua barriga.
- Quer mais café ou alguma coisa, Richard? - minha mãe pergunta e eu reviro os olhos.
- Não, obrigado! Estou cheio já. - diz simpático.
- Não coloca mal costume, mãe. - digo rindo.
- Tenho que por sim, ele tem que ser muito valorizado por aguentar você e o Abel.
- Nossa, magoou! - olho para Richard que segura a risada - E você tá rindo do que?
- Nada, pô.
Eu realmente não imaginava estar fazendo isso tão cedo, fazia tempo que eu e minha mãe não se tava tão bem e cá estamos nós reunidas junto com meu namorado em uma conversa completamente descontraída.
Só não vou dizer que não poderia estar melhor porque eu estou sentindo que faltava algo, ou melhor alguém, por incrível que pareça, eu realmente voltei a ser apegada em meu pai assim como eu era quando criança.
Ficamos conversando até a hora do jantar e depois subimos para nos arrumarmos para sair.
- Amanhã vou te levar para conhecer os pontos turísticos, tá bom? - digo colocando o brinco.
- Você que sabe amor, se você preferir ficar aqui com sua família também não tem problema. - diz passando perfume e eu me levanto, indo até ele e passando as mãos por seus ombros.
- Você tem que conhecer o máximo possível daqui. - sorrio.
- Ah, tenho uma coisa pra te contar.
- O quê? - pergunto curiosa.
- Lembra que você falou que queria um gato?
- Lembro sim.
- Pois é, consegui um e já está lá em casa com a Maria, mas ele vai ficar na minha casa então quando você quiser ver ele vai ter que ir lá e aí quando você for morar comigo, ele será seu, quer dizer ela, porque é fêmea.
- É impressão minha ou você está tentando me comprar? - solto uma risada - Tem a foto dela? Deixa eu ver.
- Eu não, que isso? Acha que eu seria capaz de fazer isso?
- Eu acho sim! - pego seu celular, vendo a foto e dou alguns pulinhos de alegria - Igual o que eu queria, amor.
- Exatamente.
- Eu amei, obrigada! - o abraço forte - E qual é o nome dela?
- Lily! Igual sua família te chama. - sorrio largo e beijo sua bochecha.
- Adorei!
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