O melhor seria deixar ir


₊💭 Estou um pouco melancólica, agora e quando escrevi esse texto, me senti na obrigação de deixar registrada em algum lugar₊💭 Capa foi feita pela @harmonix (no spirit), meu amuleto de ajuda! Vejam como o design dela ficou lindo <3₊💭 Me desculpem pelos erros, espero que gostem da historia!

Boa leitura.
Comentem e deixem estrelinha ⭐!

CAPÍTULO ÚNICO

💭 

Taehyung não sabia, mas sempre vivia de passado em seus relacionamentos. Com Wheein, não seria diferente.

Ela era sua única melhor amiga porque, por um tempo, ele se apaixonou em segredo. Na verdade, Taehyung nunca soube ao certo o que sentia por Wheein. Era um amor inexplicável, mas também uma raiva silenciosa que crescia sempre que ela se afastava, quando ria com outras pessoas, quando parecia não perceber o quanto ele era importante em sua vida.

Taehyung queria ser o único para Wheein, mas não no sentido romântico — e sim no absoluto. Queria que ela dependesse dele da mesma forma que ele dependia dela. Mas Wheein era livre, um espírito leve que nunca pertenceu a ninguém além de si mesma. E isso o destruía.

Ele queria vê-la feliz, queria que ela fosse livre, mas não podia evitar a inveja que sentia ao vê-la vivendo de forma tão espontânea.

No começo, as discussões eram apenas pequenas faíscas, algo que Wheein tratava com paciência. Ela entendia que Taehyung era intenso, que se importava demais. Mas, com o tempo, cada briga foi deixando marcas. As reclamações dele, o silêncio dela. O ciclo se repetia. Agora, Taehyung sentia que estava perdendo algo que sempre acreditou que estaria ali para sempre.

Ele encarava o celular, esperando uma resposta que não vinha. Wheein tinha parado de tentar consertá-lo, de acalmá-lo, de explicar o óbvio. Ela ainda se importava? Ele queria acreditar que sim. Mas, no fundo, temia que Jung estivesse cansada demais para continuar tentando.

Seus dedos tremeram ao digitar:

"Você não vai me responder? Precisamos resolver essa situação."

A mensagem piscava na tela. Mais uma vez, ele a procurava para resolver uma das inúmeras discussões que já tiveram, mesmo sabendo o quanto aquilo era exaustivo.

Taehyung tentava não se sabotar, mas, sempre que se sentia vulnerável, precisava de uma resposta dela para voltar à realidade.

Por mais que desejasse ser um bom amigo, nunca soube como. Ele queria ser o abrigo de Wheein, mas acabava sendo o peso.

A amizade deles sempre foi intensa, cheia de risos e conversas que duravam madrugadas. Mas agora, tudo parecia ter se reduzido a silêncios. Taehyung não sabia exatamente quando Wheein começou a se afastar, mas sabia que, a cada briga, a distância entre eles aumentava.

Ele odiava essa versão de si mesmo. O amigo sufocante, possessivo, que se agarrava ao que restava como se pudesse impedir que escapasse por entre seus dedos. Mas Jung Wheein nunca foi algo que pudesse ser segurado.

O celular continuava mudo. Nenhuma resposta.

Talvez ela estivesse ocupada. Talvez estivesse ignorando-o de propósito. Ambas as possibilidades o destruíam por dentro.

Ele largou o aparelho ao lado e se deitou na cama. O quarto parecia apertado, sufocante, como se as paredes se fechassem ao redor de seus pensamentos. Ele se lembrou da primeira vez que percebeu que Wheein era especial. Da forma como ela ria, como iluminava qualquer lugar em que estivesse. E agora, ela não estava ali.

E se ela resolvesse pôr um fim na amizade que se desgastou? Talvez estivesse cansada de tentar consertar algo que não tinha mais solução.

O pensamento o atingiu como um soco. A garganta apertou, o peito pesou. Sua amizade com Wheein estava por um fio e Taehyung perguntou a si mesmo se ele mesmo não teria cortado esse fio sem perceber.

O celular vibrou.

"Eu me importo com você, mas não posso continuar carregando essa amizade sozinha. Eu sempre tentei, mas você percebe isso tarde demais."

A mensagem de Wheein transbordava exaustão. Ela ainda se importava, mas estava machucada demais para discutir.

Taehyung agarrou o celular e digitou, o coração acelerado:

"E se, depois de tudo, você decidir que não quer mais falar comigo? Eu tenho medo de te perder, meu bem..."

A dependência dele o cegava. Ele não conseguia imaginar sua vida sem Jung Wheein, mas sabia que algo precisava mudar.

"Você sabe que eu também, mas eu tenho minha vida, Tae!"

Taehyung não responde de imediato. O choque da mensagem o deixa melancólico, mas desta vez é diferente — como se estivesse, enfim, caindo na realidade. Desta vez, ele não sente desespero, apenas cansaço.

Ele coloca o celular de lado e sai para caminhar. O céu está limpo e o vento frio da noite o faz respirar fundo. Pela primeira vez, ele percebe o peso da sua própria existência, sem depender da presença de Wheein, entendendo que o problema são suas próprias atitudes ruins e tóxicas.

Talvez esse seja o fim que Taehyung sempre temeu.

Mas, pela primeira vez, ele entende que sua vida não pode girar em torno de outra pessoa. Ele não sabia o que viria a seguir, porém, estava disposto a descobrir — sozinho.

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