Capítulo 7



Eu a observava durante todo o trajeto, assim como ordenado, ela seguiu em direção ao banheiro e vi a porta se fechar. Fiquei pensando no porquê de não ter colocado uma câmera ali. Mas também, minhas vítimas nunca duraram muito tempo, por que diabos eu teria uma câmera em um banheiro? A menos que pensasse em matar alguma delas na banheira, eu poderia gravar e me divertir depois.

Comecei a pensar seriamente sobre isso, talvez eu devesse manter uma videoteca particular para mostrar as próximas que eu trouxesse. Meu bichinho de estimação poderia me ajudar a organizar os DVDs por data e arrumá-los na estante. Esse pensamento me causa certo assombro, em nenhum momento me passou pela cabeça em ela ser a estrela de algum dos vídeos. Eu só posso estar ficando maluco! Nunca uma dupla de assassinos funcionou, e essa mulher não tem cara que conseguiria matar nem mesmo uma barata, mesmo tendo pensado que segundos atrás ela poderia tentar roubar meu posto. Como posso estar aqui sonhando acordado em ter uma cúmplice? Preciso colocar minha cabeça no lugar e acabar com ela de uma vez.

Caminho pela sala de controle e abro um dosarmários, nele guardo as melhores facas de minha coleção. As coloco sobre abancada e tento me decidir qual usar para acabar de vez com esse incômodo quearrumei. Os minutos se passam sem que eu me decida por nenhuma. 

Fecho os meus olhos e vou à minha gaveta especial,essa faca eu adquiri em uma de minhas viagens enquanto buscava carne fresca.Gosto dos detalhes em rosa e azul e especialmente da rosa entalhada. Nunca ausei antes, guardava para uma ocasião especial e acho que a ocasião acaba dechegar. É bem feminina e romântica.

Dou uma gargalhada enquanto deixo meus olhos vagarem por todo seu comprimento. Chego a imaginar o sangue vazando do peito dela, enquanto observo seu lindo rosto pálido, seu corpo frio, imóvel no chão.

Assassinos chamam por Deus? O que aconteceu a seguir me fez gritar.

"Deus do céu!" Eu disse em voz alta e a empurrei para longe.

Levei alguns minutos para entender o que havia acontecido. Passei tanto tempo olhando a faca e sonhando acordado que não me lembrei de que havia deixado a porta aberta e principalmente que não estava mais vigiando a porta do banheiro. Aquela estúpida havia entrado em minha sala. Sabe Deus como! Com passos tão miúdos que nem a ouvi se aproximar e, quando dei por mim, a maluca estava me abraçando pelas costas!

Meu susto foi tão grande que, em um movimento brusco, a empurrei para longe. Ela imediatamente caiu no chão e ficou me olhando bastante assustada.

— Me desculpe! — Eu disse.

É, eu disse, me desculpe! Minha carreira estava acabada! Eu estava me tornando um frouxo!

Tentei me recompor e comecei a gritar.

— Sua estúpida! Eu disse que não era para entrar em lugar nenhum! Nunca mais encoste em mim!

— Eu não vou te fazer mal, eu só quero agradecer! — disse com olhos chorosos.

Eu não vou te fazer mal? Mas que piada! Essa mulher deve ser mesmo uma desequilibrada, será que ela faz ideia com quem ela está lidando? Será que ela acha mesmo que poderia me fazer mal? Sinto minhas mãos tremerem e as levo em direção ao meu rosto, apenas para ter certeza de que estou com minha máscara, mesmo eu sabendo que não a retirei. De repente, a ideia de ela me ver sem máscara se tornou assustadora.

— Cai fora daqui! — digo a ela e me viro de costas.

Escuto-a se levantar e caminhar lentamente até deixar a sala. Segundos depois, saio atrás dela. Tonta do jeito que é, seria bem capaz de voltar para o porão. A encontro ainda no corredor, ela não levanta mais os olhos para mim. Eu deveria estar feliz, mas algo me diz que não é medo que ela está sentindo e sim tristeza. Eu não sei lidar com isso! Essa é a pior vítima que eu poderia ter arrumado! Acho que vou chamá-la de pequeno demônio e não mais de bichinho de estimação.

Passo por ela e abro a terceira porta e a mando entrar. Ela caminha sem mostrar resistência e acendo a luz de um dos quartos. Assim que ela o atravessa, eu fecho a porta e vou para meu quarto para dormir. Eu não devo estar raciocinando direito depois de uma noite exaustiva, provavelmente irei matá-la quando eu acordar.

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