With Love, For My Love.
Tô apaixonada nessa fanfic! Desculpa qualquer erro.
🤍
Tudo começou quando bebíamos no meu quarto em uma sexta-feira aleatória.
Sempre tive o hábito de chamar meus amigos para jogar e beber em minha casa, meus pais são liberais, entretanto, apenas com as pessoas certas. Meu ciclo de amizade se resume a Choi Beomgyu, Choi Soobin, Choi Yeonjun e Huening Kai. Os conheci no maternal e somos amigos desde então.
Beomgyu é meu vizinho desde sempre, nos damos bem mesmo com todas as diferenças. Ele é uma borboletinha social, mas tem suas fases. Ele é simpático e sempre está disposto a ajudar seja lá quem for. Já eu, bem, sou mais na minha, não curto ir a festas e não suporto multidões, prefiro ficar no meu canto com os fones de ouvido, jogando ou lendo, sem precisar socializar, dá menos trabalho! Contudo, sou um pouco diferente quando tenho intimidade com a pessoa.
Naquele dia, devido às duas garrafas de vinho e alguns soju, ultrapassamos a barreira de apenas amigos para "amigos com privilégios." Concordamos que ficaria no off por um tempo, nossos amigos até desconfiavam, mas nunca comentamos sobre, bom, até pouco depois daquilo. Eu não aguentava mais e precisava desabafar com alguém, não dava para desabafar com meu melhor amigo, então eu teria que escolher outra pessoa. Mas logo chegarei nessa parte.
Contarei como aconteceu e sendo sincero, não fazia ideia do quanto isso mudaria minha vida e nem dos sentimentos que eu sentiria, coisa que nunca havia acontecido até aquele exato momento.
Semanas antes.
Curso biomedicina e Beomgyu cursa artes visuais. A semana de arte moderna estava prevista para os próximos dias, apesar de não ter nada a ver com o meu curso, o professor faltou e o Choi me chamou para assistir a uma palestra com ele. Beom estava sentado na cadeira do lado direito um pouco afastado da minha. Até que a palestra não foi ruim. Os professores explicavam tudo e eu estava concentrado no que era dito, até que senti o celular vibrar. Quando li pela barra de notificação, era o hyung. Beomgyu é um ano mais velho que eu.
Gyu🤍
"Terry, vamos beber mais tarde? Essa semana foi tão estressante!"
Revirei os olhos. Olhei na direção do louro e ele me olhava com aquela cara fofa parecendo um cachorrinho carente, não dava para dizer não. Suspirei, respondendo meu amigo.
Eu.
"Sorte sua que é sexta-feira, caso contrário, beberia sozinho ou chamaria qualquer um dos meninos."
Assim que enviei a mensagem, olhei em sua direção e ele sorriu, fazendo seus olhos âmbar perfeitos, sumirem e ficar apenas risquinhos no lugar, além de mostrar aquelas covinhas maravilhosas. Sou um bobo por essas covinhas! Suspirei novamente. Não é que eu seja afim dele ou algo referente. Na verdade, nunca pensei nisso, e, no fundo, prefiro não pensar! Tenho medo da resposta... Todavia, não posso negar, Choi Beomgyu é de uma beleza e personalidade inexplicável! Senti o celular vibrar e olhei novamente.
Gyu🤍
"Obrigado! Não é que tenha problema em beber sozinho, afinal, não tenho! Entretanto, beber com você é mil vezes melhor.😏"
Revirar os olhos é algo que não consigo evitar, inclusive, acabo realizando inúmeras vezes durante o decorrer do dia, mas admito que senti uma leve turbulência em meu estômago. Apenas sorri de canto e travei o celular voltando minha atenção aos professores. Senti o olhar do hyung em minha direção, mas não olhei na direção dele.
A palestra não demorou para acabar. Vi que Beomgyu foi falar com o professor e eu estava faminto. Optei por não esperar o mais velho, segui para o refeitório e mandei mensagem para o mesmo afirmando meu destino.
Eu escutava uma música tranquila quando ele apareceu ao meu lado com um leve bico adornando seus lábios. Tirei um fone de ouvido e escutei o famoso drama que seguiria.
— O que custava me esperar? Falei com o professor por uns míseros segundos e quando olhei para onde você estava sentado, onde está o Taehyun? Sumiu!
Controlei-me para não revirar os olhos mais uma vez e respondi.
— Deixe de drama, hyung! Estou com fome e fiz a gentileza de mandar mensagem, caso contrário eu estaria no meu mundinho escondido em algum lugar para não precisar socializar com ninguém.
— Convencido e anti-social, mereço! — Ele sussurrou e dei de ombros, afinal, era verdade.
Chegamos no refeitório e rapidamente segui na direção da fila, que para minha sorte, ainda estava pequena.
Kai levantou da mesa que estava com Soobin e Yeonjun e veio em nossa direção, minha paz não duraria por muito tempo. Ele falou com o louro e se virou para mim.
— Tae, seu fofo! — Me abraçou por trás e depositou um selar em minha bochecha.
Forcei um sorriso para ele, adoro aquele maknae, mas a felicidade dele escancarado para o mundo não é muito minha praia. Sério, é como se não existisse tempo ruim, o que não é o caso, claro. Já o chorando e aquilo doeu no meu coração, era como se milhares de dementadores estivessem ali e toda a felicidade sumisse do mundo.
Respondi ao rapaz de fios platinados.
— Olá, saeng. Beomgyu quer beber mais tarde, vamos?
Ele me olhou com um leve bico nos lábios e eu sabia que viria uma resposta negativa.
— Queria! Infelizmente não posso, tenho prova na segunda e preciso estudar.
Kai ama uma farra, principalmente por Yeonjun viver puxando ele para as festas. Mas quando se trata de estudo ele é muito certinho.
— Fica para a próxima! — respondi baixo e ele depositou outro selar em minha bochecha.
Huening voltou sua atenção para Beomgyu e olhei para a fila que andava mais um pouco. Por sorte, não demorei a pegar minha comida, seguido dos meus amigos, então seguimos para a mesa.
— Olá, Beomgyu e Taehyun. — Yeonjun falou e Soobin apenas sorriu para nós.
— Oi, pessoal. — Respondemos em simultâneo.
Beom entrou em uma conversa aleatória com os meninos, eu falava vez ou outra, estava mais focado na comida. Pouco tempo depois, Beomgyu retornou ao assunto da ideia que teve um tempo antes.
— Vamos beber mais tarde na casa do Tae? Amanhã é sábado, o quarto dele é grande e cabem todos, caso queiram dormir. Mas tem um quarto de hóspedes também.
Olhei rapidamente para o mais o louro, ninguém havia escolhido o local. Falei rapidamente.
— Por que na minha casa? Quem disse que você dormirá lá? Beomgyu, você é um folgado!
Ele me deu língua e deu de ombros. Sorte dele que é meu melhor amigo, caso contrário... Talvez nossos amigos tenham razão, sou um bobo pelo Choi de fios louros.
Soobin achou graça, acompanhado dos outros e sorri também, um pouco tímido. Esse hyung joga umas indiretas que me fazem questionar boa parte do tempo, só que ignoro com receio de chegar a uma conclusão. Ele respondeu tranquilamente.
— Óbvio que ele dormirá em sua casa! Seus pais são loucos pelo Beomgyu — contra fatos não há argumentos, se duvidar gostam mais dele do que de mim. Revirei os olhos novamente, impossível não revirar. Olhei na direção do Beom e ele estava com um semblante de quem escutou a coisa mais maravilhosa. — Consigo ficar algumas horinhas, entretanto, não beberei muito. Tenho um compromisso amanhã cedo. — Respondeu o Choi de fios azuis.
Sei muito bem qual o compromisso que ele tem, essa carinha de anjo não engana ninguém, se duvidar, o compromisso dele nem é cedo, mas sim a noite toda. Yeonjun sorriu de canto, ele até tentou disfarçar, mas é um bobo pelo hyung.
— Claro, eu não perderia isso! — Yeonjun respondeu e notei um tom malicioso em sua voz.
Yeonjun nunca perdia a oportunidade de tentar deixar Soobin bêbado. Não sei qual confissão ele quer tirar do Choi, o mesmo já deixa óbvio seus sentimentos, não consigo entender esse hyung e na maior parte do tempo eu nem tento.
Soobin deu de ombros e falou novamente.
— O que vocês pretendem beber?
Olhei na direção do louro, afinal ele quem deu a ideia.
— Soju, vinho e qualquer outra coisa que vocês quiserem. — Beom falou na sequência.
— Vocês sabem que não sou resistente a soju! — Um leve bico adornou os lábios de Yeonjun.
— Então não beba!
Kai falou antes que Beomgyu zoasse e Soobin rapidamente lidou com a situação antes que os três começassem a brigar.
— Não se preocupe, Jun. Cuido de você, beba sem medo.
Claro que ele cuida! Os dois se entreolharam sorrindo e ficaram no mundinho deles por uns segundos. Todos na mesa olharam para o casal não assumido e Kai falou.
— Ta ok, casal, não precisamos ficar de vela para vocês.
Yeonjun olhou feio para o maknae, Soobin baixou a cabeça com as bochechas levemente avermelhadas, esse hyung é muito fofo, dei um mínimo sorriso. É muito interessante observar as pessoas e ver suas reações para determinados assuntos ou situações. Os meninos continuaram zoando e poucos minutos depois me despedi deles, marcamos o horário que iriam para minha casa e segui caminho.
(...)
Eu estava deitado no chão do quarto, no meio de alguns travesseiros. A luz de led mudava de cor a cada segundo, harry styles tocava me fazendo apreciar aquele momento. Meus olhos se fecharam e em algum momento adormeci.
Horas depois fui acordado por algo em cima de mim, senti a respiração em meu pescoço, o que me fez arrepiar um pouco. O cheiro levemente doce que não era forte adentrou minhas narinas e não precisei abrir os olhos para saber quem era. O nome Choi Beomgyu gritava em minha mente e eu rezava para que ele não sentisse as batidas incontroláveis do meu coração.
Beomgyu depositou alguns selares em meu pescoço, isso era comum do rapaz, contudo, era impossível não se arrepiar. Abri os olhos devagar e aqueles olhos, âmbar, tão chamativos, me olharam de perto, perto demais, droga. Me deixam um pouco nervoso. Ele falou baixo e senti o cheiro do chiclete de hortelã que ele ama mascar.
— Acorde, seu preguiçoso, a tia Sammy mandou avisar que sairá com o tio e sem hora para chegar em casa.
Meus pais vão sair de novo? O que é isso? Eles se divertem mais do que eu!
— Aish! De novo?
Continuei incrédulo. Beomgyu sorriu para mim, falando novamente.
— Eles só estão aproveitando a vida, normal. Você deveria fazer isso mais vezes, também. — Falou dando de ombros. Resmunguei baixo e o empurrei para o lado. A música continuava tocando, me levantei, segui para o som e pausei. Ele continuou deitado e falou — os meninos devem chegar em cerca de meia hora, já coloquei as bebidas na geladeira. Não preciso afirmar novamente que dormirei aqui.
— Estou bastante surpreso! — Se o Choi pudesse, moraria em minha casa. Revirei os olhos e ele jogou um travesseiro que acertou minha barriga, joguei de volta e o rapaz gargalhou. Peguei a toalha, falando em seguida — vou banhar rápido, já volto.
Beomgyu apenas balançou a cabeça em confirmação e se acomodou no meio dos travesseiros. Segui na direção do banheiro, tirei a roupa calmamente e deixei a água morna relaxar meu corpo. Minutos depois saí com a toalha enrolada em minha cintura. É impossível não observar os olhares dele em minha direção, existem momentos que me sinto nu apenas com um simples olhar do Choi.
Trocar de roupa na frente dele e vice-versa, tornou-se um hábito desde que éramos pequenos. Segui para o guarda-roupa, peguei uma cueca, tirei a toalha e olhei de canto para o louro. Não sei se eram as luzes mudando a cada segundo, mas a aura do quarto mudou, senti meu corpo queimar com a sensação de ser observado. Beomgyu me encarava com os lábios entreabertos e o vi engolir em seco. Dei de ombros e fingi não notar, para minha própria sanidade. Não era a primeira vez e eu preferia não pensar sobre, tenho medo de descobrir algo que afete nossa amizade, creio que isso já ficou muito óbvio.
Vesti-me rapidamente voltando para perto dele. Entramos em uma conversa aleatória enquanto nossos amigos chegavam.
~~
— Vamos Taehyun, depois vocês namoram, abra a porta que está frio aqui fora! — Soobin gritou e respirei fundo para não responder.
Contudo, não julgo. O outono havia chegado e o frio se fez presente. O rapaz de fios azuis estava acompanhado de Yeonjun, que tinha sempre a mínima expressão possível no rosto, ele apenas acenou com a cabeça.
— Hyung, já te pedi para parar com essas brincadeiras! — Respondi, dando espaço para eles passarem, falei novamente: — Beom está na cozinha, fiquem à vontade.
— Quando vai aceitar o que sente? — Ele perguntou apenas para eu escutar e olhei como se ele fosse doido.
Yeonjun deu de ombros e seguiu para guardar as bebidas e as besteiras que compraram. Soobin se acomodou no sofá e logo os dois voltaram com algumas garrafas de soju. Começamos a beber e conversar sobre os eventos da faculdade e outros assuntos aleatórios.
Ficamos por horas bebendo, jogando e conversando. Yeonjun não conseguiu deixar Soobin bêbado, foi o oposto e o próprio se declarou a plenos pulmões, queria ter gravado! O sorriso de ponta a ponta nos lábios de Soobin iluminava qualquer ambiente, era muito notório que ele precisava escutar aquilo, talvez fosse o que ele realmente necessitava ouvir.
— Agora sabe que seus sentimentos são recíprocos. Assumam logo esse relacionamento! — Beomgyu falou e apenas acenei com a cabeça. O de fios azuis sorriu mais ainda e respondeu.
— Não se preocupem! — Soobin resmungou algumas coisas e escondeu o rosto no pescoço do mais alto. — Amanhã converso com ele. Eu sinceramente, não consigo mais guardar isso. Obrigado, meninos! Se resolvam também!
Ele soltou a última frase baixo. Sinto as minhas bochechas corarem e cocei minha nuca nervoso. Não olhei para Beom, mas senti-o nervoso. Nossos amigos não são normais. *Rindo de nervoso*.
— Tchau, hyung! — Soltei rapidamente e escutei Soobin gargalhar. Esse hyung me paga!
Assim permaneceu Beomgyu e eu. Comecei a limpar a zorra que deixamos, lavamos a louça e quando segui para o quarto Beomgyu disse que pegaria o vinho e logo iria, concordei e subi.
Eu não estava bêbado e o Choi tampouco. Não somos os mais fortes com bebida, mas não são todas que nos derrubam. Quando adentrei o quarto coloquei uma música baixa, liguei o aquecedor e a luz de led que tanto amo, sentei no chão encostado na cama. Choi logo adentrou com os vinhos e duas taças na mão, sentando ao meu lado.
— Com certeza ficaremos bem altos agora!
Ele falou baixo com um meio sorriso no canto dos lábios.
— Não tenho dúvidas! — Concordei e provei o vinho quando o louro me passou a taça.
Continuamos conversando. Quando terminamos a primeira garrafa eu já suava um pouco, nada que incomodasse, mas quando chegamos na metade da segunda garrafa senti meu corpo esquentar de uma maneira completamente inexplicável.
Joguei a cabeça para trás encostando na cama e passei a mão pelo pescoço para tirar um pouco do suor. Olhei na direção do hyung e ele não estava diferente. Sei que toda bebida alcoólica aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos fazendo o sangue fluir pelas artérias rapidamente e a pessoa começa a suar bastante, mas o vinho aumenta muito mais. Apesar do ar condicionado estar ligado, meu corpo queimava, fora o tesão que começava a rondar minha mente, aquilo estava ficando perigoso. Beomgyu percebeu meu incômodo e perguntou.
— Sentindo calor também? — o olhei e concordei com a cabeça, então ele deu a brilhante ideia — vamos tirar a camisa!
Olhei rapidamente na direção dele e me engasguei com o vinho. Choi sorriu simplista e fiquei sem jeito. Não entendo o porquê de ter ficado nervoso, já é tão comum, inclusive, ele dorme abraçado comigo apenas de cueca. Entreguei meu nervosismo quando gaguejei.
— N-não precisa hyung! Vou ajustar a temperatura.
Levantei-me, sendo rapidamente observado pelo mais velho, que seguia na direção de onde o controle estava e coloquei no modo turbo. Fechei os olhos sentindo a brisa rapidamente bater em meu rosto, e sim, estava muito frio, quase me arrependi, mas o calor que eu sentia era maior.
Quando me viro, Beom está atrás de mim, sem camisa, o cabelo levemente bagunçado e me olhando de uma maneira que não sei explicar, mas que me arrepiou por completo. Engoli em seco. Preciso parar de beber, vinho de preferência.
Aquele mínimo sorriso mostrando as covinhas e me olhando tão firmemente, o que me deixou mais quente ainda, se é que isso era possível.
— Que susto... — Sussurrei. Engoli em seco novamente e continuei — pronto, nosso calor vai passar! — Ele deu um mínimo sorriso e aproximou-se um pouco mais, dei um passo para trás e encostei na mesa atrás de mim. Senti as mãos do Beom em minha cintura, ele começou a tirar minha camisa e novamente me arrepiei, só não sabia se era pelo frio ou se eram os dedos firmes passando pelo meu abdômen. Eu não estava bêbado, mas com certeza o álcool fazia um leve efeito. Falei baixo novamente por não conseguir elevar a voz. — Hyung... O que você tá fazendo?
Ele me respondeu no mesmo tom de voz.
— Tae, sei que você quer tanto quanto eu, por favor, não se faça de difícil mais ainda. Não lute contra isso.
Fechei os olhos não conseguindo conter meu nervosismo, sempre estive ciente, por isso evitava pensar em coisas demais e no final não conseguir controlar meus desejos mais profundos. Ficar perto do Beomgyu diariamente, dormir, abraçar, é demais para minha sanidade, mas dá para controlar. Agora, ficar super próximo e sabendo das intenções dele, piora tudo!
Ele diminuiu a pouca distância que restava e me beijou. O mundo congelou para mim, foi apenas um selar, logo se afastou e me olhou. Reaprendi a respirar, e antes que eu pudesse falar, ele tomou a frente.
— Por favor, se for para me expulsar, faça isso agora, caso contrário me beije como sempre quis fazer.
O olhei novamente, foda-se, o beijei como se minha vida dependesse daquilo. O calor do corpo dele me deixou mais louco ainda, senti sua mão percorrer minha coluna e subir para meu cabelo o puxando levemente e gemi contra seus lábios. Pouco depois o ar se fez presente e tivemos que parar. Engoli em seco, completamente nervoso e com a mente nublada. Ele encostou a testa na minha, mordeu o lábio inferior e pude sentir o seu sorriso. Criei coragem e falei o que meu coração estava gritando.
— Tenho medo de te perder, Beom... Então, caso aconteça algo hoje e nos arrependamos amanhã, me promete que não vai se afastar, mesmo que fique um clima estranho. Por favor!
Ele se afastou minimamente, olhou dentro dos meus olhos e respondeu.
— Nunca vou te deixar, Taehyun! Caso surja um arrependimento, será só da sua parte. Você não faz ideia do quanto quero te ter-me, em todos os sentidos. Há anos.
Meu coração acelerou de uma maneira que me preocupou, respirei fundo com medo de passar mal ali. Respirei fundo e falei antes que minha voz falhasse.
— Me faça seu! — Respondi simplista e cheio de tesão.
Beomgyu sorriu largamente e me beijou novamente. Começou calmo e segundos depois se tornou necessitado novamente. Comecei a beijar o pescoço dele e deixar algumas marcas ali, o gemido do Choi é música para os meus ouvidos, que perfeição, tenho tanto medo de me viciar nesse som.
Pouco depois começou a descer meu calção e tirou o próprio. Fui jogado na cama e Beomgyu ficou por cima, nossas ereções roçavam uma na outra, mesmo com a cueca. Aqueles movimentos mandavam descargas elétricas por todo o meu corpo. Ele parou de me beijar e começou a depositar selares em meu pescoço, me fazendo gemer baixo. Algumas marcas surgiram naquela região, tenho ciência disso, todavia, naquele momento eu não estava preocupado com nada. Estava aproveitando cada mínimo detalhe daquilo.
Beomgyu começou a descer os beijos me fazendo gemer um pouco mais alto. Deixou marcas em meu abdômen e logo chegou no cós da minha cueca, que estava começando a ficar úmida. Joguei a cabeça para trás quando senti a língua do louro percorrer meu pau, mesmo que por cima da cueca. Isso é extremamente gostoso.
Ele a tirou devagar e suspirei aliviado pelo desconforto do aperto de antes. Gemi alto e meu mundo girou quando senti as mãos quentes ao redor do meu membro e a boca dele acomodar meu pau perfeitamente, começando um boquete que me fez esquecer do universo e focar apenas nas sensações e vibrações que passavam pelo meu corpo. Poderia gozar só com aquilo, contudo, acabaria a diversão muito rápido e não era o que eu queria. Beom demorou ali por uns minutos até que eu já não aguentava mais e quase gozei, então, a contragosto o afastei e ele veio para cima de mim e me beijou novamente.
Se afastou, tirou a própria cueca e quando seu pênis saltou para fora, salivei com a visão. Antes que eu pudesse fazer o que desejava, o louro se levantou e seguiu na direção da cômoda, fiquei observando o corpo dele, as coxas largas, a bunda branquinha maravilhosa para marcar, o pescoço clamando para ser marcado também. Ele pegou uma camisinha, lubrificante e falou baixo.
— Depois você faz o que deseja! Agora deita de bruços. — Não questionei e obedeci. Senti leves mordidas em minha nuca e afundei meu rosto no travesseiro. Ele desceu um pouco para a tatuagem de flores em minhas costas, depois retornou para meu ouvido e sussurrou — você é gostoso 'pra caralho! — Depositou um tapa em minhas nádegas e gemi baixo. — Vou te preparar agora.
— Tu-tudo bem...
Respondi com um fio de voz. Naquela altura do campeonato eu nem conseguia ficar tímido com o comentário.
Não demorou para eu sentir a língua do hyung me lubrificando, gemi mais alto ainda. O resto de sanidade que eu nem sabia existir estava indo embora, aquilo era o paraíso, a troca de luzes a cada segundo deixava tudo mais intenso. Empinei mais ainda a bunda na direção do rosto dele. Beomgyu se afastou minimamente e começou a derramar o lubrificante em minha entrada.
Não somos virgens, temos nossas histórias, mas eu estava há mais de cinco meses sem ter relação sexual e o hyung sabia, então a preparação não era tão rápida. Gemi quando senti um dedo, depois outro e os movimentos de tesoura para facilitar nossas vidas, demorou um bom tempo ali. Quando viu ser necessário retirou os dedos e gemi em reprovação, nossos corpos já estavam bastante suados.
Virei o rosto para baixo e Beomgyu abriu o pacote. Logo, encaixou a camisinha no seu pau, derramou mais lubrificante e se posicionou na entrada do meu ânus. Ele segurou minha bunda e depositou mais um tapa, gemi alto e segurei com força o lençol.
— Me desculpe por isso! — Falou baixo.
Percebi o significado, quando ele se enterrou de uma vez. Lágrimas se acumulavam nos cantos dos meus olhos e senti os beijos dele em meu pescoço, esperando que eu me acostumar com a invasão. Honey é do tamanho e espessura perfeita, na medida certa, estava me deixando louco.
Comecei a me mexer devagar e ele teve toda a paciência. Segundos depois me vi de quatro e Beomgyu havia começado a estocar com força me fazendo quase gritar, quando ele surrou meu ponto doce pela segunda vez não resisti e acabei gozando sem tocar em meu pênis.
— Mais, mais! Preciso de mais, BEOMGYU!
Em algum momento falei isso e fui prontamente obedecido. Lágrimas escorriam pelas minhas bochechas por tamanho prazer, sentia minha cintura ser apertada a cada estocada e eu gemia pedindo por mais. Meus fios platinados grudavam na testa e o suor pingava no travesseiro. Beomgyu falou rente ao meu ouvido.
— Você vai acabar comigo, garoto. Vou te dar o que você quer!
Não respondi por não conseguir, éramos uma mistura de gemidos, suor e palavras desconexas. Fizemos mais três posições, quando cavalguei nele da maneira que eu bem-quis, não resisti e acabei gozando em sua barriga novamente. Ele prontamente se derramou na camisinha e por uns segundos desejei que não existisse uma camisinha ali.
Saí devagar e senti minha bunda doer um pouco. O vazio me fez questionar se eu aguentaria outra rodada e creio que aguentaria sim. Deitei na cama, estávamos exaustos. Senti meu corpo dar pequenos espasmos em decorrência a ejaculação recente. Observei o louro tirar a camisinha com cuidado e jogar no lixo perto da cômoda. Ele deitou ao meu lado, me olhando intensamente, me beijou devagar, passamos um tempo nos encarando, eu queria falar tantas coisas, mas naquele momento não foi preciso, aqueles olhares falavam por si. Eu não queria, mas foi necessário falar depois de um tempo.
— Você acabou comigo! — Ele sorriu e foi impossível não sorrir também, continuei — Precisamos de um banho.
Em um misto de coragem, pelo que conheço dele, perguntou um pouco receoso.
— Quer ir primeiro?
O olhei e sorri bobo, nem parecia o mesmo Beomgyu de minutos atrás. Levantei-me sendo observado por ele, segurei sua mão e respondi.
— Vamos juntos!
Choi mordeu o lábio e sorriu mostrando suas covinhas das quais já comentei mais de uma vez que sou apaixonado. Seguimos para o banho, que não foi demorado, quando saímos trocamos os lençóis da cama, ajustei o ar novamente e caímos no sono, abraçados.
Deixamos para conversar sobre tudo na manhã seguinte. Estava cansado demais naquele momento, mas de uma coisa eu tinha certeza. Foi o melhor sexo que já tive na vida e com toda certeza eu queria repetir, entretanto, eu quem ficaria por cima.
~~
Acordei com o quarto a meia-luz, Beomgyu dormia tranquilamente abraçado a mim. Memórias da noite passada rondavam minha mente e fiquei observando o rapaz dormir tranquilamente, era muita coisa para absorver.
Preciso de café! Uma caneca com café resolve quase tudo. Levantei-me devagar e coloquei um travesseiro em meu lugar, Beom resmungou e agarrou ao mesmo me fazendo rir baixo. Desliguei as luzes de led e segui para a cozinha. Aparentemente meus pais não estavam em casa, sentei na bancada da cozinha e relembrei de cada detalhe da noite anterior. Fechei os olhos e soltei o ar lentamente.
Merda, Choi Beomgyu acabará comigo.
Desci da bancada e comecei a preparar nosso café, aproveitei para preparar algumas panquecas junto de alguns sanduíches. Estava alheio ao que acontecia ao redor quando senti os braços do hyung ao redor de minha cintura e os belos lábios dele em minha nuca. Minhas mãos tremiam levemente, o que não passou despercebido por ele, que riu baixinho e colocou as outras panquecas no prato.
— Bom dia, Terry. Dormiu bem?
Fechei os olhos com a voz rouca e baixa próximo ao meu ouvido. Senti os pelos da nuca arrepiarem e Beomgyu riu novamente, me abraçando um pouco mais forte. Lembrei que precisava responder.
— Do-dormi sim! — Droga, não consigo não gaguejar — e você?
Ele me virou e depositou um selar em meus lábios e foi impossível conter o suspiro que saiu.
— Perfeitamente bem! Venha comer.
Sorriu mostrando aquelas covinhas maravilhosas e eu só aceitei estar apaixonado pelo meu melhor amigo, É difícil assumir que já faz tempo que esse sentimento existe e eu nunca aceitei ele. Droga, estou muito fodido, de todas as formas.
Levamos as coisas para a mesa e começamos a comer. Beomgyu agia normalmente e eu estava surtando internamente. Fui retirado dos meus pensamentos quando ele falou novamente.
— Você se arrependeu?
Neguei com a cabeça e tomei um gole grande do café, mas algo me incomodava.
— Beom, sei que foi apenas uma transa casual — ele ergueu uma sobrancelha me repreendendo e reformulei a frase — tudo bem, talvez não seja... Mas e se não der certo? Já disse que não quero perder você!
Ele levantou e parou na minha frente. Depositou outro selar nos meus lábios e admito que estou me viciando neles. Juntou a testa na minha e sussurrou.
— Não vai dar errado! Sou completamente apaixonado por você e todos já perceberam, meu bem. Faremos isso dar certo e podemos ir tentando devagar sem precisar falar para ninguém, pelo menos por enquanto.
Não sabia o que responder, contudo, é uma proposta bastante tentadora e eu sei que aceitarei. De fato, não respondi com palavras. Juntei meus lábios nos dele e senti ele sentar em meu colo, passando as pernas ao redor das minhas coxas. Quando se ajeitou, causou um pequeno atrito em nossos membros. Quando ele se remexeu, me faz apertar sua cintura e ele suspirou durante o beijo. Beomgyu puxou de leve os fios próximo a minha nuca e eu o trazia para mais perto ainda, como se fosse possível.
Nosso café da manhã foi completamente esquecido e eu iria tê-lo para mim se meus pais não tivessem adentrado na cozinha e nos visto naquela situação. Admito que não escutei a porta ser aberta e nem a possível conversa deles até chegar na cozinha.
— EU SABIA! — Minha mãe gritou. Nos assustamos e empurrei o Choi, que caiu no chão, mas logo levantou. Pedi desculpas a ele rapidamente. Para nossa sorte não estávamos excitados. Ela continuou a falar para meu pai, toda feliz — você me deve dois jantares e aquela bolsa que vimos outro dia.
Admito que não sabia onde esconder meu rosto, não acredito que eles apostaram sobre isso, no entanto, considerando os pais que tenho, não estou tão surpreso. Como já falei, meus pais amam o mais velho. Vi meu pai revirar os olhos, mas sorriu em nossa direção e também falou.
— Taehyun, você me fez perder três semanas sem lavar a louça e ainda perdi alguns wons. Mas estou feliz por você filho, já não era sem tempo!
Vi Beomgyu sorrir, mesmo que suas bochechas estivessem mais vermelhas que um tomate e não é como se eu tivesse diferente. Droga, como explicar para eles? Sinceramente! Nem tentarei!
(...)
Quase um mês depois.
Admito que eu não fazia ideia que depois daquele dia meu relacionamento com Beomgyu mudaria, para melhor.
Trocamos beijos nas salas escuras da faculdade, pelos corredores vazios, em nossas casas. Bem, sempre aproveitamos as oportunidades que a vida nos dá, como citado antes, nossos amigos desconfiam e sempre negamos ter algum envolvimento além da amizade.
A semana de arte moderna foi um sucesso. Levei minha câmera para tirar fotos sem compromisso. Amo tirar foto de tudo que consigo. É uma das minhas paixões. No último dia de evento marcamos de ir a uma festa. Mesmo que eu quisesse ficar em casa, Yeonjun e Beomgyu me encheram o saco para ir, então, fui, né...
Esses dias minha mente está cheia. Inúmeros questionamentos rondam nela e não tenho coragem de colocá-los para fora. Mas de uma coisa tenho certeza, o que sinto por Beomgyu é amor e isso me assusta. Aproveitei a ida do Choi ao banheiro e segui rapidamente para fora da boate. Soltei o ar pelos lábios lentamente, respirando com mais facilidade. Odeio multidões e ficar ali é uma das piores sensações para mim.
Senti alguém sentar no chão ao meu lado, virei o rosto devagar e vi Yeonjun. Ele sorriu docemente e falou.
— Te vi saindo, sei que não gosta de multidões e só veio por insistência nossa. Mas, aconteceu mais alguma coisa?
— Nada de mais hyung, só minha mente que está cheia. — Respondi passando a mão na outra para conter minha ansiedade.
Ele segurou minhas mãos, sorriu docemente e falou novamente.
— Tem certeza que é apenas isso?
Mordi o lábio e tirei a visão dele. Admito que preciso falar isso para alguém.
— Na real hyung, eu tô apaixonado pelo Gyu. Nem acredito que tô admitindo isso, mas não posso mais negar o que sinto por ele. E estamos ficando já tem um tempo também, então...
Pude ver o rosado rir e em nada parecia surpreso.
— Isso já estava óbvio para todo mundo, Tae. Todos já desconfiavam, porém, ninguém quis tocar no assunto. Esperávamos que algum de vocês falasse.
Mordi os lábios em nervosismo. Não esperava que todos já tivessem desconfiança de que rolasse se algo. Mas porra, também, não era óbvio que estávamos ficando juntos mais que o comum ultimamente? Inferno!
— Não pense negativo sobre isso! Não julgamos vocês, jamais faríamos isso. Mas é que, algo em vocês mudou. Os sorrisos, os gestos, até o jeito que se olham. Tava na cara e só vocês não notaram isso.
Hyung tinha razão, cocei a cabeça um pouco sem jeito. Não tinha ideia de como estávamos agindo perto deles. Era surpresa para mim que eles tivessem nos vendo de uma forma diferente. Por outro lado, eu me sentia estranho, tudo parecia um turbilhão dentro de mim. Todas as lembranças vieram como uma avalanche, me atingindo de uma vez. Os toques, os beijos, as carícias e palavras não ditas, os olhares cúmplices quando fazíamos amor.
Caralho, eu só queria gritar. Por que de repente comecei a me sentir tão estranho?
— Hyung, e-eu, sinto muito! — Foi tudo o que consegui dizer antes de sentir lágrimas cair copiosamente.
Yeonjun se aproximou mais um pouco e me abraçou de lado, fazendo um leve carinho em meu braço, soando sussurros de que estava tudo bem. Ele não me impediu de chorar, mas me deu o conforto de soltar o que estava guardando há muito tempo.
Eu soluçava e me sentia um pouco idiota por isso. Quem viria numa festa e acabaria sentado no meio fio para chorar devido a sentimentos? Por Deus, por que me permitir chegar a este ponto? Não tenho uma resposta.
Estava tão inerte a tudo, que nem percebi que uma segunda pessoa havia se sentado do meu lado. Fazia um carinho caloroso em minhas costas, numa leve subida e descida. Por vezes afagava meus cabelos também. Tentei respirar fundo, puxar o ar devagar e depois soltar lento.
Yeonjun, que mantinha um de seus braços ao redor de minha cintura, fazendo um leve carinho ali, mantinha sua cabeça tombada sobre meus ombros. Percebi que ele levantou a cabeça para me olhar, limpou minhas bochechas molhadas, mesmo que algumas lágrimas ainda caíssem.
— Vou deixar vocês dois sozinhos, já fiz minha parte por hoje. — O de fios rosas disse e se levantou, me deixando confuso por um momento. Então beijou minha testa e saiu.
Eu ainda estava em transe, nariz fungando, provavelmente um rosto vermelho e inchado. Virei o rosto para olhar quem era e foi instantâneo abaixar a cabeça logo em seguida e constatar ser ele. Estava óbvio pela fala do hyung, mas eu me darei esse desconto por estar chorando.
— Sai do banheiro e não te achei. Fiquei preocupado, então um dos meninos disse que viu você vir aqui fora, só não esperava te encontrar assim.
Beomgyu colocou uma mecha solta de meus cabelos atrás da minha orelha. Parecia um pouco nervoso em falar algo, pude notar que ficou inquieto com as mãos.
— Te fiz algo? Porque, se fiz, eu... — Joguei-me em seus braços e não deixei que ele continuasse a dizer mais nada.
— Você não fez nada! — Sussurrei e ele apenas afagou meu cabelo.
Eu só queria ficar ali para sempre, em seu conforto, sentindo seu cheiro, sentindo seu coração bater freneticamente. Ele me abraçou de volta com mais força, um aperto que poderíamos nos unir se pudéssemos. Ele depositava leves selinhos castos em meu pescoço, roçava devagarinho seu nariz ali e eu só faltava me derreter nele. Sorri inalando seu cheiro e me segurando para não chorar mais do que já havia chorado.
Me afastei minimamente, apenas para lhe olhar nos olhos, mas fracassei no minuto em que os olhei. Escondi meu rosto na curvatura de seu pescoço em tamanha vergonha. E pensar que quando transamos eu nem senti essa vergonha toda, que piada. Bom, senti depois, mas isso não vem ao caso.
— Porra, gosto muito de você, nunca pensei que ficaria assim por gostar de alguém.
Soltei logo de uma vez. Senti suas mãos dedilhando minha cintura. Talvez estivesse tão nervoso quanto eu.
— Meu bem, olha para mim.
Travei. Por um instante hesitei, mas o fiz. Beom me olhava com ternura, suas íris, âmbares e brilhantes, poderia me perder nelas facilmente.
— Acredito que as coisas entre nós, tenham sido rápidas demais e tenho um pouco de culpa nisso. Quis isso desde o começo em que nos beijamos quando bebemos daquela vez sozinhos. Eu não esperava que você fosse se entregar, contudo, eu apenas segui o meu coração e meus sentimentos. Mas você poderia ter me dito o que estava sentindo. Você sabe que pode me contar tudo, Terry, não entendi o porquê deixou tudo isso guardado por tanto tempo.
— Não sei Beom, tive tanto receio e medo. Me desculpe! Eu deveria ter sido sincero com você e ter dito.
O olhei um pouco envergonhado, tratei de limpar qualquer resquício de lágrimas do meu rosto, sabia que estaria com os olhos avermelhados e um nariz um pouco inchadinho. Olharia isso no banheiro depois. Ele pegou o meu rosto e as envolveu com as mãos, fazendo carinho em minhas bochechas com os polegares.
— Ai, Tae, você é mesmo imprevisível — disse se aproximando roçando nossos narizes.
Fechei os olhos com o gesto.
— Seria muito se eu pedisse para você me beijar.
— Claro que não, seu bobo. — E em sua resposta, me deu um beijo lento.
Ainda mantendo nossos rostos colados, suas mãos nem hesitaram em deixar meu rosto. Eu me sentia em câmera lenta o beijando, agarrei sua nuca arrastando minhas unhas ali, o fazendo se arrepiar pelo toque, tão sensível. Sorri entre o beijo, terminamos com leves selares, e Beomgyu ainda depositou vários em minhas bochechas, me deixando como um adolescente idiota apaixonado. E eu realmente era.
Ficamos em nosso próprio mundinho fazendo carícias um no outro, aproveitando um pouco da nossa companhia até que Yeonjun apareceu e tinha o rosto avermelhado que não duvidei ser da bebida.
— Caraca, vocês não voltaram para dentro, fiquei preocupado. Mas pelo visto, estão ótimos.
Nos olhou com seus olhos em meia-lua encolhidos devido a seu sorriso, ele realmente estava torcendo por nós. Eu ri um pouco sem jeito e Beomgyu o olhava feio como se o dissesse para ir embora, o que não aconteceu é claro.
— O' Quê? Nem me olha assim. — Hyung dizia indignado para o louro, não pude evitar rir — melhor vocês entrarem, os outros estão querendo saber de vocês. Voltarei para dentro, então não demorem senhores. — Apontou o dedo para nós dois e entrou pela porta sumindo de nossas vistas.
— Então, é melhor nós irmos. — Levantei e ajudei o Choi a levantar-se também. O puxei em direção à porta, mas ele segurou meu pulso, me fazendo parar e olhá-lo esperando sua resposta.
— Não esqueça do que eu te falei. De agora em diante, levaremos a sério isso! Quero muito te amar.
Nada lhe disse, mas lhe dei um beijo com ternura. Não tinha mais dúvidas de que o meu amor era verdadeiro. Se eu negasse, seria um tolo e estaria me enganando.
Entrelacei nossas mãos assim que nos afastamos e voltamos para dentro da festa indo de encontro aos nossos amigos. Alguns já estavam um pouco alterados, o que não era nenhuma novidade, ficaram animados em nos ver finalmente juntos. Nem comentarei que ficaram gritando "esse é o meu casal" "já vou ignorar completamente essa parte. Eles tinham que me fazer passar essa vergonha. Relevei e fingi que eles eram uns doidos bêbados.
Arrastei Beomgyu comigo para a pista de dança e ficamos grudadinhos um no outro aproveitando aquele momento. Suas mãos firmes em minha cintura, sua boca perto de meu ouvido, cantando os versos da música em que tocava para que eu ouvisse com sua voz grave e rouca. Ele amava me provocar quando queria.
Já era um pouco tarde quando decidimos deixar o local. Os meninos também já estavam indo. Já estávamos em táxi a caminho da casa do Beomgyu. Ele mora em frente a minha casa, só que no outro lado da rua. Vamos dormir na casa dele. Não é como se não tivesse ocorrido outras vezes, contudo, agora seria diferente. Sorri olhando pela janela do carro. Beomgyu segurava minha mão e fazia carinho entre meus dedos. Deitei minha cabeça sobre seu ombro, repensei os acontecimentos da noite e de como estávamos agora. Não sabia se ficava aliviado ou eufórico. Talvez os dois. Só sei que, agora, eu só queria dormir tranquilo em seus braços enquanto recebia seus afagos e selares cuidadosos.
Sei que nossa história vai longe. Nosso amor durará nessa e em outras vidas.
~~
Olhei para meus filhos e eles dormiam tranquilamente. Claro que eles não escutaram nem ⅓ da história por adormecerem logo. Beijei as testas de ambos e sai do quarto devagar. Cheguei em nosso quarto e Beomgyu estava esparramado na cama, deitei ao seu lado e o mesmo se acomodou em meu abraço. Ele levantou a cabeça devagar e falou baixo.
— Você demorou! Eles deram trabalho para dormir? Por que não me chamou?
Sorri e beijei seus lábios lentamente, então respondi o abraçando mais ainda.
— Estava contando a eles como conheci o amor da minha vida e como nossa história começou.
Ele sorriu e me beijou novamente. Olhou em meus olhos e comentou.
— Sou tão grato por tê-lo em minha vida! Eu te amo, Terry.
Meu pobre coração continua não aguentando mesmo depois de tantos anos.
— Não tenho palavras para expressar o quanto sou grato por ter você ao meu lado! Eu te amo tanto, obrigado por tudo.
Permanecemos em nosso mundinho e um tempo depois adormecemos sabendo que nossas escolhas mudaram nossas vidas e foi para melhor. Não me arrependo e sou muito grato por tudo ter ocorrido dessa forma. Nem sei o que seria de mim sem Choi Beomgyu.
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