02: Dixon?

Sinto todo meu corpo doer, então vocês conseguiram me salvar, abro os olhos, eles doem por conta da claridade mas mantenho eles abertos, olho ao redor e percebo estar em um quarto diferente, tento me levantar mas não consigo pois sinto minha barriga doer, reclamo alguns palavrões, fecho os olhos com força.

Abro os olhos, eu dormi, olho para o lado e vejo uma enfermeira.

—Olá, eu só vim ver algumas coisinhas — a enfermeira fala e eu franzo o cenho, ao ver o nome de outro hospital no seu jaleco.

—Por qual motivo me mudaram de hospital ? — pergunto e a mulher me olha.

—Não te mudamos de hospital — fala com a voz doce.

Paro de olhar para a enfermeira quando uma médica adentra o quarto, a mulher de cabelos escuros tem um sorriso gentil nos lábios.

—Como você está Dafne ? — a médica pergunta, levanto as sobrancelhas.

—Meu nome não é Dafne — falo e a mulher sorri fraco.

—Perda de memória, então Dafne vamos refrescar sua memória, seu nome é Dafne Mikaella Dixon, você está internada no hospital Sírio Cruz em Geórgia — ela deixa a prancheta de lado parando perto da cama.

—Como assim, Dixon ? — pergunto, a médica suspira e se aproxima mais ainda.

—Seu sobrenome é Dixon, você deve estar com perda de memória — ela fala e eu assinto.

Logo muitas lembranças começam a vim a minha mente, minha cabeça começa a doer, minha visão escurece e então eu não vejo mas nada.

"- Dafne não corre. - Algum grita mas é em vão continuo correndo até cair no chão e começar a chorar. - Eu avisei, agora vai ficar com uma ferida nesse seu joelho, vem vamos voltar pra casa. - Ele me pega em seu colo, reclamo de dor e ele beija o topo da minha cabeça."

"Coloco as mãos em frente à mim tentando me proteger dos golpes que um homem desfere contra mim.
-Para por favor. - Peço mas ele não para."

Abro os olhos e vejo de escanteio duas silhuetas em pé no canto do quarto, fecho os olhos com força.

—Mika, olha pra mim — alguém pede, abro os olhos e paraliso quando vejo Daryl, Daryl Dixon.

—Que porra é essa ? — pergunto e Daryl arregala os olhos, ouço alguém ri, olho para a outra pessoa que está no quarto e vejo Merle — Mas que ?... como vocês ? — pergunto, me enrolando nas minhas próprias palavras.

—A gente voltou assim que soubemos que você estava aqui — Daryl fala e eu sorrio fraco.

—Desde quando você xinga ? — Merle pergunta sorrindo — Até uns dias atrás a minha maninha não xingava — fala sorrindo.

—Pelo o que eu saiba eu acabei de ser espancada — falo pra mim mas eles ouvem — Se eu morri naquela outra vida eu.....reencarnei — presumo e vejo os dois franzirem o cenho, Merle faz sinais com os dedos perto da têmpora insinuando que eu estou louca.

—Mika você tá bem ? — Daryl pergunta e eu assinto.

—Tô...tô muito bem — minto de uma certa forma — Quando vou poder ir embora daqui ? — olho ao redor.

—Você vai receber alta hoje mesmo — Daryl fala e eu sorrio.

Acabei de receber alta e estou sentada no banco de trás da caminhonete dos Dixons.

—Cara eu vou beber até cair — Merle fala se espreguiçando no banco do carro.

—Eu não vou te tirar da cadeia 'tô falando — Daryl fala, rio baixo, pelo oque veio na minha cabeça eu tenho 13 anos e estamos no ano de 2009, o Daryl e o Merle são meus irmãos, eu acho que pela memórias eu não estou eufórica perto deles, é como se eu os conhecesse a minha vida toda, de um certo modo eu os conheço a mina vida toda — Você tá muito quieta, o que você tá pensando ? — Daryl pergunta quebrando o silêncio que tinha se instalado no carro, paro de olhar a paisagem passando rapidamente pela janela e olho para ele que está concentrado na estrada.

—É mesmo, você tá muito quieta, tá doente ? — Merle pergunta.

—Haha, tá muito engraçado hoje não tá não, eu acabei de sair de um hospital, eu só tô quieta porque estava pensando em como eu sou sortuda em ter vocês na minha vida, estranhamente estranha — falo e Daryl sorri.

—Sortuda? Os seus irmãos são uns merda — Merle fala e me olha pelo retrovisor.

—Cala a boca Merle, pelo menos eu não estou em um orfanato — falo e o carro fica em silêncio de novo.

Depois de quase uma hora suportando aquele silêncio, Daryl estaciona o carro, desço do veículo e minha barriga doe pois eu saltei do carro.

—Toma cuidado maninha, você tá com uns belos hematomas — Merle fala e eu o olho.

—É mesmo ? — pergunto irônica e Merle ri.

—Vamos, entra Mika, você tem que comer e eu e o Merle temos trabalho — Daryl fala e eu reviro os olhos, Daryl passa por mim e abre a porta que dá acesso a oficina, passo por ele e ando pela oficina até chegar a escada que leva até a casa que fica acima do local.

—ELA TÁ BRAVINHA — Merle grita e eu o mando o dedo do meio, subo para a casa e abro a porta que só estava fechada, ando até o quarto que pertence a mim, entro no quarto e me jogo na cama.

O quarto e simples mas é completamente diferente do resto da casa, lembro que tenho que comer e levanto da cama sem nenhuma animação, saio do quarto e vou para a cozinha.

—Eu tô me esquecendo de algo — falo passando a mão pelo meu rosto, paro no meio da cozinha e lembro do remédio, corro para a oficina, desço as escadas apressadamente, olho ao redor até meu olhar se fixar em Daryl que estava no telefone, procuro Merle com o olhar e o acho fumando provavelmente maconha, ando até ele, quando ele me avista apaga o cigarro — Onde tá meu remédio ? — pergunto ele faz uma careta tentando lembrar.

—Tá no carro — fala e me joga a chave do veículo — Só não foge — ele fala rindo, o olho e reviro os olhos e volto a andar. Abro a porta de trás do carro, pego a sacola com remédios, fecho a porta do veículo.

Adentro a cozinha indo até a geladeira, pego uma garrafa de água e um copo de vidro lilás, coloco o líquido no recipiente, pego o remédio que eu tenho que tomar, tiro uma pílula a coloco na boca e logo bebo toda água, lavo o copo e coloco a garrafa no lugar dentro da geladeira onde ela estava antes, olho as prateleiras com algumas opções de comidas congeladas.

—Desse jeito eu vou morrer por um problema no coração, de novo — fecho a porta da geladeira e começo a vasculhar o armário, até ver arroz e batata palha — Strogonoff — lembro que sei cozinhar, mas essa casa não tem frango e nem os outros ingredientes, vou pegar dinheiro com o Daryl, mas antes vou tomar banho.

Termino de lavar meu cabelo, o enxugo com as mãos o máximo que posso, saio do box me enrolando em uma toalha branca, me olho no espelho e vejo que meus traços não mudaram nada, me enxugo e visto um par de roupas íntimas, visto um short legging preto curto, visto uma blusa listrada e uma jardineira.

Coloco a roupa suja no cesto, saio do banheiro, penteio meu cabelo, faço um rabo de cavalo mesmo com ele estando úmido, passo um perfume é calço um par de meias brancas e depois calço um all star branco, desço para a oficina, logo vejo Daryl bebendo uma cerveja escorado em um carro.

—Daryl — chamo e ele me olha — Eu preciso de 100 dólares — falo e ele franze o cenho.

—Pensa que eu sou banco ? — Daryl pergunta bebendo um gole de sua cerveja.

—Banco não, você é meu cofre — falo e ele semiserra os olhos.

—Toma maninha deixa esse mão de vaca ai — Merle me entrega uma nota de 100 dólares, o olho grata.

—Obrigado irmão que não nega minhas necessidades — falo e Daryl bufa — Quando você me der algum dinheiro o cargo fica entre vocês dois, tchau seus cornos — saio dali.

Entro no mercadinho que fica na esquina da rua onde moramos.

—Pequena Dixon — Marlon o dono do mercadinho me cumprimenta.

—Oi, Marlon — falo e pego uma cestinha, ando pelos corredores pegando tudo que eu preciso, depois de pegar tudo para o strogonoff vou até o caixa — Como o senhor estar? — pergunto e ele sorri.

—Gentil como sempre, eu tô bem pequena Dixon — ele fala passando as compras.

—E o Oliver? — pergunto e ele sorri ainda mais.

—Ele 'tá muito bem, ele falou que está com saudade de você — fala, ele termina de passar as compras — 32,50— Ele fala e eu entrego para ele o dinheiro — Vai querer levar cerveja 'pros seus irmãos ? — ele pergunta e eu assinto, o homem que deve ter por volta de 37 anos sai de trás do balcão e vai até o frizzer e pega as cervejas. - Deu 61,10 — o homem fala e eu agradeço, guardo o troco no meu bolso traseiro, pego as duas sacolas e saio do estabelecimento.

Pelo o que eu saiba, na verdade pelas lembranças, eu sei que o Marlon é gay ele é casado com o Oliver a quatro anos, as lembranças fizeram eu ser bem informada das coisas, eu não fico nervosa quando estou perto dos Dixons e eu também sei mas algumas coisas. Percebo que estou quase chegando em casa, olho ao redor e vejo um cachorro na rua, continuo andando e logo chego em casa.

—Que demora, tava fazendo o que ? — Merle pergunta me olhando.

—Tava me pegando com um garoto em um beco qualquer — falo e Merle sorri — Toma as cervejas — estendo a sacola para ele, Merle sorri e pega a sacola da minha mão.

— O que você vai fazer ? — Daryl pergunta saindo debaixo de um carro, me assusto e o olho ferozmente.

—Eu vou ter um treco — falo e Merle começa a rir — Strogonoff — Daryl limpa as mãos sujas de graxa em um pano — Eu tenho que ir tchau.

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