04: Recomeço.

Olho para a paisagem passando rapidamente pela janela, me lembro do tablet que Daryl comprou pra mim meses atrás, pego minha mochila e a vasculho até o achar. Coloco um filme que eu baixei junto à outros, começo a assistidir o filme usando fone de ouvido.

—Você é um fraco — falo, olhando para o personagem do filme que depende de todo mundo, alguém me cutuca, levanto meu olhar e Daryl está me olhando, tiro o fone, espero ele falar.

—Tem um engarrafamento, vamos ter que parar — Daryl fala, assinto e desligo o tablet.

—Que merda — falo jogando minha cabeça pra trás, ouço os dois rirem, os olho indignada.

—Vamos Mika se anima — Merle fala entre risos.

—Meu sangue não se mistura com o seu — falo jogando meu cabelo ao vento.

—Mas o meu sim — Daryl fala e eu bufo.

—Dary, você não vale — olho para o lado e vejo o trailer do bom velhinho, Dale, sorrio por saber que tudo está indo de acordo.

—Viu algum menino ? — Merle pergunta, o olho rapidamente e nego, Merle olha para onde eu estava olhando pra confirmar — Que bom, não quero matar ninguém -arregalo os olhos com sua fala.

Já estamos nesse bendito engarrafamento a 2 horas, Daryl e Merle estão conversando com o futuro grupo, olho para Darven que está deitado no carpete da caminhonete, eu o resgatei da rua, ele estava magro e machucado, um barulho muito alto é ouvido, Darven abre os olhos e começa a latir, olho para a direção de Atlanta e vejo várias luzes, na verdade chamas, a merda começou, outra explosão acontece, o carro treme, Darven late assustado.

—Darven vem aqui — o chamo batendo na minha perna ele pula em meu colo, faço carinho em seu pelo o acalmando.

—Dafne, você 'tá bem ? — Merle abre a porta do carro, sua respiração está acelerada seus olhos trasmitem medo.

—Tô bem sim — olho para as luzes entre algumas árvores — A cidade foi tomada — Merle me olha assentindo.

—Desculpa, eu e Daryl vamos te levar para um lugar seguro — ele fala bagunçando meu cabelo.

—Eu se..

—MERLE — Daryl grita pelo mais velho que me olha por uma última vez, conferindo que estou bem e sai.

—Darven o mundo está em caos, você não pode ficar latindo por ai, se lembra do que eu te ensinei ? — falo com meu cachorro mesmo sabendo que ele não entende muito, ou não entende nada, ele late fazendo eu sorrir.

Merle abre a porta do carro da frente do carro e puxa um mapa do porta luvas, sem me dizer nada ele sai em direção ao aglomerado de pessoas, sabendo que eles vão demorar, pego um lençol na minha bolsa e me deito nos bancos, ajeito Darven encima de mim e nos embrulho, fecho os olhos e depois apago.

Acordo com uma luz batendo contra meu rosto, me levanto e não vejo meu cachorro.

—Darven — chamo meu xodó mas não ouço seu latido, abro a porta do carro e saio as pressas a procura do meu animalzinho.

—Tá toda descabelada — ouço uma voz familiar falar atrás de mim, me viro e dou de cara com Daryl — Seu cachorro tá bem, levei ele pra se aliviar — olho para baixo e vejo meu cachorro com a língua a para fora.

—Nunca mais faça isso, vem com a Dafne meu xodó — me abaixo e Darven corre até mim — Bom garoto, nunca sai com ele sem me avisar — falo olhando para Daryl.

—Tanto faz, bora entra no carro, já temos um lugar pra ir — ele fala e eu assinto.

Daryl estaciona a caminhonete no topo do morro.

—Fica perto de nós, não conhecemos essas pessoas — Daryl fala olhando pra mim.

—Eles que diviam ficar cabreiros com a gente — falo e Merle ri alto — Para com isso sua hiena — Merle me olha e sorri ainda mais.

—Vamos montar nossas barracas ali, Dafne fica esperta - Daryl me olha e eu assinto.

—Se vierem mexer comigo vai levar uma flechada na bunda — digo, os dois saiem do carro, saio logo em seguida com Darven ao meu lado — Sem morder ninguém garoto, nunca fez isso não é hoje que vai fazer — falo e o cachorro corre em direção a meus irmãos, sinto o sol quente bater contra meu corpo, pego uma xuxinha que fica no meu braço e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

—Eu não te vi no engarrafamento, prazer Dale — o bom velhinho fala quando eu paro perto ao seu trailer.

—Oi, eu estava no carro dos meus irmãos, prazer Dafne Mikaella — digo estendendo a mão para o homem, ele aperta de bom grado.

—Educada, com certeza vou me dar bem com você, aliás quem são seus irmãos ? — Dale pergunta varrendo o olhar pelo acampamento.

—Daryl e Merle — falo e o homem parece se surpreender.

—Desculpa mas é que eu não imaginem que eles tivessem outro parente com eles — sorrio com sua fala.

—É, eles são muito protetores, só estão tentando me proteger, agora desse mundo mas a um tempo atrás era do mundo de antes — passo a mão pela testa que está suando — Bom Dale foi um prazer conversar com uma pessoa como você mas eu tenho que ir ajudar os dois brutamontes que eu chamo de irmãos — saio de perto do velhinho, paro em frente à barraca que Daryl e Merle montaram.

—Você vai ficar na mesma barraca que nós — fala e eu o olho incrédula.

—À não Merle, para de sacanagem, você ronca — cruzo os braços, Merle sorri e volta a ajeitar a barraca.

—Vai dormi sim — Daryl fala atrás de mim, fazendo eu me assustar.

—Que merda — falo e olho para os lados — Cadê o Darven ? — pergunto para meu irmão e ele aponta para um canto, olho e vejo Darven deitado debaixo de uma árvore que tem uma sombra, deixo os dois para trás e vou até o carro para pegar a ração do meu xodó, abro a porta do carro e pego as vasilhas.

—Mãe, eu tô com fome — ouço uma voz fina falar ao longe, viro meu rosto e vejo Carl com Lori.

—Filho, eu não tenho comida agora, o Shane foi ver no carro — Lori fala fazendo carinho na cabeça do filho, volto a mexe no carro e pego dois pacotes de biscoitos, ando em direção aos dois.

—Toma — estendo os pacotes de biscoitos para Carl que é um pouquinho menor que eu — Não está envenenado garoto, eu não faria isso com você — mas faria com o Shane, Carl olha para Lori que me olha e sorri.

—Não precisa se incomodar — ela fala e eu sorrio sarcástica.

—Seu filho tá reclamando de fome é você fala "não precisa se incomodar", fala sério — falo e tento imitar sua voz, Lori abre a boca pra falar mas não fala nada — Então, toma pode comer, se quiser mais me chama, eu tenho alguns comigo — ajeito minha postura e me afasto, pego as duas vasilhas, coloco em uma, ração que tem formatos de corações e ossos, na outro coloco água, coloco as vasilhas no chão, fecho a porta da caminhonete, caminho em direção ao meu xodó com as vasilha em mãos, coloco as vasilhas no chão e ele começa a comer desesperadamente, me levanto, e ando até meus irmãos.

—Eu ouvi você rebater com aquela mulher, na verdade todo mundo ouviu — Merle fala, tocando em meu ombro.

—O filho dela estava reclamando de fome, eu ofereci comida pra ele é ela recusou, ela é retardada mesmo, uma doida — olho para meu irmão que assente — Você viu aquele homem metido a sherrif ?, agora ele quer bancar de chefe — falo fazendo uma careta.

—Esse cara já tava querendo mandar em mim — fala com sua voz arrogante.

—Que tal envenenamos ele ? não ia fazer falta — digo com mão no queixo, vejo Merle me olhar estranho — Quê ?, ele não vai fazer falta — Merle dá um passo pra trás e cutuca Daryl que está concentrado em algo, Daryl resmunga e Merle o cutuca de novo.

—Quê ? — Daryl olha irritado para Merle.

—A Mika tá falando que quer matar uma pessoa — Merle fala um pouco baixo, Daryl me olha com o cenho franzido, sorrio psicopata.

—PESSOAL, AQUI — alguém grita, olho para trás e vejo as pessoas se juntando, nos aproximamos, vejo Shane perto de um mapa e um rádio que estão encima do capô da nossa caminhonete.

—Metido a sheriffe, tira essas coisas de cima da nossa caminhonete — falo e o homem me olha — Vai arranhar, tira logo — Shane me manda um olhar mortal.

—Estamos no fim do mundo, e você 'tá pensando nessas coisas ? — ele pergunta soando grosso.

—O que você chama de "fim do mundo" eu chamo de recomeço -falo dando um passo a frente — Agora tira, se não eu meto uma flecha na sua bunda, seu metido a sherrif — Shane fica um instante me encarando, ouço Merle rir baixo, Shane tira as coisas de cima da caminhonete e coloca encima de outro carro.

—Que merda foi essa ? — Daryl pergunta ficando ao meu lado.

—Não gosto dele — saio em direção a barraca.

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