incógnitas

O inverno já havia passado, era um novo ano. As decorações de Natal e ano novo já estavam sendo tiradas dos parques.
Era ótimo ver as pessoas voltando a fazer os picnics no Central Park. Eu sentia os raios do sol adentrando sobre minha pele, com uma camada extra de protetor solar, ouvindo os pássaros e o barulho das crianças correndo enquanto brincavam.

Mia, havia vindo me visitar, junto com seu namorado, que era um cara gente boa, que ela conheceu no ano novo. Ele era alto e loiro, eu havia tentando pronunciar o nome dele algumas vezes, mas minha língua travava no alemão.

– Tem falado com Nícolas?_ perguntou ela mastigando algumas batatinhas do McDonald's.

Abri os olhos, e pensativo, já fazia três semanas que eu mal falava com Nícolas, nesse meio tempo até de Noah eu havia recebido uma mensagem dele bêbado, mas de Nícolas já fazia um tempo.

– Talvez a três semanas..._ falo meio estranho. Mia me olhou com uma cara esquisita, estava brava talvez.

– E não está preocupado? Não quer saber como ele estar?

Eu de verdade não sei o que aconteceu. No primeiro ano de faculdade, eu não passei um dia se quer sem falar com ele. Mas depois do Natal, as coisas ficaram diferentes entre a gente.

– Mia, eu adoraria saber como ele está, mas sei que esse lance a distância o deixou um pouquinho confuso, inseguro ou sei lá... não aguento essas mudanças de humor que ele as vezes têm.

– Isso tem haver com o bonitinho que você levou para o Natal?_ questionou ela sobre o Charlei.

Olhei para ela com uma cara estranha. Eu não acreditava naquilo que ela havia talvez insinuando que eu teria ou que poderia ter algo a mais com o Charles. Eu amava o Nícolas, não cogitaria em ter sentimentos por outra pessoa além dele.

- Me senti um pouco cansado e percebi o quão saturado estamos ficando com essas relação depois das festas de fim de ano. 

Nicolas estava se sentindo preso. No natal ele ficou tranquilo em ficar comigo, nossas famílias e um novo amigo meu... mas no ano novo a cidade estava em festa. Nossos amigos locais estavam festejando, bebendo e vomitando no meio da rua, eu percebi o quando ele queria estar lá enquanto olhava e sorria vendo os stories de uns novos amigos. Mas tarde antes de meia noite ele perguntou se seria estranho se ele pedisse para poder ir até a casa de um amigo comemorar as festas. Não havia motivos para ele me perguntar se poderia ir, nunca havia rolado isso entre nós. Eu claramente não pensei duas vezes e falei que ele poderia curtir nessa noite e se divertir com seus amigos.  Um dia antes do Ano Novo, descobri que Nick não estava frequentando as aulas da faculdade e que havia largado o trabalho, estava se sentindo perdido e fora de foco. Eu só queria que ele pudesse se livrar daquele peso que cobria suas costas e que pudesse se divertir. Com Charlie ainda em casa, decidimos ir andar pelas ruas, observar o caos de perto e as risadas, ouvir as fofocas. Desde que eu entrei para faculdade coisas como observar a vida dos outros e ver a cidade por cima eram impossiveis.

- Onde vamos?- perguntou Charlie.

- Já estamos chegando._ disse dando as ultimas pedaladas na bicicleta, parando de frente para a cidade, que da altura que estávamos era tão pequena e luminosa.

Charles parou a bicicleta ao lado da minha e ficou perplexo com a vista. Ver a cidade de noite toda iluminada era lindo...

- Tudo daqui de cima é tão bonito._ disse ele.

Mas tarde naquela mesma noite recebi uma ligação pelo celular de Nicolas, ele estava bêbado e fala coisa com coisa. Mandei ele voltar para casa e que amanhã poderíamos conversar. Acordei assustado no meio da noite com a luz do quarto de Nicolas, que tinha a janela diretamente para o meu. Me levantei da cama e olhei pela janela e pude ver Nick junto com uma garota, tentei não pensar naquilo que eu estava vendo... desde então eu não havia recebido nenhuma mensagem ou ligação dele, a cortinas de sua janelas estavam sempre fechadas e quando o via sair de casa ele fazia o máximo para correr para seu carro e não falar comigo, aquilo era estranho. Charlie notou a diferença em que estávamos nos tratando. Quando voltei para NY, mandei uma mensagem para ele, mas Nicolas somente leu e não respondeu.

Foi o que eu contei a Mia durante aquela tarde. Ela sempre soube o quão seu irmão era mutável e o quanto estava diferente desde que se juntou a uns amigos estranhos.

- Não quero desistir dele agora, mas também preciso de um tempo... naquela noite, Nick saiu bem lá de casa, mas não voltou como antes.


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