Capítulo 24
(Jeff)
Há bastante tempo eu havia parado de pensar em matar Diana, mas confesso que hoje minha vontade veio à tona novamente.
O idiota aqui dirigiu com um cachorro pulguento no banco, que ficava pulando para frente e para trás e ainda insistia em lamber minha mão mesmo eu dando uns bons gritos com ele. Passei em uma loja de bolos, comprei uma porcaria de um bolo de chocolate para ela, pensei em comprar flores também, mas acabei desistindo, ainda bem! Provavelmente após o ocorrido eu teria dado com o ramalhete na cabeça dela. Teria dado com a droga do cachorro na cabeça dela também, mas ele saiu correndo.
Depois passei em uma loja e comprei um celular, não escolhi muito, pois eu já via sinais da maquiagem que começava a sair e não queria que me reconhecessem. Enfim, tudo que fiz foi pensando nela e por ela. Corri torcendo para não me pararem por alta velocidade, tudo para chegar em casa e matar a saudade e imagina só o que aconteceu!
Cheguei em casa por volta das dez da manhã, pelas janelas abertas tive certeza que Diana já estava acordada e podia até sentir o delicioso aroma do café vindo pela janela da cozinha.
Sei que ela ouviu o barulho do motor, pois eu nem tinha estacionado ainda, ela estava abrindo a porta. Ela parou na entrada com aquele sorriso maravilhoso e vê-la assim feliz ao me ver retornar fez meu coração disparar. Abri a porta do carro e peguei o embrulho do bolo e então...
O pulguento saiu correndo em sua direção e depois disso deixei de existir!
— Espinafre! — Diana gritou.
Cheguei a olhar em volta se havia nascido espinafre no chão, logo me senti um idiota, a porcaria do vira-lataS que se chamava espinafre! Ela chorava e rolava no chão com o cachorro e mal olhou na minha cara!
Eu idiotamente ainda tentei falar sobre o bolo, mas ela nem sequer quis me ouvir. Estava debulhada em lágrimas dizendo o quanto amava aquele animal imundo e foi correndo com ele para a cozinha dando leites e pães que estavam sendo preparado para mim!
Ela nem ao menos me perguntou como eu estava, tudo que dizia era:
"Senti sua falta", "sabia que um dia iria te reencontrar", "nunca mais vamos nos separar", "como eu te amo".
Como odeio esse cachorro idiota e ela, principalmente! Eu me tornei algo totalmente desnecessário! Se eu morresse agora, tenho certeza de que ela nem notaria, desde que tivesse o cretino espinafre pulando e abanando o rabo!
Me joguei no sofá e fechei os olhos tentando não pensar na situação absurda que eu estava vivendo, aquela era minha casa, ela deveria ser minha e um mísero animal chegou e tirou toda a atenção dela. Juro que pensei em matar o cão envenenado e talvez ela também!
Minha mente vagava assim quando fui surpreendido por um sonoro beijo na bochecha, acho que fiquei paralisado ao vê-la tão perto. Eu estava tão distraído que nem cheguei a perceber que ela havia se sentado ao meu lado. Corri os olhos pela sala e o cachorro dormia em cima da minha almofada.
— Obrigada, Jeff! O espinafre era tudo que eu tinha na vida! Agora tenho vocês dois!
Ela envolveu os braços em volta do meu pescoço e voltou a beijar meu rosto. Não emiti nenhum som, nem mesmo mexi um músculo, mas por dentro eu estava tendo um ataque epilético. Ela se levantou dizendo que iria fazer café, e começou a falar uma coisa atrás da outra, que precisávamos dar banho no espinafre, levar ao veterinário e sei lá mais o quê. Acho que ouvi algo sobre precisarmos de uma casa em um lugar menos distante.
Meus pensamentos estavam confusos, eu já não me reconhecia, odiava ter que dividir a atenção dela, e, por outro lado, eu estava feliz por ser incluído em sua vida.
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