012

MEU PROPÓSITO É SAIR DE DODGE E IR PARA STANFORD.







OUTUBRO

Frankie Roman era uma garota raivosa ultimamente. Todo mundo sabia disso. Enquanto Bella desaparecia em uma concha de si mesma depois que a família Cullen se mudou, Frankie se transformou em alguém diferente, alguém mais duro e reservado. E essa mudança se traduziu em todos os aspectos de sua vida.

Na garagem, onde ela estava ficando cada vez mais horas, Paul mal conseguia arrancar um sorriso dela. Ele não sabia que ela estava chateada por ele esconder vampiros dela, no entanto. E Frankie era teimosa demais para tocar no assunto.

Todos os outros que sabiam estavam no mesmo barco: Raylan, Billy, Sam, Jared, a porra da Bella.

Deus, Frankie não olhou para Bella nenhuma vez desde aquela noite. Quando soube que a garota não morreria de hipotermia, ela se deixou ficar furiosa. Bella mentiu para ela assim como os Cullen fizeram. Ela colocou a vida de Frankie - a vida de seu pai em perigo por não lhe contar o que eles realmente eram. Então, se Bella queria desperdiçar em nada em seu quarto por causa de um cara que a deixou sozinha na floresta para morrer, então ela a deixaria.

Frankie odiava quase todo mundo, exceto suas amigas da escola, mas acima de tudo, ela odiava a si mesma. Porque no meio da noite, em seus sonhos, onde ela não conseguia controlar seus pensamentos, tudo o que ela queria era Emmett. Ela ainda via olhos dourados e pele firme e pálida quando fechava os olhos. Ela sonhava com seus lábios e seu toque, saboreando o som de sua risada profunda que costumava fazê-la sorrir tão facilmente.

Mas nada disso era real. Emmett - o Emmett que ela conhecia, pelo menos - não era real. Ela nunca o conheceu.

A raiva também estava presente na banda. Tyler conseguiu solos muito mais altos conforme o som deles mudava para uma direção mais rock, todas as músicas que Frankie escreveu sendo cheias de ódio por Emmett e pela traição que ela sentia de toda a família dele.

Porque não foi só Emmett que mentiu para ela. Foram Rosalie, Esme, Jasper e Edward. Eles a fizeram de boba e ainda eram de onde diabos estavam no mundo.

A maior diferença em Frankie estava no campo de futebol. Ela já era agressiva, mas sem Emmett em sua vida, ela se jogou no esporte. Era a única coisa que a afastaria de Forks e das memórias de Emmett que a atormentavam todos os dias. Eles tinham que ganhar o estadual, ela tinha que conseguir uma bolsa integral para Stanford, ela tinha que deixar este lugar.

Se fosse uma das raras vezes em que Frankie não estivesse brava, ela virava a cabeça e via Sam e ficava brava de novo. Ele não a deixava sozinha, sempre chamando por ela, aparecendo nos jogos, oferecendo caronas para o trabalho que ela recusava. Ele não parava de observá-la como se estivesse esperando por algo, e isso a irritava.

Além disso, Frankie não precisava das caronas. Paul aumentou seus turnos assim que Emmett saiu, outra dica óbvia de que ele sabia que eles eram vampiros. Em quatro semanas, Frankie tinha dinheiro para comprar as peças finais de seu próprio Jeep. Agora, o carro verde estava acelerando para cima e para baixo nas estradas, levando-a para onde ela precisava ir.

Frankie não precisava mais depender de ninguém.

NOVEMBRO

Outubro chegou e passou num borrão, e quando o aniversário de Frankie chegou, ela quase ficou na cama. Afinal, a última festa em que ela tinha ido não foi muito boa.

Mas dessa vez, seus amigos muito humanos fizeram uma fogueira em La Push para ela. Bella não apareceu - não que ela tenha sido convidada. Jessica não entendeu por que Frankie não gostou dela de repente, mas não iria bisbilhotar até que Frankie estivesse pronta. Ela simplesmente não contou a Bella sobre isso. Não que ela teria aparecido de qualquer maneira.

Ninguém mencionava Emmett perto de Frankie, sabendo que era apenas a maneira mais rápida de invocar sua raiva.

Emmett era um vampiro.

Emmett era um mentiroso.

Emmett não se despediu.

Frankie se odiou por se importar com o último. Então, novamente, ela disse a ele que não queria vê-lo novamente. Ela supôs que ele estava respeitando isso.

"Vocês estão prontos para o jogo final amanhã?" Seth Clearwater perguntou, vindo sentar-se ao lado de Frankie em um pedaço de madeira. Sua irmã não estava muito atrás dele. Leah não queria estar lá, assistindo Sam e Emily se apaixonarem, mas seus pais a forçaram.

Frankie e Tyler estavam assando marshmallows no fogo quando os irmãos se aproximaram.

"Oh, nós vamos arrebentar", ela disse ao garoto mais novo. "Tyler, esses são Seth e Leah Clearwater. Gente, Ty está na banda comigo. Ele é o baterista."

"Nós sabemos disso, idiota", Leah disse, revirando os olhos de brincadeira. "Não é como se vocês fossem grandes em toda a área ou algo assim."

"Bem, sim, mas vocês ainda não se conheceram", Frankie disse com um encolher de ombros. Ela foi pegar seu marshmallow apenas para ele derreter e cair na areia. "Porra."

"Ei, Ty!" Mike gritou de onde estava jogando futebol com Paul e Jared. "Vamos lá. Eric está me fazendo perder."

"Foda-se!", Eric choramingou antes de levantar as mãos e se juntar a Angela na areia.

"Volto já", disse Tyler, com a boca cheia de marshmallow enquanto pulava e corria para se juntar aos rapazes.

"Você está tendo um bom aniversário?" Seth perguntou a Frankie. Ele não viu muito a garota, mas achou que ela era a pessoa mais legal que ele já conheceu.

"O melhor", ela disse, sorrindo. Mas o dia todo, Frankie estava se lembrando de seu último aniversário, que foi passado com Emmett enchendo-a de carinho. "Todo mundo com quem me importo está aqui."

Não era verdade, mas Frankie sabia que um dia seria.

"Teria sido legal se o seu jogo de futebol estivesse no ar

seu aniversário real", ele disse.

"De jeito nenhum", Leah negou. "Isso tiraria a atenção dela."

"Ela está certa, Seth. Eu vivo de atenção", ela disse, sorrindo para ele. Ele ainda não tinha atingido seu pico de crescimento. "A banda não teria durado tanto se não fosse assim."

"Estou surpresa que tenha acontecido", disse Leah, batendo em seu ombro. "Estamos todos muito orgulhosos de você, sabia.

"Estou surpresa que tenha acontecido", disse Leah, batendo em seu ombro. "Estamos todos muito orgulhosos de você, sabia? Quero dizer, lembro quando todos nós achamos que você era louco por desperdiçar toda aquela gasolina em shows que não pagavam em Port Angeles."

"Quer dizer, eu ainda estou matando o meio ambiente com todo o gás que estou desperdiçando para ir aos shows", ela disse, rindo. "A van do Ty tem uma quilometragem de merda e o Jeep é ainda pior."

Os três conversaram um pouco antes de Seth sair correndo para ficar com algumas das crianças mais novas. Frankie e Leah caíram em um silêncio fácil, ambos confortáveis ​​um com o outro. E de certa forma, ambos estavam lidando com seus próprios corações partidos por meio de sua raiva.

Leah estava observando Sam e Emily, que dançavam ao som da música ao redor do fogo, sentindo como se estivesse sendo esfaqueada no coração enquanto os observava. "Foda-se aquele Cullen, Frankie. Você vai ficar melhor sem ele."

"É", ela concordou, sentindo sua raiva aumentar. "Foda-se ele."

🌙

"É isso para nós, Francis", disse Elena, com um olhar triste no rosto.

Frankie olhou para a mãe com firmeza. Pela primeira vez, elas estavam no quarto de Frankie, ambas sentadas na cama bagunçada.

"O que isso quer dizer?", ela perguntou, sem entender, como sempre.

"Amanhã. Você estará pronto. Está tudo se concretizando", ela disse, com os olhos brilhando. "Você vai mudar. Tudo vai. Você está prestes a mudar tudo."

Ela zombou e revirou os olhos, não tendo mais paciência para isso. "Você continua dizendo isso. O que isso significa?"

"Quando isso acontecer, vocês terão o poder de parar a guerra ou queimar o outro lado até virar cinzas", ela disse.

Frankie olhou para sua mãe com irritação. "Que outro lado? Que poder, mãe?" Mas então ela congelou, sua cabeça começou a latejar. Isso a deixou tão brava, desejando poder controlar quanto tempo isso duraria por uma vez. "Não - Não! Não ouse ir embora de novo!"

"Eu não vou embora. Você está acordando", Elena disse tristemente. Então ela se inclinou e beijou a testa de Frankie gentilmente, uma lágrima escorrendo por sua bochecha. "Não se esqueça de quem você é."

🌙

Frankie nunca se moveu tão rápido em sua vida, nem mesmo quando estava correndo de Emmett, enquanto se movia pelo campo. Às vezes, seus amigos juravam que ela era um borrão, arrasando na defesa sempre que o time do sul de Washington pegava a bola.

Ela já havia recebido um cartão amarelo por uma entrada particularmente dura, e nem discutiu com o árbitro, sabendo que havia acertado a garota com mais força do que o necessário, nem mesmo vacilou quando ela caiu com força no chão e quebrou o tornozelo.

Mas não querendo ganhar um segundo e ficar no banco, Frankie teve que conter a raiva dentro dela. Não importava que Emmett deveria estar sentado com todos os seus amigos e torcendo por ela com Rosalie ao seu lado. Ela não precisava dele para ganhar uma porra de jogo de futebol - ela estava fazendo isso sem ele a temporada toda.

Forks tinha vencido o jogo. O placar era sete a zero, pelo amor de Deus. Mas Frankie não desistiu, interceptou uma bola nos últimos trinta segundos e voltou para o lado deles do campo. Seu time ficou com ela o melhor que pôde, mas ela era rápida demais.

O único que estava perto dela era Lakin, que estava completamente livre para um passe extra para chegar ao gol mais rápido. Mas Frankie simplesmente passou por ela, derrubando sua companheira de time como se ela fosse uma oponente enquanto ela ia para o gol. O goleiro abaixou um segundo tarde demais e a bola de futebol voou pelo ar, atingindo a rede com tanta força que rasgou.

Frankie não deu atenção à sua torcida enquanto olhava para o buraco na rede, o peito arfando, sem sentir muita coisa, embora tivesse feito o que vinha tentando realizar desde o primeiro ano. Ela nem se importava e era tudo culpa dele.

🌙

Mike era o único amigo de Frankie que ainda estava na reserva. Outra fogueira foi feita na praia para celebrar a ida do time para o Nationals em uma semana. Mas conforme a noite avançava e as pessoas percebiam que Frankie não estava com vontade de festejar, todos eles foram para casa para passar a noite. Além de Mike, apenas Raylan, Sam, Paul, Jared e Emily estavam por ali.

Embora soubesse que Frankie estava sofrendo, Mike não queria deixá-la sozinha. Mesmo que ela não estivesse gostando agora, um dia, tudo isso seria importante para Frankie novamente.

"Ei, você arrasou lá. Você tinha, tipo, supervelocidade ou algo assim, eu juro", Mike disse, rindo um pouco. "Isso vai ser a coisa mais legal de todas. Vamos todos dirigir até a Califórnia para a partida."

"Obrigada", Frankie murmurou, apoiando a cabeça no ombro de Mike. "Então, quer me dizer por que você e Jess não estavam sentados um do lado do outro na partida?"

Mike limpou a garganta e olhou para seu refrigerante nervosamente. "Eu, hum, nós meio que terminamos."

Frankie sentou-se num instante, incapaz de acreditar naquilo. "Que porra é essa, Mike?"

Ele suspirou pesadamente. "Eu não sei. Não há realmente, tipo, uma faísca ou algo assim. Nós vamos voltar a ser amigos."

"Não há faísca ou single de Bella?" Frankie perguntou, levantando uma sobrancelha crítica. Ela conhecia Mike como a palma da mão.

Mas, de novo, talvez ela não soubesse. Ela achava que conhecia Emmett da mesma forma também.

"Mike, ela obviamente não está procurando uma recuperação", ela disse a ele, revirando os olhos. Tudo o que Bella fez foi sentar-se à mesa que os Cullen costumavam habitar e ignorar a existência de todos, incluindo a de seu próprio pai, a menos que ele a estivesse acordando de seus pesadelos. Charlie estava exausto desde que os Cullen partiram, cansado de ver sua filha definhar em nada.

"Eu sei", ele insistiu, envergonhado o suficiente para que sua paixão por Bella ainda não tivesse desaparecido. "Mas eu só estou dizendo que Bella não precisa ficar toda aflita comigo. Cullen te deixou para trás também, e você nem sequer recebeu um adeus."

Frankie cerrou o maxilar e olhou para o fogo. "Sim, obrigada por me lembrar disso, Mike. Eu fiquei quatro horas inteiras sem pensar nisso."

Ele sorriu para ela, sabendo que ela não podia realmente estar brava com ele. "De nada. É para isso que estou aqui, para mantê-la tão miserável quanto eu sou todos os dias", ele disse enquanto passava o braço ao redor dela.

"Deus, nada de papo de Cullen", Paul disse enquanto passava por eles. Ele estava pegando outra bebida no cooler. "Confie em nós, Frankie está um milhão de vezes melhor sem eles na vida dela."

"Certo, e por que isso, Paul?" Frankie perguntou, olhando feio para ele. "Tenho certeza de que você me contaria se houvesse algo ruim sobre eles, certo?"

Paul hesitou, vendo a raiva familiar nos olhos dela, o tipo de raiva que ele ainda estava aprendendo a controlar. "Não sei do que você está falando, Frank."

"Ei," Mike observou, tirando a mão do ombro dela. "Você está meio que queimando, Frankie-"

"Não, Paul", Frankie disse, levantando-se abruptamente. "Acho que você sabe do que estou falando. Acho que todos vocês sabem. Até a porra da Emily."

"Vá", disse Sam, olhando diretamente para Emily, sabendo o que estava por vir. "Mike, vá com Emily e Raylan de volta para seu carro agora mesmo."

"Não, ela cavalgou comigo", ele disse, levantando-se também. Ele olhou para Frankie, vendo que ela estava tremendo. "Por que você está bravo?"

"Estou furiosa porque todo mundo aqui está mentindo para mim há meses, e mesmo agora que o Emmett se foi, você não tem coragem de dizer merda nenhuma!" ela retrucou, pisando forte em direção a Paul. "O quê? Você acha que eu sou idiota como ele pensava que eu era? Que eu não sei que vocês todos sabiam?"

"Frankie, podemos conversar sobre isso", Paul disse a ela. Parecia estranho ser a pessoa que tentava acalmar pela primeira vez.

"Mike, vá embora!" Sam ordenou.

"Vamos, filho", disse Raylan, tentando arrastá-lo.

"Você é um mentiroso como ele, Paul!", acusou Frankie.

Paul olhou para ela. "Não sou nada como eles", ele disse, agarrando seu pulso. "Agora se acalme-"

"Não me toque, porra!", ela gritou, empurrando-o para trás.

Isso o deixou ainda mais irritado, e Jared xingou enquanto começava a puxar Mike para trás. Paul foi empurrar Frankie para trás, mas ela lhe deu um soco forte no rosto. Paul caiu, segurando seu maxilar quebrado que estava se curando lentamente, sabendo que nunca tinha sido atingido com tanta força. Até o jogou para trás alguns metros.

"Frankie!" Mike gritou alarmado, pois nunca a tinha visto bater em alguém.

Paul olhou para Frankie, sua própria raiva o afetando enquanto ele lutava contra a vontade de se transformar. "Frankie, estou avisando. Mais uma palavra sobre aqueles sanguessugas-"

Só de ouvir Paul chamá-los isso a deixou furiosa. Frankie gritou e se moveu para bater nele novamente. Só que seu corpo se moveu, suas roupas rasgando conforme ela crescia em tamanho, seus ossos se torcendo e se transformando em algo completamente diferente.

Paul não teve escolha a não ser se mover para se proteger enquanto o lobo mais novo o atacava. Mas o ataque dela não continuou porque Frankie pareceu perceber que algo aconteceu com ela. Ela tropeçou em quatro patas, derrubando a fogueira que de repente parecia tão pequena. A praia ficou escura enquanto o fogo era sufocado por suas enormes patas.

Mike, que ainda estava bem ali, tremia com a visão diante dele. Havia dois lobos - dois lobos enormes pra caralho. O menor, que ainda era mais alto do que ele, tinha pelo cinza e estava olhando o outro lobo cautelosamente, que ainda estava cambaleando em confusão.

O segundo lobo - mas não era apenas um lobo, Mike sabia. Ele viu com seus próprios olhos quando Frankie se transformou nele. Frankie agora estava em quatro patas, facilmente duas vezes maior que Paul, impossivelmente grande com pelo preto e olhos assustadoramente vermelhos. Lufadas de ar quente formavam nuvens ao redor de seu focinho enquanto ela tentava se acalmar, o que era impossível.

"Que porra é essa?" Mike sussurrou, sem tirar os olhos do melhor amigo.

"Jared, tire-o daqui", Sam ordenou. Então ele olhou para o lobo - para Frankie - incapaz de acreditar o quão grande ela era. Tudo o que eles tinham para continuar eram histórias do Velho Quil, que gostava de exagerar. Mas ele não estava exagerando. "Frankie, me escute. Você tem que se acalmar. Nós vamos fazer você mudar de volta e explicar tudo."

🌙

Fazer com que ela mudasse de volta era o problema. E só treze dias depois é que Frankie acordou no chão da floresta, com nada além de um cobertor sobre ela. Lentamente, ela se sentou, sentindo sujeira na pele e folhas no cabelo emaranhado. Seus olhos procuraram as árvores freneticamente, tentando lembrar o que aconteceu. Mas a última coisa de que ela conseguia se lembrar era de ter se trocado no vestiário antes do jogo de futebol.

"Finalmente, porra."

Frankie se virou e viu Paul encostado em uma árvore, vestindo apenas shorts curtos. Sam e Jared também estavam com ele, e todos pareciam exaustos e machucados.

"O que diabos estamos fazendo aqui?", ela perguntou, com a voz rouca, como se não falasse há muito tempo.

"Aqui", Jared disse, jogando para ela um vestido de verão de Emily. "Temos muito o que conversar, então guarde seus peitos."

Frankie olhou para baixo, apertando o cobertor ao redor dela um pouco mais forte. "Só se Paul guardar o dele."

🌙

"Somos todos lobisomens?"

"Transformadores espirituais", Billy corrigiu. "Que assumem a forma de lobos."

"E eu me transformei em um lobo de três metros de altura porque Paul me irritou?"

"Exatamente", disse Harry.

"Eu sou La Beat?"

"La Bête", disse-lhe o velho Quil. "Ou a Besta."

Frankie estava sentada na casa de Sam com os anciãos da tribo, incluindo seu pai, que estava em silêncio enquanto todos contavam a Frankie. Afinal, ele não cresceu na tribo.

Por quase duas semanas, ela estava correndo pela reserva, presa em sua forma de lobo. E a matilha estava exausta de ter que mantê-la escondida. Não ajudava que Frankie fosse um lobo agressivo, maior e mais forte do que todos eles.

Sinceramente, Frankie não queria acreditar neles. Ela os acusou de mexer com ela, mas então Jared se moveu na frente dela, e por instinto, ela também o fez mais uma vez. Isso quebrou o balanço da varanda da frente em que ela estava sentada. Vinte minutos depois, ela estava outra roupa abaixo e de volta à sua forma humana.

"E eu não posso falar com ninguém fora do... bando-" Parecia ridículo dizer isso. "-sobre isso?"

"Bem, e Mike Newton", Billy disse franzindo a testa.

Frankie olhou para ele, confuso. "Por que o porra do Mike pode saber? Ele não faz parte da tribo."

"Ele estava lá, Frankie", Raylan disse, suspirando. "Você não o machucou, mas o assustou pra caramba. Nós tivemos que contar a ele."

"Como ele reagiu?"

"Ele vomitou em mim", resmungou o velho Quil, revirando os olhos. Ele já não gostava do garoto.

Frankie estava exausta quando eles explicaram tudo a ela - que ameaças à terra despertaram a magia em seu sangue e os fizeram mudar para que pudessem proteger sua tribo. Sam era o alfa da matilha e todas as suas ordens tinham que ser seguidas. Eles tinham uma ligação mental quando estavam em suas formas de lobo. Era muita coisa para processar.

"Por que me chamam de besta?" Frankie perguntou enquanto o sol se punha. Aquilo ficou com ela desde que ouviu.

"Não é uma besta - A Besta", Sam disse, falando alto enquanto entrava na casa. Era a primeira vez que Frankie o via desde que ela inicialmente se transformou de volta, e ela não conseguia evitar como sua raiva aumentava.

"Saia!" ela gritou, sem se importar que fosse a casa dele. Ele era o alfa, então era culpa dele. "Você fez isso! Você arruinou minha vida!"

"Mekko, não fui eu", Sam disse, sua voz dura. "Foram seus malditos sanguessugas. Stanford e a banda? Acabou. Não é uma opção, e é culpa deles. Seu dever é com o bando agora-"

"Eu não vou me juntar ao seu bando de merda, não importa no que eu possa me transformar!" ela gritou, lágrimas brotando em seus olhos. Porque o que diabos ele quis dizer com ela não poder ir para Stanford e ficar na banda?

Sam balançou a cabeça, não se intimidando por ela, mesmo que devesse estar. Ela não sabia do que era capaz ainda. "Eu posso ser o alfa, mas não é minha matilha, Frankie. É sua. E se você quer culpar alguém que não seja os Cullen, então a culpa é da sua mãe também."

Frankie recuou como se ele tivesse lhe dado um tapa, lembrando-se de repente de todos aqueles sonhos com sua mãe que ela vinha tendo no último ano. Ela a estava alertando sobre algo — alertando-a sobre isso.

"O que isso quer dizer?"

E pela primeira vez, Frankie não recebeu uma resposta enigmática e incompleta.

"Você vem da linhagem Mekko", disse o Velho Quil, "assim como sua mãe".

"Que diabos isso importa?" ela perguntou, olhando para o pai.

Raylan suspirou e finalmente falou. "Sua mãe me explicou tudo antes de morrer, embora ela nunca tenha se transformado. Você é diferente dos outros, Frank."

"Nossa tribo se transforma em lobo por um motivo", Billy disse a Frankie. "Quando a primeira geração de guerreiros foi criada, os espíritos escolheram o lobo por causa de um indivíduo que veio aqui caçando os frios desde a França. Um verdadeiro lobisomem, um que estava preso à lua. Depois que os frios foram eliminados, a criatura foi bem-vinda à tribo, e foi lá que ele conheceu uma das filhas do chefe."

"Seus filhos provaram ser os mais fortes de toda a próxima geração", Harry disse a ela. "Eles não estavam presos à lua como seu pai, mas ainda eram diferentes - maiores, mais fortes, mais rápidos e tão letais quanto humanos."

"Ao longo dos anos, a conexão com nossos ancestrais diminuiu", disse-lhe o Velho Quil. "Mas sempre permaneceu forte com a linhagem Mekko. Algumas lendas dizem que eles podem falar diretamente com eles. Alguns dizem que você foi feito para ser o predador supremo - exatamente o que precisamos para derrotar os frios de uma vez por todas."

Frankie engoliu em seco, pensando em seus sonhos com a mãe. Só que eles não tinham sido sonhos, ela percebeu. Frankie estava falando com o espírito do seu mês e ela desperdiçou todo esse tempo falando sobre merdas enigmáticas que não importavam agora.

"Você já disse isso antes. Frios. O que são esses?" ela perguntou com uma careta. Frankie mantinha seus encontros com a mãe para si mesma, não querendo compartilhar algo tão privado e pessoal.

"Os vampiros", disse Raylan. "Os Cullens."

Frankie cerrou o maxilar e olhou para o chão. "Vocês todos me deixaram namorar um vampiro. Vocês sabiam o que eles eram e não me contaram."

"Não conseguimos, Mekko", Sam disse com uma expressão triste. "Tentamos impedir, mas você é teimoso demais para seu próprio bem."

"E eles sabem? Sobre o que vocês - nós somos?" ela perguntou.

"Eles fazem", Billy disse com um aceno de cabeça. "E eles sabem desde o seu primeiro encontro o que você é para o bando, mesmo que não tenham certeza de tudo o que você pode fazer. Eles sabiam dos riscos desde o começo."

"E o que eu posso fazer?" ela questionou. "Com os frios? Posso matá-los?"

Paul sorriu do seu lugar no sofá. "Porra, sim, você pode", ele disse, rindo. "Todos nós podemos."

"Os Guerreiros Espirituais são tão rápidos e fortes quanto os frios,—a única coisa capaz de causar-lhes dano."

"Guerreiros espirituais são tão rápidos e fortes quanto os frios - a única coisa capaz de fazer mal a eles", disse o velho Quil, seus olhos brilhantes fixos em Frankie. "Mas La Bête é mais do que apenas poder."

"Há uma razão pela qual Emmett Cullen foi atraído por você", Raylan disse em um tom áspero. "Eles tentaram alegar que você era sua companheira, mas nós sabemos melhor. O sangue Mekko chama os vampiros, não para deixá-los com fome, mas para atraí-los. Para fazê-los confiar em você facilmente para que você possa fazer o que é seu verdadeiro propósito - matá-los."

"Não", ela disse, balançando a cabeça. "Meu maldito propósito é dar o fora de Dodge e ir para Stanford-"

"Stanford acabou, Frankie", Raylan disse, seu rosto tão esmagado quanto o dela. "Você está ligado à terra, às pessoas que você tem que proteger para sempre."

"Bem, isso parece ótimo, mas eu prefiro não", ela disse, zombando. "Eu vou embora, casar com um jogador de futebol americano gostoso, viver minha vida e nunca mais pensar neste lugar ou nos Cullens, e então eu vou morrer."

"Não é tão simples assim, Frankie", Billy disse a ela com uma expressão sombria. "La Bête é imortal. Outros Guerreiros Espirituais continuam a envelhecer quando param de mudar consistentemente, mas você não. Você descobrirá que é quase tão indestrutível quanto os próprios frios."

A jovem de dezoito anos balançou a cabeça e se levantou da mesa. "Não. Isso é loucura. Você parece louca."

"O último viveu por cento e quarenta e dois anos antes que um resfriado o matasse", disse o velho Quil, lembrando-se do homem congelado no tempo. "Você é abençoado com a vida para que possa tirar as vidas de nossos inimigos para sempre."

"Incrível", ela murmurou sarcasticamente. "Alguma outra notícia para mim?"

"Hum, sim", Jared disse, coçando a nuca sem jeito. "O time era uma merda no Nationals sem você lá."

Frankie tinha escalado a lateral da casa dos Newton para chegar ao quarto de Mike umas cem vezes, mas essa centésima primeira foi a mais fácil, já que seus novos reflexos estavam tomando conta. Ela podia vê-lo pela janela, olhando para seu GameBoy na cama.

Ela hesitou antes de bater silenciosamente na janela dele. Mike olhou para cima com os olhos arregalados, ficando um pouco pálido ao ver quem estava lá. Mas um segundo depois, ele se recuperou e acenou com a cabeça, dizendo que ela poderia entrar.

Não querendo assustá-lo, ela ficou perto da janela quando entrou. "Ei", ela murmurou, olhando para os próprios pés. "Olha, eles me contaram o que você viu, então eu sei que você não me quer aqui. Estou apenas dizendo adeus. Vou ligar para a escola e me transferir para a re-"

Ela foi interrompida por Mike jogando os braços ao redor dela em um abraço apertado. Frankie ficou confusa por um momento antes de seus olhos começarem a lacrimejar, percebendo que ele não a odiava. Ela o abraçou de volta e escondeu o rosto em seu ombro.

"Você se transforma num lobo, Frankie", ele murmurou, ainda tentando entender o que estava acontecendo.

"É tão fodido", ela disse, ganhando um aceno que ela podia sentir. "Você contou a alguém?"

"Frankie", ele disse, afastando-se do abraço, "se eu dissesse aos nossos amigos que você é um lobisomem, eu seria internado naquele lugar insano em Port Angeles."

"Bem, eu te sigo até lá", ela resmungou. Então ela suspirou. "Papai disse que explicou tudo para você."

"É. Não dava para duvidar dele exatamente, já que eu vi acontecer", ele murmurou enquanto se sentavam na cama. "Mas Jesus, você está fora da escola há duas semanas. Disse a todos que está com pneumonia. Você foi um cachorro esse tempo todo?"

"Aparentemente", ela disse, sem se ofender quando ele a chamou de cachorro. "Mas eu não me lembro. Sam disse que eu não posso voltar para a escola até aprender a controlá-lo."

"Você acha que vai conseguir?", ele perguntou a ela, preocupado com o amigo. Mike já sentia muita falta dela. Ela só conseguiu dar de ombros para a pergunta dele. "E que diabos foi aquilo sobre transferência? De jeito nenhum você vai embora no meio do nosso último ano."

"Mike, não é seguro", ela disse a ele. "Eu me transformo em um lobo. Eu poderia ter machucado você naquela noite."

"Mas você não fez isso", ele disse, lembrando-a de Bella depois do acidente de carro. Lembrar disso só piorou seu humor, no entanto. "Olha, se você for embora, Jess vai te arrastar de volta, chutando e gritando. Só... só aprenda a controlar isso e volte, ok? Não é a mesma coisa quando você não está lá."

🌙

"Você quer ir ao cinema comigo e com a Bella?" Jessica perguntou a Frankie pelo telefone. Agora, Frankie estava indo para a escola dia sim, dia não, trabalhando sua tolerância. Algumas pessoas ainda a irritariam e ela teria que correr para a floresta para se transformar e se acalmar, então ela não estava pronta para ir todos os dias.

"Por que você está convidando ela para o cinema?" Frankie perguntou, olhando para o oceano.

"Ela me procurou. Talvez ela comece a melhorar", Jessica disse, torcendo para que sim. Todos odiavam o quão deprimida Bella estava.

"Jess, se você me colocar no mesmo quarto que ela, vou ficar o tempo todo torcendo para que ela engasgue com a pipoca."

Ok, isso foi dramático, mas com seu temperamento curto, Frankie não podia arriscar ficar perto de Bella. Se ela ousasse trazer os Cullens à tona, ela surtaria e se mexeria no meio do teatro.

"Meu Deus, estou odiando o drama do ensino médio", reclamou Jessica.

Frankie não conseguiu evitar sorrir. "Você amou."

"Sim, eu faço."

🌙

Quatro semanas depois, a matilha cresceu. Frankie voltou a ir à escola todos os dias e conseguia controlar seu turno. Ela estava aprendendo mais sobre as lendas e as coisas que ela poderia teoricamente fazer se fossem verdadeiras. E a matilha estava começando a parecer mais uma família para ela.

Então Embry mudou, tendo que passar pelo mesmo processo de controle que Frankie. Eles estavam lado a lado durante a reunião do conselho onde fizeram suas tatuagens no ombro direito.

Sam estava esperando que Jacob fosse o próximo, que estava se desenvolvendo mais do que um garoto normal de dezesseis anos deveria. Mas Jacob estava passando muito tempo com Bella. A dupla estava consertando algumas motocicletas velhas, sobre as quais Embry contou tudo depois de se juntar a eles.

Frankie não conseguia acreditar, imaginando se Bella era apenas um ímã sobrenatural. Primeiro um namorado vampiro e agora uma melhor amiga Guerreira Espiritual.

Frankie ficou um pouco irritada porque Bella conseguia arranjar tempo para ser ela mesma perto de Jacob, mas ainda assim não conseguia sentar com eles no almoço. Ela não conseguia nem se desculpar com Frankie por mentir para ela sobre os Cullen ou por esquecer que ela foi deixada.

Conforme o tempo passava, Frankie estava começando a se concentrar mais e mais nisso, especialmente depois de descobrir que os Cullen eram realmente bons vampiros que não machucavam as pessoas. Emmett mentiu para ela e a deixou para trás sem nem mesmo um adeus. Ele não se importou o suficiente para dizer a ela que era um vampiro e não se importou o suficiente para vê-la uma última vez.

Foi assim que Frankie soube que suas alegações de que ela era sua companheira que sua família fez aos anciões eram falsas, especialmente agora que ela sabia o que era um Imprint. Sam nunca mentiria e deixaria Emily para trás sem contar a ela, não importa o quão grande fosse a briga em que eles tivessem se metido. Jared não deixaria Kim na floresta para congelar até a morte.

Emmett mentiu para ela. Emmett a deixou. Emmett não a amava.

Era isso que Frankie tinha que repetir em sua cabeça sempre que se pegava pensando muito nele. Para ajudá-la a tirar isso da cabeça, o bando estava pulando de penhasco, levando Embry ao ponto mais alto pela primeira vez.

Como Embry estava nervoso demais para ir primeiro, Frankie decidiu cortar a tensão e empurrar Jared para longe, que gritou ao cair na água. Paul jogou a cabeça para trás e riu antes de segui-lo, gritando a plenos pulmões enquanto fazia isso.

"Você tem que ir, garoto", disse Frankie, cutucando Embry um pouco.

"Tudo bem", ele disse, fechando os olhos com um sorriso. "Não, você tem que me empurrar ou eu não vou."

Sam e Frankie trocaram um olhar antes de sorrir e empurrar o garoto mais novo para longe, como fez com Jared. Ele caiu na água com força, e Paul e Jared estavam lá para espirrar água em seu rosto assim que ele emergiu, rindo com eles.

"As damas primeiro", disse Sam, apontando para a água.

"É porque você é um covarde?" ela perguntou provocativamente, puxando o cabelo para trás em um rabo de cavalo. Ela não se importava se isso a deixasse com pelos mais grossos na forma de lobo - ela se recusava a cortar tudo.

Sam revirou os olhos, dessa vez avistando um caminhão vermelho familiar parado na beira da estrada. Bella e Jacob tinham saído e estavam observando o bando. Frankie seguiu a linha de visão de Sam, vendo os dois e ficando irritado.

"Temos certeza de que ele vai mudar?", Frankie perguntou, levantando uma sobrancelha.

"Tão certo quanto tínhamos de que você faria isso", ele disse com uma carranca. "Não se preocupe com ele até que seja a hora. Ainda estamos ensinando você e Embry."

Frankie assentiu antes de estender a mão. "Pular juntos?"

Sam levantou uma sobrancelha provocante. "Agora quem é o maricas?"

Ela revirou os olhos e então o empurrou sem nenhum aviso, fazendo-o gritar enquanto os outros riam lá de baixo. Então Frankie mergulhou de cabeça, rompendo a água congelante suavemente, sentindo-se um pouco menos miserável pela primeira vez desde setembro.

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