Capítulo 38
Ficava pensando no que contaria para Diana quando ela acordasse, como arrumaria coragem para dizer que o repolho dela estava morto. Meu Deus, meus nervos estão me matando, a droga do cachorro chama espinafre e não repolho. Incrivelmente, o cachorro saiu de perto de Diana assim que ouviu passos na escada.
Não, o imbecil não me trouxe a chave para que tudo terminasse como uma linda história de cinema, mas ao menos o retardado se escondeu atrás de uma caixa grande que tinha no aposento.
Meu alívio durou pouco, porque o psicopata chegou fazendo malabarismo com as camisinhas que encontrou e ainda teve coragem de me mandar escolher uma.
Eu sabia que tinha chegado ao fim e nada mais do que eu fizesse iria impedir o que aquele monstro estava disposto a fazer. Então, fiz a única coisa que eu podia e chamei por todos os santos, zumbis e espectros para que, se meu plano desse certo, eu dormiria no chão e deixaria o espinafre com Diana na cama. Fiquei nas pontas dos pés e olhei pela pequena janela e comecei a gritar.
— Agora, venham, ele está aqui!
É claro que não tinha ninguém do outro lado da janela, mas minha esperança era de que o demônio se aproximasse da minha jaula para olhar pela janela e aí eu o agarraria pelas grades e o mataria. E depois... bem, depois que isso acontecesse, eu pensaria como acordar Diana ou fazer esse cachorro desgraçado me entregar as chaves.
Ele me olhou confuso, mas não chegou a se mexer.
Então continuei com meu teatro, e disse que ele tinha que ser muito idiota, se achava vivermos isolados e não tínhamos funcionários. Em breve, a casa seria invadida e ele não sairia dali vivo.
Por um momento, senti medo em seus olhos, mas logo passou, ele voltou a sorrir, dizendo que eu era patético e se abaixou para arrancar a calça da Diana.
Ouvi um barulho lá fora, achei que estava imaginando coisas, mas ele também pareceu ter ouvido, pois ele se levantou imediatamente. Fiquei torcendo para ele se aproximar da janela, e assim meu plano teria dado finalmente certo. Mas não foi o que ele fez. Ele foi até perto da caixa onde espinafre estava escondido, por algum milagre não o viu e retirou de dentro um revólver.
— Eu já volto, amorzinho — disse, chutando a cabeça de Diana, fazendo com que mais sangue se espalhasse pelo chão.
Então, sentei-me no chão e chorei. Minha vida havia acabado, ele ia ver que seja lá que barulho foi aquele, não havia empregado nenhum, ia retornar fazer o que quisesse com minha Diana, eu ficaria berrando até perder a voz enquanto ele a torturava e depois ele a mataria sem que eu pudesse fazer coisa alguma.
Chorei minha alma e todo o líquido do meu corpo deve ter saído pelos meus olhos. Eu já não me preocupava mais com o que ele ou qualquer pessoa pensasse de mim, eu estava acabado. E sim, eu sou um covarde, eu tentei me matar para não ter que assistir toda essa tragédia, reuni toda a força que me restava e dei com minha cabeça na grade na esperança de perder os sentidos. Fiquei zonzo e cheguei até a bambear as pernas e quando eu me erguia para dar um novo impulso eu ouvi um tiro, achei que a pancada estava me causando alucinações, pois logo após do primeiro comecei ouvir vários, inúmeros, como se minha casa estivesse virando um queijo suíço.
Então, meus olhos não puderam acreditar quando um homem do tamanho de um guarda-roupa entrou na sala em que estávamos com uma HK, uma metralhadora alemã, a qual eu sempre desejei comprar e nunca havia conseguido.
O brutamontes tirou um rádio da cintura e falou:
— Limpo.
Assim que ele terminou de falar, uma mulher entrou, mulher a qual reconheci imediatamente. Diana 2 estava bem diante dos meus olhos, ela tirou uma arma da cintura, mirou em mim e atirou mais 3 vezes e depois disso eu não vi mais nada.
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