💗 ❜ 𝒞apítulo um.

capítulo 1.

❛ HISTÓRIA DA MINHA VIDA. ❜
the story of my life, I take her home
i drive all night to keep her warm
And time is frozen.

DESDE PEQUENA, quando Cecília viu um carro de Fórmula 1 pela primeira vez, de alguma forma ela soube que aquele seria seu destino. Não importa de que forma. Ela tinha apenas três anos e havia tido uma exposição do carro mais lendário do Ayrton Senna em sua cidade, na região metropolitana de Belo Horizonte, e sua família sempre ia em tudo quanto era evento na cidade. Cecília não se lembra com muita clareza como foi, mas se recorda de que no momento em que viu o veículo, seu olhos se encheram de curiosidade.

Ela perguntou ao seu pai o que era aquele carro e ele disse que era de um esporte onde os carrinhos de várias corriam em círculos pra ver quem conseguia passar pela linha de chegada primeiro. Sim, foi exatamente com essas palavras.

E Cecília perguntou de onde era aquele carrinho e ele respondeu que era de uma tal de McLaren e que o piloto dele era simplesmente o melhor de todos os tempos. Ayrton Senna, o rei da Chuva, o rei de Mônaco, o rei da Fórmula 1. A pequena Cecília olhou para o veículo com os olhos brilhando e a boca entreaberta, como se o carro fosse a coisa mais linda do mundo (o que realmente poderia ser considerado).

E foi aí que tudo começou, sua paixão pela Fórmula 1 e a McLaren, começou! Ela descobriu que todos os domingos havia corrida e passou a acordar cedo apenas para poder assisti-las. Com o tempo foi crescendo, mas seu amor pelo esporte não mudou, apenas aumentou mais. Ao fazer quinze anos, seus pais não tinham condições de lhe dar o festão dos sonhos que toda menina sonhava e Cecília não se importou nem um pouco, ela entendia o quanto a vida era difícil, principalmente no Brasil e já ficava feliz com todo o amor que a família lhe dava e com o churrasquinho simples com bolo que fizeram para ela.

Mas também teve outro presente, que não foi tão caro e que ela jamais esqueceu. Seu avô sabia da sua paixão pela Fórmula 1, sendo ele também um grande admirador do Senna, sempre assistindo as corridas enquanto ele estava vivo. Então um dia, ao mexer no porão da casa, encontrou uma velha jaqueta da McLaren, com o nome e número do Senna, a marca vermelha da Marlboro também presente na roupa. Essa sua maior preciosidade quando era mais jovem e amava corridas e que agora era de sua neta. Cecília amou o presente e sempre está com essa jaqueta para baixo e pra cima, sendo uma de suas fotos favoritas quando ela foi em Interlagos pela primeira vez e no autódromo, seu cabelo cacheado volumoso voava com o vento e reluzia sobre sol em contraste com sua pele bronzeada e o cenário da pista.

Definitivamente era uma bela visão, apesar de não ser um dos melhores naquela temporada, definitivamente foi o começo de algo melhor, posteriormente tendo sido anos bem difíceis entre 2015 e 2018. Naquela temporada a equipe havia surgido com uma dupla totalmente nova, após a aposentadoria de Fernando Alonso, depois de um dos piores anos da McLaren e a demissão de seu companheiro Stoffel Vandoorne, essa dupla era composta por Carlos Sainz, o ex-piloto da Renault e o novato Lando Norris, piloto reserva que foi "promovido".

Cecília lembra de como aquele ter sido um dos melhores dias da sua vida, foi tudo mágico, a invasão da pista foi uma das coisas mais incríveis que ela já tinha feito, era como pertencer a um lugar sabe? Várias pessoas juntas em um local com um mesmo objetivo. Foi a melhor corrida da temporada para a McLaren com Sainz terminando em terceiro e o avô de Cecília disse que havia sido graças a ela, que a garota havia franzido sorte para sua equipe.

Alguns dizem que algumas coisas estavam destinadas a acontecer, a avó de Cecília, contava uma história antiga sobre um amor entre dois jovens que foram separados por diversas circunstâncias, porém o tempo passou e seus sentimentos não mudaram e no seu devido tempo, eles se reencontraram e finalmente tiveram seu felizes para sempre. Era como se já estivesse escrito nas estrelas.

Nesse dia na pista, por coincidência ou destino, ou até mesmo de que forma aconteceu eu não sei e muito menos Cecília, mas de alguma forma ela acabou dentro do paddock pós-corrida e premiação, quando estavam tendo as coletivas de imprensa, sendo que ela estava apenas procurando o banheiro e tinha deixado sua família, que também havia ido com ela assistir a corrida - apesar da garota já estar na fsculdade cursando Marketing e com quase vinte anos, eles ainda amam andar juntos para todos os lados - esperando do lado de fora do autódromo.

A garota estava confusa e para piorar, só se encontrava com pessoas que falam em inglês ou qualquer outra língua estrangeira, apesar de Cecília falar inglês, juntamente ao surto de estar no paddock e ao nervosismo ela só conseguia rir e olhar em volta sem prestar muita atenção nas pessoas enquanto andava.

O que a levou a esbarrar em alguém no meio do caminho, e instantaneamente ela levantou as mãos a sua frente e soltou o "I'm sorry" mais sincero da sua vida.

— Oh! Me desculpe! — ela colocou a mão no peito enquanto falava um inglês embolado com um sorriso no rosto, sem nem prestar muita atenção a pessoa que estava a sua frente. — I'm perdida, eu entrei aqui e...

Foi quando os olhos castanhos de Cecília encontraram os que estavam à sua frente. Lindos olhos azul oceano olhando diretamente nos seus. Os olhos da morena se arregalaram ao reconhecer quem estava à sua frente.

— OH MY GOD! Você é o Lando Norris! — a brasileira colocou a mão na boca encobrindo o sorriso, que também agora era visível no rosto do piloto. Afinal, não é todo dia que você entra no paddock sem querer e encontra o piloto de sua equipe favorita.

— Eu acho que sou. — Lando respondeu com um sorriso brincalhão. Ele parecia divertido com a surpresa de Cecília.

— Nossa! É... — a garota estava com dificuldade de formular uma frase. — Ah, poderia tirar uma foto comigo? E me dar um autógrafo? — Ela perguntou timidamente, ao que Lando assentiu com um sorriso e se aproximou da garota que pegou o telefone e fez uma selfie com o piloto McLaren.

Após isso, Cecília apanhou o boné que estava usando e o estendeu para Lando, que pegou o item com um sorriso ainda mais largo.

— Claro! — Ele disse, puxando uma caneta do bolso do uniforme. — Como você se chama?

— Cecília. — Ela respondeu, ainda um pouco atordoada. — Cecília Santos.

Lando assinou o boné com um toque de capricho, adicionando uma pequena mensagem personalizada. Ele estava prestes a entregar o boné de volta a morena a sua frente e dizer algo mais quando alguém chegou por trás dele, colocando a mão em suas costas.

— Ei, Lando! — era Carlos Sainz, o outro piloto da McLaren. Minha nossa! Definitivamente era o dia de sorte de Cecília. — Temos que ir para a coletiva e... uau! — ele disse, finalmente notando Cecília ali. — Quem é esta bela chica?

— Oh, ela é Cecília, uma fã! — Lando respondeu com um sorriso para a garota de cabelo cacheado que sorriu timidamente, suas bochechas assumindo um leve tom de rosa. — Autografe o boné dela também.

Ele estendeu o boné e a caneta para o companheiro que os apanhou e fez uma assinatura no tecido, devolvendo depois a caneta e o boné para Cecília.

— Foi bom te conhecer, Cecília, é uma pena que não vamos ficar no Brasil por mais tempo. — ele completou seu olhar percorrendo o corpo da morena com um sorriso malicioso. — Eu te disse, Lando, as brasileiras são as melhores!

A fala do homem fez tanto Lando, quanto Cecília chorar fortemente e arrancou uma risada de Carlos a reação dos dois.

— Vamos, garoto! — o espanhol chamou bagunçando o cabelo do mais novo. — Foi um prazer te conhecer, Cecília! — ele saiu na frente deixando o garoto britânico para trás.

— Já estou indo. — Lando disse a ele, logo depois se voltando para Cecília com um sorriso no rosto. — Espero te ver de novo, Cecília! — ele deu uma piscadela que Cecília com um sorriso e começou a se afastar atrás de Carlos. — Ah, e... amei a jaqueta.

— Obrigada, Landinho! — Cecília agradeceu e o londrino deu um sorriso maroto, uma convinha aparecendo em uma de suas bochechas.

— Landinho? Gostei. — o piloto deu um último sorriso antes de se afastar e Cecília também se virou, finalmente podendo surtar.

Ela colocou a mão sobre a boca dando um grito baixo, e fazendo uma dancinha. Ela havia acabado de conhecer os pilotos da sua equipe favorita.

— Eu não acredito! Ai, meu Deus! Eu acabei de conhecer os dois pilotos da minha equipe favorita, conversei com eles e Carlos Sainz me achou gostosa! A Duda vai surtar quando eu contar.

Ela falava sozinha e não viu um homem alto e forte de terno chegando, com uma expressão não muito amigável.

— Acredito que a senhorita não deveria estar aqui. — ele ponderou, surpreendendo Cecília que parou de cortar e soltou um leve "Ah!" de susto.

— Eu também acho que não. — ela deu gargalhada mas parou quando viu a expressão séria do homem à sua frente. — Eu acho que já vou!

A morena andou rapidamente na direção onde esperava ser saída, ainda com um sorriso no rosto segurando a risada e seu coração ainda acelerado pela sequência repentina dos acontecimentos recentes. Ela saiu do paddock e encontrou sua família, que aparentemente abreviar um pouco preocupada com ela.

Quando se aproximou, sua mãe chegou até ela preocupada, colocando as duas mãos em seus ombros.

— O que aconteceu, filha? Onde você estava? Estávamos preocupados com você.

— Tá tudo bem, mãe! — cecília riu e pegou o boné, mostrando as assinaturas. — É que eu acabei me perdendo um pouquinho e de alguma forma acabei dentro do paddock e sem querer esbarrei nos pilotos da McLaren e agora tenho um boné autografado por eles e Carlos Sainz me acha gostosa e...

Ela para de falar empolgada quando vê o olhar do seu pai se estreitar sobre ela após a menção da última parte.

— E eu acho que eu poderia ter omitido a última parte. — ela dá um sorriso e vai até seu irmão mostrar os bonés.

Naquela noite, de volta ao hotel, Cecília observou mais uma vez sua jaqueta e o boné, e repassou os acontecimentos em sua mente. Aquilo havia sido mais impulso para ela continuar firme na faculdade e realizar seu sonho de um dia ter o seu trabalho os sonhos. Ela pegou o telefone e se deitou de bruços na cama, mandando mensagem para a amiga Maria Eduarda, contando tudo o que aconteceu no dia.

OS ANOS SE PASSARAM e a morena ainda foi em todas as corridas que teve em Interlagos, no final do ano de 2021 tendo sido aceita em um estágio para CBA, a Confederação Brasileira de Automobilismo, após o término da faculdade. Mais tarde ela foi efetivada no local passou a ser uma das principais mídias sociais do perfil do Autódromo de interlagos, também às vezes administrando o perfil da F4 Brasileira.

Infelizmente, ela não "entrou" sem querer no paddock novamente, porém toda vez que voltava a Interlagos e via sua equipe novamente, aquela sensação voltava, a sensação de pertencimento e lar. Carlos Sainz havia deixado a McLaren pela Ferrari e depois veio o Daniel Ricciardo, que era um piloto carismático e incrível também, tendo conseguido a primeira vitória pela McLaren, que não vencia um Grande Prêmio desde o GP do Brasil de 2012.

Cecílias empresa foi uma pessoa que emanava uma energia boa por onde passava, super alto astral e todos amavam ela, construir uma boa reputação na CBA e uma grande rede de contatos. Quanto mais ela adquira experiência e recomendações ela decidiu que era hroa de avançar cada vez mais em sua carreira e começou a procurar vagas de Marketing nas equipes da Fórmula 1, e enviar emails com seu currículo.

Devido a seu emprego na Confederação, teve que se mudar para São Paulo, foi difícil ter que deixar a sua família e toda a sua vida para trás, mas apesar de tudo, Cecília era ambiciosa e faria de tudo para conseguir o que almejava. Um pouco Sonserina, não é? Pelo menos ela havia trazido Ted, seu yorkshire e melhor amigo, ela o havia adotado quando tinha apenas 15 anos e ele havia aparecido na porta de sua casa numa noite chuvosa, seu pleno todo emaranhado e implorando por ajuda.

Ela o acolheu e implorou para seu país para ficarem com ele, e eles sob o olhar pidão da garota e do cachorrinho foram obrigados a aceitar. Na verdade, foi mais preciso convencer mais sua mãe do que seu pai que no momento em que viu o que no Ted se apaixonou por ele.

E Ted continuou com Cecília até o presente momento, sempre a acompanhando para todos os lugares. Inclusive quando no final de 2023, mais especificamente em uma sábado de manhã após ela acordar de ressaca da noite anterior e ligar seu notebook, com Ted deitado ao seu lado na cama, e ela decidiu verificar os e-mails, para saber se havia recebido algo a despeito de seu trabalho. No entanto, ao verificar, ela arregalou os olhos e soltou um grito de surpresa que acordou um Ted eufórico ao seu lado.

Um sorriso dourado estampava seu rosto e seu coração estava acelerado pela euforia do momento. A McLaren havia respondido um de seus inúmeros e-mails que ela enviava todos os dias para poder trabalhar lá, não só para a McLaren, infelizmente, apesar de ser o maior sonho dela trabalhar, mas para outras equipes da Fórmula 1.

Mas foi a McLaren que respondeu! Ainda respirando um pouco irregularmente, com as mãos trêmulas ela abriu o e-mail.

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De: McLaren Racing <[email protected]>

Para: Cecília Santos <[email protected]>

Assunto: Convite para Entrevista - Posição de Assistente de Marketing

Prezada Cecília da Silva Santos,

Agradecemos o seu interesse em trabalhar conosco na McLaren Racing. Após uma análise cuidadosa do seu currículo e das suas experiências profissionais, estamos impressionados com suas qualificações e sua paixão pela Fórmula 1.

Gostaríamos de convidá-la para uma entrevista para a posição de Assistente de Marketing na McLaren Racing. Seguem abaixo os detalhes da entrevista:

Data: 14 de janeiro de 2024

Horário: 10:00 AM (horário de Brasília)

Formato: Entrevista por videochamada (Zoom)

Duração: Aproximadamente 1 hora

Entrevistadores: Claire Thompson (Diretora de Marketing) e John Reynolds (Gerente de Recursos Humanos)

Durante a entrevista, discutiremos suas experiências anteriores, suas ideias e estratégias para o marketing da McLaren, e como você pode contribuir para a nossa equipe. Além disso, falaremos sobre a cultura da McLaren e as expectativas para o cargo.

Documentos necessários:

- Currículo atualizado

- Carta de recomendação (opcional)

- Portfólio de projetos e campanhas anteriores (se aplicável)

Para acessar a videochamada, utilize o link abaixo:

https://zoom.us/j/123456789

Caso seja selecionada para o cargo, a posição terá início no dia 1 de fevereiro de 2024. O cargo de Assistente de Marketing é baseado no Centro de Tecnologia da McLaren em Woking, Inglaterra. Oferecemos suporte completo para a sua mudança, incluindo assistência com visto, acomodação temporária e orientação para a adaptação ao novo ambiente.

Estamos entusiasmados com a possibilidade de você se juntar à nossa equipe e contribuir para o sucesso da McLaren Racing.

Por favor, confirme o recebimento deste e-mail e sua disponibilidade para a entrevista até o dia 2 de janeiro de 2024.

Se tiver qualquer dúvida ou precisar de mais informações, não hesite em nos contatar.

Atenciosamente,

Claire Thompson

Diretora de Marketing

McLaren Racing

E-mail: [email protected]

Telefone: +44 400 289 222

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A empolgação era extremamente visível no rosto de Cecília que tentava conter seus gritos de animação. Ted também aprecia contagiado pela euforia, latindo de felicidade com ela, que pulava e dançava no quarto. Ainda não era certeiro que ela conseguiria o emprego dos sonhos, mas com certeza estava muito, muito perto.

A primeira coisa que fez foi ligar para os pais e contando da notícia, que receberam com alegria semelhante a da filha, no entanto, também com um pouco de receio. Afinal, se Cecília conseguisse mesmo o emprego, o que eles não tinham muita dúvida, afinal conheciam a garota, ela teria que se mudar para bem longe deles, ainda mais longe que São Paulo. Porém, sabiam que esse era o sonho dela e fariam de tudo para apoiá-la.

No dia da entrevista, Cecília estava ansiosa, mas também incrivelmente determinada. Vestiu-se de forma profissional, mas com um toque pessoal, usando a jaqueta da McLaren que seu avô lhe dera anos atrás como um amuleto de sorte. Ela se olhou no espelho uma última vez antes de sair, respirando fundo.

— Você consegue, Cecília. Este é o seu destino. — disse a si mesma.

Sempre sacrificamos muito em prol de nossos sonhos e Cecília tinha consciência disso quando se sentou na frente do notebook para a entrevista virtual na semana seguinte. Mas ela estava disposta a isso.

E foi com essa determinação que ela fez todo o processo de entrevista com a diretora de marketing e o diretor de RH da McLaren. Ela estudava inglês desde os seis anos de idade por conta própria, de alguma forma sabia que seu destino não seria para sempre no Brasil e sempre se dedicou a esse estudo, se tornando fluente na idade atual. E bom, sua pequena eu não estava errada. Quando finalmente o rosto de ambos os entrevistadores apareceu na tela, Cecília sorriu calorosamente e se apresentou.

— Olá, Cecília. É um prazer conhecê-la. — disse Claire, que era uma mulher de pele escura, cabelo crespo, olhos castanhos escuros e um lindo sorriso, que aparentava ter quarenta anos de idade. — Vimos seu currículo e ficamos impressionados com sua experiência e paixão pela Fórmula 1. Gostaríamos de saber mais sobre você e suas ideias para nossa equipe.

Cecília respirou fundo, sentindo a ansiedade diminuir um pouco ao ver a recepção calorosa.

— Obrigada, Claire. É um prazer estar aqui, é uma honra ter essa oportunidade. Bem, eu sou formada em Marketing e tenho trabalhado na Confederação Brasileira de Automobilismo nos últimos anos. Durante esse tempo, aprendi muito sobre a promoção de eventos esportivos e como engajar os fãs. Acredito que minha experiência com as mídias sociais e campanhas publicitárias poderia contribuir significativamente para a equipe da McLaren.

Ela respondeu com determinação e contou tudo o que podia sobre si, de forma confiante e gentil. Falou sobre seu sonho, sua experiência de trabalho na CBA, também apresentou seu portfólio que havia enviado para a equipe por e-mail e sobre sua paixão pelo esporte. Claire e John foram bastante gentis e ficaram impressionados com a fluência de ram impressionados com as habilidades e a fluência na língua inglesa de Cecília, era raro encontrar alguém com tantas qualidades.

— Conte-nos um pouco sobre as campanhas que você já realizou. Alguma que tenha se destacado para você? — Claire perguntou, anotando algumas coisas em um caderno.

Cecília sorriu, lembrando-se de um dos projetos que tinha mais orgulho.

— Uma das campanhas mais marcantes que fiz foi para o Grande Prêmio do Brasil. Focamos em envolver os fãs locais e internacionais através de uma série de vídeos e posts interativos nas redes sociais. Fizemos parcerias com influenciadores e ex-pilotos brasileiros para criar um conteúdo que realmente atingiu o público. A campanha foi um sucesso e aumentou o engajamento e a venda de ingressos.

John Reynolds, o gerente de RH, um homem de face séria e mais jovem que Claire, que estava silenciosamente tomando notas, interveio.

— Parece incrível, Cecília. E quais são suas expectativas ao trabalhar com a McLaren? O que você espera alcançar aqui?

A morena pensou por um momento, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Meu objetivo é ajudar a McLaren a se conectar ainda mais com seus fãs, especialmente nas mídias digitais. Quero criar campanhas que não apenas promovam a equipe, mas que também transmitam a paixão e o espírito da Fórmula 1. Além disso, vejo isso como uma oportunidade incrível para aprender e crescer profissionalmente em um ambiente tão renomado.

Ambos os entrevistadores estavam impressionados e ao final da entrevista eles já haviam tido seu veredito, porém por normas e regulações só poderiam informá-lo a brasileira após um determinado período de tempo. Claire e John agradeceram a Cecília por seu tempo e disseram que entrariam em contato em breve.

Depois de desligar a chamada, Cecília soltou um suspiro de alívio e um sorriso enorme se espalhou por seu rosto. Ela sabia que tinha dado o seu melhor e agora só restava esperar. Sua mente estava a mil e ela não aguentava ansiedade até o dia que eles dariam sua resposta. Ela sempre estava conversando com sua família sobre isso, todos estavam apoiando ela e torcendo para seu melhor. Ela havia contado apenas para seus pais e seu irmão e Duda, afinal o que ninguém sabe, ninguém estraga.

O tempo de espera pareceu uma eternidade para Cecília. Cada vez que seu telefone vibrava ou uma nova notificação de e-mail aparecia, seu coração acelerava. Ela tentava se manter ocupada com seu trabalho na CBA e suas atividades diárias, mas a ansiedade era inevitável.

Finalmente, o tão esperado e-mail chegou. Ela estava no meio de uma reunião online com sua equipe da CBA quando seu celular vibrou e, ao ver o remetente, seu coração quase parou. Com um sorriso nervoso, ela pediu licença e saiu da sala, indo para um canto mais tranquilo. Respirando fundo, ela abriu o e-mail.

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De: McLaren Racing [email protected]
Para: Cecília Santos [email protected]
Assunto: Oferta de Emprego - Posição de Assistente de Marketing

Prezada Cecília da Silva Santos,

Temos o prazer de informá-la de que você foi selecionada para a posição de Assistente de Marketing na McLaren Racing. Ficamos extremamente impressionados com suas qualificações, entusiasmo e paixão demonstrada durante a entrevista.

Segue abaixo a proposta detalhada de emprego:

Cargo: Assistente de Marketing

Local: Centro de Tecnologia da McLaren, Woking, Inglaterra

Data de início: 1 de fevereiro de 2024

Salário: £45.000 anuais

Benefícios: Assistência médica, seguro de vida, plano de aposentadoria, auxílio-mudança, acomodação, entre outros.

Por favor, confirme o recebimento deste e-mail e sua aceitação da oferta até o dia 19 de janeiro de 2024.

Estamos ansiosos para tê-la em nossa equipe e acreditamos que você trará uma contribuição significativa para o sucesso contínuo da McLaren Racing.

Atenciosamente,

Claire Thompson
Diretora de Marketing
McLaren Racing

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Cecília mal podia acreditar. Lágrimas de felicidade encheram seus olhos enquanto ela lia e relia o e-mail. Ted, sempre sensível às emoções de sua dona, pulou em seu colo, abanando o rabo e lambendo seu rosto.

— Consegui, Ted! Eu consegui! — Ela exclamou, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Sem perder tempo, a cacheada ligou para seus pais para compartilhar a notícia. A emoção era palpável na voz de todos, e os planos para a mudança começaram imediatamente. Haveria tanto a fazer, mas nossa linda morena estava pronta para enfrentar qualquer desafio para seguir seu sonho.

O tempo passou e toda a burocracia já estava pronta. Já havia sido rescindida de seu contrato com a CBA e saiu de lá com desejos de boa sorte em sua nova vida e também havia deixado seu apartamento. Ela voltou para Belo Horizonte, para poder se despedir de sua família e de lá, iria para o Aeroporto Cofins e só desembarcaria na Inglaterra, ela não acreditava que seu maior sonho estava cada vez mais próximo de se realizar. Sabe aquela vez que algo que sonhamos por tanto tempo finalmente se realiza e você não consegue acreditar?

Pois é, era assim que Cecília estava se sentindo ao chegar no portão de embarque do seu voo e olhar para sua família uma última vez antes de se despedir.

— Mamãe, papai, Nando, vovó e vovô, eu vou sentir muita falta de vocês! Obrigada por tudo que fizeram por mim, por terem me aguentado falando sobre Fórmula 1 e McLaren todos esses anos. — Cecília proferiu, sua mão se soltando das malas e indo enxugar as lágrimas que brotavam em seus olhos. Duda e sua família também estavam ali, afinal suas famílias eram melhores amigas desde muito tempo e isso passou para seus filhos, que também viraram melhores amigos. Cecília e Duda e Nando, irmão de Cecília e Vivi, a irmãzinha da Maria Eduarda. As mais velhas acreditavam secretamente acreditavam que quando crescessem, os mais novos se tornariam um casal.

Sua mãe também estava chorando, apesar de tentar segurar as lágrimas, algo que seu pai nem tentou fazer se transformando em uma grande bagunça chorosa, afinal ele era o mais emocionado do casal. Nando tinha os olhos brilhando com lágrimas diante da perspectiva de que não veria sua irmã pessoalmente por muito tempo e os avós de Cecília também se comoveram ao ver a neta seguindo seus sonhos. Era emocionante ver sua geração tão jovem prosperando pelo mundo e chegando a lugares que eles não puderam devido a época em que viviam.

Duda estava muito orgulhosa de sua melhor amiga e agora via o quanto valeu a pena ouvir ela por tanto tempo falando na sua cabeça sobre esses carrinhos que corriam em círculos e ela esperava que agora que Cecília trabalhava bem perto dos pilotos, ela conseguisse que a amiga arrumasse Carlos "Gostoso" Sainz para ela!

— Eu amo muito vocês, gente! Vou sentir muita saudade, — Cecília declarou e todos a envolveram em um abraço caloroso.

E assim, com Ted ao seu lado e seu coração cheio de esperança e expectativa, Cecília embarcou no avião rumo à Inglaterra, pronta para começar uma nova fase de sua vida e abraçar todas as oportunidades que surgissem. Ela pensou em toda a sua vida, todos são altos e baixos, tudo o que havia passado e o novo capítulo da sua história que ela estava escrevendo. Sua eu de treze anos fã da McLaren e do One Direction estaria surtando se soubesse que ela estava indo para a Inglaterra trabalhar com o emprego dos sonhos.

Quando ela desembarcou no aeroporto de Heathrow seus olhos lacrimejaram um pouco, emocionada por realmente estar acontecendo, aquilo não era apenas um sonho que ela poderia acordar a qualquer momento. Ela tirou uma foto e mandou para seus pais, para dizer que tudo estava bem e que ela já havia chegado.

Ela foi recebida por um representante da McLaren que ficou responsável para apanhá-la no aeroporto e após levá-la para seu apartamento em Woking, fornecido pela empresa e onde ela se instalaria, também fornecendo informações para ela, tirando todas as suas dúvidas e até mesmo fazendo um pequeno tour pela cidade. Dentro de dois dias ela começaria a trabalhar oficialmente como assistente de Marketing da McLaren. Ao chegar no apartamento ela ficou impressionada, era parecido com seu antigo apê em São Paulo, só que muito maior e chique, Cecília estava completamente eufórica e animada.

Ela começou a desempacotar seus pertences que foram enviados pela transportadora diretamente do Brasil e durante esse processo ela encontrou sua caixinha de memórias, onde ela guardava seus momentos especiais e inesquecíveis. Tinham ingressos de filmes, tickets de parque de diversões, fotos, pulseiras e diversas outras coisinhas, entre elas, tinha uma antiga foto polaroid do dia em que ela "invadiu" o paddock. a foto em específico era com Lando Norris e um sorriso pintou em seu lábios ao encarar a foto, era inrc'rivel pensar que ela iria encontrar ele pessoalmente dentro de alguns dias. Uma pergunta pairou em seu cérebro: será que ele ainda se lembraria dela? Era algo muito pouco provável, considerando o tanto de fãs que ele encontra é enorme, mas será?

Ela guardou a foto novamente e voltou a desempacotar o resto das coisas, incluindo a caminha de Ted, que ficava ao lado da sua cama, que por sinal era enorme, esse apartamento era tudo de bom e ela estava apaixonada.

Após terminar de arrumar suas coisas, já era tarde da noite, ela fez uma videochamada com sua família, para contar sobre tudo e mostrar sua nova casa. Logo depois ela pediu um delivery e se arrumou para ir dormir, e meu Deus! Deitar naquela cama era como dormir numa nuvem, Ted, ao invés de dormir na sua caminha, também decidiu subir e dormir ao lado de sua dona. Era um novo começo, o fim de uma década, mas o início de uma nova era e essas foram as últimas coisas que Cecília pensou antes de mergulhar em um sono profundo.

Havia finalmente chegado seu primeiro dia de trabalho na McLaren Racing. Durante o dia anterior, ela havia terminado de dar os toques finais em seu novo lar e conheceu um pouco da cidade e já havia definido seus pontos favoritos. Como por exemplo uma cafeteria que havia perto de uma livraria, no centro da cidade, que ela poderia trabalhar sempre que precisasse. Ela sempre imaginou como seria ter aquela vida que sempre via no Pinterest, toda "aesthetic" e tudo mais, e agora ela ia viver isso, teria como ficar melhor?

Ela iria receber também um carro da empresa, porém como ainda não conhecia com tanta precisão a cidade, ela optou por ir de Uber até o Centro de Tecnologia McLaren, ela havia vestido o uniforme que haviam deixado já preparado no apartamento, que consistia em uma blusa da McLaren, uma saia justa preta e por cima a jaqueta da McLaren Senna, que ela sempre andava. Para calçar eles disseram que não havia uma preferência específica, desde que fosse apropriado para o local de trabalho, então a morena decidiu usar um all star laranja, que combinava com o uniforme.

Ao chegar no CTM, a brasileira estava maravilhada com tudo ao seu redor, o prédio era tão lindo quando visto pelas imagens. Definitivamente uma linda obra de arte, com toda a estrutura sendo refletida no lago que havia de frente para o centro, ao chegar na recepção, ela apresentou seu crachá e a si mesma, afinal, ela já queria criar uma boa rede de relacionamentos dentro de lá. Era um dia nublado, algo muito comum no Reino Unido e isso só fazia o dia da morena ser melhor ainda,

— Olá! Meu nome é Cecília da Silva Santos, sou a nova assistente de Marketing, vim do Brasil. — ela se apresentou com um sorriso e entregou seu crachá nas mãos da recepcionista, uma mulher loira e jovem, que também o recebeu com um sorriso.

— Seja bem vinda a McLaren, Cecília! Meu nome é Susan e pode contar comigo para o que precisar. — Susan devolveu o crachá e indicou as catracas que estavam ao lado do balcão da recepção. — Apresente o crachá em frente aos scanners, para passar pelas catracas.

— Obrigada! — Cecília agradeceu.

— Disponha e mais uma vez, bem vinda. — a loira deu um sorriso que Cecília retribuiu e depois se dirigiu às catracas.

A morena estendeu o crachá em frente às pequenas portas de vidro e uma luz verde foi emitida, sinalizando que ela foi aprovada e as portas se abriram. Uma voz robótica feminina disse: "Bem vinda, Cecília!"

Ela se sentia como uma garotinha de novo, quando chega na escola nova e é um misto de empolgação e receio diante da perspectiva de tudo de novo que viria. Era tudo tão lindo, um sonho se tornando realidade, os carros em exposição, inclusive o MP4/4 do Ayrton Senna, o mesmo que ela viu há alguns anos atrás em Belo Horizonte, no Expominas.

Saber que estava diante de uma máquina que fez parte da história, e que seu ídolo Senna pilotou, a deixou quase sem palavras. Tirou uma foto e enviou para sua família com a legenda: "Olhem só onde estou!". Cecília estava encantada, tanto que quase não ouviu uma voz com um forte sotaque inglês chamando por ela.

— Olá! Você deve ser Cecília, certo? — a morena olhou em direção a voz e viu que era Claire, a diretora de Marketing que fez a entrevista com ela. — Seja bem vinda ao Centro de Tecnologia McLaren, sua nova casa! É um prazer te conhecer pessoalmente, é muito bom ter mais mulheres pretas trabalhando por aqui.

— Olá, Claire. Muito obrigada, eu estou realmente amando tudo isso! Também é um prazer te conhecer, sempre admirei muito você, mesmo antes de te conhecer pela entrevista. — Cecília respondeu, se aproximando da mais velha com um sorriso animado e gesticulando com as mãos ao redor.

— Fico feliz que tenha gostado, venha, vou mostrar o Centro e logo depois te levar para seu escritório, para se preparar para sua primeira reunião criativa como Assistente de Marketing da McLaren, juntamente a nossa equipe, o CEO Zak Brown e os pilotos. — ela começou a caminhar, no entanto Cecília ficou para trás.

— Espera! — a mente da garota estava a mil. Escritório? Reunião? — Eu vou ter um escritório? Separado?

Claire se virou para a brasileira novamente e deu um sorriso, colocando a mão nos ombros da mais nova.

— É claro! Você ainda é nova, mas isso não determina o seu talento ou o que você pode conseguir. Posso me enxergar em você quando eu era mais nova, uma menina apaixonada, com apenas um sonho e muita determinação. — Ela começou a caminhar mostrando o centro, os carros, enquanto falava. — Se não incentivarmos essa geração, o que será o futuro? Esse é um dos princípios da McLaren, ajudamos quem está começando e é assim que começam os maiores sucessos.

Cecília mal podia acreditar no que ouvia. Claire, uma das figuras que ela mais admirava na McLaren, estava lhe oferecendo não apenas apoio, mas um espaço significativo para trabalhar e crescer.

Elas continuaram a caminhar pelo Centro de Tecnologia McLaren, com Claire mostrando cada detalhe das instalações. Cecília estava impressionada com a modernidade e o design inovador do lugar. Tudo parecia ter sido tirado diretamente de um filme futurista. O centro não era apenas uma sede da empresa; era um templo para a inovação e excelência.

— Aqui é onde acontece a mágica. — Claire disse, enquanto passavam pela área de desenvolvimento de carros. — Todos os nossos projetos mais importantes começam aqui.

Cecília observava os engenheiros trabalhando em computadores, em modelos em 3D de carros e em peças reais que seriam testadas e ajustadas. Ela sentiu um arrepio ao perceber que faria parte daquela equipe incrível.

Elas passaram por várias áreas do centro até chegarem ao andar do departamento de marketing. A diretora parou em frente a uma porta de vidro e a abriu, revelando um escritório moderno, com uma vista incrível do lago.

— Esse será o seu espaço, Cecília. Pode personalizá-lo como quiser. Aqui você terá tudo o que precisa para trabalhar com conforto e inspiração.

A brasileira ficou boquiaberta. Nunca imaginou que teria um escritório tão bonito logo de início. Ela entrou e tocou levemente na mesa, sentindo a realidade da situação.

— Uau, isso é incrível. Muito obrigada, Claire. Eu prometo que vou dar o meu melhor.

— Tenho certeza que sim, Cecília. Aproveite para se acomodar. Nossa reunião criativa será em uma hora. Vou te deixar se instalar e depois nos encontraremos na sala de reuniões.

Cecília assentiu levemente com a cabeça e Claire sorriu e a deixou sozinha em seu novo local de trabalho. A brasileira olhava tudo ao redor encantada, havia uma mesa perto da janela com um computador de última geração e uma pequena estante no canto da parede com alguns livros sobre marketing e automobilismo, também com uma poltrona confortável. Isso sem falar na vista que era de tirar o fôlego. Ela apertou sua bolsa perto do peito próxima a janela e soltou um suspiro profundo misturado com um sorriso. Tudo estava tão bom. Tudo aquilo que ela havia sonhado estava finalmente acontecendo. Pegou seu notebook e começou a organizar algumas ideias para a reunião. Depois de alguns minutos, seu telefone tocou. Era uma mensagem de sua mãe:

"Estamos muito orgulhosos de você! Não se esqueça de nos contar tudo. Te amamos!"

Cecília sorriu e respondeu rapidamente: "Obrigada, mãe! Amo vocês também. Vou me preparar para minha primeira reunião agora. Conto tudo depois!"

Levantou-se, arrumou seu uniforme e dirigiu-se à sala de reuniões, no entanto não fazia ideia de como chegar lá e acabou se perdendo dentro do centro. "Isso não foi muito inteligente." Ela pensou com um sorriso nervoso.

Cecília olhou ao redor, tentando se orientar. O Centro de Tecnologia McLaren era enorme, e cada corredor parecia levar a uma nova área cheia de engenheiros, designers, e outras mentes brilhantes trabalhando em algo incrível. Ela não queria parecer perdida, mas também não podia negar que estava completamente desorientada.

Olhou ao redor para procurar algum olhar conhecido, mas se lembrou que não conhecia ninguém ainda e sorriu de nervoso, nem passou pela sua mente perguntar para alguém como fazer para chegar à sala de reuniões. A morena começou a andar sem uma direção certa e por alguma razão ou circunstância, entrou em um corredor e segurou suas coisas rente ao peito olhando a janela que havia no corredor.

Tinha vista para o lago, assim como seu escritório e estava tão distraída que não percebeu quando seu corpo se chocou com o de alguém e com a surpresa e um pequeno grito, seu aperto se soltou e deixou as coisas caírem no chão.

Ela fechou os olhos, pronta para ouvir seu notebook se espatifando em mil pedaços no chão e quando não ouviu nada olhou para cima e encontrou um par de olhos verdes encarando os seus.

"SOCORRO!" ela pensou. "É simplesmente o Lando Norris!" De novo.

Cecília não pode evitar de pensar em como o destino é irônico e em como o mundo dá tantas voltas e no final sempre para no mesmo lugar.

— Você está bem? — Lando perguntou com um sorriso no rosto, analisando a mulher a sua frente. — Peço desculpas por isso.

— Não, não! Está tudo bem, obrigada. — A brasileira sorriu de volta. — Eu também estava distraída olhando a vista e de qualquer forma, nada de ruim aconteceu. — ela disse indicando o notebook que estava nas mãos de Lando.

Ele percebeu que ainda carregava o objeto e estendeu para Cecília que com um pouco de timidez o pegou, ela podia sentir suas bochechas um pouco coradas. Tipo, ela sabia que ia encontrar os pilotos uma hora ou outra, mas nunca havia pensado que seria desse jeito e ainda mais, Lando Norris.

Lando olhou para a janela por um momento, contemplando a vista, mas logo seus olhos se voltaram para Cecília. Havia algo no olhar dela que lhe era vagamente familiar, como se já houvesse a visto antes.

— Nossa, que educação a minha, sou Lando Norris! — ele sorriu e estendeu a mão em direção a Cecília que a apertou, o toque foi rápido, mas gentil. — Mas acho que você já sabe. — o piloto brincou piscando para a morena, que deu uma leve risada.

— É realmente eu sei! E a propósito, sou Cecília Santos, sou brasileira e nova por aqui na McLaren. — A cacheada explicou e o britânico prestou atenção em cada palavra que foi lhe dita, algo nessa garota havia despertado a curiosidade dele. — É meu primeiro dia aqui.

— Sério? Seja bem vinda então à essa grande família! — Lando sorriu e gesticulou com um braço indicando toda a empresa. — Como está sendo seu primeiro dia? Aliás, seu inglês é muito bom. — Ele perguntou inclinando a cabeça ligeiramente.

Os lábios da assistente se curvaram em um sorriso, ele era tão simpático e gentil, e estava até mais tranquila na situação em que se encontrava. O homem de olhos azuis realmente condizia com a imagem que mostrava para a mídia.

— Obrigada! E... na verdade estou meio perdida. — ela soltou um riso. — Preciso encontrar a sala de reuniões de Marketing, mas não faço ideia de onde fica.

— Então foi sorte a sua ter me encontrado, estou indo para lá agora. Se quiser, posso ajudá-la a chegar ao seu destino. — o piloto britânico disse brincando e deu um sorriso maroto.

— Eu ficaria muito agradecida! — a brasileira falou e Lando sorriu em resposta.

Eles começaram a andar pelo corredor, Cecília ainda processava tudo aquilo que estava acontecendo e Lando decidiu quebrar o silêncio, ele perguntou a ela como a morena acabou na McLaren e ela contou sua história, como surgiu a paixão pelas corridas, pela equipe e tudo mais! Cecília era uma pessoa que amava falar e Lando prestava atenção em tudo que ela dizia, atentamente e com um sorriso.

Eles conversaram tanto que o tempo passou rapidamente e logo estavam na sala de reuniões, é fácil falar quando se encontra alguém com quem você se conecta. Quando você encontra uma alma gêmea e ambos ainda não sabiam, mas a partir disso surgirá uma relação que seria muito importante para os dois. De que? Ainda não posso afirmar.

— Chegamos! — o britânico anunciou a Cecília.

— Nossa, acabei falando tanto durante o caminho que nem percebi! — ela deu uma leve risada, com um vermelho claro em suas bochechas — Me desculpa.

— Não tem problema nenhum, na verdade, eu adorei te ouvir! — Lando respondeu e Cecília sorriu.

O loiro abriu a porta da sala e fez um gesto para a mulher passar na frente e logo depois entrou. Claire avistou os dois chegando e sorriu indo ao encontro da dupla.

— Vemos que você já conheceu uma das nossas estrelinhas, Cecília!

— Sim! — a brasileira respondeu rindo. — Ele foi muito gentil e me ajudou a achar a sala de reuniões.

— É para isso que nós gentlemens servimos! — Lando concordou com um sorriso, olhando para a morena.

— Que bom que vocês estão se entendendo, vão trabalhar muito juntos! — a mulher mais velha disse e chamou Cecília para perto dela, fazendo a cacheada se despedir do britânico.

— Obrigada por ter me ajudado!

— Sempre ao seu dispor, gatinha.

Lando sorriu, piscando para a brasileira, se afastando indo até Zak Brown, que ela havia acabado de notar que estava ali juntamente com Oscar Piastri, o piloto mais jovem da McLaren. A morena estava corando levemente devido ao apelido e havia um sorriso estampado em seu rosto quando foi falar com Claire que a apresentou a outros membros da equipe de Marketing da empresa.

A reunião havia começado e o CEO da McLaren Racing, Zak Brown, se levantou para dar as boas-vindas a todos. Cecília sentou-se atenta, tentando absorver cada palavra enquanto falava sobre as metas e os novos projetos da equipe para a temporada.

— Estamos em um momento emocionante, — Zak começou, olhando ao redor da sala. — Temos um time incrível este ano, e cada um de vocês desempenha um papel fundamental no nosso sucesso. Vamos continuar inovando e garantindo que a McLaren esteja na vanguarda do automobilismo.

Todos aplaudiram e os olhos do homem mais velho percorreram todos que estavam na sala, seu olhar parando em Cecília que estava ao lado de Claire, um tanto tímida atrás de seu notebook e sorriu para a brasileira.

— E vemos que temos rostos novos por aqui! — ele sinalizou para Cecília se levantar e a mesma sentiu seu rosto ficar vermelho de vergonha, mas o olhar de Claire a encorajou. — Por favor, se apresente!

— Oi, pessoal! Meu nome é Cecília da Silva Santos. Sou brasileira e sou a nova assistente de Marketing aqui na McLaren. — disse, sua voz soando mais confiante do que ela se sentia.

Ela olhou ao redor e seu olhar se encontrou com o de Lando que sorriu, incentivando-a a continuar.

— Estou muito animada para trabalhar com todos vocês e contribuir para os projetos incríveis que temos pela frente. Desde pequena, sou fã da McLaren e sempre sonhei em estar aqui. É uma honra fazer parte desta equipe.

Os membros da equipe aplaudiram, e Cecília sentiu seu coração acelerar de felicidade. Zak, ao perceber a energia positiva, voltou a se dirigir ao grupo.

— Excelente, Cecília! Estamos felizes em tê-la conosco. Prepare-se para um ano cheio de desafios e conquistas. — Ele deu um sorriso encorajador antes de retomar a apresentação. — Bom, pensei em algo inovador para essa temporada, como uma bomba! Um hard launch para a nova pintura desse ano, algo que pegaria todos de surpresa e mais investimento nesse setor, principalmente das redes sociais, uma forma de conectar os fãs a equipe os tornando mais próximos.

— Essa é uma ótima ideia, Zak! — Claire concordou, animada. — Isso traria mais apoio para a McLaren e ajudaria a criar uma conexão mais pessoal com os fãs, além de trazer uma visibilidade maior nas redes sociais.

A reunião prosseguiu com discussões sobre estratégias de marketing, planos de redes sociais e novas iniciativas. Cecília ouvia atentamente, tomando notas e se envolvendo nas conversas sempre que podia. A cada nova ideia que surgia, sua animação só aumentava.

— Alguém tem alguma sugestão? — Claire perguntou e algumas pessoas da equipe levantaram as mãos e Cecília também queria falar e hesitou por um instante, mordendo o lábio. Ela queria muito compartilhar suas ideias, mas a timidez a fazia se sentir um pouco insegura.

Lando, que estava sentado um pouco mais à frente, percebeu seu silêncio e lançou um olhar encorajador em sua direção, como se estivesse dizendo "vai em frente, você consegue". Aquilo foi o impulso que Cecília precisava.

Ela levantou a mão e respirou fundo, após a permissão para falar, falou rapidamente antes que pudesse se arrepender.

— Eu tenho uma ideia, para ser usada nas redes sociais. Recentemente surgiu no Instagram um novo formato de perfil, os dailys, que são uma espécie de "diário digital" A ideia deles é justamente ter um espaço intimista e livre da perfeição ou da exigência do "instagramável", para postar o dia a dia, sem filtros.

Ela fez uma pausa, percebendo que todos estavam atentos, e sorriu, aliviada ao ver que sua ideia aparentemente estava sendo bem recebida.

— E podemos trazer isso para a Fórmula 1! A McLaren seria pioneira nisso e seria uma forma de aproximar os fãs da equipe, mostrando o dia a dia, e todos poderiam ter acesso à conta para fazer posts espontâneos como memes, bastidores e momentos descontraídos. — Cecília continuou, sentindo-se mais confiante a cada palavra. — Isso ajudaria os fãs a se conectarem mais com a McLaren, criando uma relação mais pessoal, além de gerar muito engajamento. E poderiam designar alguém da equipe de Marketing para ser o responsável principal pela conta, para acompanhar mais de perto os pilotos, seja filmando, fotografando, respondendo os fãs, entre outras coisas.

Cecília terminou de falar e sentiu um calor subir pelo rosto. O silêncio que se seguiu parecia interminável, mas logo Zak quebrou a tensão.

— Isso é incrível, Cecília! — exclamou, seu rosto iluminado. — Uma proposta fresca e ousada!

Claire também sorriu, claramente impressionada.

— Adoro a ideia de trazer um lado mais autêntico da equipe para as redes sociais. Isso realmente poderia aproximar os fãs da McLaren e dar a eles uma visão dos bastidores que normalmente não têm acesso.

Os membros da equipe começaram a comentar, trocando ideias sobre como poderiam implementar a sugestão de Cecília. A brasileira estava super contente com o que a sua ideia havia proporcionado e que todos haviam gostado. Ela sentiu que isso era um bom sinal para essa sua nova vida e de todas as coisas boas que viriam.

Logo, a reunião acabou e todos se despediram, tendo que voltar para seus escritórios, afinal o dia ainda não havia acabado. O CEO se aproximou de Cecília que estava com Claire - a diretora havia a parabenizado pela ideia - e juntamente a ele os dois pilotos vieram.

— Mais uma vez, bem-vinda, Cecília! É ótimo ter novas mentes aqui, principalmente como a sua. — ele sorriu para a mais nova que agradeceu. — Estou pressentindo que essa será uma ótima temporada para nossa equipe! A propósito, pelo visto você já conheceu Lando e esse é Oscar Piastri, mas você já deve saber também, não é mesmo? — Zak gesticulou para oscar que saiu timidamente e estendeu a mão para Cecília que a apertou.

— Ele é meio tímido, mas com o tempo, nosso bebê se solta. — Lando brincou com Oscar que deu um soco de leve no britânico em resposta, fazendo todos rirem.

— Prazer em te conhecer, Cecília! — o australiano disse a morena. — Bem-vinda a família da McLaren. Adorei sua ideia por sinal!

— Obrigada e o prazer é todo meu! — a cacheada sorriu para o piloto australiano à sua frente.

— Também achei sua ideia genial, quem não iria querer me assistir todos os dias o dia todo? — Lando brincou presunçosamente, o que arrancou um revirar de olhos de Oscar e uma leve risada de Cecília, Zak e Claire. — Mas eu só aceito essa ideia se for a Cecília que for nos acompanhar nas corridas.

Cecília riu da brincadeira de Lando, mas seu coração acelerou com a sugestão dele. Ela se imaginou acompanhando os pilotos em todas as etapas da temporada, filmando e registrando momentos que ninguém mais veria. Seria um incrível, sem falar que ela poderia ir a todas as corridas do ano, seu sonho de consumo.

— Ora, por que não? — Zak perguntou. — Se você conseguir trazer um bom planejamento dessa ideia e nos apresentar isso, não poderíamos pensar em ninguém melhor para ser a pessoa por trás desse perfil.

— Exatamente, você é uma grande promessa, Cecília! — Claire constrói, colocando a mão no ombro da mais nova.

— Uau... isso seria incrível! — Cecília respondeu, tentando esconder o tremor na voz, enquanto seu sorriso se ampliava. — Vou trabalhar nisso e trazer um planejamento detalhado o mais rápido possível.

— Tenho certeza de que você fará um ótimo trabalho, Cecília, — Zak disse, dando-lhe um último sorriso antes de se despedir. — Conte conosco para o que precisar.

A sala já estava se esvaziando e Claire, Zak e Oscar se despediram de Cecília, todos voltando para seus próprios afazeres, no entanto, Lando ficou para conversar com a brasileira a sós.

— Então, gatinha, — e lá estava, aquele apelido. De novo. — eu estava te observando na reunião e...

— Desculpa te interromper, Lando. Mas você dá apelidos para todas as mulheres que você conhece? É uma curiosidade, sabe?

— Não... só para as mais especiais! — Lando provocou de volta, sorrindo e inclinando a cabeça para o lado, com as mãos no bolso.

Cecília sorriu para o chão e perguntou para o britânico sobre o que ele estava falando antes.

— É que você me parece muito familiar, tem certeza que não nos vimos antes? Acho que eu não me esqueceria de alguém tão bonita.

— Você realmente é um conquistador, não é Lando? — Cecília perguntou seus olhos se estreitando e um sorriso leve pintando seus lábios.

— Eu faço o que posso. — ele respondeu com uma voz pretensiosa, mas ao mesmo tempo brincalhona, dando de ombros.

— Mas respondendo a sua pergunta, Landinho, será que você se lembra de uma garota que "invadiu" o paddock de Interlagos? — a brasileira perguntou, a sombra de uma risada em seus lábios.

— Não! — o loiro disse sem acreditar. — É você? Eu pensei nisso também, mas achei que fosse impossível. Isso foi há tipo, cinco anos? Foi no ano que eu fui tive minha estreia na Fórmula 1 e no GP de São Paulo uma linda morena esbarrou em mim, dizendo que tinha invadido o paddock, tirou uma foto e foi embora sem nem explicar, ficando na minha cabeça por um bom tempo.

— Ainda estou na sua cabeça? — Cecília perguntou, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado e um sorriso no rosto.

— Bom, digamos que sim e vai continuar por uma longa estadia. — Lando replicou de volta com um sorriso provocante em direção a cacheada.

Ambos se encaram e riram suavemente, a conexão era inegável entre ambos e essa relação prometia muito. Cecília disse que tinha que ir, para começar a trabalhar na ideia e Lando concordou, se despedindo dela.

— Até mais, Landinho! — a brasileira disse com um sorriso, carregando a bolsa do seu notebook e saindo da sala.

— Te vejo em breve, gatinha! — o piloto de olhos verdes se despediu com uma piscada e um sorriso maroto.

Eles estavam flertando, e eles sabiam disso.

No caminho de volta para sua sala, Cecília observava a paisagem passando pela janela e sorria ao pensar no que estava acontecendo na sua vida. Ela se lembrou da sua vida desde a infância e em como nunca imaginava, nem nos seus maiores sonhos que ela realmente viveria isso. Se a sorte existe, então ela estava repleta dela. Ou talvez pudesse ser apenas destino mostrando que seu lugar ao sol finalmente chegou.

Ao chegar no escritório, colocou a bolsa do computador sobre a mesa e sentiu seu celular vibrar no bolso o pegando, e abriu um sorriso aparecendo em seu rosto ao ver uma mensagem de sua mãe e de Duda.

"Já estamos com saudades, filha! Quando chegar, liga pra gente e conte sobre seu dia. Te amamos ❤️" - mamis 💗

"oiii, diva!! Tudo bem?? quando chegar em casa, conta TUDO

quero saber de todos os detalhes!

viu o amor da sua vida de novo? vulgo, lando norris?? 😏😏" - dudinha ✨✨

Cecília riu e respondeu a mãe e amiga, depois guardou seu celular novamente e olhou pela janela do escritório, observando a bela vista que o lugar fornecia. Era uma vida nova, e um ano surpreendente e ela estava pronta para tudo - pelo menos esperava que estivesse! E spoiler: ela não estava pronta, mas vai sobreviver - eu acho.

━━ ▌NOTAS DA AUTORA:

💗 ” E SAIU A NOTÍCIA QUE O MUNDO NÃO ACREDITAVA! Saiu o primeiro capítulo de Como Você Conquista a Garota e pasmem, são quase nove mil palavras, socorro 😭 Só um pouquinho grande. Espero que tenham gostado e deixem a estrelinha e comentem bastante, eu amo responder comentários, juro, minha parte favorita de postar é essa! Até o próximo capítulo, sweeties 🩷

PS.: esse banner de baixo, maravilhoso e perfeito foi feito pela rtmercury, essa diva da sofi. 😻

contagem de palavras: 8.843 palavras.

📷 INTERACTION » qual a música favorita de vocês?

❛ it's how you get the girl. ❜
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