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música sugerida: midnight rain, taylor swift

maratona, capítulo 1/2

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AMELIE PARISI

Canadá race week, race day

Entrei na sala de Charles com a cabeça a mil. Eu vinha tentando organizar os cronogramas, revisar algumas demandas de última hora e, principalmente, evitar que meus pensamentos fugissem para ele. Charles.

Ele estava mais ocupado que o normal com a equipe e reuniões referentes a coisas sobre o próximo ano dentro da ferrari, e eu vinha tentando não levar isso para o lado pessoal.

Estava acostumada demais com toda a sua atenção voltada para mim e estarmos juntos quase o tempo todo, mas agora, estávamos praticamente nos vendo apenas a noite e quando ele claramente está esgotado.

E hoje eu sabia que seria ainda pior, dentro de algumas horas teria a corrida e eu sabia que o carro não respondia bem. Estava me preparando mentalmente para as entrevistas que Charles daria.

Com meus olhos já ardendo de tanto ler cláusulas contratuais, eu desviei o olhar e vi algo no qual me chamou a atenção.

Sobre a mesa estava um buquê maravilhoso de rosas vermelhas e rosas brancas estava disposto em um vaso de vidro, acompanhado de um pequeno envelope.

Franzi a testa, confusa. Quem teria deixado aquilo ali? Ainda mais na sala de Charles.

Caminhei até a mesa, peguei o envelope com cuidado e abri. Reconheci a caligrafia imediatamente. Era do Charles.

"Amelie, desculpe por estar um pouco ausente nos últimos dias. Sei que minha atenção tem estado em mil lugares e tenho estado ocupado com os compromissos da equipe. Mas queria que soubesse o quanto você é importante para mim. Espero que essas flores possam expressar um pouco do que eu não soube dizer.

Com amor,
Charles ♡"

Li as palavras uma, duas, três vezes, e a cada leitura senti algo apertar dentro de mim. As flores eram lindas, perfeitas, e o bilhete havia me acertado em cheio.

Ele não tinha ideia do que estava fazendo comigo.

Meu coração apertou de uma forma que não consigo descrever. Lágrimas brotaram nos meus olhos antes que eu pudesse contê-las. Em vista da última semana que passamos juntos, posso dizer com toda a certeza que isso é exatamente o tipo de coisa que ele faria.

E eu? Eu estava aqui, tentando esconder de mim que talvez eu estivesse apaixonada por ele.

Lisa estava certa. Elise estava certa.

E desde que comecei a perceber, isso me aterrorizava. Passei quase que a noite toda em claro com as palavras de Lisa ecoando em minha mente.

Suspirei, passando as mãos pelo rosto. Meu coração estava batendo rápido demais, e uma voz irritante dentro de mim começou a sussurrar coisas que eu não queria ouvir.

“Você gosta dele.”

- Não, não, não... — Murmurei andando de um lado para o outro, um ato de desespero.

Mas quanto mais eu tentava negar, mais claro ficava. Eu gostava do Charles.

De repente, tudo pareceu esmagador. A maneira como ele me fazia rir sem esforço, como eu me derretia por seu sorriso com covinhas, e como eu me senti bem ao lado dele nos últimos dias. E esse buquê, esse bilhete... era demais. A gota d’água.

Eu não podia mais tentar enganar a mim mesma.

Meu peito estava apertado. Eu não podia mais ignorar o que estava acontecendo dentro de mim. Mas, ao mesmo tempo, eu não podia continuar assim.

Estava ignorando tudo isso há um bom tempo.

Eu tinha medo. Medo de sentir demais, medo de me entregar completamente. Não conseguia ver em um só universo que isso poderia dar certo.

Porque, no fundo, eu não sabia como lidar com o que estava acontecendo. Nunca soube.

Os pensamentos vieram como uma avalanche. E eu precisava de tempo. Tempo para entender tudo isso. Respirei fundo, tentando organizar meus pensamentos, mas o caos dentro de mim estava apenas começando. Minha mente estava uma bagunça, minhas mãos estavam tremendo.

Eu estava completamente apavorada com tudo isso. Minha ficha tinha caído de uma só vez.

Ele era Charles Leclerc, a estrela da Ferrari, o homem que carregava o peso de uma equipe nos ombros. E eu? Eu era só a Amelie. Uma assistente que agora estava completamente desesperada com seus próprios sentimentos.

Peguei o bilhete de novo, mas as palavras já estavam gravadas na minha mente. Ele se importava comigo, claro, mas e se isso não fosse suficiente?

E se eu acabasse perdendo ele, me machucando ou machucando ele?

Eu precisava me acalmar antes que isso saísse do controle.

Meu coração estava batendo tão forte em meu peito que eu já sentia a crise de ansiedade se aproximando. Sem pensar muito, saí da sala com passos rápidos. Eu precisava resolver isso. Fui direto para a sala de Silvia, minha chefe. Ela olhou para mim com surpresa quando entrei sem bater.

- Amelie, o que aconteceu? — Ella perguntou, notando meu estado agitado.

Eu respirei fundo, tentando controlar as palavras que estavam prestes a sair.

- Eu... eu quero pedir demissão, Silvia. — As palavras saíram mais rápidas do que eu esperava, e meu coração batia tão forte que achei que ela pudesse ouvir.

Silvia ficou quieta por um momento, e, antes que eu pudesse explicar mais, ela falou, com a falsa calma de sempre:

- Demissão? — Ela se inclinou na cadeira, mais curiosa com isso do que surpresa. - Mas por quê, Amelie? Aconteceu alguma coisa?

- Eu estou passando por muita coisa e eu só preciso de um tempo para.. mim. — Falei, com minha mente lutando para formular uma frase completa.

- Eu entendo, Amelie, mas talvez seja uma boa ideia você conversar com Charles primeiro. Se você está passando por alguma coisa ele pode te dispensar por alguns dias. Charles pode não ser tão bom em falar diretamente, mas você pode encontrar uma forma de explicar a situação para ele. — Silvia disse, ainda com seu olhar em mim.

- Me dispensar por alguns dias? — Perguntei. Não era isso o que eu queria. - E por que eu falaria com ele sobre isso?

- Você tem sido essencial para e equipe, e, além disso, você trabalha diretamente para o Charles, você sabe. — Meus olhos piscaram várias vezes.

- Eu… o quê? — Perguntei, minha voz trêmula. - Eu não entendi direito. Você está dizendo que trabalho para o Charles? Desde quando?

Silvia me olhou de maneira cansada, como se fosse óbvio.

- Sim, Amelie. Desde o começo. Você sempre foi parte da equipe dele, assim como o Andrea, Antoine e Nicolas. — Sua voz soava mais calma agora.

Meu coração praticamente pulava em meu peito agora.

- O quê?! — Repeti. A ruiva deu um suspiro cansado.

- Achei que você soubesse. Foi Charles quem aprovou sua contratação e supervisiona seu trabalho indiretamente na maior parte do tempo. — Mais uma vez, Silvia explicou. - Ele é seu chefe direto.

Charles quem tinha me contratado?

Eu congelei. Aquelas palavras me atingiram com a força de um raio. Eu... trabalhava para ele. A ficha caiu de uma maneira tão cruel que eu quase não consegui respirar. Tentei lembrar se ele havia mencionado algo sobre isso antes, mas nada vinha à mente. Eu sempre soubera que ele era meu chefe, mas não dessa forma.

- Ele nunca me disse nada. — Minha saiu em um sussurro.

- Ah, falou, sim. Você só não percebeu, talvez. Ele vive jogando indiretas, mas acho que você nunca ligou os pontos, Amelie. — Silvia disse.

O choque me deixou sem palavras. Silvia me observava com atenção.

Meu coração batendo mais rápido do que nunca antes.

- Amelie, esse pedido de demissão tem a ver com ele? — A ruiva tornou a perguntar.

Meus olhos se arregalaram e neguei com a cabeça.

- Não, claro que não. Eu só preciso de tempo, é só isso. — Tentei desconversar, mas Silvia não parecia convencida. - Estou passando por alguns problemas pessoais.

Silvia suspirou, mas então insistiu:

- Amelie, talvez você devesse falar com ele sobre isso. Explicar o que está acontecendo. Tenho certeza de que ele vai entender. — Neguei com a cabeça.

- Eu não quero falar com ele. — Minhas palavras saíram de forma rápida e desesperada. - Não agora. 

Silvia continuou me observando, e eu sabia que ela desconfiava que o motivo era ele.

- Certo. — Ela não parecia convencida, mas não pressionou. - Se é assim, sugiro que você envie um e-mail para o Charles explicando sua decisão, é o mínimo que pode fazer e será mais profissional do que não dar explicações.

- Tudo bem, eu farei isso. Obrigada, Silvia. — Agradeci, sentindo lágrimas em meus olhos.

Ela voltou ao computador, mas minhas mãos ainda tremiam. Eu precisava sair dali. Precisava de ar, de distância, de qualquer coisa que me ajudasse a colocar meus pensamentos em ordem.

Mas, enquanto caminhava pelo corredor, a situação toda saía da minha mente. E, no fundo, eu sabia que fugir não resolveria nada. Charles estava em todos os meus pensamentos, e não importava para onde eu fosse, eu levaria isso comigo.

Sabia que fugir não era a reposta, mas no momento, era o que parecia certo.

[...]

e aí, quem pegou a bomba que a amelie nunca pegou?

GOSTARAM?

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