meta de votos: 700 !!! assim que bater posto o próximo! ainda vai ter pegação pra quem perguntou e água pra correr, falta um pouco pra acabar ainda 🙄🙄

música sugerida: mastermind - taylor swift

"what if i told you i'm a mastermind?
and now you're mine."

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AMELIE PARISI

Mônaco, Monte Carlo

O sol começava a invadir o quarto, pintando as paredes com um tom dourado que me fazia querer me esconder mais fundo sob os cobertores. O cheiro dos lençóis com perfume de Charles ainda impregnava o quarto, e por um breve momento, fechei os olhos, querendo voltar a dormir mais.

Foi só quando me virei na cama que percebi: Eu estava sozinha. 

Franzi a testa, abrindo os olhos devagar. Ainda era cedo, e eu sabia que Charles normalmente não era alguém que saía da cama sem ser forçado. Seu lado da cama estava vazio, e os lençóis ainda um pouco amassados.

Ontem havíamos conversado mais um pouco antes de resolvermos dormir, e não tínhamos brigado ou qualquer coisa do tipo. Era estranho. Estávamos indo bem, Charles nem estava mais furioso comigo.

Levantei devagar, puxando a camisa dele, que eu havia usado para dormir, mais para baixo, cobrindo minhas coxas enquanto andava pelo quarto. Talvez ele tenha ido tomar um café, pensei, mas conforme cheguei à porta e tentei girar a maçaneta, meu coração deu um leve salto. 

Trancada. 

Minha confusão se transformou em algo próximo a desconfiança.

Por que ele trancaria a porta? 

Respirei fundo, tentando me acalmar. Talvez fosse um erro. Talvez ele tivesse fechado por reflexo antes de sair.

Mesmo assim, a ideia não fazia sentido.

Caminhei até a janela, mas o silêncio lá fora também era gritante. O apartamento parecia vazio, quase fantasmagórico sem ele. 

Puxei o celular, abri o aplicativo de mensagens e digitei rapidamente: 

Amelie: Charles, onde você está? A porta está trancada. 

Enquanto esperava uma resposta, sentei-me na beira da cama, mordendo o lábio inferior. Ele claramente não estava no apartamento, já que seu celular nunca ficava no modo silencioso e o barulho de mensagens chegando era irritante.

Algumas vezes até acordei no meio da noite por isso.

Foram os minutos mais longos da minha vida, mas finalmente ouvi o som da chave girando na fechadura. Levantei-me de imediato, vendo a porta se abrir lentamente. 

Charles entrou com o rosto levemente corado, e o Leo, animado como sempre, entrando correndo e pulando sobre mim. 

- Bom dia. — Ele disse com um tom casual.

- Você me trancou aqui? — Perguntei, mais surpresa do que irritada. 

Ele colocou as chaves sobre a mesa e suspirou, passando a mão pelos cabelos bagunçados. 

- Não queria que você fosse embora enquanto eu levava o Leo para passear. — Ele admitiu, olhando para o chão por um momento antes de voltar seu olhar para mim. 

Fiquei sem palavras por alguns segundos, tentando processar o que ele tinha acabado de dizer. 

- E você achou que me trancar no quarto era uma boa ideia? — Perguntei, cruzando os braços.

Ele continuou me olhando, parecia estar me analisando e pensando no que iria dizer.

- Sim! Eu sabia que seria algo rápido e achei que você ainda estaria dormindo quanso eu voltasse. — Ele respondeu dando de ombros e se aproximou me dando um beijo no rosto. - Não fique com essa cara, você sempre foge de mim.

- Mas eu não iria a lugar algum. — Resmunguei e voltei a me sentar na cama. - Não precisava ter me trancado aqui.

O vi dar de ombros, como se realmente não estivesse ligando para isso. Abracei minhas pernas e o observei retirar o moletom que usava.

- Foi meu primeiro pensamento, achei que poderia fugir de mim de novo. — Ele se sentou ao meu lado e beijou meu ombro. - Dormiu bem?

- Sim. — Falei me afastando um pouco e passei a olha-lo, o vendo franzir as sobrancelhas. - Por que nunca me disse que eu trabalho para você?

Estava com isso na cabeça alguns bons dias e dúvidas envolta disso, e só agora estava conseguindo finalmente colocar o assunto em mesa.

- Como assim? Você me segue pra cima e pra baixo cuidando da minha imagem, surpresa. — Ele falou dando uma risada e negou com a cabeça.

- Mas você nunca me disse sobre isso explicitamente. — Voltei a falar mais uma vez e neguei com a cabeça. - Por que nunca me disse que é você quem fiscaliza meu trabalho?

- Você não sabia disso? — Ele perguntou e neguei com a cabeça. - Isso estava no contrato quando você assinou, você não leu as letras pequenas?

Neguei com a cabeça mais uma vez e sua mão veio a tocar minha coxa, acariciando ali.

- Então, só me contratou por que me acha bonita e queria... — Fiz uma pausa, respirando fundo antes de continuar. - E queria ficar comigo desde o início?

- Sim e não. — Ele falou dando de ombros. - Silvia tinha separado 3 dos currículos que ela mais tinha gostado. Eu não queria ninguém, porque sentia falta da Mia, mas aí eu vi você e sabia que precisava te ter para mim.

O olhei um pouco incrédula e então neguei com a cabeça.

- Não é justo. — Resmunguei e então cruzei meus braços. - Deveria ter sido escolhida por minhas competências e não porquê o piloto bonitinho não consegue manter as calças fechadas!

Fechei a cara o vendo me olhar meio incrédulo. Estava me sentindo enganada.

Nada disso foi coincidência.

- Mas isso já passou, você não trabalha mais para mim. — Ele falou deixando outro beijo em meu ombro. - Devia ajudar o RH e a Silvia a procurarem outra pessoa para o seu lugar, não faço questão nenhuma,

- Você não quer mais que eu volte a trabalhar?! — O questionei ainda mais incrédula. - Já estava com planos de me demitir?

Sua testa se franziu mais uma vez e o mandei um olhar feio. Estava ficando cada vez mais irritada.

- Amelie, você se demitiu, a equipe já está até procurando outra pessoa. — Ele falou e tinha um olhar confuso no rosto. - Ainda quer trabalhar comigo? Se quiser eu ligo para Silvia agora mesmo avisando que vai voltar, ela vai ficar aliviada, tenho certeza.

- Outra pessoa?! Você não quer mais que eu trabalhe com você?! — Exclamei, sentindo meu rosto ficar vermelho em pura irritação. - Então, já sabe quem vai ser a próxima assistente com quem você vai dividir a cama?

- É óbvio que eu quero que você trabalhe comigo, mas você se demitiu, se quer seu emprego de volta tem que dizer. — Ele falou dando risada e fechei mais a cara. Não estava vendo graça. - Eu só divido a minha cama com você e vai continuar sendo assim.

- Você disse que não fazia questão! — Falei o olhando e fechando minhas mãos para não o estapear. - Pode avisar a Silvia que eu vou voltar, não quero outra mulher perto de você...

Neguei com a cabeça e senti seu olhar indignado em mim, mas ignorei.

- Eu nunca falei isso, está botando palavras na minha boca. — Ele reclamou e passou os braços por minha cintura. - Você é muito ciumenta, sabia disso? Mas tudo bem, eu gosto.

- Eu me lembro de ter ouvido você falar exatamente isso... — Resmunguei e ele negou com a cabeça.

Continuei encarando a parede em minha frente, ainda com a cara fechada e irritada. Não estava muito feliz.

Tornei a cruzar meus braços e Charles me puxou para mais perto, colocando os lábios em meu ombro e fazendo uma trilha de beijos até meu rosto. Tentei me afastar, mas seu aperto era mais forte do que eu.

- Por que está com a cara fechada? Eu nem fiz nada dessa vez. — Ele perguntou me dando mais um beijo no rosto. - Não pode ficar brava comigo... ainda estou com saudade.

- Eu quero meu emprego de volta... — Resmunguei e o senti dar uma mordida forte em meu ombro, me arrancando um gemido baixo. - Isso doeu...

- Você vai ter seu emprego de volta, amor. — Ele resmungou de volta, beijando meu rosto. - Não acha que foi uma grande coincidência o universo nos juntar na mesma sala de reunião?

Franzi a testa e neguei com a cabeça.

- Não parece ser uma grande coincidência. — Falei, e então relaxei meu corpo em seus braços.

- Mas agora você é minha. — Charles falou, com um sorriso convencido no rosto. - E é isso que importa.

E mesmo que a raiva ainda borbulhasse dentro de mim, a maneira como ele sorria, era quase irresistível: suas covinhas marcando suas bochechas e seus olhos parecerem brilhar.

Suspirei, sentindo meu coração se derreter, mesmo contra minha vontade. Talvez ele estivesse certo. Talvez, apesar de tudo, o que importava era estarmos juntos.

[...]

ooooi !! Charles meio obcecado pela amelie