09: Não antes de mim..

Estou andando a quase duas horas, minha perna está com um um ferimento na coxa, minha cabeça está doendo, o sangue escorre pelo meu rosto, tem quatro malditos errantes me seguindo, estou sem água sem comida, e principalmente sem abrigo, eu ainda estou estranhando o fato de ter visto minha mãe, e ela ter me visto, vejo mas a frente uma casa, olho para trás e vejo que o número de errantes aumentou, seis, ando um pouco mais rápido.

—Depois eu dou um jeito em vocês — digo sozinha, toco malmente no ferimento sentindo que ele está molhado — Que ódio, tinha que correr atrás dela né, Lailah?, mas ele ia morrer, Lailah, tinha que ir atrás dela — resmungo, puxo meu cabelo que gruda na minha testa. Bato com a ponta da faca na porta de madeira que já está com cheiro de cupim, nenhum sinal de errantes, abro a porta devagar, o cheiro de morfo invadi minhas narinas, coço o nariz com a palma da mão sentindo vontade de espirrar — Quem moraria no meio da floresta? — fecho a porta e ando com dificuldade até um sofá, me sento com dificuldade sentindo tudo latejar, vejo que minha calça está toda suja de sangue e terra, rasgo um pedaço da minha blusa logo enrolando na minha perna — Puta merda — jogo minha cabeça para trás sentindo uma dor horrível, me levanto depois de alguns segundos determinada a vasculhar a casa, caminho até a possível cozinha, na mosca, uma cozinha americana, vasculho os armários achando muita comida, as pessoas que moravam aqui não pensaram em levar comida, abro um pacote de cereais jogando um pouco na boca. Depois de comer um pouco fui vasculhar o andar de cima e limpo, achei também um kit de primeiros socorros que eu usei para arrumar meu curativo, mas estou sem nenhuma roupa.

Três dias depois..

A merda de três dias que eu estou sem ver o grupo, o ferimento não está infeccionando por conta de alguns remédios que eu achei na casa, eu o provável tiro que atingiu Carl, eu fui embora da casa pois os errantes já estavam se acumulando na frente dela, eu estou tentando achar a fazenda mas não acho, eu acho que não vou ver mais aquele grupo, maldita seja aquela horda.

—Garota — paraliso quando ouço uma voz grossa, puxo minha faca do sinto devagar — Você 'tá sozinha? — me viro encarando o homem que está com uma jaqueta cor bege.

—Não te interessa — respondo grossa, ele faz uma careta mas logo sorri, estreito os olhos desconfiada.

—Sabe eu estou em um grupo, quer vim comigo? — ele estende a mão, nego dando alguns passos pra trás, ele entorta a boca — Que pena, eu perguntei — fala e corre na minha direção.

—Porra — tento correr mas caio quando tropeço em um galho, me arrasto mas sinto o homem segurar minha cintura, me debato e tento pegar minha faca que caiu entre as folhas.

—PARA CARLHO, EU TE MATO — grita, sinto o metal gelado da faca triscar a ponta dos meus dedos, me debato ainda mais, o homem balbuciar coisas, estico mais meu braço, então uma pancada na minha cabeça, minha visão começa a ficar turva, meu estômago se embrulha, tateo o chão fracamente a procura da faça, sinto o sangue começar a escorrer pelo meu rosto — Um rostinho bonito mas é rebelde, meu chefe gosta de meninas desse jeito assim como eu — fala no meu ouvido, ele me vira para olha-lo, sinto meu braço arranhar em uma pedra talvez, as batidas do meu coração aceleram, minha respiração acelera, arrasto meu pés no chão por medo.

—Vai se fuder — rosno e cravo a faca no meio do seu peito, ele me olha com os olhos arregalados, o empurro e ele cai ao meu lado, rolo pra cima dele, puxo a faca e o esfaqueo várias vezes — Seu filho da puta — olho para minhas mãos cheias de sangue sentindo vontade de chorar — Você me fez fazer isso — sussurro me levantando.

Uma semana depois..

Daryl Dixon

Olho para a floresta com esperança da minha irmã sair do meio das árvores.

—Ele 'tá bem, é uma Dixon — Merle fala parando ao meu lado — Eu peço que ela esteja — sussurra, olho para meu irmão mais velho e sorrio fraco.

—Tio Daryl, cadê o Darven? — me viro vendo Sophia com uma bolinha na mão, ouço a risada baixa de Merle.

—Deve está com o Glenn, sem lá — faço um cafuné na sua cabeça, ela ri e se afasta, ela corre em direção a barraca do coreano.

—Ela salvou essa peste, pensando igual um Dixon, sempre ajudar os outros mesmo sendo um saco — Merle toca em meu ombro, assinto fraco ajeitando meu colete — Tem que alimentar aquele cachorro, ele não come a um tempo, se a Mikaella encontrar ele magro, a gente que vai ficar sem comer — diz risonho, faço uma careta, me afasto dele indo em direção a caminhonete — APROVEITA E LIMPA A BALESTRA DELA — ele grita, mando o dedo do meio para ele e ouço sua risada, vejo Beth na varanda da casa me olhando, assinto fraco para ela, ela se vira rápidamente e entra na casa.

—Garota doida — sussurro, abro a porta da caminhonete logo vendo a sacola de ração do cachorro, pego as duas vasilhas, em uma coloco ração e outra vou colocar água, vejo Sophia brincando com o cachorro perto do trailer, assobio tentando chamar sua atenção, ela me olha, sinalizo que a comida do cachorro está comigo, ela corre até mim com ele ao lado — Toma — coloco no chão e ele ataca a tigela como se não comesse a meses, sorrio amaceando seu pelo cor de caramelo.

—Ele me lembra você tio Daryl — Sophia fala derrepente, fecho meu sorriso, a olho incrédulo, ela ri e coloca a mão sobre a boca.

—Sua pirralha, vai caçar o que fazer — a espuço de parto de mim, ela sai sorrindo, vejo Carol me olhar e sorrir como se estivesse agradecendo então ela começa a caminhar na minha direção — A sua filha é muito abusada— digo e ela ri, tal mãe, tal filha.

—Obrigado — agradece, a olho de esguelha insinuando para ela continuar — Por fazer a minha Sophia rir, ela se sente culpada pelo sumiço da Daf — assinto, sem querer entrar no assunto da minha irmã me afasto para limpar a balestra.

—Eu sei que você 'tá bem, você não vai morrer antes de mim pirralha — começo a limpar a balestra, vejo as pessoas andando pela Fazenda sorrindo, logo Rick começa a chamar todos, guardo as coisas na parte de trás da caminhonete caminhando em direção ao amontoado de pessoas.

—Olha eu sei que todos estão em
um momento frágil — Edwin se pronuncia, o olho sabendo que ele vai falar da merda dessa cura — Mas eu preciso saber tudo sobre a Mikaella, ela é a única pessoa imune até onde sabemos, se ela morrer temos que ter um plano B — sorrio de raiva do que o babaca fala.

—Daryl, Merle, por favor — Rick pede se aproximando, aperto meu punhos, olho para Merle que assente fraco.

—Que merda você quer saber? — pergunto curto e grosso, ele sorri minimamente, pega um caderno e uma caneta.

—Ela sofreu algum acidente quando ela era bebê? Alguma coisa de diferente? — ele pergunta me olhando, olho pra Merle que com toda a certeza pensou a mesma coisa que eu.

—Quando ela era bebê, tinha por volta de seis/sete meses, Will, nosso pai, injetou droga na Mikaella — Merle conta com a voz baixa, ouço as pessoas lamentarem, vejo Carol abraçar Lori de lado.

—Isso aconteceu umas três vezes, descobrimos só na última quando a Mikaella passou mal, levamos ela para o hospital e descobrimos que ele estava a drogado, ela ficou malditos cinco meses internada no hospital, ela ficou em coma por um mês e depois voltou — termino de contar sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto, Edwin mantinha uma feição neutra ou tentava manter seu olhos tinham um pouco de lágrimas — Eu não sei como ela sobreviveu, nem os médicos sabiam, esse pode ser o motivo da imunidade dela — enxugo as lágrimas, mudo minha feição rapidamente por conta de um pensamento — Nem pense em tentar drogar uma bebê, se não eu te mato, eu não consegui matar o Will, mas você eu consigo — me afasto sentindo a tristeza me tomar — Não antes de mim...

Não tolere nenhum abuso infantil, isso é crime, nenhuma criança merece isso, uma criança merece correr, brincar e não ficar com marcas no corpo e na alma, denuncie.

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