Capítulo 13
Quando eu te digo que foi fácil? Jesus, porra, ela é realmente uma vagabunda e eu já teria feito isso muito antes se soubesse que seria tão fácil. Achei que teria que... sei lá, tentar? Nem um pouco. Eu tinha o número dela na sexta-feira. Seu número de celular pessoal. Sam, até hoje não me deu o seu.
Ela continua sendo tão provocativa quanto vem sendo, a única diferença é minha flagrante reciprocidade. Chegando à quarta aula, inclino-me sobre a mesa dela e faço um pequeno comentário sobre como ela está bonita - enxágue e repita conforme a aula termina -, se houver treino, pergunto se ela vem me ver. Se ela coloca uma mão inadequada em mim, eu coloco de volta. Converso com ela entre as aulas e faço todo o possível para fingir que Sam não existe. É uma merda, mas um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer. A única paz de espírito que tenho são os olhares de reconhecimento que trocamos durante a aula. Olho para ele como se estivesse tentando verificar seu estado de ser, ler sua alma, e ele olha de volta como se pudesse dizer que é isso que estou fazendo.
Ele revira os olhos, coloca um sorriso no rosto e continua com a aula. Sei que disse a ele para ignorar minhas ações esta semana, mas ainda me dá enjoo flertar corajosamente com essa cadela quando ele está ao alcance da minha voz ou tenho uma linha direta de visão dele.
Bem, isso me deixa doente de qualquer maneira, mas o que posso fazer? Claro, que ele não me deixou nenhum bilhete no fim da aula, pois eu disse que não voltaria até resolver isso. Parte de mim esperava que ele deixasse um de qualquer maneira, porque eu com certeza apareceria na varanda dele se ele estivesse morrendo de vontade de me ver, sabe.
Sexta-feira é noite de jogos. Jamie está lá, Sammy não. Ela está vestida com as cores da nossa escola, e nunca fiquei tão enojado com uma demonstração do espírito escolar. Ela está conversando animadamente com Celner, como se ela fosse sua assistente técnica ou algo assim, quando rolo com o capacete enfiado nas mãos.
- Sra. Rosenthal, ei! - Eu saúdo, aumentando o charme ao nível máximo - você está pronta para me ver bater em alguns traseiros?
- Claro que sim, você sabe! - Ela sorri para mim, e estou pensando que deveria ser sensual. Ugh, Sam realmente me ganhou.
- Seus motores estão todos quentes e prontos?
Viu? Que porra é essa? Quem diz uma merda dessas? Agora, tenho que responder algo igualmente estúpido.
- Mais quentes do que nunca, especialmente quando tenho alguém como você torcendo por mim.
Celner revira os olhos, mas não diz nada. Agora, se eu tivesse dito algo assim para Sammy, você pensaria que a lua havia implodido. São padrões diferentes, pessoal.
Ela ri, batendo a palma brincalhona no meu peito. Exceto que sua mão permanece lá.
- Me deixe orgulhosa.
Eu me inclino sobre ela, um pouco perto demais.
- Apenas prometa que não vai tirar os olhos das minhas costas, ok?
- Eu não conseguiria nem se quisesse.
Amordace-me.
Corro para o campo e recebo alguns olhares elegantes e cumprimentos de meus companheiros de equipe, exceto Jacob. Eu não contei nada a ele sobre meus planos, então ele está me olhando estranho esta semana. Ele não costuma julgar, mas acho que ele provavelmente não tem a melhor opinião sobre mim no momento. Terei que corrigir isso quando puder.
Vencemos porque - não brinca - estamos absolutamente dominando os condados vizinhos, e se nossa equipe geral fosse um pouco melhor, poderíamos ter ido para algum tipo de mata-mata nacional em vez de terminar no estadual. Isso não me incomoda muito, pois estou perfeitamente ciente de minha própria habilidade. Já tenho algumas bolsas reservadas, embora esteja fortemente inclinado para uma em particular.
Assim que o jogo termina, eu faço minha jogada. A Sra. Rosenthal fica para trás para interagir com os jogadores depois que trocamos nossos equipamentos, como ela costuma fazer, e eu espero pacientemente que eles saiam.
- Posso acompanhá-la até o seu carro?
Porque sou um cavalheiro, é claro.
Ela brilha como uma árvore de Natal, e eu nunca quis tanto bater em uma mulher.
- Eu apreciaria isso, Dean, obrigada.
Conversamos sobre o jogo e tenho que admitir que ela realmente sabe o que faz. Eu me pergunto se ela ama realmente o esporte, ou se ela aprendeu tudo só para seduzir atletas um pouco legais, como eu. Assim que chegamos à porta do motorista, estou prestes a abrir para ela, mas me interrompo.
- Sra. Rosenthal, eu queria saber se... eu poderia conseguir seu número? Caso eu precise mandar uma mensagem para você sobre alguma tarefa atrasada, você sabe... - inclino a cabeça, sorrindo diabolicamente.
Ela pisca, como se não conseguisse acreditar como tudo estava indo bem de repente.
- Hum, bem, não vejo por que não.
Digito o número dela no meu telefone, um pouco surpreso com o quão rápida ela foi em me dar, e ela inclina todo o seu corpo em mim, me cutucando com o ombro. Mordo a isca, por assim dizer, passando o braço pela parte inferior de suas costas para alcançar a maçaneta da porta.
- Tente não abusar deste tão almejado privilégio, Sr. Saunders - ela pisca - ah, e quando formos só você e eu, sinta-se à vontade para me chamar de Jamie.
Abrindo a porta, abaixo a cabeça para murmurar em seu ouvido:
- Farei o meu melhor, Jamie, mas sem promessas.
Ela cheira... a perfume barato. Como um spray Bath&Body* com desconto, e sinto muita falta da fragrância orgânica e limpa de Sam. Com o quão próximos estamos, sinto um pequeno arrepio que percorre seu corpo. Ela inclina a cabeça para trás e, meu Deus, ela vai me beijar no maldito estacionamento? (*NT: Marca barata de produtos para o corpo)
- Estou ansiosa por seus... esforços. Boa noite, Dean.
Eca.
- Boa noite, Jamie, volte para casa em segurança.
Ou bata e morra, tanto faz. Isso me pouparia muitos problemas.
Com a chegada do fim de semana, faço hora extra para ter toda essa farsa resolvida pelo menos até o final da próxima semana, como disse ao Sammy que faria. Bastou uma mensagem para abrir as portas da esperança:
"Você chegou bem em casa?"
Um iniciador de conversa clássico e atencioso, se enviado para a pessoa certa, e Jamie é definitivamente essa pessoa. Ela se agarra à linha aberta de comunicação com as duas mãos e, de sexta a noite até domingo à noite, enviamos mensagens de texto a uma taxa de pelo menos três mensagens por hora enquanto estamos acordados. Às vezes, muito mais, às vezes menos, se estou na academia. Sou muito, muito cuidadoso na forma como redijo minhas mensagens e respostas, andando na corda bamba da linha do flerte, mas Jamie está ajudando tudo. Para efeitos de evidência, preciso que ela pareça a agressora e instigadora disto, e ela está realizando um trabalho espetacular ao manter essas expectativas.
Ela começou a enviar fotos suas no sábado à noite. Quase desejei que estivesse brincando. Ou ela está tão confiante no meu interesse cego por ela, ou ela não tem um pingo de bom senso. Estou acostumado com o tipo de hipervigilância de Sammy, que beira a paranoia. Ele nem quer que eu olhe para ele durante o dia, não consigo nem imaginar ele me enviando nudes ativamente. Deus, isso seria quente, no entanto. Durante o dia, ela mandava fotos de muitas coisas pequenas e inócuas: seu café no Starbucks, seu corgi, um vestido novo que ela acabara de comprar na butique do centro da cidade.
A primeira foto dela estava naquele vestido, pedindo minha opinião sobre ele. A partir daí disparou. As selfies tornaram-se fotos do corpo, e as fotos do corpo tornaram-se cada vez mais picantes. O primeiro semi nude? Segunda à noite, sem nem mesmo eu precisar pedir. Suponho que minhas respostas foram interessantes o suficiente para que ela mantivesse o ritmo sozinha. Esperei até terça-feira à tarde para enviar a mensagem que colocaria um prego no caixão:
"Estou tendo um pouco de dificuldade para entender parte do conteúdo desta unidade, você acha que poderia reservar algum tempo para mim?"
Não especifiquei a hora ou o local, e tecnicamente poderia ser interpretado como um pedido genuíno de aulas particulares. Não foi assim que ela reagiu, porque segundos depois chegou o convite para sua casa.
"Eu sempre tenho tempo para você. Aqui está meu endereço, você pode vir a qualquer hora depois das 18h ;)"
Uma semana. Uma. Fodendo. Semana.
Foi só isso?
Realmente?
Estou um pouco impressionado, para ser honesto. Tive que trabalhar tanto - meses! - para conquistar Sammy, e Jamie Rosenthal vai jogar a toalha em menos de uma semana? Sei que sou tendencioso, mas vejo isso como a diferença entre o esforço necessário para ganhar algo barato e algo de valor genuíno. O McDonald's fica quase sempre a cinco minutos daqui, não importa onde você more, e só custará alguns míseros dólares. Olive wagyu, no entanto, custa 500 dólares e é vendido exclusivamente em Shōdoshima, no Japão. Um exige muito mais esforço do que o outro - se você não entendeu essa analogia, Sammy é o wagyu.
Jamie pode ou não ser uma ótima transa, tudo bem, mas ela é meu McDonalds. Quem quer um Big Mac após comer wagyu? Sou um homem de gosto refinado agora.
As aulas terminaram há uma hora e, novamente, é terça-feira, então não há treino. Em vez de sair do campus para ir à academia da cidade, decido fazer um treino rápido na sala de musculação da escola para economizar tempo. A sala fica aberta até a saída do administrador, às cinco. É aqui que Jacob me encontra quinze minutos depois, colocando halteres em uma barra para agachamento.
- Dean, ei - ele fala e não parece muito contente ao me ver, embora eu saiba que ele me procurou deliberadamente. Ele parece estar a segundos de enrolar o braço como um moinho de vento e me dar um olho roxo.
- Ei, cara... - respondo lentamente, puxando meus ombros para trás só para garantir.
- Mano, o que diabos está acontecendo?
- Ei, ei, espere, me escute...
- Na semana passada, você nem mesmo cuspiria na Sra. Rosenthal se a cadela estivesse pegando fogo. Agora, o que ela virou? A moda da semana? Normalmente, eu não estaria lhe falando nada disso, mas até eu posso ver que o Sr. Powell está passando por momentos difíceis. Posso não estar com uma ereção pelo cara, mas essa pode ser a jogada mais idiota do século, cara. Na verdade, você está me fazendo sentir mal pelo meu professor de literatura, ele tem até errado algumas pronúncias ultimamente.
Levanto minhas mãos no clássico gesto de "uau, amigo."
- Entendo você, eu realmente entendo, mas juro, não é o que você está pensando.
- Como não? Pelo menos com o Sr. Powell, eu não tinha ingressos na primeira fila para o seu... - Ele torce o nariz - jogo sujo. É nojento, cara.
- Estou fazendo um jogo sujo, sim, você não está errado sobre isso. Mas tenho um motivo muito, muito bom para isso.
- Qual é...?
- Chantagem.
Jacob pisca, abaixando a cabeça.
- Chantagem...?
- Olha, de alguma forma, a Sra. Rosenthal fez um palpite muito bom sobre Sammy e eu. Quando eles saíram para beber na semana passada, ela o acusou. Intuição de mulher, alguma merda dessas, mas ela ameaçou denunciá-lo.
- Isso não é um pouco hipócrita? Quero dizer, ela está dando em cima de você, afinal.
- Exatamente, sou irresistível, você sabe - estufo meu peito e Jacob zomba - mas acho que não fui receptivo o suficiente com os... avanços dela, então ela disse ao Sammy para me interromper. Cara, sério, olha isso.
Pego meu telefone de onde o deixei no banco e o desbloqueio, abrindo minha conversa com a Sra. Rosenthal. Deslizo para cima, para cima e mais para cima, parando brevemente nas inúmeras fotos que ela enviou. Os olhos de Jacob ficam cada vez maiores, o queixo caído em completo choque.
- Droga, cara... - Ele sussurra.
- Isso tudo é só desde o jogo de sexta-feira, cara. Peguei o número dela na saída, e tem sido quase sem parar. Vou para a casa dela hoje à noite - vou até o final da conversa para que ele possa ver essa troca de mensagens. Jacob olha para mim, surpreso, vagamente com medo.
- Então... qual é o seu plano? Quero dizer, você vai entregar essas coisas para a diretoria? Fazer com que ela seja demitida?
- Bem... - coço minha bochecha - pensei muito sobre isso, mas não acho que seria uma decisão muito boa. Quer dizer, haveria consequências para ela, mas tenho certeza de que ficariam surpresos por denunciar isso, certo? Sabe? Então, vou apenas ameaçá-la. O que ela vai fazer, denunciar Sammy sem nenhuma evidência concreta, quando posso denunciá-la pela mesma merda com um monte de evidências reais?
Jacob bate com a mão no meu ombro e me lança um olhar solene.
- Eu nunca vou contrariar você, cara. Precisa de uma ajuda?
Terminamos de treinar às quatro e me sinto à beira da vitória, estou me sentindo como o Super-Homem, se o Super-Homem resolvesse seus problemas por meio de chantagem, em vez da armadura de conspiração mais renomada do mundo. Volto para casa para me arrumar, fazendo o papel de um garoto ansioso de dezoito anos prestes a foder sua professora bombástica. A Sra. Rosenthal está hospedada em um dos complexos de apartamentos mais bonitos da cidade, e não faço absolutamente nenhum esforço para esconder minha presença fora de sua casa. Quanto mais testemunhas potenciais, melhor.
Estou praticamente vibrando quando bato os nós dos dedos na porta lascada. Nunca fiquei tão tonto em foder alguém. Jamie abre alguns segundos depois, e estou meio que esperando que ela esteja nua, apenas com o salto. Ela não está, mas não está exatamente vestida com recato: shorts que estão a um centímetro de ser roupa íntima, um top curto e chinelos rosa felpudos. Olho para minha virilha, esperando algum tipo de reação. O amor é uma coisa, mas Jamie Rosenthal é... inegavelmente gostosa. Ela tem curvas boas, nos lugares certos. Os peitos mais empinados, firmes e de tamanho perfeito que você veria fora de um Hooters* ou de um volume da Playboy. Suas pernas são finas, bronzeadas e inequivocamente femininas. Sei que a bunda dela não é menos impressionante. (*NT: Hooters é uma rede de fast-food famosa por suas garçonetes bonitas)
Mas meu pau é mais leal do que eu imaginava. Ele está completamente morto no caixão da minha calça jeans, nem um pouco de vida. O amor faz coisas engraçadas com um homem.
- Dean, você veio! - Ela sorri, colocando o cabelo atrás da orelha.
- Eu não perderia o seu convite por nada no mundo.
Ela cora, ri e se afasta para me deixar passar.
É óbvio que ela ainda está se mudando, mas já fez o possível para feminilizar o lugar. Está decorado de forma bastante fofa, há lugares para sentar. Ela vai até a cozinha e abre a geladeira.
- Posso pegar alguma coisa para você beber? Ainda tenho algumas cervejas, se você quiser uma.
Oh, meu Deus, oferecendo um pouco de álcool? Ela está praticamente assinando sua própria demissão. Sinto-me como um policial disfarçado e tenho que engolir uma risadinha.
- Sim, vou querer uma.
Ela quebra a tampa de uma Miller High Life e a coloca no balcão para mim, e no breve tempo que leva para ela voltar para a geladeira e pescar a sua, tiro uma foto da cerveja com a Sra. Bunda pegando sua própria cerveja em segundo plano. Não existe nada mais incriminador do que isso, eu diria. Ela dá a volta no balcão para ficar ao meu lado, invadindo corajosamente meu espaço. Ela se aconchega em mim e olha através dos cílios, sorrindo.
- Estou tão feliz que finalmente conseguimos fazer isso de uma vez - ela brinca, referindo-se às aulas particulares que pedi. Eu deveria me envolver neste momento, provavelmente. Tocá-la, lançar algumas insinuações, mas não consigo fazer isso. A farsa está ficando cada vez mais difícil de manter, e perderei o elemento surpresa se ela perceber antes da hora. Estou tentando uma revelação de supervilão aqui, tenho que me divertir com isso.
Ela percebe isso, mas confunde com nervosismo, o que é um pouco insultuoso. Ela desliza a mão por baixo da frente da minha camisa, passando as unhas pelas saliências do meu abdômen, e agarra minha outra mão para levá-la até seu seio.
- Está tudo bem, você não precisa ser tão tímido comigo - ela murmura.
Eu diria que essa é a minha deixa.
- Jamie, posso te perguntar uma coisa?
- Sim, qualquer coisa - ela respira.
- Quão estúpida você é?
Ela estala de tensão, de repente se sentindo como uma estátua encostada em mim. Ao levantar o rosto para olhar para cima, ela está franzindo a testa: nervosa, confusa e um pouco ofendida.
- Desculpe?
- Se desculpar? Esse é o plano, sim - eu rio.
Ela recua, mas desta vez eu a sigo. Quando suas costas batem na parede, seu rosto fica vermelho de medo genuíno.
- Dean, o que diabos... o que você está fazendo? O que está acontecendo?
- Você tem alguma ideia... do quanto tive que trabalhar duro para chegar até o Sammy? Para fazer com que ele me desse uma chance sequer? Para gostar de mim? Só para você... - Pressiono meus dedos em sua testa, empurrando até que seu couro cabeludo bate suavemente na parede. - Chegar e tentar foder tudo para mim?
Você podia ouvir uma agulha de costura batendo no carpete.
Suas sobrancelhas se uniram, perturbada.
- Sam...? Eu... pensei...
- Que eu foderia qualquer coisa com pulso? Depois que Sammy me larga, é fácil escolher? Você enfiou o nariz onde não deveria, querida. Veja, eu prometi a ele que ninguém iria descobrir, e eu iria quebrar ossos se fosse necessário. Para sua sorte, não precisamos ir tão longe.
Seus olhos se abrem, antes de se encolherem com uma raiva à qual ela se apega na esperança de afastar a ansiedade. Ela dá um tapa na minha mão.
- Então, você realmente está transando com ele?! O que diabos há de errado com você? Como ele é... melhor do que eu?! Não me diga que você é... realmente gay! - Ela cospe.
Reviro os olhos com a acusação.
- O quê, um cara tem que ser gay para não querer transar com você? Nada disso, absolutamente nada disso, é da sua conta. Esse é o problema aqui. Você tentou fazer disso o seu negócio e foi e ameaçou Sammy com essa merda.
Seus olhos bem delineados flutuam para frente e para trás, a boca abrindo e fechando em torno de um discurso defensivo. Ela está com a mão apoiada no peito e sua linguagem corporal implora a pergunta: "estou prestes a me tornar uma estatística?" Tento não levar para o lado pessoal, pois sei que sou um cara grande e intimidador. Mas, merda, eu não sou um assassino. Bem, ela não sabe disso, e como acabou de aprender, ela não sabe absolutamente nada sobre mim.
- Relaxe, relaxe - rio, e não é um som muito agradável, nem a faz relaxar - eu não estou aqui para aparecer no noticiário. Mas você entende a posição em que está agora. Se você tentar denunciar Sammy com nada além de seu pequeno palpite, eu irei denunciá-la com todas as evidências que você estava generosa o suficiente para fornecer.
Quando ela percebe que assassinato e/ou violência doméstica estão fora de questão, ela encontra um pouco de coragem.
- O que diabos há de errado com você, Dean?! - Ela estala - por que você está... fazendo tudo isso por ele? Você nunca mais o verá depois da formatura, não há como você não jogar na universidade.
- Claro que vou jogar na faculdade, é a única maneira de eu entrar em uma - bufo - nunca mais o verei? Quem disse, você? Sammy? Ele provavelmente gostaria de pensar assim. Mas, cá entre nós, eu sorrio, e até sei que é uma coisinha distorcida - ele está saindo do estado para fazer seu doutorado. Então é lá que vou jogar. Ele ainda não sabe, então guarde isso para você.
Bisbilhotei a merda dele, enquanto ele dormia? Sim. Ele tem a senha mais previsível conhecida pelo homem em seu notebook? Sim. Se você está me julgando, eu não dou a mínima. Basta empilhar isso no topo da pilha com o resto dos meus pecados e escolhas duvidosas.
- Você está... você está falando sério...
- Hum, muito - eu me endireito, dando-lhe algum espaço para respirar - já que tive todo esse trabalho, vamos deixar algumas coisas claras. Eu não dou a mínima para o que você faz ou com quem você transa, mas Sam não é seu maldito amigo. Além do que é necessário entre colegas de trabalho, não olhe para ele, não fale com ele, nem mesmo respire a porra do ar dele. A única exceção é um pedido de desculpas por todo o estresse que você o fez passar. Entendeu?
Ela não diz nada. Ela ainda está encolhida contra a parede, me observando como se eu fosse uma cobra venenosa ao alcance do ataque.
- Sinto muito, eu estava resmungando? Perguntei... SE VOCÊ ENTENDEU, PORRA.
Ela pula com o ângulo duro e agudo do meu tom.
- Entendi.
- Ótimo. Tenho certeza de que isso é óbvio, mas fique longe do meu pau. Não me ligue, não fale comigo nos corredores ou na aula e não mostre sua cara nos meus treinos. Quero um espaço amplo, entendeu?
- Entendi.
- Ótimo, ótimo. Só para ficarmos completamente claros... - Eu a olho bem nos olhos, achatando a emoção do meu rosto - se você causar mais problemas para mim, podemos realmente chegar às manchetes nacionais.
Deixo isso para a imaginação dela. Assassinato, escândalo sexual, de qualquer maneira. Bem, ela parece suficientemente ameaçada para mim. Viro os ombros para trás, balanço um pouco a cabeça e volto para o balcão. Viro a cerveja na boca, deixando todo o seu conteúdo escorrer pela minha garganta, antes de colocar a lata no balcão. O alumínio vazio bate ruidosamente no laminado e Jamie dá um pulo ao ouvir o som.
- Obrigado pela cerveja, Sra. Rosenthal.
Só eu acho esse capítulo simplesmente primoroso?!
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