Capítulo 23
"e depois daquele beijo eu percebi que todos os meus beijos tinham que ser teus."
POV's Alice Ferreira
Assim que abro a porta de casa, o Abel já me chama na cozinha e eu vou com a maior cara de pau, como se nada tivesse acontecido.
- Bom dia, Abelzinho! - digo cínica e Abel me fuzila com os olhos.
- Aonde você estava até essa hora? - pergunta sério.
- Ué, eu não disse que ia em uma festa? Então, eu acabei pegando no sono depois e dormi na casa da Lara. - minto descaradamente.
- Essa festa que você foi, não foi na casa do Richard não, né? - ele pergunta desconfiado e eu o olho confusa.
- Como assim? Teve festa na casa dele? - pergunto surpresa.
- Deixa quieto, vai trocar de roupa e desce para tomar café da manhã. - assenti com a cabeça e sai dali segurando a risada.
E não é que eu sou uma boa atriz mesmo?
Tiro toda minha maquiagem, troco de roupa, vestindo uma roupa leve e desço para tomar café.
- Já falou com minha mãe sobre eu ter largado a faculdade? - pergunto para Abel enquanto ele lia seu jornal.
- Ainda não Alice, acho que vou deixar para falar quando ela vir nos visitar. - arqueio a sobrancelha com o que ele fala.
- E quando vai ser isso? - pergunto confusa.
- Ela disse que vai entrar de férias mês que vem e que quer passar uns dias aqui no Brasil com você. - ele diz tranquilo, sem me olhar.
- Bom, você que sabe. - dou de ombros.
- Amanhã você começa as suas aulas, né?
- Aham.
- Você tem certeza de que é isso que você quer? - ele coloca o jornal encima da mesa e me olha seriamente.
- Tenho, é isso que eu quero.
- Estou perguntando para depois você não dizer que está fazendo algo que não gosta.
- Isso não vai acontecer, eu sinto que as portas irão se abrir para mim agora.
Depois que tomei café, eu fui para meu quarto e acabei dormindo a tarde inteira, acordei com a Lara me ligando querendo confirmar se eu iria mesmo sair com o ela, Nicolas e o amigo dele e eu disse que sim, afinal ela está de olho no boy e eu não poderia deixá-la na mão, eu vou fazer esse "quatro é par" acontecer.
No dia seguinte acordo cedo para sair com o Abel, como minha aula só começava de tarde, resolvi dar uma passadinha no CT para ver como estavam todos depois do porre de sábado.
- E ai loira? - Endrick me cumprimenta assim que me vê.
- Olá minha criança. - andamos abraçados até o campo e eu cruzo os braços quando vejo os meninos sentados na grama, conversando - Tá fácil assim, né?
- Essa não nega ser filha do Abel. - Veiga diz para Richard que solta uma risada alta.
- Eu ouvi, Veiga! - mostro que estou de olho nele e olho para Richard que estava ao seu lado, porra, era impossível olhar para ele e não lembrar do que aconteceu depois da festa.
- Olha quem veio nos visitar. - Piquerez passa o braço por volta do meu pescoço e eu sorrio para ele.
- E aí? Como você tá depois daquele porre?
- Estou pronto para outra, quando vai ser o próximo rolê? - pergunta animado, me olhando nos olhos e eu solto uma risada.
- Ainda não sei, mas assim que souber, eu te aviso.
- Me chama que eu vou! - solto uma risada pelo jeito animado que ele fala.
- Vou lá dentro conversar com as meninas, depois a gente conversa, tá? - pisco para ele e percebo que ele fica me olhando até eu sair do seu campo de vista.
Fico conversando com a Ale por alguns minutos e vejo Richard passando e me olhando, eu sabia muito bem que ele estava fazendo aquilo para que eu fosse atrás dele e é exatamente o que eu irei fazer.
- Tá me rondando, Montoya? - sorrio vendo ele ali fora me esperando, encostado na parede.
- Eu? - ele se faz de desentendido - Eu não, por que? Você tava me procurando? - ele dá um sorriso de lado, o sorriso mais cafajeste que já vi nele.
- Então eu vou voltar a conversar com minha amiga, Ale. - assim que eu me viro, ele me puxa, se aproximando mais de mim e eu olho ao redor, vendo se tinha alguém por ali, mesmo sabendo que ninguém nunca ficava por lá essa hora - Que foi? Vai dizer que estava com saudade? - digo sorrindo de lado, o encarando.
- Talvez sim. - Richard segura em minha cintura e ameaça me beijar mas recua.
- Que foi? - pergunta confusa, abrindo os olhos depois que ele recua.
- Por que você estava conversando com o Piquerez?
- Igual eu converso com os outros, eu converso com ele, nada demais, ué. - sorrio percebendo que ele estava com ciúmes - Ciúmes, Montoya?
- Não. - ele diz simples e vira o rosto.
- Você sabe que eu peguei ele só porque eu te vi com aquela garota, não sabe? - ele se vira para mim, com um sorrisinho de canto, segurando a risada.
- Ah, é? - sorri satisfeito.
- Aham. - passo os braços por volta de seu pescoço e o beijo.
- Podíamos sair essa semana, né?
- Quando? - pergunto como os braços em seus ombros.
- O que acha de sábado?
- Sábado não dá que eu tenho um compromisso. - ele arqueia a sobrancelha, me olhando desconfiado. - Que tal na quinta-feira então?
- Pode ser. - Richard segura em meu rosto, me beijando novamente.
- Para onde o senhor vai me levar?
- Eu ainda não pensei nisso mas sei que você vai gostar.
- Acho bom. - digo mandona e ele tenta me beijar de novo - Melhor a gente parar, lembra do que aconteceu na última vez? - digo me afastando dele e ele revira os olhos, frustrado.
Passei o restante da manhã no CT e depois fui para minha primeiro aula de teatro, eu estava tão ansiosa e feliz que finalmente eu iria fazer algo que eu sempre quis.
Nos apresentamos para todos e aparentemente todos ali pareciam ser bem legais. Hoje teve apenas um exercício para que a gente se soltasse mais e se conhecesse melhor, pelo o que vi, vários atores renomados já passaram por essa escola, então talvez essa realmente seja minha grande chance.
- Primeira vez fazendo teatro? - a morena me pergunta.
- É sim. - sorrio simpática - E você? Já fez antes?
- Já fiz durante alguns meses quando eu era adolescente ainda.
- Que legal!
- Agatha, prazer! - ela estica a mão e eu faço o mesmo a cumprimentando.
- Sou Alice.
- Alice Ferreira, filha do Abel, sei bem quem você é. - a olho surpresa, não era tão comum alguém me conhecer por eu ser filha do Abel já que eu nunca apareço com ele em lugar nenhum.
- Deixa eu adivinhar, palmeirense? - sorrio.
- Desde criança. - diz orgulhosa.
Conversamos bastante durante a aula e depois ficamos em frente à escola esperando nosso Uber.
Decidi olhar meu Instagram quando estava no Uber e vi que a prima do Richard tinha começado a me seguir e eu segui ela de novo, aproveitei para ver seus stories e arqueei a sobrancelha vendo a foto que ela tinha postado com a família deles e a Natalia junto, eu sei que eles consideram ela como parte da família mas eu não gostei disso, confesso que a idéia de saber que ela está na casa dele me incomoda um pouco, mesmo que não tenhamos nada, poxa, eu precisava ficar sabendo disso? Pode ficar com quem quiser, eu só não preciso saber.
Decido postar no story a foto que tirei hoje antes de ir sair do CT.
Alice's Story
Não demora muito para Richard curtir o meu story e responder.
" Eitaaa, eu vou roubar essa mulher pra mim🤤"
Sorrio com a sua resposta dele e bloqueio a tela do celular, ainda sorrindo igual uma boba.
- É bom demais estar apaixonado, né? - o Uber diz sorrindo, provavelmente prestando atenção em minha reação e eu nego com a cabeça.
- Não é paixão não, moço. - respondo rindo.
- Eu era assim quando conheci minha mulher, toda vez que ela me mandava mensagem, eu ficava sorrindo para o celular.
- Que legal, e vocês são casados há quanto tempo? - pergunto curiosa.
- Oito anos já.
- Bastante tempo. - sorrio e olho pela janela.
Eu não estou apaixonada, é apenas algo novo para mim, só isso.
Repito para mim mesma.
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