Epílogo
Alex
Dois anos depois…
Um ano passou tão rápido, agora dois foi mais rápido ainda. Se me perguntasse o que eu fiz esse ano, eu diria que muito pouco. Trabalhar aqui na cozinha da pousada está sendo melhor do que eu esperava, fazer o que você gosta com paixão tem esses efeitos, nem dá para chamar de trabalho.
Liv vem comandando tudo da melhor forma, as vezes eu ajudo como posso, mas a minha mulher consegue fazer coisas incríveis. Com as redes sociais, o número de hóspedes aumentou, ainda mais com a ideia que a Liv propôs para pessoas que querem acampar, podem fazer isso nas terras atrás da pousada, graças a uma parceria que ela propôs junto ao dono das terras, e que ela tomou a frente sozinha.
Com o número de hóspedes subindo, eu a vejo mais ocupada, e também de olho nas pequenas reformas de melhoria daqui. Até mesmo eventos como pequenos ensaios, inclusive de familias, e até pequenas cerimonias de casamento, e a primeira que tivemos foi de um casal conhecido do casal Anabela e Jason, e graças a eles também ajudaram com a divulgação do local.
— Alex, eu nunca vi aqui tão cheio como está agora! — Liv diz feliz, enquanto observamos a cerimonia de longe. — Quando eu recebi um pedido de orçamento, e se a gente fazia esses tipos de evento, eu nem acreditei. Ainda bem que a reforma foi concluída, e que a cerimônia seja pequena. Não daria para acomodar muita gente aqui.
— Mas algumas acomodações na região, e o comércio saíram ganhando graças a você Liv — falo orgulhoso dela. — Todo esse mérito é seu, e todo o trabalho que está fazendo aqui.
A abraço e beijo a sua bochecha.
— Oi casal! — cumprimenta Anabela se aproximando da gente.
— Anabela que bom ver você e o Jason aqui.— Liv a cumprimenta, e eu faço o mesmo.
— Eu não disse que pessoas iriam amar fazer casamentos aqui? Eu e Jason até estamos pensando em fazer a nossa aqui. — olha para o namorado ao longe que está tirando as fotos. — E vamos querer vocês como convidados.
— Seria uma honra para mim realizar o casamento de vocês aqui, e Alex e eu amariamos ser seus convidados.
— Seríamos mesmo — sorri simpático.
— Vejo que se casaram, felicidade ao casal! — diz vendo a aliança em nossas mãos, e agradecemos.
Eu a pedi em casamento na torre, em uma tarde de domigo, eu fiquei nervoso, mas tomei coragem, e ela aceitou. Nós já moravamos juntos, não iria fazer diferença no quanto nos amamos, mas queria que fosse oficializado, e ela tivese o meu sobrenome, assm como eu o dela.
Liv e eu nos casamos um ano atrás, não teve uma grande festança, foi algo mais reservado, do tipo que a gente curte, chamamos apenas as pessoas mais próximas da gente. Foi no civil, e depois fizemos um jantar para celebrar, meus pais e os pais dela finalmente poderiam se conhecer. O Miguel, João, Vitoria e a Natália foram nossos padrinhos e madrinhas, foi um momento incrível. E depois fomos para a cabana do meu pai, que agora é nossa, onde passamos nossa lua de mel.
Anabela voltou para onde o Jason está, e eu e Liv resolvemos entrar e deixar as pessoas aproveitarem.
°
Acordo na cama, e não vejo a Liv do meu lado. Passo a mão sobre o lado da cama dela, e sinto o local gelado, então ela levantou a muito tempo. Sento na cama procurando o meu celular, e ao encontrar, vejo que nem passa das 07:00 da manhã. Levanto da cama, e vou atrás dela.
Sinto o cheiro de algo bom vindo na cozinha, e me aproximo e a encontro decorando um bolo, totalmente concentrada enquanto cantarola algo sem emitir som, que está tocando no fone em seu ouvido. Não a interrompo, aproveito vendo como ela está tão linda, mesmo descabelada e de pijama. Quando ela se vira, e me vê parado na porta, contém um grito de susto.
— Meu Deus, você me assustou! — ela leva a mão ao peito.
Ela tira os fones e se aproxima de mim.
— O que está fazendo acordado uma hora dessa?
— Eu que te pergunto, acordei e não te achei na cama. Aí fiquei preocupado — tento ver por cima do ombro dela, o bolo que ela está preparando. Mas Liv coloca a mão sobre o meu peito, me impedindo, — Não posso ver o que está preparando?
— Não, é surpresa, agora vai para sala — ela me empurra de leve para fora da cozinha, e eu aceito seu pedido.
Enquanto ela não volta, vou no banheiro, e pego o meu celular no quarto, me sentando no sofá.
— Fecha os olhos, e não se vira! — ela pede, e eu faço o que ela pediu.
Escuto seus passos se aproximando, e em seguida sinto ela parar em minha frente. E quando ela pede para eu abrir os olhos, eu só consegui rir de felicidade.
— Parabéns para você, nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida — canta animada, enquanto segura o bolo nas mãos, com velinhas acesas. — Apague e faça um pedido.
Que eu continue amando essa mulher, até os ultimos dias da minha vida…
— Como eu pude esquecer do meu próprio anversario? — pergunto após apagar as velas.
Agora olhando bem, vejo a decoração bento cake, com o boneco feliz com um chapeu de aniversaro na cabeça, e fazendo coração com a mão.
— Tudo bem, você estava ocupado esses dias, e eu posso te lembrar sempre que quiser — ela coloca o bolo em cima da mesinha de centro, e senta no meu colo.
— Essa foi a melhor surpresa de aniversário que eu poderia ter tido. — coloco o braço em volta da cintura dela, e Liv beija o canto da minha boca.
— Não era para você ter levantado cedo, eu queria te surpreender na cama.
— Foi mal, na proxima eu vou ficar bem quietinho esperando você voltar.
— Vamos comer o seu bolo, que eu fiz com muito amor para você.
— Se foi você quem fez, deve estar maravilhoso.
°
O resto do dia foi cheio de outras surpresas, por ser domingo, não precisávamos trabalhar, então depois de comer o bolo fomos assistir um filme na sala, e depois quando faltava duas horas para o almoço, Liv começou a arrumar a cozinha, e a fazer o almoço, eu quis ajudar ela, mas ela pediu séria para que não chegasse perto, o que não entendi o porque de tanta comida se era só a gente.
As 12:30 eu entendi o porque, quando os meus sogros chegaram, em seguida meus pais, Miguel e Vitoria, foi que eu entendi. Logo depois chegou Maria e João, ele que eu não o via a um bom tempo desde o casamento, já que agora ele está trabalhando como professor, e corrige atividades aos fins de semana, tem pouco tempo para vir aqui. E a Maria no qual eu sou grato pelos conselhos dela, e assim como Liv, eu a considero como da família. E além dessas surpresas, descobri que o meu amigo estava apaixonado, eu pensei que fosse pela Vitória, e ele me garantiu que não era ela, e me prometeu contar sobre a mulher depois.
Eu confesso que gostei de ver toda a nossa família juntos, e agradeci à Liv por o ter reunido. Por mais que a casa não coubesse todo mundo, ela deu um jeito.
No fim da tarde, quando todos foram embora. Vitoria e Miguel voltaram para a cidade, um por conta da faculdade, e o outro trabalho. Meus sogros também foram embora, assim como Maria e João. E meus pais ficaram hospedados na pousada, para amanhã irem embora.
Ficando a sós, Liv me puxou para fora de casa, me levando até a casa que antes era da família dela, depois da Larissa, que colocou novamente a venda, e ficamos gratos por ela não ser nossa vizinha. Por um tempo ficou parada, mas logo depois chegaram um grupo de pedreiros que terminaram a construção que tinha sido feita, isso faz quase um ano, mas ninguém apareceu ainda.
— Vem aqui, quero te mostrar uma coisa — diz puxando me pela mão, pelo o caminho iluminado por pequenas lanternas, que acompanham até a entrada da casa.
— O que tem? Os novos vizinhos já se mudaram? — pergunto vendo como o local está iluminado.
— Quase isso.
— Está querendo mostrar eles a casa nova? — falo me lembrando que ela fez o mesmo com a Larissa, quando ela veio aqui.
Mas hoje é domingo… estranho.
— Você vai ver.
Ao pararmos em frente a porta, ela retira algo do bolso, que eu vejo ser uma chave e me entrega.
— Para que essa chave?
— Abra.
— A gente não pode abrir a casa dos vizinhos!
— Alex, por favor! Essa é o meu presente para você.
Eu acho que estou entendendo, mas eu estou tão confuso. Abro a porta, e somos recebidos no espaço grande e aberto. Meus olhos vagueiam por todo o local iluminado, dou um passoa a frente e Liv se apoia no meu braço. Meus olhos batem no quadro da sala que me chamou a atenção, é a mesma foto ampliada em um quadro grande, a foto que Jason tirou nossa a dois anos atrás.
— Liv, o que quer dizer… — ela me olha assentindo em animação.
— Essa será a nossa nova casa!
— Que? Como você conseguiu?
— Uma contra proposta para a Larissa, ela não estava achando nenhum comprador, e eu consegui por um valor otimo. Esse é o nosso lar, nosso.
A pego no colo, a girando, enquanto rimos.
— Eu não acredito que você fez isso — a beijo colocando no chão. — Esse é seu sonho, seu presente!
— Eu sei que eu queria tanto conseguir essa casa de volta, mas esse presente é para você também. Nós vamos morar aqui, onde os meus avós moravam, meus pais moravam, e agora a gente, e em breve nosso filho ou filha — ela coloca mão sobre a barriga, e agora percebi o pequeno volume, e sinto meu coração errar uma batida.
Como eu não vi isso antes?!
— O que?! — a olho surpresa.
— Vamos ser pais Alex, sei que pode ser muito cedo… — a interrompo a beijando novamente.
— Esse é um dos melhores presentes que eu poderia receber. A gente vai ser pais! Como eu não reparei nada, eu deveria ter percebido o sinais... — ela me interrompe colocando seu dedo em meus lábios em silêncio.
— Não importa meu amor, não se preocupe com isso.
— Meu Deus Liv, a gente vai ser pais! — repito novamente e feliz, como se a cada vez que eu dissesse, tornasse mais real.
— Sim, pais.
Eu a abraço, me sentindo o homem mais feliz do mundo, e grato por mais de dois anos atrás ter vindo para cá. Por ter finalmente estar com a minha mulher, e ter tudo o que eu mais desejei.
FIM
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