11: Woodbury.
Solto a mão do homem a minha frente, ele sorri para mim. Eu gostaria desse cara nunca ter existido na série.
—Seja bem-vinda a Woodbury — ele nos guia para dentro da comunidade, os homens armados nos olham de esguelha. Como Phillip conseguiu montar essa comunidade tão rápido? A cidade está murada, tem guardas e armas — Eu comecei a fundar essa comunidade um semana depois do surto, sabia que teria pessoas sem proteção que não saberiam se proteger — ele me explica, como se acabasse de ler meus pensamentos.
Olho ao redor vendo algumas pessoas, elas cochicham entre si. Provavelmente estão falando de mim, não estou com uma aparência desejável. Estou com sangue no rosto, minha calça está rasgada e suja, a blusa social branca que eu estou usando está com diversas manchas de terra e sangue e está rasgada. Sinto uma pontada na minha perna, o ferimento não vai sarar tão rápido.
Meu olhar para em um jovem que sorri pra mim, eu o conheço, mas não lembro de onde. Mas eu sinto um aperto em meu peito vendo seu sorriso. Por quê? Por que estou sentindo isso?
—Você irá ficar em um apartamento, tem medo de ficar sozinha — deixo de encarar o jovem e olho para Phillip. O olhando assim parece que ele é um homem bom, que não faria maldade a ninguém. Na verdade ele já foi um homem bom, todos já foram, mas com o fim do mundo todos mudaram. A parte ruim que permanecia escondida dentro deles se manisfestou.
—Não, está tudo bem. Eu não tenho medo do escuro — digo firme e solto uma brincadeira, ele me analisa e ri baixo.
—Você me lembra uma pessoa, ela sempre dizia isso — ele diz parecendo se lembrar de algo, Lorena toca o ombro do irmão que acaricia a pele negra, um sorriso triste se forma nos lábios dos dois — Quando precisar de algo é só me chamar — assinto fraco para o homem, a irmã dele me fita de segundo a segundo, deve estar preocupada com meu jeito de andar, já que estou mancando.
—Lorena, para de encarar a garota, ela deve estar se assustando — Ruy diz meio risonho, olho para trás avistando o ruivo.
—Eu só estou olhando pra ela, deixa de ser chato — a mulher revira os olhos, Phillip ri, mas logo recebe um tapa na cabeça, fazendo Ruy cair na gargalhada. Olhando assim parece que essa família é normal, mas eu duvido. Falando em família eu não me lembro de Phillip ter falado na série que tinha um irmã, Lorena é uma mulher bonita, olhos caramelos, pelo escura, o cabelo que aparentemente é cacheado. Enquanto Phillip é o completo oposto da aparência da mulher. Não entendo a aparição dela. Eu acho que minha vinda ao universo de The Walking Dead mudou muita coisa, Lorena e Ruy, Sophia e Merle não terem morrido, Merle flertar com Carol, não me surpreendo por ele ter flertado com ela, Merle flerta com tudo que usa saia, o que me surpreendeu foi Carol ter sorrido para o Dixon mais velho. Eu baguncei tudo.
—Chegamos — um homem de óculos avisa, eu o conheço, Milton se não me engano. Paramos em frente de um prédio de quatro andares, plantas na frente, uma porta branca de madeira. Logo entramos e sou guiada até um apartamento no segundo andar — Suas roupas irão ser entregues, tem comida nos armários da cozinha, água quente e também tem um banheiro, um quarto e uma sala para você lavar roupa — assinto, ele logo sai do pequeno apartamento, olho ao redor, sinto um toque em meu ombro, me viro vendo Lorena.
—Mais tarde, virei te ver, ok?
—Ok — ela sorri e caminha para fora do cômodo junto a Phillip e Ruy — Hey....ham...obrigada por terem me ajudado lá na floresta — Lorena inclina a cabeça para o lado, ela se aproxima com um sorriso grande nos lábios, sou surpreendida com um abraço, ela afaga minhas costas.
—Que bom que te encontramos — ela se afasta, Phillip abraça a irmã de lado, Ruy estreita os olhos me olhando.
—Você é uma boa garota, Lailah — logo o pequeno grupo sai me deixando sozinha.
—Ok, ok. Agora é só esperar — falo sozinha, mais de oito meses esperando a aparição do grupo, o melhor a fazer e juntar informações sobre Phillip, sei que sua esposa está morta, Penny está "morta" entre aspas já que o vírus está em seu corpo a impedindo de morrer e a tornando um animal carnívoro. Tirando isso, eu não sei nada dele, acabei de descobrir que Lorena é irmã de Phillip, provavelmente seu comportamento deve ser o mesmo do irmão, perderam tudo.
Caminho pelo apartamento, remexo nos armários da cozinha achando: comidas enlatadas, alguns cereais, entre outras coisas. Provavelmente pegaram de algum supermercado, não sei se os outros apartamentos ficam abastecidos como esse, mas irei aproveitar o máximo. Abro uma porta me deparando com um cômodo médio, um chuveiro que fica dentro de um espaço que é cercado por uma parede de vidro, um vaso, uma pia pequena e um espelho acima dela. Entro no cômodo sentindo um leve cheiro de mofo, toco a cerâmica branca. Levanto o olhar enxergando meu reflexo no espelho. Meu rosto está sujo, tem um curativo na minha testa, alguns arranhões na pele. Estou com cara de quem foi espancada, toco o tecido que está avermelhado sentindo um desconforto. Estou toda ferida, minha perna está com um corte com uma costura que Lorena fez, minha testa está ferida, estou com arranhões pelo corpo. Pra quem quase não saia da cama do hospital, minha vida mudou muito.
Meus devaneios se dissipam quando um som de campainha soa pelo apartamento, olho para o lado de fora do banheiro e logo saio, ando mancando até a porta de entrada, abro a porta e me deparo com o jovem de antes, ele me olha de cima abaixo.
—Oi, eu vim trazer suas roupas — ele levanta um cesto que está cheio de peças de roupas, sorrio para o garoto para não parecer grossa — Meu nome é Zach.
—Oi, obrigada pelas roupas, meu nome é Lailah — pego o cesto de roupa e coloco para o lado de dentro encima de uma escrivaninha.
—Tem quantos anos? Doze ou Treze? — ele enclina a cabeça para o lado, eu acho que ele tem o mesmo costume que Rick, mas Rick tomba a cabeça para o lado quando está com raiva, muita raiva. Zach parece que faz isso por custiume. Eu ainda não sei de onde o conheço.
—Quatorze, eu tenho quatorze e você? — tenho que descobrir mais sobre ele, a dúvida que o conheço ainda permanece.
—Tenho dezessete — ele diz alegremente, levanto as sobrancelhas. Alguém grita deu nome, ele olha na direção das escadas — Tenho que ir, tchau Lailah — então ele corre, fecho a porta.
—De onde eu te conheço, Zach? Eu já te vi na série ou na minha vida normal?
Deixo para pensar nisso depois e parto em direção ao banheiro com um par de roupa em mãos. Depois de meia hora debaixo da água quente, sim quente! Eu saí do banheiro vestida em um short jeans e um suéter sem manga, os dois pretos. Penteio meu cabelo que está com diversos nós, por falta de pentear e por eu ter lavado agora há pouco. Tiro os fios de cabelo que ficam na escova, jogo o tufo de cabelo no chão. Me jogo no sofá sentindo minhas costas doerem quando me relaxo.
—Só alguns meses...
Notas da autora:
Quanto tempo sem postar? Vocês devem estar pensando que eu esqueci dessa fanfic, mas não, eu só estava com bloqueio criativo relacionada a ela. Então hoje eu estava deitada e tive a ideia pra esse capítulo, parece simples, mas eu demorei pra ter essa ideia.
Mas então, peço desculpas a todos pela demora, mas vocês terão que esperar mais um tempo, eu irei reassitir The Walking Dead tudo de novo para poder escrever os próximo capítulos, então eu peço paciência, sei que já tiveram muita, mas peço mais um pouco.
Escrever não é só você pegar um lápis e escrever coisas sem pensar, escrever é quando você pensa, pensa naquilo que vai para o papel, escrever é arte.
Desculpe se tiver algum erro ortográfico.
Capa do capítulo contém meio que um spoiler, haha.
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