E se fosse verdade
É só que quando eu estou sem você é como se eu não existisse...
- E se fosse verdade
Pov Katherine
Um dia me falaram que quando as coisas começam a dar errado, é porque algo bom vai acontecer. Talvez essa frase faça um pouco de sentido agora. Recebo um e-mail da equipe da Olívia e meu coração dispara. Eu não faço a menor ideia do que tem nele, mas tenho medo de descobrir e não ser exatamente o que quero.
— Abre logo — Lizzie pede ansiosa.
Prezada Katherine Grey
Um dos momentos mais difíceis para nós durante os processos seletivos de um elenco é o momento de escolha de um finalista entre os candidatos para dá vida aos personagens. Pudemos comprovar que você é um talento no qual queremos fazer brilhar. Agradecemos a confiança e gentileza de nos ouvir. Conforme conversamos, estamos muito felizes em lhe informar que você é uma das finalistas para da vida a Alice Campbell, nossa protagonista. Em breve, enviaremos uma nova mensagem com todas as informações. Não se esqueça que isso é confidencial e não pode ser divulgado.
Cordialmente, equipe Thompson.
— Não acredito, não acredito, aí meu Deus — começo a grita e pular comemorando — Lizzie, eu passei — começo a chorar, mas pela primeira vez na vida não são lágrimas de tristeza, são de alegria, eu conseguir.
— Não acredito, você vai ser a protagonista de um filme de uma das diretoras mais renomadas dessa geração — Lizzie menciona ainda chocada.
— Não sei ainda, pelo o que entendi tem outras pessoas concorrendo também, mas já algo.
— Você vai conseguir, tenho certeza.
— Conseguimos irmã, finalmente vou conseguir dá uma vida melhor para você — digo ainda chorando.
— Você já me dá tudo, Kah, eu sei que passamos por momentos complicados, mas você sempre foi a melhor irmã do mundo — abraço ela forte — te amo maninha.
Pov Jason
— Pelo menos uma vez na vida, o bonito chegou cedo — Oli resmungou irritada.
Já faz uma semana desde que faltei os testes e ela ainda não parou de encher meu saco com isso. Ninguém mandou inventar de fazer testes com todas as garotas comigo, faz uma seleção, ajudaria muito, metade das meninas não sabem nem do que é a história, só querem uma oportunidade de me ver.
— Hoje vamos fazer os testes de química com as finalistas, espero que esteja com a cabeça no lugar, porque tenho que formar esse elenco hoje.
— Posso pelo menos ir buscar um café pra mim? — Ela revira os olhos e sai.
Pego meu café e vou para o set de filmagens. Três meninas foram selecionadas, ela ainda não me falou quem são, vou conhece-las apenas na hora. Eu acho que nunca vou entender muito esses protocolos doidos de escolher elenco.
— Jason, essa é a Amanda, uma das correntes mais fortes. Ótima atuação e muito bem recomendada, veio da escola Juilliard, sendo perfeita para o papel, mas vamos ver se o casal tem química — Olívia diz e uma morena entra, ela é linda, olhos verdes, cabelos cacheados e um lindo sorriso — quando quiserem, fiquem à vontade.
Vamos interpretar a cena quinze, é onde o casal tem se declara pela primeira vez um para o outro. Atuar com ela foi ótimo, ela é realmente muito boa, só não sei se conseguimos ter uma boa química, mas isso cabe a eles julgarem.
— Foi ótimo, vamos fazer com as outras duas e logo em seguida falaremos o resultado — Olivia reportou pra ela — Jason, agora você vai fazer com a Lucy, talvez você já conheça de alguns curtas. Não gosto de usar protagonistas famosas, prefiro ter minha própria estrela, mas ela deu um show de atuação — entra uma garota magnífica, corpo modelado, olhos castanhos, muito linda.
Fazemos o teste e realmente ela é ótima, só não sei se é ótima para fazer uma mocinha, ela tem uma pegada mais vilã, talvez.
— Agora é a última, essa me surpreendeu bastante é a minha preferida, consigo ver a Alice nela — olho para porta e não acredito, Katherine, ela conseguiu. Apesar de estar chateado com ela, estou feliz de ter conseguido, ela merece muito.
— Você... — falo seco como se estivesse odiando vê-la aqui. Ela sorrir debochada de lado, ela não cansa de ser assim, mas confesso que adoro esse seu jeito, foi a única garota que não correu para me pedir um autografo, ou dá em cima de mim, depois da fama.
— Estão prontos? — Assinto para ela e me posiciono. Eu não sabia que ia ser tão complicado interpreta com ela.
Vamos até o meio da sala onde tem um pequeno senário provavelmente de uma outra produção montada e começamos.
A cena vai ser do casal dançando a música Lucky do Jason Mraz, na chuva, e ele se declara para ela, aquela coisa bem, clichê.
— Eu nunca, conhece ninguém. Ninguém que achasse que eu era bom o bastante — suspiro um pouco — te conhecer — ficamos um pouco em silêncio apenas olhando nos olhos um do outro — me fez acreditar nisso também, então eu.... infelizmente, eu preciso de você e eu sei que você precisa de mim também.
— Não, eu não...
— Sim, você sim, todo mundo precisa de alguém...
— Por favor, vai embora — ela diz com lágrimas nos olhos e por um momento, parece que só existe nos dois ali e não estamos atuando.
— Não, eu não posso fazer isso — por um instante, seus olhos escuros encaram os meus.
— Porque está fazendo isso?
— Porque eu te amo... — toco em seu rosto e me inclino para perto dela — você tem um efeito em mim, que não sei explicar, eu não consigo ficar longe de você Ka... — sem querer quase falo o nome dela, ao invés da personagem, mas corrigi imediatamente — Alice.
— Corta — Olivia diz, mas continuamos na mesma posição — foi ótimo, gente — não sei exatamente por quanto tempo ficamos ali, se foram segundos, minutos, só sei que não estava atuando. Não que eu a ame, mas tem algo nela, que meche comigo e isso me assusta.
Oli, junto com sua equipe saem deixando eu e as meninas esperando o resultado. Ficamos todos sem silêncio e um clima bem estranho depois da ultima cena.
— Oi, primeiro quero agradecer às três e dizer que vocês são ótimas e olhe que não costumo falar muito isso, mas é a verdade, vocês têm um futuro brilhante no cinema pela frente, mas quem me encantou e vai ser a minha Alice Campbel perfeita, é você, Katherine — vejo ela olhar para Olivia sem reação, acho que ela não esperava por esse resultado, mas eu sim, eu sabia que ela ia conseguir e estou feliz por isso.
Vou até ela para parabenizar, mas ela simplesmente se vira e vai abraça aquele amiguinho dela. Tenho certeza que eles dois tem algo, ninguém abraça amigo assim.
— Parabéns, por incrível que pareça, você não foi tão ruim — não resisto em provocar.
— Acho que não, já que ganhei o papel principal e o melhor, nem precisei de você — ela zombou com um sorriso sarcástico no rosto.
— Que ótimo — respondo encarando o amigo dela. Ele coloca o braço em seu ombro e sussurra algo em seu ouvido, dá um selinho em seus lábios e saí. Não sei porque, mas a vontade de dá um soco nele só aumenta.
— Ok, daqui a pouco eu desço — ela diz olhando pra mim. Viro as costas e vou buscar minhas coisas para ir embora.
Mas para minha sorte, ou não, quando estou entrando no elevador, ela chega e entra antes da porta fechar, só pode ser brincadeira.
— Você... — ela diz quando entra.
— Você de novo.
— A culpa não é minha se você está sempre no caminho — porque ela tem que ser assim? Tão irritante.
— Da licença que preciso aperta o botão do elevador — aperto no botão e na mesma hora o elevador para.
— O que você fez?
— Não fiz nada, deve ter acontecido algo e agora estou preso aqui com você — ela começa a grita por socorro — ninguém vai te escutar, você sabe disso né? — Ela faz careta para mim e por um momento tenho vontade de rir, ela parece criança — você é insuportável, alguém já te falou isso?
— Ótimo, eu amo ser insuportável — ela me empurra me prendendo contra parede — pena que vai ter que me aguentar, porque eu vou ser a sua namoradinha no filme e você vai ter que me aguentar todos os dias e ainda fingir está apaixonado por mim - ela sorrir debochando de mim e que sorriso.
— Isso realmente vai ser um sacrifício — a empurro contra a porta do elevador aproximando nossos rostos — senhorita Grey — sussurro em seu ouvido e algo em mim muda completamente. Sinto uma vontade enorme de beijar seus lábios e sentir seu sabor. Me afasto instantaneamente antes que acabe fazendo uma besteira.
Já faz uns vinte minutos que estamos trancados aqui dentro, o calor está insuportável, é como se não tivesse ar suficiente para a gente. Abro minha camisa tentando me refrescar um pouco.
— Você está bem? — Pergunto ao ver ela pálida — deveria abrir sua blusa, melhora um pouco — ela me olha indignada — eu prometo não olhar, não sou nenhum tarado — ela inspira fundo e faz o que eu disse.
— Será que vai demorar muito ainda, não aguento mais.
— Talvez, eu não sei — as luzes sem apagam e ficamos em pé, na mesma hora o elevador dá uma pequena queda nos assustando e quando percebo estamos se abraçando.
Ela acaricia meu cabelo e toca o meu pescoço, meu coração acelera.
Pov Katherine
Quando nossos lábios estão quase se tocando a porta do elevador se abre e nos afastamos automaticamente ao ver alguns flashes de câmeras em nossa direção. Olhamos e tem algumas garotas eufóricas nos olhando.
Deixo ele conversando com elas e saio de fininho. Que droga, o que foi isso, eu realmente iria beijar ele?
Entro no carro do Dylan e ele fica me olhando sem entender. Acho que meu estado ansiosa está entregando tudo.
— Não diz nada - ele estreita os olhos pra mim - vamos buscar a minha irmã — falo apenas isso. Não estou a fim de falar que quase beijei meu inimigo, inimigo é uma coisa muito forte, mas eu odeio ele. Outra coisa que odeio é o trânsito de Nova York, mais de 30 minutos para chegar na escola da Lizzie, sendo que é poucos quilômetros de onde estávamos. Pegamos ela e seguimos para meu apartamento.
— Não acredito, sua mentirosa — Lizzie diz encarando o celular — você falou que não estava rolando nada entre vocês — estreito os olhos sem entender — eu fiquei em dúvida de quem você iria ficar, o melhor amigo gato, apesar de achar que vocês tem mais cara de melhores amigos mesmo, mas ele, já tinha certeza e eu está certa — me viro e pego seu celular para ver do que ela está falando.
Engulo seco quando vejo uma foto minha e do Jason quase se beijando no elevador. Como eles conseguem ser tão rápidos?
— Não é o que vocês estão pensando — ela me olha sem acreditar — quer dizer é, mais ou menos, iríamos nos beijar, mas não aconteceu porque atrapalharam e nem vai, ou vai, porque agora vamos ser um casal, mas tudo técnico — ela me olha como se tivesse em um conto de fadas.
— Por isso você chegou toda vermelha no carro naquela hora, estava agarrando ele — Dylan diz e eles começam a rir.
— Vocês vão se apaixonar, se casar e ter vários minis biombozinhos para a titia aqui mima.
— Não viajar garota, vai estudar que é melhor, aliás, quero ver seu boletim, se tiver notas vermelhas você está frita.
— Isso você não faz falta — fico boquiaberta com o que ela fala — você é muito chata — ela diz e saí correndo do carro.
— Eu vou te pegar Elizabeth, pode não ser hoje, ou amanhã, mas eu vou e você vai se arrepender — falo brincando.
— Então é por isso que ele estava me olhando com cara feia quando te beijei, ele está apaixonadinho por você, mal sabe ele que você é minha.
— Idiota — jogo minha bolsa com força em sua barriga e subo para meu apartamento.
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