Capítulo 37
E eu achando que as coisas não poderiam piorar. Sim, elas poderiam e iriam ficar bem piores e o pior de tudo era admitir que a culpa era exclusivamente minha.
Esse maluco nem havia tido essa ideia antes, ele apenas teve por se basear na minha reação impensada e idiota e mais uma vez coloquei a segurança da Diana em risco. Sou um grande idiota! Já chamei por todos os santos e, se sairmos dessa situação, eu prometo ser um bom pai de família.
O que aconteceu foi que, depois desse desgraçado cansar de me dar choques, ele acabou sentando pelo chão. Eu estava com meu corpo quase entregue, estava ajoelhado com ambas as mãos segurando nas grades, tentando ainda manter um pouco da minha dignidade, só que Diana acordou.
Ela acordou mesmo, não foi um leve acordar, é como se o sono tivesse lhe dado um pouco de forças e ela abriu um dos olhos perfeitamente, somente um, já que o outro estava grudado com sangue pisado e quase não se sabia onde começava o olho ou a bochecha. Mas o problema é que ela olhou para mim e disse:
— Desculpa por não conseguir impedir ele de entrar, Jeff.
Os meus olhos se encheram de lágrimas e eu só queria poder abraçá-la, eu dizia que não tinha problema e que estava tudo bem, que iria ficar tudo bem e talvez fosse realmente ficar tudo bem. Se o grande imbecil aqui não tivesse lembrado que estava pelado na frente da Diana!
Devo ter empalidecido, ficado verde, amarelo, azul e branco, porque automaticamente larguei as barras das grades e me cobri com as mãos e isso foi a pior merda que eu poderia ter feito. Isso instantaneamente chamou a atenção do maníaco psicopata que até então só pensava em nos matar. Agora que ele entendia que Diana e eu nunca havíamos sido amantes. Eu poderia ver um brilho bem macabro dos olhos dele e confesso que nunca senti tanto medo em minha vida.
O desgraçado não parecia ter pressa, ele passou anos estudando isso, me estudando, aguardando por esse momento, eu deveria saber que ele tinha todas as armas para me aterrorizar, só não imaginei que eu ia acabar colaborando tanto assim. Eu me odiava a cada segundo mais.
Ele esvaziou os bolsos do jeans bem devagar e isso estava me deixando doente, eu esperava e não esperava o próximo passo dele. Diana continuava desperta. Ela parecia ter entendido também e ao contrário de mim ela parecia bem mais calma.
— Só você! Acho que é o único cretino que sustenta uma prostituta sem trepar com ela!
Ele ria, olhava ora para mim e ora para ela e eu já sentia minhas mãos ficando roxas de tanto que eu apertava a barra de ferro.
— Você não tem doença, tem queridinha?
Ele perguntou cutucando Diana com o pé e ela o ignorou, apenas continuou olhando fixo para mim.
Eu fazia todas as promessas que você pode e não pode imaginar, jurei dormir no chão e deixar o saco de pulgas dormir na minha cama, jurei me entregar para a polícia, eu jurei e juraria qualquer coisa desde que Diana não fosse tocada por aquele cretino.
A faca que ele carregava era bem afiada e vi isso quando ele rasgou a camiseta que Diana estava usando, como se fosse uma fruta. Ele tirou o sutiã dela com a faca e, sem esforço, esse também foi partido. Nesse momento, eu gritava feito um histérico e eu sabia que isso de nada iria adiantar, eu só estava alimentando a raiva e a doença dele, mas eu não conseguia fazer nada além de gritar, rezar e esperar por um milagre.
Ele segurou Diana pelos cabelos e mordeu sua bochecha, ficou uma enorme marca com o desenho dos dentes desse desgraçado. Se eu colocasse as minhas mãos nele, eu seria capaz de arrancar órgão por órgão, mas tomando o cuidado para que ele não morresse muito rápido. Eu o torturaria por anos!
De certa forma, foi bom ele realmente achar que Diana fosse uma garota de programa e tivesse medo de pegar alguma doença, isso me deu tempo.
Ele me perguntou onde eu guardava camisinha e disse que, se eu não tivesse em casa, iria cortar pelo menos três dedos da Diana. Felizmente eu tinha, embora eu mal consigo me lembrar quando foi a última vez que usei e se estivessem vencidas a vergonha seria ainda maior. Torci mentalmente para que ele não olhasse a data de validade. Procurei não olhar para o molho de chaves que ele havia largado com as demais porcarias que ele tirou do bolso, eu tinha esperança que ele não notasse.
Tudo teria saído perfeito se, depois que eu disse que as camisinhas estavam em uma caixa no meu quarto, ele não tivesse chutado mais uma vez, Diana. Minhas esperanças de pegar as chaves acabaram quando ela foi desacordada mais uma vez. Ele prometeu que acordaria quando voltasse. Ele fez de propósito! Tenho certeza de que ele sabia minhas intenções e fez isso só para me torturar.
Eu gritei, chamei, implorei e nada da Diana acordar, o molho de chaves estava ali a menos de dois metros de mim. Se ela pudesse só jogar para mim, eu abriria a jaula e todo esse pesadelo acabaria, mas não, ela não acordou!
Em poucos minutos, comecei a ouvir um som estranho que não consegui identificar muito bem e, quando me dei conta, o espinafre estava se arrastando só com as patas da frente. Meu coração disparou! Gritei para ele, apontei onde estavam as chaves, mas esse cachorro idiota só cheirava a Diana e lambia o rosto dela.
— Saí daí, seu retardado! Se ele voltar, ele te mata!
O idiota continuava chorando e tentando acordar Diana! Eu tentei me espremer pela grade, mas óbvio que eu não passaria. Chutei as barras de ferro até meus pés latejarem e nada de eu achar uma maneira de sair dali, nem de Diana acordar, nem do pulguento evitar a morte, pois era exatamente o que o psicopata faria se o visse ali.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top