Quarto Passo - Dar e Receber Apoio

Só o tempo é capaz de amenizar a dor de perder alguém que amamos. 

A saudade e as lembranças são eternas, permanecem vivas, florescem e,

 como o amor, jamais morrem.

Aurilene Damaceno

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Apenas quando os primeiros raios solares invadiram a sala, eu percebi que havia passado a noite inteira desenhando. 

Eu me espreguicei, contemplando o resultado. Eu tinha terminado o que Alex pediu uma semana antes do combinado e me sentia orgulhoso do resultado. 

Na sexta, quando Alex viesse me visitar, ele ficaria impressionado. Sim, as coisas estavam finalmente começando a dar certo novamente para mim. Eu estava melhorando. 

Levantei da banqueta e fui até a porta dos fundos, recebendo uma suave brisa vinda do mar em meu rosto. Aos poucos eu sentia a vida retornar para meu corpo, eu ainda amava Lizzy e não iria esquecê-la jamais. Inclusive duvidava que conseguisse voltar a me relacionar com alguém, mas cada experiência que eu ouvia no grupo, me fazia perceber que minha vida não estava acabada.

Caminhei sem pensar até o portão que me levaria à praia. O mar estava calmo, logo à minha frente. Meus passos alcançaram a areia enquanto me espreguiçava mais uma vez. A claridade atingiu meu olho, fazendo-o  lacrimejar mais do que o normal, mas aquilo pouco me incomodou.

Olhei em volta, franzindo o cenho ao avistar Brooke não muito longe de mim. Ela estava diferente de todas as vezes que já a tinha visto, seus cabelos curtos estavam desalinhados e eram agitados pela brisa que soprava. Ela vestia um pijama com um longo casaco por cima. 

Seu olhar estava perdido no mar e sua expressão não era suave e alegre como todas as outras vezes que a vi, muito pelo contrário, seu semblante era triste e carregado de dor.

Eu odiei vê-la daquela maneira, dei alguns passos em sua direção, fazendo com que ela olhasse para mim. Brooke parecia surpresa por me ver ali, e diferente de todas as outras vezes, ela se afastou, caminhando apressada para longe, fazendo com que eu estancasse em meu lugar.

Passei alguns segundos refletindo sobre aquilo antes de voltar para casa. 

O que está acontecendo com ela?

Aquela situação continuou em minha mente até a reunião do grupo no dia seguinte. Eu não conseguia parar de pensar no que poderia ter tirado toda a alegria daquela mulher. Aquilo não fazia o menor sentido para mim. 

— Boa tarde a todos — Isabel começou a reunião — Como vocês passaram o final de semana? 

— Bem, eu viajei com o meu pai — Taylor sorriu.

— Vocês não se falavam desde a morte de sua mãe, não é? — Leah comentou.

— Sim, mas ele me ligou, disse que sentia minha falta e tinha ingressos para um festival em Nova York — Ela sorriu — Nós sempre íamos a esse festival quando eu era menor.

— Foi um grande avanço, Taylor — Isabel a parabenizou — Você e seu pai precisavam dessa reaproximação.

— Sim, eu sei que demorou mas...

— É bom ir devagar — Eu comentei — Você se aproximou quando se sentiu pronta para isso.

Isabel sorriu para mim, aprovando meu comentário. Aquele pequeno gesto me alegrou de alguma forma, foi como uma confirmação de que eu estava no caminho correto. 

— Fico feliz que você esteja pensando assim, Oliver — Ela me parabenizou — Eu considero isso um grande avanço para você.

Se antes eu me senti alegre com aquelas palavras, naquele momento um tipo de orgulho tomou conta de mim. Não era apenas eu que estava enxergando meu avanço, Lizzy certamente também estaria orgulhosa de mim. 

— Você deseja falar algo hoje, Oliver? — Isabel continuou.

— Não sei — Eu franzi o cenho, ainda pensando em Brooke. 

O objetivo do grupo é me apoiar, mas, eu posso confiar dessa maneira neles?

— Mesmo? — Ela insistiu — Você parece querer contar algo.

Eu pensei por alguns segundos naquilo. Bem, eu poderia tentar, não precisaria revelar a identidade dela de qualquer maneira.

— Bem, vocês se lembram da mulher que eu contei da outra vez? — Eu comecei.

— A que estava tentando se aproximar de você? — Taylor se arrumou na cadeira, demonstrando interesse.

— Sim…

Eu olhei ao redor reunindo a coragem necessária para terminar aquilo que havia começado. Eu iria conseguir. Nós todos estamos no mesmo barco!

— Eu a vi na praia ontem pela manhã e...

— Você pediu o telefone dela — Anthony deduziu com orgulho.

— Anthony, não seja idiota. Ele ama a esposa dele! — Taylor revirou os olhos.

— Bem, ele ainda está vivo! — Ele se defendeu.

— Não é dessa forma que funciona, Rivera — Louis decidiu intervir enquanto Leah permanecia estranhamente quieta.

Eu observei em silêncio toda a discussão que acabou tomando conta do ambiente sem ao menos terminar a história. Se aquela era a minha nova família, era sem dúvida a família mais estranha que eu já tinha visto.

— Por favor, silêncio — Isabel pediu — Oliver ainda não terminou o relato dele!

— Posso continuar? — Eu cocei a garganta.

— Claro, ele não vai mais te atrapalhar — Taylor garantiu, beliscando Anthony que estava sentado ao seu lado, fazendo com que ele reclamasse enquanto alisava a área afetada.

— Bem... — Eu olhei em volta — Eu a vi na praia e ao contrário de todas as outras vezes que a vi, ela parecia péssima e quando me viu apenas se afastou.

— Estava passando mal? — Taylor questionou preocupada.

Eu esperei algum comentário engraçadinho de Anthony, mas ele permaneceu emburrado no canto.

— Não, eu acho, ela estava chorando — Eu expliquei — Aquilo me incomodou.

Era bom admitir em voz alta, eu não sabia o motivo daquilo ter me incomodado, mas era bom externar meus pensamentos.

— E porque? — Isabel perguntou.

— Não sei — Balancei a cabeça — Apenas...

— Vamos Oliver, você sabe — Ela insistiu — Apenas precisa pensar um pouco no motivo.

Eu fiz o que ela sugeriu, meditei por alguns segundos em todos os motivos que poderiam me levar a pensar tanto naquilo, mas nenhum me parecia aceitável.

     Eu me acostumei a vê-la sorrindo? Foi estranho vê-la se afastar depois que ela tentou se aproximar todas as vezes? Eu realmente não sabia.

Ou sabia?

— E então? — Isabel questionou olhando em meus olhos.

— Ela é sempre alegre, eu gosto disso — Eu franzi o cenho, fazendo um esforço pra que minhas palavras fizessem sentido — Eu não quero que ela seja uma pessoa triste.

Aquilo poderia não fazer muito sentido, já que eu nem a conhecia, mas era a verdade. Sempre que a vi, ela tinha aquela aura dourada que inundava todos os ambientes em que ela se encontrava, contagiando a todos com sua alegria. Até mesmo eu me sentia melhor ao vê-la e eu não queria que ela perdesse isso.

— É um belo sentimento, Oliver — Isabel garantiu.

— Talvez ela precise de um amigo — Louis sugeriu — Não te mataria se aproximar um pouco.

— Eu concordo — Taylor logo emendou. 

— Oliver, sei que você se sente confuso em relação a ela, mas talvez seja bom se aproximar de alguém de fora do grupo — A doutora recomendou olhando em meus olhos — Mas vá aos poucos, quando se sentir confortável para isso.

Eu acenei em entendimento enquanto pensava em suas palavras. Talvez realmente tenha chegado o momento de dar mais esse passo. Eu posso fazer isso, certo?

— A Leah não me parece bem hoje — Louis comentou com preocupação.

— Leah? — Isabel a chamou.

— Desculpe, hoje é um dia difícil para mim — A garota secou uma lágrima que rolava por seu rosto.

— Você quer falar sobre isso? — A psicóloga lhe estendeu a caixa de lenços de papel.

Ela apanhou alguns, enxugando as lágrimas enquanto respirava fundo se preparando. O que estava acontecendo com ela?

— Hoje seria o aniversário de minha mãe — Ela explicou — Essas datas são tão difíceis.

— Eu sinto muito por isso Leah — Taylor suspirou — Mas nós estamos aqui por você.

Sim, nós todos apoiaríamos aquela garota. Ela não estava mais sozinha. Na verdade, nenhum de nós estávamos. Encontrar pessoas que partilhavam da mesma dor, foi a coisa mais acertada que poderíamos fazer. Nós estávamos nos reerguendo a partir dali. 

A prova disso, foi a reunião ser encerrada mais cedo para que pudéssemos nos arrumar e acompanhar Leah a um restaurante em que ela e a família sempre comemoravam o aniversário de sua mãe.

Nós nos encontraríamos na entrada do The Lobster House, um restaurante de mariscos que ficava de frente para o mar. Era a primeira vez que eu sairia por lazer depois que Lizzy faleceu, e me sentia um pouco ansioso com a situação.

Sai de casa meia hora antes do horário combinado, observei a lua cheia que iluminava o céu antes de começar a caminhar em direção ao meu destino. Estava quase no fim da rua quando avistei Brooke vindo em minha direção.  Eu não a via desde ontem na praia, e a conversa do grupo sobre ela logo me veio à mente. 

Eu deveria tentar?

— Boa noite, Oliver — Ela sorriu naturalmente ao se aproximar.

— Boa noite, Brooke — Eu parei de caminhar, para sua surpresa.

Tudo bem, e o que eu faço agora? Eu não tenho intimidade nenhuma com ela, não sei nada a seu respeito!

— Não está com os cachorros hoje — Acabei soltando a primeira coisa que surgiu em minha mente. A coisa mais estúpida!

Claro que ela não está com os cachorros, porque estaria? Já deve ter passeado com os dois hoje!

— Não, na verdade fiquei até mais tarde no trabalho hoje — Ela parece ter achado graça de meu comentário — Tive uma encomenda de última hora e estou sozinha na loja.

— Entendo — Eu coloquei as mãos no bolso do sobretudo, sem saber o que fazer a seguir.

— Bom, amanhã eu os levo para a praia — Ela comentou me observando com ansiedade. 

— Te vejo na praia então — Soltei de maneira impensada.

— Claro — Seu sorriso se alargou — Até amanhã, Oliver.

Ela retomou seu caminho logo depois, ainda sorrindo. 

O que exatamente eu acabei de fazer!?

— Eu marquei um encontro com ela? — Eu murmurei inconformado, retomando meu caminho. 

O que eu estava pensando!? Obviamente em nada!

— Mas que droga, qual é o seu problema, Oliver? — Eu continuei murmurando sozinho enquanto caminhava.

Tudo bem, eu estou exagerando. Todos no grupo afirmaram que seria bom se eu me aproximasse dela, nós podemos ser amigos.

Sim. Amigos…

Continuei meu caminho tentando tirar aquilo de minha mente.  Aquela tarefa se tornou mais fácil quando cheguei ao restaurante e fui levado à mesa onde todos estavam reunidos.

— Desculpe o atraso, foi um imprevisto — Eu pedi enquanto me acomodava.

— Pensei que você não viria — Leah comentou timidamente.

Eu observei todos ao redor da comprida mesa, me perguntando se deveria contar a eles sobre Brooke. Não, essa noite é sobre Leah. Eu posso guardar o que quer que seja para a próxima reunião.

— Estamos nessa juntos, não é? — Eu ofereci um meio sorriso a ela — Eu não faltaria.

— Obrigada a todos por virem — Isabel sorriu enquanto Taylor me estendia uma taça de água — Todos vocês estão compreendendo o objetivo do grupo, e eu fico feliz.

O garçom se aproximou para anotar nossas bebidas, nos deixando sozinhos novamente em alguns minutos.

— Nos fale da sua mãe, Leah — Louis a incentivou — O que vocês fariam se ela estivesse aqui hoje?

— Nós conversaríamos sobre tudo o que aconteceu durante o dia — Ela deu um sorriso fraco — Ela perguntaria sobre alguma garota com quem meu irmão estivesse saindo, pediríamos as bebidas e então viriam os presentes.

Ela abaixou a cabeça, respirando fundo para prosseguir seu relato. Nós aguardamos pacientemente enquanto ela se recompunha.

— E então ela sempre pedia o ravióli de lagosta — Ela sorriu antes de limpar uma lágrima que correra por seu rosto — Deus, ela adorava aquele ravióli, sempre pedia a mesma coisa…

Ela voltou a abaixar a cabeça, brincando com seus dedos por sobre a mesa enquanto nós todos pareciamos não saber como agir diante daquilo.

— Já sabem o que vão pedir? — Um jovem garçom se aproximou com um sorriso cordial no rosto.

Eu estava prestes a avisar que ninguém sequer tinha aberto o cardápio ainda quando Anthony tomou a dianteira, entregando seu menu para o rapaz.

— Ravióli de Lagosta — Ele declarou decidido, fazendo com que Leah erguesse o rosto com os olhos arregalados.

— Sim, e quanto a...

— Eu também quero um ravióli de lagosta — Taylor seguiu o gesto do rapaz.

— Parece bom para mim também — Foi a vez de Louis.

— O mesmo — Eu avisei.

— Serão seis Raviólis de lagosta para essa mesa — Isabel segurou a mão de Leah, a confortando.

O rapaz recolheu os cardápios, se retirando a seguir enquanto Leah parecia dividida entre sorrir e chorar. Eu peguei a Taça de água que Taylor tinha me entregado assim que cheguei, a erguendo em um brinde.

— A Hellen — Eu propus, me lembrando do nome que Leah citou em uma das reuniões.

— A Hellen — Todos seguiram meu gesto, inclusive Leah que tinha conseguido conter as lágrimas por tempo suficiente.

Eu estava sentado na areia, observando o mar que se movia em ondas preguiçosas perto do fim da tarde, o sol ainda brilhava com força no céu, mas a temperatura caia mais a cada dia com a iminente chegada do inverno, voltei a observar o rascunho que eu fazia, aproveitando a tranquilidade que me cercava.

Pelo menos, até dois São Bernardos passarem correndo por mim, brincando um com o outro. Antes que eu pudesse pensar, Brooke se sentou ao meu lado.

— Você realmente veio — Ela sorriu.

— Sim — eu me senti um pouco desconfortável — Eu venho na maioria dos dias.

— É um bom lugar — Ela comentou observando o mar.

— Sim, é um lugar tranquilo — Eu respondi colocando de lado o meu caderno.

Por um momento, o silêncio reinou entre nós dois enquanto observávamos os dois cachorros rolando na areia.

— Você quem fez isso? — A voz de Brooke atraiu novamente minha atenção.

Eu olhei para ela que tinha pego meu caderno em suas mãos, observando o desenho que eu estava fazendo há momentos atrás.

— Isso!? São apenas alguns rabiscos — Eu tentei desconversar.

— Rabiscos? Você chama essa rosa de rabisco? — Ela parecia divertida — Os bonecos palito que eu consigo desenhar são o que então?

Não pude evitar sorrir diante daquela declaração. Eu apanhei o caderno de sua mão, observando a flor desenhada ali.

— Onde você aprendeu a desenhar assim? — Ela perguntou.

— Na faculdade eu acho. Sempre tive habilidade para o desenho, mas ali consegui aprimorar mais — Eu observei seu belo rosto enquanto a respondia.

Ela tinha belos traços... Eram delicados e bem desenhados. Ela poderia ser uma modelo, conseguiria trabalho facilmente.

— Você é um artista então? — Ela manteve um meio sorriso no rosto.

— Desenhista...

— Desenha para viver — Ela voltou a observar o mar — Parece divertido.

— É menos divertido do que as pessoas pensam — Eu garanti — E você é uma...

— Confeiteira, eu tenho aquela confeitaria no centro — Ela completou.

Me senti um pouco surpreso com aquela informação, pensei que ela apenas fosse uma atendente e não dona do lugar, ela parece ser tão jovem.

— Uma confeiteira...

— É menos glamouroso do que as pessoas pensam — Ela riu de maneira espontânea fazendo com que eu me calasse.

Aquele riso.

Era algo tão simples, mas era carregado de alegria, coisa que faltava para mim há um bom tempo. Eu desviei meu olhar de seu rosto, tentando esconder o que quer que eu estivesse sentindo naquele momento. Procurei me focar na brincadeira dos dois cachorros.

— Você vive aqui há muito tempo? — Eu questionei.

— Desde que me formei. Eu vivia no kentucky antes, mas decidi sair de lá, meu pai tinha uma casa aqui, então — Ela deu de ombros — E você, está gostando?

— Sim, é um bom lugar. É diferente da Philadelphia, eu precisava disso — Acabei me abrindo sem notar.

— Mudanças são boas — Ela refletiu. 

Nós voltamos a ficar em silêncio, mas aquilo não me incomodou. Era um silêncio confortável e eu me sentia bem ao lado dela, apesar de sequer conhecê-la.

— Eu preciso ir, Oliver — Ela se levantou após alguns minutos observando a paisagem — Foi bom te conhecer.

— Igualmente, Brooke — Eu me ergui com ela, apanhando o caderno no chão.

— E eu adorei o seu rabisco — Ela apontou, antes de chamar os cachorros.

— Mesmo?

— De verdade — Ela garantiu.

Eu não pensei muito antes de estender a folha para ela, era uma maneira de retribuir por aqueles momentos de sua companhia.

— Eu ficaria feliz se você ficasse com ele então — Eu expliquei ao ver a confusão em seu rosto.

— Mesmo? — Foi sua vez de perguntar em meio a um sorriso — Mas, você não tem que assinar? Sabe, pra quando você for um artista famoso eu conseguir provar que te conheci antes da fama. 

— Claro, a assinatura — Eu não pude conter o sorriso ao pegar o desenho e assinar meu nome no canto — Desculpe pelo deslize.

— Bem, eu sou oficialmente sua fã, Oliver Scott — Ela sorriu observando o desenho — Espero poder ver outros trabalhos, você pinta ttambém

— E então, eu já posso ver? — Eliza questionou ansiosa.

Eu estava dando os últimos retoques no desenho e queria que ficasse perfeito antes de mostrá-lo, mas a ansiedade de minha noiva para ver o resultado final era quase palpável.

— Tudo bem, venha — Eu permiti que ela se aproximasse.

Lizzy me rodeou apressada, olhando por sobre meu ombro enquanto eu observava cada expressão em seu rosto.

— E então? — Eu questionei após alguns segundos em silêncio.

— Querido, ficou lindo. Está realmente parecido comigo  — Ela começou.

— Era essa a intenção — Eu pisquei para ela.

Eu havia pedido a mão dela em casamento naquela noite, e também foi a primeira vez que a desenhei. Ela parece ter gostado.

— Essa foi a melhor noite de todas, Oliver — Ela sorriu antes de beijar meu rosto — Eu sou a sua maior fã!

Eu pisquei atordoado diante daquela lembrança, impedindo por pouco que lágrimas viessem a meus olhos.

— Eu preciso ir — Eu tentei manter a voz firme.

— Claro, eu vou só prender os dois e... — Ela se virou para os cachorros, mas eu não pude ficar mais.

Antes que ela percebesse eu já estava indo em direção à minha casa, sem ao menos olhar para trás. Eu precisava me afastar, colocar minha cabeça em ordem para entender o que havia acontecido.

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