082

AMELIE PARISI

quinta-feira, media day, canadá

Acordei com uma pontada forte no abdômen, o tipo de dor que eu não iria conseguir ignorar e voltar a dormir. Soltei um gemido baixo, abraçando meu travesseiro com força na tentativa de aliviar a cólica que parecia ter me acordado antes mesmo do despertador.

Respirei fundo, tentando me acalmar, mas outra onda de dor veio, dessa vez acompanhada de uma sensação incômoda nos meus seios.

Ótimo.

Como se as cólicas não fossem o suficiente, agora tudo parecia sensível ao toque, até mesmo o tecido molinho da camiseta que eu usava.

Rolei para o outro lado da cama, ainda com os olhos fechados, e só então percebi que Charles estava ali, deitado ao meu lado. Ele parecia tão tranquilo, o rosto relaxado em um sono calmo, e eu tive que lutar contra a vontade de acordá-lo. Não porque eu realmente precisasse de algo, na verdade, precisava de um remédio, mas porque a irritação hormonal me fazia querer companhia, mesmo que fosse só para me ouvir reclamar.

Abracei minha barriga, me contorcendo levemente, enquanto tentava não fazer muito barulho para não acordá-lo.

Olhei de relance para Charles mais uma vez, ele estava completamente alheio ao meu sofrimento, esparramado na cama. Ele tinha dormido como uma pedra, depois de me vencer no debate sobre qual filme assistir na noite anterior.

Me contorci um pouco na cama, tentando encontrar uma posição que desse algum alívio, mas nada funcionava.

Charles mexeu-se ao meu lado, e, em um movimento preguiçoso, abriu os olhos, que hoje estavam em um tom de verde azulado. Ele piscou algumas vezes, tentando focar em mim, antes de apoiar o cotovelo no travesseiro e me olhar, os cabelos bagunçados de um jeito adorável.

- Tudo bem? — Ele perguntou, com a voz completamente rouca que me causava arrepios.

- Não. — Respondi rapidamente. - Estou com cólica, meus peitos estão doendo e meus pés estão gelados.

Ele franziu a testa, claramente ainda processando minhas palavras.

- E o que eu posso fazer para que isso tudo melhore? — Ele perguntou coçando os olhos e se sentou na cama.

- Você pode ficar aqui comigo o dia todo. — Falei baixo e meus dedos tocaram seu pulso. - Estou com tanta dor...

De fato, eu estava com cólica, mas nada que não pudesse lidar sozinha. Porém, todo o meu sistema feminino estava gritando para que eu o agarrasse ali mesmo e me deitasse em seus braços.

- Não tem mais nada que eu possa fazer pra ajudar? — Ele perguntou voltando a se deitar e passou os braços por mim. Podia sentir a cautela e como está sendo cuidadoso para não me apertar.

- Você pode me beijar. — Falei de uma só vez e acabei me surpreendendo com minhas próprias palavras. - Se você quiser...

Uma risada baixa saiu de seus lábios e me senti mais aliviada.

- Eu sempre quero te beijar. — Ele murmurou levando a mão até meu rosto e aproximou seus lábios dos meus, os juntando em um selinho demorado.

Sua mão repousou em meus fios de cabelo e seus dedos começaram a acariciar ali. Meus olhos estavam fechados, apenas aproveitando, até me lembrar de algo:

- Não quero trabalhar hoje. — Choraminguei, colocando meu rosto na curvatura do seu pescoço. - Não sei se vou aguentar passar o dia todo de pé.

- Não precisa trabalhar hoje, está de folga. — Charles falou deixando um beijo em minha cabeça e continuou com as carícias. - Vou avisar a Silvia para não encher o seu saco.

- Eu vou ser demitida. — Choraminguei mais uma vez e o apertei contra mim. - Não quero ser demitida.

O ouvi dar uma risada baixa e senti seus lábios deixando um beijo em meu ombro. Queria ficar assim para sempre.

- Não vai ser demitida, eu cuido de tudo não tem que se preocupar com nada hoje. — Ele falou me apertando contra si e sorri me aconchegando melhor em seu corpo.

Senti seus dedos passando a fazer carinho nas minhas costas, enquanto seus lábios roçavam levemente minha testa. Estava tão confortável desse jeito, mas ainda não parecia ser o que meu corpo pedia.

Mordi o lábio, tentando decidir entre pedir mais abraços ou simplesmente confessar que minha vontade naquele momento ia muito além de abraços e carinhos inocentes.

Mas será que ele entenderia?

Levantei a cabeça devagar, encontrando seus olhos. Ele já estava me observando, então engoli em seco.

- Tudo bem? — Ousei questionar e continuei o olhando.

- Tudo bem, e com você? — Ele perguntou arrastando os dedos por minhas costas, fazendo com que eu me arrepiasse. - Precisa de algo?

- Acho que preciso de... distração. — Sussurrei, sentindo minhas bochechas corarem.

Não sabia se ele iria entender, mas estava esperando que sim.

- E que tipo de distração? — Charles perguntou e sorriu de lado. Cretino, tinha entendido.

- Do tipo que só você pode me dar. — Falei, mais baixo do que pretendia, mas o suficiente para ele ouvir. - Eu acho...

Ele soltou uma risada baixa, aproximando nossos rostos. Seus dedos deslizaram para meu pescoço, enquanto ele inclinava o rosto levemente.

- Só eu posso te distrair dessa forma. — Ele falou em um tom sério me olhando nos olhos e apertou levemente os dedos em meu pescoço. - Mas me fala exatamente o que você quer, Amelie.

- Você. — As palavras saíram da minha boca quase que de forma automática.

Um sorriso pequeno apareceu em seus lábios e pude ver o quanto ele estava se divertindo com isso.

- Mas eu estou aqui. — Ele disse ainda sorrindo e aproximou os lábios dos meus. - Pode ter certeza que não vou a lugar algum.

Charles subiu sua mão livre até minha cintura a apertando com pouca força e roçou seus lábios nos meus antes de os juntar, iniciando um beijo. Minhas mãos pararam em sua nuca e o ousei para mais perto de mim, mas o que obtive como reposta foram seus lábios se afastando um pouco dos meus, o que me deixou confusa.

- O que foi? — Perguntei passando a acariciar sua nuca com a ponta dos meus dedos. Queria me beijasse de novo.

- Não vou conseguir me controlar se continuar te beijando. — Ele falou com os lábios ainda próximos dos meus.

- Isso é bom... — Murmurei e dei um sorriso para ele, mas em segundos franzi as sobrancelhas. - Você não quer?

- Quero, quero muito. — Ele murmurou deixando um selinho em meus lábios. - Mas você está com dor, e não vai ser nada confortável para você.

- Minha dor pode passar com isso. — Voltei a falar e beijei o canto dos seus lábios. - É só uma cólica, não é o fim do mundo...

- Você estava falando como se fosse o fim do mundo. — Ele falou sorrindo de lado e desceu os lábios para o meu pescoço.

Beijos molhados foram depositados na pele sensível do meu pescoço, o que me arrancou alguns gemidos baixos. Meu corpo todo parecia estar sensível e a reagindo aos míseros toques.

Minhas mãos subiram um pouco para seu cabelo e de repente, seus lábios deixaram meu pescoço. Mais uma vez franzi as sobrancelhas, então ele se ajeitou na cama.

- Você está me castigando? — Perguntei confusa e o ouvi dar uma risada.

- Não estou te castigando, deixe de ser dramática. — Ele falou ainda rindo e me puxou para mais perto. - Se mais tarde estiver melhor podemos negociar.

Suspirei um pouco frustrada e me cobri melhor com o cobertor. Não era exatamente o que eu esperava, mas estava extremamente confortável.

- Que horas você vai sair? — Eu perguntei. Era dia de mídia.

- As 09h. — Sua voz saiu como um sussurro. - Ainda são 07h30, temos mais algum tempo.

Fechei os olhos sentindo suas mãos pararem em meu abdômen e me aconcheguei mais contra seu corpo.

Era tão bom o ter assim perto.

[...]

ele criou um monstrinho !!

tem uma coisa que o charles SEMPRE fala mas ninguém NUNCA pegou rs

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