Capítulo 12

                         "Se não fomos feitos para ficarmos juntos, fomos feitos para marcar a vida um do outro."

                   POV's Alice Ferreira

  Encaro os lábios de Richard quando sinto seu toque suave sobre minha pele e ele dá um pequeno sorriso de canto percebendo isso, seu rosto se aproxima do meu e não não recuo, apenas fecho os olhos e logo sinto nossos lábios se tocarem, e foi exatamente nesse momento que eu senti um choque de eletricidade percorrer por todo meu corpo, provavelmente Richard sentiu o mesmo já que imediatamente se separou de mim e me olhou com uma expressão de surpreso antes de me beijar novamente, mas dessa vez foi com mais com mais desejo, nossos lábios se moviam em uma perfeita sintonia enquanto nossas línguas brigavam por mais espaço dentro de nossas bocas, não foi tão difícil perceber o quanto nosso beijo se encaixava, era como se já tivéssemos feito aquilo centenas de vezes.

  Nos afastamos quando sentimos falta de ar e ficamos nos olhando por alguns segundos, sem dizer uma palavra sequer.

  Abaixo a cabeça e mexo em meus cabelos na intenção de diminuir a tensão que eu sentia naquele momento.

- Richard, tira uma foto comigo? - uma morena pede, provavelmente era palmeirense.

- Tiro sim. - a morena abraça ele e sua amiga tira a foto dos dois.

- Muito obrigada, sério, você é ainda mais lindo pessoalmente. - ela puxa o saco dele e eu reviro os olhos, não tenho paciência nenhuma para mulheres que tentam chamar atenção de homem.

- Desculpa. - Richard se desculpa assim que ela vai embora e eu apenas concordo com a cabeça.

- Vamos subir? - sugiro.

- Ué, mas você não tá gostando daqui? - ele franze o cenho.

- Já enjoei daqui. - digo sem expressão.

- Não é por conta do que aconteceu não, né? - se refere ao beijo.

- Não, nada a ver, isso nem significou nada. - falo sem pensar, na verdade tinha significado algo sim, eu só não sabia o que exatamente.

- Entendi. - sinto uma certa frustração em sua voz.

  Subimos para a camarote que agora estava um pouquinho mais animado do que antes.

- E aí, como tá lá embaixo? - Veiga pergunta.

- Tá bem bacana. - respondo.

  Richard subiu para o camarote sem dizer nada depois do que eu disse e ficou ali calado, não foi a minha intenção passar a impressão que eu não gostei, até porque seria uma grande mentira, foi incrível mas eu não sabia lidar com isso, eu sempre estrago tudo e não seria diferente agora.

- Vou pegar mais bebidas. - Endrick fala e eu prontamente me ofereço para ir com ele para não ter que ficar naquele clima pesado.

- Vou com você, afinal de contas você não pode comprar bebidas por ser menor de idade. - brinco.

- Você acha mesmo? - ele tira um rg da carteira e me entrega - Com esse rg eu entro até no quinto dos infernos. - ele diz de forma divertida, me fazendo soltar uma risada alta e logo vejo que no seu documento constava que ele tinha 19 anos.

- Quem arrumou isso para você? - pergunto indignada, na minha cabeça ele entrava nas baladas apenas com as influências que ele e os amigos tinham.

- A gente conta o milagre mas não diz o nome do santo. - balanço a cabeça negativamente, de fato não era difícil achar que ele tinha mais de 18 anos.

  Aproveitei para pedir um drink já que a cerveja não estava sendo suficiente para me deixar em outra vibe.

  Vejo o Richard encostado na grade observando a pista e crio coragem para ir até ele.

- Ficou chateado comigo? - pergunto me encostando na grade, assim como ele.

- Como assim? Porque eu ficaria? - ele dá uma de desentendido e eu reviro os olhos.

- Você sabe.

- Não pô, fica em paz.

- Eu não queria ter dado a entender que eu não gostei ou algo do tipo, só acho que... ah, você sabe, eu e você não temos nada a ver. - ele se vira, me encarando.

- Ah é? E por que não?

- Vai por mim, eu não sou boa nisso. - me refiro sobre me envolver com alguém.

- Por que você tem medo? - ele cruza os braços, esperando uma resposta e eu respiro fundo.

- Eu não tenho medo de nada Montoya, se toca. - reviro os olhos e ele continua me olhando, com os braços cruzados.

- Você não me engana, Alice! Toda essa sua marra é para se proteger das pessoas.

- Iiiii esse papo chato em plena balada? - estico meu copo para ele e ele sorri, olhando para mim antes de dar um gole em minha bebida.

- Você não vai ser marrenta assim pra sempre, posso garantir. - ele me devolve o copo e eu estreito os olhos.

  Passei o restante da noite dançando e bebendo, os meninos com certeza são as melhores companhias que alguém podia ter, mas também em contrapartida ninguém podia nem tentar se aproximar de mim, porque segundo eles, eles eram meus seguranças.

  Eu e o Richard trocamos alguns olhares durante a noite mas não foi nada demais, para ser sincera a cena do beijo que ele me deu ainda estava bem fresca em minha cabeça, não seria exagero nenhum falar que eu nunca tinha beijado alguém que o beijo se encaixasse dessa forma logo de primeira mas eu não queria pensar nisso, afinal eu não quero me apegar a ninguém aqui no Brasil e muito menos nele.

  Fomos o caminho todo da volta para casa em silêncio e assim que chegamos em frente ao meu prédio eu agradeci e desci o mais rápido possível como uma forma de tentar o evitar.

  Olho em meu celular e já se passavam das duas da manhã, tiro os meus soltos como de costume e abro a porta de casa dando de cara com Abel ali no sofá no escuro, mexendo em seu notebook. Acendo a luz e respiro fundo, sabia que ele iria ficar puto.

- Duas e vinte e cinco, Alice? - ele olha para seu relógio e me encara - Onde você estava até essa hora?

- Sai com o pessoal da faculdade, ué.

- Faculdade, Alice? Faculdade com essa roupa e sem material nenhum?

- Ok, eu estava em uma festa, é isso que você queria saber?

- O que eu quero saber é o que você realmente quer da sua vida, quando você vai passar a se comportar como uma adulta? - arqueio a sobrancelha.

- Engraçado, quando convém eu sou adulta, mas para fazer o que eu realmente quero eu não sou, não é mesmo?! - altero um pouco a voz.

- Artista, Alice? É isso que você tanto quer fazer da sua vida? Você acha mesmo que isso vai te dar algum futuro? - ele passa a mão pelo rosto, agoniado - Eu e sua mãe nos matamos para te oferecer tudo o que não tivemos, e é assim que você agradece? Sabe quantas pessoas gostariam de estar em seu lugar?

- Não, eu não sei, mas eu posso garantir que eu não tenho nada a ver com a frustração que vocês tiveram na vida, não é porque vocês queriam algo que eu sou obrigada a querer o mesmo.

- No futuro você irá nos agradecer, você pode ter certeza.

- Não, eu não vou, será que vocês não percebem que isso me afasta cada vez mais de vocês? Eu não quero ser igual a ninguém, eu quero ter a minha própria vida e fazer dela o que eu acho melhor.

  Subo para o meu quarto e vou direto para o banheiro, tomar um banho demorado.

  Enquanto sinto a água quente bater em meu corpo, me vem na memória o meu beijo com o Richard, eu ainda conseguia sentir seus lábios tocando os meus e sentir aquela mesma sensação que eu tive no momento que isso aconteceu.

  Abro os meus olhos e passo a mão pelo rosto.

  Porra Alice, você não é assim.

  Me repreendo por lembrar daquilo, por mais que aquilo tenha sido incrível, não pode acontecer de novo, eu não quero me magoar e não quero ninguém que me prenda a essa país.

  No dia seguinte eu fui ao shopping junto com Lara, decidi comprar algumas coisas novas já que a metade das minhas roupas, maquiagens e acessórios haviam ficado em Portugal.

- E como foi a festa ontem? - Lara pergunta curiosa enquanto eu via algumas roupas pela vitrine.

- Foi bem legal, a balada é bem legal até, só o camarote que eu achei meio parado.

- E você ficou com algum gatinho ontem? - pergunta curiosa.

  Meus pensamentos são invadidos pelas lembranças de ontem e eu rapidamente nego com a cabeça.

- Não tinha ninguém interessante lá.

- Ah, para com isso Alice, só com você tinham três meninos interessantes.

- Mas eles são meus amigos.

- Me apresenta seus amigos então. - Lara diz de forma divertida, me fazendo rir.

  Olho meu Instagram e vejo que o Murilo tinha reagido na foto do story que eu havia postava mais cedo, mas eu ainda estava chateada pela forma que ele me dispensou na terça-feira, poxa, nenhum homem me dispensa.

  Visualizo e finjo que não vejo a mensagem e não demora muito para ele me mandar uma mensagem no WhatsApp me fazendo soltar uma risada, é o que eu digo, se você quer que um homem corra atrás de você, apenas o ignore e certamente verá a magia acontecer.

- Tô com fome, vamos almoçar? - Lara propõe e eu concordo com a cabeça enquanto respondo Murilo - Tá conversando com quem, hein? - ela pergunta quando percebe que eu estou rindo para o celular.

- Não é nada demais, é só um gatinho que eu já fiquei.

  Escolhemos um restaurante ali mesmo na praça de alimentação e eu continuo conversando com o Murilo enquanto minha comida não chegava.

- O que você acha de ir no jogo de hoje? - sugiro para Lara assim que recebo o convite de Murilo.

- Tá falando sério? - ele pergunta empolgada.

- Muito sério.

- Eu vou amar!


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   @autora_nataly

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