Capítulo 5
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@carolinefactum
Já devo ter dito que os anos me ensinaram a sentir o cheiro do medo, se ela estivesse viva e me ouvindo retirar as trancas da porta, eu deveria estar inalando o mais saboroso dos aromas, mas não senti absolutamente nada! Empurrei a porta devagar, ela continuava deitada no colchão. Coloquei a lamparina no chão para clarear um pouco o ambiente. Geralmente, eu coloco juntamente com a refeição diária uma lanterna a pilha, que ela me devolve quando termina para que eu a carregue. Não me arriscaria em lhe dar uma vela e uma caixa de fósforos, pois poderia colocar fogo no colchão, se matar, me fazendo perder toda a diversão. Permaneço em pé. Olhando atentamente, enquanto ela respira.
Não demora nem um minuto, ela vira o rosto em minha direção, abre os olhos e sorri. Não posso deixar de pensar que, se não estivesse usando essa máscara ao invés do sorriso, eu estaria escutando gritos intermináveis. Também não deixo de notar que, apesar do rosto pálido, ela continua tão bonita quanto antes. Acho que preciso tirar essa garota e levá-la para tomar um pouco de sol.
— Bom dia! — Ela fala de maneira alegre e se senta.
Penso comigo que ela não deve estar muito certa da cabeça. Quem consegue sorrir e dizer "bom dia" depois de uma semana trancada em um calabouço?
— Não é dia. — Respondo friamente.
— Boa noite, então. — Ela fala novamente. — Fico feliz que tenha vindo, fiquei pensando em quando iríamos finalmente nos conhecer! Tive um sonho, sonhei com bolo de chocolate!
Eu não podia acreditar nisso! Ela deveria estar morta de medo e não sonhando com bolos de chocolates. Fiquei tão surpreso que dei meia volta e saí sem nem mesmo voltar a olhá-la. Tranquei a porta e voltei para o andar de cima.
Eu precisava me acalmar. Fiz o que sei fazer de melhor. Abri a porta principal e saí para mais uma caçada! Somente caçar uma vítima que corra, grite e sinta medo, uma vítima como todas deveriam ser, poderia me acalmar e não como aquela demônia que está hospedada em minha caixa de espera.
(Diana)
Ele veio até mim e juro que saiu correndo. Eu não entendi nada. Ele me salvou! Sei que ele não quer me fazer mal, se quisesse já teria feito. Notei que ele estava com uma máscara estilo veneziano. Fico imaginando o porquê. Pude ver seus cabelos negros um pouco longos, exatamente como me lembrava no dia em que ele me resgatou.
Talvez ele não goste de bolo de chocolate. Começo a me sentir mal, ele não deve ter muito dinheiro, pois só me traz pouca comida. Estou pronta para me desculpar assim que ele voltar.
O tempo que passei aqui me fez pensar muito sobre o quão solitário ele deve ser. Talvez seja um cara perdido como eu e quem sabe poderemos morar juntos e fazer bolos de chocolate! Minha boca começa a salivar só de pensar. Talvez ele não tenha me levado para cima também por medo, vai saber, né? E se eu fosse uma maluca? Ele não poderia saber. Certo que ele matou aqueles garotos, mas colocar uma estranha em sua casa pode ser perigoso, acho que ele está apenas tendo certeza de que pode confiar em mim. Eu não me importo de esperar. Estou bem feliz aqui.
Não preciso me preocupar em ter uma noite de sono tranquila, sempre tinha um bêbado querendo me fazer mal ou algum morador de rua querendo roubar a pouca comida que eu tinha. Aqui a comida é pouca, mas é só minha! Ele é tão bonzinho! Até uma lanterna me traz! Deixo acesa durante o dia e, quando ele vem recolher a bandeja de noite, devolvo, pois descobri que é uma lanterna recarregável. Eu nunca ouvi a voz dele antes, ele sempre vinha e saía sem dizer um único oi, mas dessa vez ele falou, um pouco, mas falou. Gostei da voz dele. Estou bem ansiosa! Acho que seremos melhores amigos!
Seja lá o porquê de a TV dizer que ele é um maluco, eu não concordo, pode parecer loucura, mas já me apeguei, eu nunca tive ninguém que cuidasse de mim como ele cuida. Nunca tive ninguém que se importasse e sei que, se dependesse da minha família, não só teriam deixado aqueles garotos fazerem o que quisessem comigo, como ficariam assistindo e rindo!
Ele é diferente. Ele é doce, gentil, sei que ele é! Mesmo às vezes penso que esteja imaginando coisas, mas sei que ele é, bem dentro, lá, no fundo do seu coraçãozinho. Suspiro de forma triste e pensativa. Uma vez, uma professora me disse que eu era otimista demais e que, se eu não mudasse minha forma de ser, ia acabar me dando mal. Isso porque tinha um garoto idiota na escola que um dia jogou uma lata de lixo na minha cabeça. Foi uma confusão dos infernos, chamaram a diretora e tal, ele levou três dias de suspensão, mas eu disse à professora que entendia, que ele não era mal, ele apenas queria que as pessoas à sua volta fossem tão infelizes como ele.
De qualquer forma, soube que ele foi parar em uma dessas instituições para menores, pois havia colocado fogo na casa dos pais. E aí foi quando a professora me disse que nem todo mundo era alguém bom, que precisava só de ajuda, e que era melhor eu mudar minha cabeça ou ganhar dinheiro com isso sendo psicóloga.
Isso me desanimou muito e por bastante tempo eu tentei ser mais pessimista. O mundo já está cheio de gente triste e infeliz e eu não quero usar o tempo que tenho para somar e ser mais uma. Embora minha vida tenha sido bem ruim, eu continuo feliz com tudo o que tenho e, se antes eu não tinha nada, eu já era otimista, imaginem agora que tenho alguém que me deu um teto e me livrou de coisas terríveis que as ruas poderiam me oferecer. Como posso ser pessimista com esse cara? Ele me traz comida, caramba! Se ele só quisesse me fazer mal, ele teve tempo suficiente para isso. E se ele não tem condições financeiras para me dar melhor, como posso criticar alguém que me oferece tudo o que tem? Espero sinceramente que ele volte logo e com mais tempo dessa vez, quero dar um grande abraço nele como agradecimento!
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