Se eu ficar
"A vida não é justa. Isso é verdade, mas às vezes você só precisa dar um jeitinho".
- Se Eu Ficar
Pov Kathetire
Eu amo o clima gelado de Nova Iorque, quando amanhece nevando e você sente uma sensação de tranquilidade ao olhar para rua e ver o sorriso das pessoas, crianças brincando, fazendo boneco de neve, tomar um chocolate quente lendo um livro é incrível. Eu não faço isso há muito tempo, as vezes acabo esquecendo de viver esses momentos.
Então como hoje estou sozinha e não tive gravação, resolvo descansar um pouco, visto uma roupa quente, pego um vinho que ganhei em um evento na qual participei, um livro e vou para minha varanda, hoje ninguém vai conseguir tirar minha paz. Ou eu achava, porque antes de conseguir terminar o segundo capítulo do livro, a campainha toca, deve ser a senhora Vera, ela mora no apartamento de baixo e sempre esquece a chave, então ela deixar uma aqui por garantia.
– Oi, dona Ve.... Jason – o que ele faz aqui? Ele com certeza é a última pessoa que esperava aparecer aqui hoje.
– Oi – ele me analisa e só então lembro que estou apenas com roupa de dormir, droga.
– Eu.... eu... – aponto para meu quarto – volto já – corro para trocar de roupa – porque as pessoas têm mania de ir para casa dos outros sem avisar – falo baixinho, mas quando me viro ele está atrás de mim, escorado no batente da porta, com o celular na mão – poderia da licença, estou trocando de roupa - além de inconveniente, é metido, invadindo quarto alheio.
– Primeiro, eu avisei, você que estava no seu mundinho de conto de fadas – ele se joga na minha cama e balança o livro que eu estava lendo – e não olhou as mensagens que te mandei, e não, estou bem aqui, não vou sair, pode ficar assim, não vou olhar para você, nada aí me interessa – idiota.
– Larga meu livro e levanta da minha cama, o que você quer aqui? – Pergunto. Logo hoje que queria um pouco de paz, ele aparece.
– Olivia mandou eu vim passar o texto com você, amanhã não vamos ter tempo de ensaiar, então temos que fazer isso hoje – reviro os olhos irritada, acabou meu sossego. Vou para meu closet trocar de roupa já que o folgado tomou conta do meu quarto.
Pego meu texto em minha bolsa e vamos para sala. Como já decoramos todo o texto, ficou faltando apenas passarmos antes de gravar. Amanhã vai ser nosso último dia de gravação, então vai ser uma correria, tem algumas cenas muito importantes ainda para serem gravadas e outras que não ficaram tão boas, então vamos ter que gravar novamente.
– Pronta? – Assinto e ele começa.
– Oi – Essa cena vai ser no apartamento da Alice, depois que ela conseguiu pegar os criminosos que a roubaram, ela teve que dizer para todos que não amava ele, para conseguir enganar–lós e descobrir quem estava por trás de tudo isso.
– Oi, posso entrar? Eu só queria dizer que você é incrível. Você acabou com todos eles, você fez o que eu não conseguir fazer para te proteger, e fez isso sozinha, do seu jeito, sem violência, eu nunca deveria ter duvidado de você e deveria ter deixado você ajudar desde o início.
– Obrigada – sorrio fraco.
– Também queria dizer é.... Desculpa, por agir como um idiota, pensei muito sobre isso, e percebi... que meus sentimentos por você, é maior que imaginava – ele olha para baixo – nunca me senti assim, por causa, de alguém.... Minhas emoções me enlouqueceram um pouco, eu tinha um propósito, que era acabar com você, mas você me mostrou quem era eles de verdade....
– Eu entendo...
– Eu estou muito feliz que esteja bem. Enfim, eu... vou embora – ele vira para sair.
– Espere! Não vá ainda – vou para frente dele – por favor.
– Sei que ficou triste por que não escutei você, eu tentei, mas minha mente estava uma confusão, eu sei que não quer mais ficar comigo, eu entendo e respeitarei isso.
– Não, eles não foram os únicos que enganei. – Ele me olha confuso – não era verdade, só disse que não te amava, para que me deixasse ir. Para proteger você. E eles poderiam desconfiar, então...
– Espere. Então você mentiu sobre tudo?
– A parte do chato, convencido, irritante, não... – sorrimos. Às vezes sinto que estou vivendo em uma comédia romântica, presa entre um amor inalcançável, no qual tenho que conviver e suportar, enquanto ele fica com outras, pena que não vou ter um final feliz igual da minha personagem.
– Okay... Okay – ele se aproxima novamente e coloca umas mechas do meu cabelo atrás da orelha.
– Mas. À parte, sobre nós não darmos certo... não era verdade, fingir não te amar foi a coisa mais difícil que fiz. – E ainda é a coisa mais difícil que eu faço, ignorar meus sentimentos, com medo de me magoar.
Queria ser forte igual ela, mas sou fraca demais para admitir que eu o amo. Pelo menos não preciso atuar nessas cenas, só me escondo atrás delas, com medo da vida real.
– Então você se livrou deles, conseguiu tudo que era seu de volta e nada mais pode nos impedir de ficar juntos? – Assinto rindo.
– Não, nada vai nos impedir – nessa hora era para nós beijamos, mas hesito, não precisam ensaiar isso. – Então... acho que ficou bom – me afasto dele.
– Não terminamos a cena ainda – estreito os olhos. Já gravamos todo o resto, pego meu texto para ver se esqueci de algo, mas não.
– Só falta a parte do beijo, não precisamos ensaiar isso, ou vai dizer que não sabe mais beijar?
– Estou apenas cumprindo ordens, vai que na hora algo aconteça, aí nossa chefe vai dizer que não fizemos o que ela mandou, que não somos profissionais, essas coisas. Você não vai querer isso, vai?
– Mas...
– É apenas um ensaio, Katherine, já fizemos isso milhares de vezes – engulo em seco.
– Não, nada vai nos impedir... – repito a última frase do texto e antes que eu possa terminar de falar, ele me beija.
Ele me beija violentamente, sua língua explora toda minha boca. O desejo explode em todo meu corpo e eu o agarro beijando–o de volta, com todo fervor, passando minhas mãos por baixo da sua camisa, o puxando com força para perto de mim.
Sua mão se move para baixo do meu corpo puxando para cima a minha coxa. Nesse momento uma paixão me atinge, é tudo tão intenso, várias lembranças boas invadiram minha mente com seu toque, o desejo que sinto por ele, seu sabor invadindo toda minha boca.
Ele interrompe o beijo, ofegante. Eu me inclino contra a mesa, tentando controlar a reação desenfreada do meu corpo.
– Não... - minha voz falha, quando tento parar ele.
– Porque não? – Antes que eu consiga inventar uma desculpa, alguém abre a porta do apartamento fazendo a gente se afastar rapidamente, olho e é a Lizzie com suas amigas.
– Atrapalhamos alguma coisa? – Ela pergunta com uma cara maliciosa.
– Não é o que vocês estão pensando, estamos ensaiando para cena final do filme, e nem deveríamos está contando a vocês, isso não pode sair daqui, ok? – Elas assente – e, aliás, o que estão fazendo aqui? Achei que só viriam amanhã.
– Vim pega só minha bolsa, mas acho que vim na hora errada – olho para ela querendo esgana-la, Lizzie e sua mania de me deixar sem graça – brincadeirinha.
– Querem carona, meninas? – Jason pergunta e elas sorriem empolgadas, não as julgo, também fiquei assim quando vi ele pela primeira vez, esse sorrisinho de lado, é traiçoeiro.
– Vai devagar hein – aviso.
– Pode deixar, Grey – ele vem até mim e beija meu rosto quase tocando em minha boca - a cena vai ficar ótima – ele sussurra e não consigo resistir um sorriso de lado.
– Ele chama ela pelo sobrenome, aaah isso é tão clichê – umas das meninas suspira. Adolescentes...
Eu também acho que vai ficar incrível, é uma pena que vai ser nosso ultimo beijo...
Oi gente... tudo bem com vocês?
Estamos na reta final da historia desses dois, será se a Katherine vai finalmente conseguir seu final feliz? Mas ainda tem bastante coisa para acontecer, espero que estejam gostando e até logo.
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