Capítulo 10
Fiel à sua palavra, Dean entrou pela minha porta às sete horas da noite seguinte. Fiel à minha natureza covarde, eu permiti. Dean está de mau-humor, no entanto. Embora ele geralmente me foda como se estivesse tentando quebrar minha coluna, ele está particularmente violento esta noite. Ele é mau e isso é quase assustador. Eu estava finalizando uma avaliação que havia procrastinado, sentado na minha posição habitual no sofá, quando ele entrou pela porta da frente. Ele não cantarolou sua saudação habitual — aquela que ele adaptou ultimamente “querido, estou em casa!” simplesmente fechou e trancou a porta atrás de si.
Ao som de sua aproximação, olho por cima do encosto do sofá.
— Ei, eu só…
Seu lindo rosto está estranho e desconfortavelmente vazio. Ele tira o casaco, joga-o sobre a poltrona e dá a volta no sofá. Dean arranca os papéis da minha mão sem dizer uma palavra e coloca a pilha na mesinha de canto.
— Que diabos você está… ah! Hah, merda! Dean, espere, nngh!
Sua missão é me despir o mais rápido que for humanamente possível. Meus óculos são colocados sobre a mesa, então minha camiseta é arrancada pela minha cabeça com força suficiente para esticar o tecido além do que seria adequado para o uso. Suas mãos se prendem na parte de trás dos meus joelhos e ele me puxa para baixo do sofá. Minha cabeça se arrasta contra as almofadas, fazendo meu cabelo se espalhar em minha cabeça, em seguida cair nos meus olhos. Ele arranca meu short pela minha bunda, em seguida pelas minhas pernas, e o joga no vazio por cima do ombro. É desconcertante passar de debruçado sobre a redação péssima do meu aluno — que de alguma forma foi digitada sem a ajuda do corretor ortográfico — para ficar completamente nu e maltratado.
— Dean! — Eu soluço.
A primeira coisa que ele diz, não me traz nenhum conforto:
— Você pode dizer, se quiser que eu pare.
Ele está falando sobre a palavra de segurança. Essa é a única coisa que o fará parar. Caso contrário, ele fará o que quiser. Pisco para ele, respirando com dificuldade. Ele interpreta meu silêncio contínuo pelo que realmente é: permissão. Por alguma razão idiota, estou permitindo até mesmo isso. Talvez eu esteja apenas disposto a suportar qualquer coisa, porque aceitarei tudo o que puder enquanto ele estiver disposto a dar. Ele se ajoelha, joga minhas pernas sobre seus ombros enormes e tira um frasco fechado de lubrificante do bolso de trás. Finalmente me dou conta de que ele continua totalmente vestido, a única coisa que tirou foi a jaqueta.
Isso me faz sentir mais como uma prostituta do que qualquer uma das vezes que ele me chamou disso, a disparidade entre o nosso estado de vestimenta. Eu já tinha me esticado, como faço quando sei que ele está vindo, mas Dean assume a responsabilidade de praticamente me abrir com o punho. Dói terrivelmente antes de trazer qualquer tipo de sensação boa, e eu prendo a parte interna do cotovelo no rosto, soluçando. Se eu não tivesse feito nenhuma preparação sozinho, Dean teria certamente rasgado alguma coisa com a intensidade com que ele faz isso. Três minutos podem ter se passado e ele tem metade da mão — menos o polegar — enfiada na minha bunda. Seu antebraço é um suporte em minha barriga, me prendendo ao sofá. Estou suando, chorando, me contorcendo quando ele finalmente decide estimular minha próstata.
— Não seja uma vadia, Sammy, é para isso que sua bunda foi feita — ele repreende, e não é no tom brincalhão e excitado que ele normalmente usaria. É frio, cruel — essa bunda foi feita para mim, para eu fazer o que quiser com ela.
O pior de tudo é que estou duro. Fiquei duro quando ele começou a me despir e, mesmo com a dor, minha ereção não diminuiu. Baixo as mãos para tentar esconder, porque é vergonhoso, e ele ri do esforço em seguida, retira minhas mãos.
— O quê, envergonhado? Não fique, putas como você gostam deste tipo de tratamento, certo?
Uma vez que estou esticado o suficiente para o seu gosto, ele desabotoa as calças. Ele nem sequer a tira, simplesmente desliza para baixo apenas o suficiente para puxar a sua pica para fora. E esse é o meu último vislumbre disso no futuro próximo, porque ele me vira de bruços. Meus joelhos batem no chão, a parte superior do meu corpo se curva sobre o assento, e Dean coloca a mão no meu cabelo para manter meu rosto sufocado na almofada. É assustador, e meu peito se aperta de ansiedade quando o sinto se alinhando. Mesmo que eu esteja meio esperando por isso, isso tira a respiração dos meus pulmões e a sensação do meu cérebro quando ele bate para frente, selando sua virilha contra a minha bunda com um único golpe.
Cravo os dentes no lábio com tanta força que sinto gosto de sangue. Não quero que ele me ouça gritar, porque acho que ele realmente gostaria. Não, eu sei que ele o faria.
Ele começa a me foder completamente. Não há começo lento, não há aviso, nada disso. Sua mão livre ancora meu quadril e ele não solta o aperto da parte de trás da minha cabeça. Dean me firma no lugar e me fode como se eu fosse o buraco que ele sempre me acusou de ser — no calor do momento, mas ainda assim —. Ele está batendo contra minha próstata com a força de um aríete, e meu pau está roçando a borda do sofá. Não é possível abafar meus sons, porque eles estão sendo literalmente empurrados para fora da minha garganta.
— Hah, sim, é isso, querido! É isso que quero ouvir, grite por mim. Sou o único que fará você se sentir tão bem, eu sou o único, Sammy.
Meu estômago está espumando, fervendo de calor. Mal se passaram dez minutos e vou gozar em todo o meu sofá por causa dessa crueldade de Dean. Também deve haver algo de errado comigo, porque meu orgasmo é devastador. Faço um buraco na almofada, babando no tecido, e movo meus quadris para trás, para encontrá-lo, como se meu coração não estivesse partido ao mesmo tempo. Apesar do que deve ser a sucção de um buraco negro, Dean não goza nem para de me foder.
Mesmo quando estou tremendo com isso, ele continua me atacando com força e precisão, e isso resulta no orgasmo mais longo e torturante que já sofri. Tento me afastar, mas não há para onde ir. Tento apoiar minha mão em sua barriga, mas ele a prende na parte inferior das minhas costas. Minha visão está manchada, meus nervos estão completamente à flor da pele. Segundos, minutos, dias, eu não saberia dizer a diferença. Parece que meu corpo está preso em um estado perpétuo de sobrecarga de prazer e, se continuar, vou desmaiar ou morrer. Soluços entrecortados saem do meu peito e não consigo nem respirar para implorar para que ele pare. Enfim, consigo, mas sei que um simples “pare” não vai acabar com nada.
— H-Hawthorne! — Eu engasgo.
Ele para imediatamente, mas estala a língua como se estivesse desapontado. Estou me contorcendo, tremendo, violentamente. Levo um minuto inteiro para recuperar o fôlego, encontrar um pensamento no vazio da minha mente. Ele pode ter parado de se mover, mas continua enterrado até o fim. Ele não soltou meu braço, nem a mão firme que mantém na minha nuca. Viro a cabeça para que meu rosto fique encostado na almofada e olho para ele através do meu cabelo.
— V-você… seu idiota…
Ele dá de ombros, sem nenhuma culpa.
— Você está chateado porque, o quê, foi bom demais? Não terminamos a menos que você especifique, então diga agora ou cale a boca.
Jesus Cristo, meu pau realmente se contraiu.
Fui masoquista durante todo esse tempo?
— Isso foi o que pensei, porra.
Três horas. Essa é minha melhor estimativa de quanto tempo durou. Ele me fodeu em todos os lugares, exceto na cama, e isso começou a parecer deliberado, como se houvesse algo que ele estivesse tentando mostrar. O sofá, a poltrona, o chão, encostado na parede, etc. Eventualmente, Dean tirou a roupa, mas utilizou todo o seu tempo de recuperação insano. Havia apenas alguns minutos entre cada rodada e, embora ele começasse a ficar um pouco mais gentil, eu me sentia cada vez menos humano com cada um dos nossos orgasmos. Ele iria estourar uma carga grossa e gorda em minhas entranhas e então deslizaria de volta em menos de cinco minutos depois. Era desleixado, molhado e quase desumano em sua selvageria.
Embora ele seguisse tecnicamente a diretriz de “sem marcas visíveis”, ele se esforçou para me marcar em todos os outros lugares. Ele mordeu anéis em volta dos meus mamilos, sugou hematomas em minhas clavículas, estômago, coxas e bunda. Encontrarei suas impressões digitais roxas em meus quadris, ombros, pernas e antebraços pela manhã. Enquanto eu perdia a voz em algum momento da briga, ele nunca parava de me lembrar: é para isso que serve o meu corpo, ele é o único que pode me fazer sentir assim, nunca ficarei satisfeito com ninguém além dele pelo resto da minha vida. Foi como uma forma de lavagem cerebral, enquanto ele me alimentava com aqueles mantras no auge e no final dos meus orgasmos. Eles penetraram nas dobras da minha mente, já marinando em prazer químico.
A dada altura, ele atacou descaradamente minha masculinidade:
— Seu pau é um acessório desnecessário, você sabe disso, né? Você não poderia enfiar em algo mesmo que quisesse, você precisa de um pau no seu cu para gozar assim — ele riu.
Ele não tocou meu pau nenhuma vez, o tempo todo, então essas palavras tocaram um acorde doloroso. Eu gozava tantas vezes, e todas elas eram puramente por ser fodido. Na época, eu não tinha ideia do que estava causando esse comportamento nele, porque ele estava sendo tão cruel. A razão para isso não seria explicada até a semana seguinte, então naquele momento eu estava conformado com a confusão, a dor de cabeça e um eventual coma pós-coito. Devo ter desmaiado ou adormecido, pois não tenho ideia de que horas terminou ou quando ele foi embora. Ele me limpou, arrumou a sala e limpou as manchas.
Ele recolocou minhas roupas no corpo e me deitou na cama, e acho que ele deve ter ficado atrás de mim por algum tempo. Acho que ele se arrependeu, ou… talvez eu tenha sonhado que sim.
Seu pedido de desculpas sussurrado pressionou atrás da minha orelha:
— Sinto muito, Sammy…
Quer o pedido de desculpas tenha sido um sonho ou não, o resto absolutamente não foi. Levei o dia todo de domingo para me recuperar, até pensei em ligar na segunda-feira. Meu pobre buraco, coitado, aquele bastardo brutalizou-o completamente. Dói andar, ficar em pé e sentar. Minha voz é uma bagunça estranha e estridente. Passei o dia tomando banho, tomando chá quente e cochilando como se isso fosse restaurar minha saúde física e mental. Dean tem uma boca suja, mas ele nunca me fodeu assim antes. Ele estava… Fazendo algum tipo de afirmação, mas isso está além da minha compreensão agora. O que ele poderia achar que estava acontecendo, para estar tão nervoso?
Segunda-feira chegou cedo demais. Eu me senti decente o suficiente para resolver isso, então entrei no estacionamento dos professores com uma crescente sensação de pavor. Se Dean seguir minhas diretrizes, ele não se aproximará de mim. Eu as coloquei em prática por um motivo, para não colocar meu trabalho em risco, mas pela ideia de ficar no mesmo terreno que Dean o dia todo e fazer com que ele me ignorasse — depois da maneira como ele entrou e saiu da minha casa — me deixa… Furioso. Isso me deixa com raiva, ansioso e profundamente magoado. Eu não posso continuar assim. Não importa quão bom seja o sexo, nada disso é remotamente saudável. Foi errado desde o início, mas agora está abrindo um buraco em mim, na minha sensação de paz e respeito próprio.
Andando pelos corredores tão suavemente quanto consigo, colo algo como um sorriso de “atendimento ao cliente”. Cumprimento educadamente meus alunos e colegas professores, antes de me esconder em minha sala. Evito completamente a sala dos professores. Não tenho certeza do que estou esperando encontrar ou esperando evitar, mas Dean aparecer na minha sala vazia menos de cinco minutos após me sentar me traz alívio e ansiedade. Ele parece… mal, como se tivesse dormido um total de quatro horas durante o fim de semana.
Huh, então talvez ele realmente se sentisse mal por isso.
— Bom dia, o que posso fazer por você? — Digo no meu tom mais seco e impessoal.
Dean fica tenso com o som monótono. Ele descansa desajeitadamente na frente da minha mesa, com as mãos enfiadas nos bolsos, e faz uma rápida varredura em minha pessoa. Seus olhos param no meu pulso, onde optei pelo meu relógio antigo em vez do que ele me deu. Foi a única maneira que encontrei de irritá-lo, por mais infantil que fosse.
Seu rosto se contrai e ele desvia o olhar sem mencionar isso.
— Eu… — Ele começa, e o som de sua voz quase me faz tropeçar. Ouvir ele agora, na minha sala de aula, como meu aluno, é... surreal. A última vez que ouvi sua voz, ele estava dizendo as coisas mais cruéis que conseguia pensar enquanto me fodia até as lágrimas. Engulo o nó repentino na minha garganta, lutando para conter a ansiedade que se eleva como vapor em meu peito.
— …Você está bem? — Ele finalmente diz.
Sorrio placidamente.
— Estou bem, obrigado por perguntar. Como foi seu fim de semana?
Ok, é um tiro barato, eu sei disso.
Dean está olhando para mim agora, como se estivesse chateado por eu estar enganando ele. O que diabos ele está esperando de mim? Ele quer que eu comece a chorar como em uma novela e tenha uma briga de namorados com ele às 6h30, no meio da minha sala de aula?
— Olha, eu… não terei muitas chances de fazer isso, então só queria apo…
— Toc, toc! Oh, ei, Dean!
Jamie está na minha porta agora, ótimo. Então, tá bom.
Dean sorri para ela, endireitando-se de onde estava e começando a se inclinar sobre minha mesa.
— Ei, Sra. Rosenthal.
Uau, olhe como o garoto vai. É como se uma reviravolta tivesse acontecido nele, e ele é todo charmoso e descontraído. Jamie olha entre nós.
— Desculpe, não queria interromper nada, posso voltar mais tarde.
A maneira como ela diz isso me irrita, como se ela estivesse insinuando alguma coisa.
— Não, não, Dean estava apenas perguntando sobre uma tarefa que ele teve que fazer na sexta-feira passada — a mentira desliza suavemente entre meus dentes, e Dean enrijece, por saber que está sendo descaradamente dispensado. Ele lança um olhar penetrante para mim de sua periferia, antes de se virar para sair.
— Obrigado, Sr. Powell! Até mais — ele chama por cima do ombro, tão suave em sua farsa quanto eu, e sai para o corredor.
Jamie toma seu lugar e se senta na minha mesa. As pessoas atraentes apenas pensam que têm um direito inerente ao espaço pessoal dos outros?
— Ele parecia chateado — ela ri — ele se saiu mal ou algo assim?
— Hmm? Sim, ele provavelmente poderia ter feito melhor.
— Ah, isso é uma chatice. Você deveria dar uma folga para ele, Sam, estaremos condenados se ele jogar como uma merda neste fim de semana.
Eu imediatamente mudo de assunto, por que do que diabos ela está falando?
— E aí? Precisa de ajuda com alguma coisa?
— Oh! Não, não, na verdade, eu queria ver se você estaria interessado em tomar uma bebida comigo depois do trabalho hoje à noite.
… Huh? Devo parecer tão perplexo quanto me sinto, porque ela dá aquela risada profunda e rica que parece encher uma sala.
— Apenas como amigos! Você é o único que tenho, Sam, vamos lá!
Acho isso muito, muito difícil de acreditar. Mas, mesmo que seja Jamie Rosenthal, talvez me faria bem interagir com alguém além de Dean. Demoro mais um minuto para refletir sobre isso, antes de finalmente concordar. Ela sorri para mim e estica o punho, o que acho que significa que devo bater nele com o meu.
— Ok, darei os detalhes durante o almoço!
Mal sabia eu, mas Jamie Rosenthal é a maior cobra rastejante que já existiu.
Vocês estão bem? Pois é, esse capítulo foi pesado... (lembrem-se que o aviso de gatilho foi dado no capítulo avisos)
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