Cap. 13 - A Mensagem
A casa de tia Annie era grande e luxuosa. Na sala de estar estavam os sofás vermelhos que tanto gostava de usar como pula-pula quando era mais nova e só sobreviveram depois de muitas e muitas caras restaurações. As cortinas eram grandes, daquelas que cobrem toda a parede desde o teto, a coloração era bege com detalhes dourados, a televisão era enorme, mas não sei porque havia uma televisão já que minha tia não gostava de assistir, talvez fosse para as visitas. Lembro que quando era criança ficava triste quando vinha aqui e não podia assistir desenhos. Havia uma lareira de tamanho médio que fora usada raras vezes, já que nesse lugar o inverno parecia ser intenso apenas por uma ou duas semanas. O chão era composto de um piso que se assemelhava a madeira cor de tabaco, no centro da sala tinha um tapete persa da mesma cor das cortinas.
Chegamos a cozinha e minha tia pediu que sentássemos à mesa, com lugar para dez pessoas, que estava montada para o café da tarde. Geralmente meu irmão não era de comer, mas na casa da tia Annie, comia como um desesperado. Não estava com muita fome, embora tia Annie tenha feito meus bolinhos recheados favoritos, massa de chocolate com recheio de chocolate e morango. Tia Annie sentou Mina na bancada da cozinha e começou a tratar de seus machucados. No mesmo instante a campainha tocou e ela me pediu para atender.
— Deve ser a Ally. — Levantei-me rapidamente e corri em direção a porta da sala, escorreguei no tapete, mas consegui me equilibrar a tempo de não cair. Abri a porta e abracei a pessoa a minha frente sem nem me importar de verificar se era mesmo Ally. — Ally, queria tanto falar com você!
— Acho que não é a Ally... — uma voz diferente falou e no mesmo instante me afastei bruscamente, sentindo o rosto corar.
— O que está fazendo aqui? — Tentei soar irritada, mas estava mesmo era sem graça.
— Vim buscar a minha irmã. — Shane deu de ombros. — Eu é que pergunto! O que você faz aqui?
— É a casa da minha tia. Também vim buscar meu irmão. — Dei ênfase nas palavras "minha" e "meu" e lancei um olhar frio para ele.
— Deixe de ser mal-educada, querida. — Gritou tia Annie aparecendo no portal entre a cozinha e a sala, carregando Mina no colo.
— Está tudo bem Senhorita Annie. — Sua voz soou um pouco mais alta e me fez estremecer, cerrei os punhos com raiva de mim.
— Pode entrar, querido! — Olhei para minha tia sem acreditar que o convidava para entrar. A palavra "vampiro" começou a soar na minha mente como um alarme e temi pela segurança da minha tia e do meu irmão.
— Vai deixar "ele" entrar? — Tentei me controlar, mas estava quase impossível.
— Sim, querida. Por quê?
— Nada. Renan, venha logo. Vamos embora. — Gritei para meu irmão, que ainda comia na cozinha feito louco.
— Eu estou comendo, Tata! — Gritou de volta. Marchei até a cozinha e escorreguei no tapete de novo, me recompus e ajoelhei-me ao lado do meu irmão.
— Renan, estou tentando evitar aquele rapaz que chegou e....
— Você não gosta dele?
— Não é bem isso. Ele é perigoso e....
— E você quer deixar a Mina e a tia Annie aqui com ele? — Me olhou assombrado e não soube bem o que responder.
— Fale baixo. É perigoso para você, não para elas. — Menti um pouco. Não sabia se era perigoso para tia Annie, mas se ele se controlava bem comigo, imaginei que com ela seria assim também.
— Por quê? — Enfiou outro biscoito na boca.
— Você é muito pequeno para entender...
— Não sou não! Você que não sabe explicar!
— Fique quieto, por favor! — Pedi entredentes.
— Eu não quero ir embora! Onde está a mamãe? Quero minha mãe!
— Você vai mesmo ficar chamando a mamãe igual um bebezinho? — Precisei pegar pesado, pediria desculpas depois.
— Tata chata. — Gritou e engoliu outro biscoito.
— Pare de comer! Você vai acabar passando mal!
— Fica quieta! Melhor comer o que me der vontade do que me arrepender depois igual você!
— Chega! Vamos logo! — Levantei-me e agarrei seu braço com força tentando afastá-lo da mesa.
— Eu não vou embora com você!
— Foi a mamãe que pediu. Quer dormir aqui hoje? — Lancei um olhar sério e depois de me encarar por um tempo, resolveu acreditar.
— Só vou com você porque quero minha mãe.
— Ótimo. — Arrastei-o até a sala, onde Shane e Mina estavam sentados com minha tia e conversavam normalmente.
— Tchau, tia Annie. — Meu irmão se despediu, abraçou-a e deu um beijo em seu rosto.
— Já vai, querido? — Minha tia lançou um rápido olhar zangado para mim e desviei o olhar.
— Sim. Eu quero jogar videogame. — Renan falou sorrindo e pensei comigo que mentia bem. Ou talvez não fosse mentira...
— Tudo bem. Até mais, querido.
— Tchau, Mina! — Meu irmão correu até a amiguinha dele e a abraçou e não pude deixar de me expressar com isso.
— Ai que fofo! — Falei sem querer e depois tentei me mostrar novamente indiferente.
— Fica quieta, Tata! — Meu irmão se afastou do abraço e me obriguei a não rir.
— Tata? — Shane olhou diretamente para mim e arqueou a sobrancelha, um sorriso despontando em seus lábios. O ignorei e dirigi minha atenção a irmã dele.
— Até mais, Mina. Adorei te conhecer. — Sorri para a garotinha e ajoelhei para ficar na altura dela, que pulou em mim e me abraçou forte.
— Eu também gostei muito de conhecer você. Obrigada por me trazer de volta. — Mina se afastou novamente e tornou a sentar-se no sofá.
— Você é muito linda. — Falei. Depois virei-me para me despedir de Tia Annie, a abracei e quando a soltei percebi que lágrimas despontavam em seus olhos. — O que é isso, Dona Annie? Não vai começar a chorar, não é?
— Não. Quem está chorando? — Assumiu uma postura rígida e séria, todos acabamos rindo.
— Temos que ir, tia. Logo vai escurecer... — segui para a porta com meu irmão, mas antes que pudesse abri-la Mina e Renan se puseram a minha frente e me encaram com os braços cruzados e expressões bravas. — O que foi? Não tenho doces!
— Não é isso. — Renan foi o primeiro a falar.
— Então o que é?
— Por que você não falou tchau para o meu irmão? — Mina estava agora com um ar triste.
— Ah. É por que... — tentei desesperadamente encontrar alguma desculpa, mas falhei.
— É por que...? — Shane me olhava com ar divertido e isso fez meu sangue ferver, fui tomada por uma raiva súbita e não consegui mais controlar.
— Tchau. — Lancei um sorriso irônico, abri a porta abruptamente e puxei meu irmão para fora. Caminhei a passadas largas quase arrastando meu irmão ao meu lado.
— Por que fez aquilo, Tata?
— Eu é que te pergunto! Por que você fez aquilo? Você sabia que não queria falar com aquele rapaz!
— Eu pensei que se obrigasse vocês a se abraçarem tudo ficaria bem.... Eu queria que se dessem bem como eu e a Mina.
— E quanto vocês se dão bem?
— Ela é minha amiga e gosto muito dela. Não é como as outras meninas que têm medo de chegar perto de um menino. Ela gosta de jogar videogame e eu também brinco das brincadeiras que ela quer.
— Você gosta dela! — Não pude deixar de achar graça na situação. Meu irmão ficou mais vermelho que um tomate e começou a me bater com raiva, não conseguia parar de rir. — Calma, Renan! Ninguém sabe do que estamos falando!
— Eu não gosto dela assim.
— Desculpe, não pensei que ficaria bravo. Se você diz que gosta dela assim, acredito. Está bem?
— Sim. Por que, de verdade, você não gosta do irmão da Mina?
— Por que está me perguntando isso? Eu já disse que não gosto dele! Pronto!
— Mas tem que ter um motivo...
— Esqueça.
— Tata, quero um doce. — Falou ao passarmos ao lado de uma doceria.
— Não. Já vai escurecer e temos que chegar em casa. Fora que você acabou de comer um monte de doce!
— Mas quero um doce desses! — Começou a empacar como uma mula.
— Eu não trouxe dinheiro. Agora vamos.
— Tudo bem, eu tenho. — Virei-me abruptamente e me deparei com Jamie.
— Jamie! Olá, tudo bem? — Sorri. — Tem o que?
— Dinheiro. — Tirou uma carteira do bolso e entregou uma nota de cinquenta para meu irmão.
— Eba! — Ele sorria de orelha a orelha.
— De jeito nenhum! Não precisa! Devolva o dinheiro, Renan. Precisamos ir.
— Por quê? Coitado do menino! Ele está com vontade de comer doces. Deixe-o comer. — Jamie acariciou a cabeça do meu irmão e isso fez meu coração saltar. Novamente a palavra "vampiro" começou a apitar em minha mente e me senti ridícula por isso. Jamie já estivera com meu irmão e não o atacara nem nada do tipo.
— É, Tata. Quero doce.
— Ok. Está bem. Mas sejam rápidos. — Os dois correram até a doceria e fiquei aguardando ali fora.
Peguei meu celular no bolso e percebi que havia três mensagens não lidas. O que poderia ser? Seria a operadora de novo? Abri a mensagem para ver o que era e a primeira me deixou muito feliz: era minha melhor amiga da antiga cidade, Mariany Jenkins Price. A mensagem dizia que ela e a mãe se mudariam para a mesma cidade que eu. Viriam para cá esse mês porque, desde que o pai de Mariany havia falecido, se tornara muito reclusa e eu era a única amiga que ela tinha. Quando fui embora, voltou a entrar em depressão e a mãe tomou a decisão de se mudar por causa disso. Também dizia que havia outra surpresa e isso me deixou muito curiosa.
A segunda mensagem era da minha mãe e perguntava porque ainda não havia voltado para casa e essa respondi com os poucos créditos que me restavam. A última mensagem era de um número desconhecido. Ao abri-la quase joguei meu celular longe, senti minha pressão baixar e uma forte tontura tomou conta de mim por alguns segundos. Nesse instante Jamie e meu irmão estavam saindo da doceria e ao notar minha expressão, Jamie perguntou o que havia acontecido. Não consegui responder, apenas guardei o celular e balancei a cabeça negativamente. Ele me olhou desconfiado, mas não perguntou mais nada.
— Obrigada pelos doces e.... — foi quando notei a enorme sacola de doces que meu irmão carregava com dificuldade. — Renan! O que estava pensando? Por que pegou tantos doces? Jamie! Por que aceitou comprar tudo isso?
— É para nós dois. Vamos dividir quando chegarmos na sua casa. — Sorriu e deu de ombros.
— Como assim "quando chegarmos a minha casa"? Vai nos acompanhar?
— Vou. Algum problema? — Retirou a sacola das mãos do meu irmão para que conseguisse andar normalmente.
— O problema... é que minha mãe já pensa que estamos namorando, se você ficar indo lá em casa o tempo todo, vai achar que estou mentindo ao negar.
— Deixe-a pensar... é até bom que as pessoas pensem isso... — e evitou me encarar e isso me deixou confusa.
— Como assim? Você quer que os outros pensem que estamos namorando? Você não está... ah meu Deus! Você não está gostando de mim, está?
— Isso é assunto para conversarmos com calma e a sós, está bem? Mas não se preocupe, não é por isso. — Sorriu com a expressão serena e achei melhor não discutir.
— AH! Eu queria saber! Vocês são chatos! — Meu irmão estava com os braços cruzados em frente ao corpo e com uma expressão irritada. Seguimos o tempo todo com meu irmão conversando com Jamie. Quando chegamos em casa, já havia escurecido e minha mãe estava na porta nos esperando.
— Filha! Que demora! Onde você estava e.... Renan o que é isso? — Minha mãe levou as mãos a cintura ao ver a sacola que outra vez meu irmão carregava.
— Doce. — Sorriu.
— E onde você arrumou isso?
— Foi o amigo da Tata que me deu. — Disse apontando Jamie e finalmente minha mãe percebeu que ele estava ali.
— Ah. Olá! Tudo bem com você? — Sorriu e Jamie que retribuiu o sorriso, simpático.
— Estou bem, e a Senhora?
— Bem, obrigada. — E abriu o portão da frente para entrarmos. — Obrigada pelos doces do Renan.
— Não foi nada. Nós combinamos que se me deixasse jogar videogame qualquer dia desses, entregava os doces. — Disse bagunçando o cabelo do meu irmão e não entendi porque não reclamou disso.
— Ah. Então foi isso... — minha mãe convidou-o a entrar e me deixou para trás para fechar o portão e a porta. Lá dentro, Jamie pegou apenas alguns doces e deixou Renan ficar com a maioria, para a felicidade dele. Quando perguntei para minha mãe onde estava meu pai, disse que estava tomando banho no andar de cima.
— É melhor ir para casa. Está ficando tarde e meu... pai... pode estar procurando por mim. — Jamie se levantou e esperou que o guiasse até a porta. Pai? Pensei que vivesse com os outros meninos e não tivesse família...
— É verdade. Até mais, Jamie! — Levantei-me e o acompanhei até a porta.
— Você pode vir aqui no sábado! — Meu irmão gritou.
— É verdade. — Não consegui acreditar quando minha mãe concordou. — A Mina vem aqui também e vocês podem brincar todos juntos.
— Isso... — tentei disfarçar meu tom nada animado.
— Ótimo. Vou ver se poderei vir! Até mais! — Saiu e imediatamente fechei a porta.
— Não, mãe. Não estamos e nem vamos namorar. — Disse erguendo as mãos ao alto em sinal de rendição.
— Tudo bem, filha. Só acho ele tão educado e gentil...
— Chega, mãe! Que coisa! Quando quiser namorar alguém, pode deixar que eu te aviso quem é, está bem? — Segui em direção a escada batendo os pés com força, mas parei aos pés da escada quando minha mãe tornou a falar.
— Filha, que papéis são esses que caíram do seu bolso? — Senti meu sangue gelar.
— Nada, mãe. — Corri e peguei de volta os papéis. Havia dois desenhos e isso me deixou confusa. O desenho da rosa não deveria estar comigo...
— Que lindo, filha. Quem desenhou isso? Foi você?
— Sim. Fui eu.
— Onde você encontrou essas flores de coração? São lindas!
— Na escola. Lá perto tem flores assim. — Menti.
— São realmente encantadoras. Não sabia que você desenhava tão bem, filha! Parabéns!
— Obrigada. — Virei-me rapidamente e subi as escadas, mas ainda consegui ouvir minha mãe dizer que me matricularia em uma escola de artes. Do alto da escada, disse que não queria, mas não estava contente e por isso convidou-me a desenhar algumas das flores de tia Annie para presenteá-la. Quando digo que me convidou, quero dizer que me intimou. Não havia como negar. O pior é que o prazo era curto. Me levaria lá no sábado que vem, menos de duas semanas para pensar em uma desculpa muito boa ou aprender a desenhar muito bem. Impossível. Cogitei até a ideia de pedir a "ele" para que fosse comigo e desenhasse as flores por mim, mas estava realmente irritada e duvidava que aceitasse fazer isso.
Entrei no banheiro do quarto e tomei um bom banho quente. Saí e deitei na cama pensando em como poderia resolver isso. Peguei meu celular para ouvir um pouco de música e então vi que outra mensagem piscava na tela do celular. Por alguns segundos tive medo de que fosse outra mensagem assustadora me ameaçando, como a que recebi mais cedo, mas percebi que o contato não era desconhecido. Era Mariany e a mensagem dizia que a surpresa que dissera anteriormente, era que semana que vem se mudaria para uma casa praticamente ao lado da minha de tão perto. Também pedia para que não contasse a minha mãe que me disse isso.
Fiquei tão feliz com a notícia que esqueci a mensagem sinistra e meu problema de desenho. Levantei da cama, coloquei uma música bem agitada e comecei a dançar pelo quarto. Com certeza parecia uma doida, dançava com o travesseiro, com o cabideiro, o cobertor... tudo se transformava em um parceiro de dança para mim. Até que alguém bateu a porta e a abriu no meio da minha performance.
— Tata, a mamãe pediu para você parar com isso antes que derrube a casa. — Meu irmão estava com um sorriso zombeteiro no rosto.
— Ok. — Meio desengonçada, coloquei tudo de volta no lugar.
— Tata... você não fez aqueles desenhos, não é? Você não desenha nem boneco de palito!
— Não é da sua conta. — Tirei os fones e joguei o celular na cama.
— É sim! Se você não quiser que diga ao irmão da Mina que você gosta dele!
— Seria uma mentira. — Tentei controlar a raiva.
— Ele não saberia disso.
— Você não faria isso! — Comecei a me irritar.
— Faria sim.
— Faça que espalho para todo mundo que você gosta da Mina! — Ataquei-o da melhor maneira que consegui pensar no momento. Foi infantil? Sim.
— Mas eu não gosto dela! — Gritou meu irmão.
— Isso, sua besta! Grita mesmo!
— Chata!
— Chato!
— Parem! — Gritou minha mãe do andar de baixo.
— Não fui eu quem desenhou. — Baixei a voz na esperança que ele não ouvisse.
— Quem foi, então?
— Está querendo demais.
— Tudo bem, mas ainda vou descobrir. — Se contentou por um tempo e fechou a porta ao sair do quarto.
— Pode tentar! — Gritei para a porta já fechada.
Depois de um tempo comecei a rir da discussão idiota que tivemos e saí na sacada para respirar um pouco do ar fresco da noite. Esperava que alguém viesse me visitar essa noite, mas sabia que Jamie já havia vindo hoje e não viria de novo. Era estranho que gostasse tanto dessas visitas noturnas, já que na maioria das vezes, começavam com algum tipo de susto, mas notei que esperava esses encontros com meus amigos vampiros o dia todo. Ansiava pela companhia de criaturas perigosas que me visitavam no meio da noite... só podia ter algum problema. O mais estranho era que sempre quisera viver algo assim. Não sei se era o gosto pela adrenalina ou só um pouco de loucura adolescente mesmo.
Fiquei na sacada até dar onze horas, mas como imaginei, ninguém apareceu e comecei a ficar preocupada por estar tão desapontada com isso. Tinha certeza que Jamie não viria, então quem estava esperando? No fundo sabia quem estava esperando, mas me recusava a acreditar nisso. E por que raios "ele" viria me visitar? Estávamos brigados, não? Ainda assim fiquei chateada, voltei para dentro e naquela noite dormi como não dormia há algum tempo. Nenhuma visita. Noite tranquila de sono.
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