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meta de votos de 600 !!! amanhã eu volto se bater

CHARLES LECLERC

mônaco race week, media day.

Coloquei meus pés nas instalações da ferrari dentro do paddock e então já avistei Silvia, que estava vindo em minha direção. Ainda era tão cedo e já imaginava no que isso iria dar. Estava ignorando suas mensagem sobre o meu story, não queria ter que dar satisfações e menos ainda arrastar Amelie para a situação. Porém, acho que já era tarde demais para isso.

Continuei a ignorando, até ela coçar a garganta, então a olhei. Forcei um sorriso e Silvia cruzou seus braços. Estava com a cara fechada.

- Está atrasado. — Sua voz saiu mais firme do que o normal. - Temos alguns assuntos pendentes.

Concordei com a cabeça sem saber ao certo o que dizer. Pela primeira vez na vida estava sem palavras para encarar Silvia e suas broncas.

- Então? Vocês estão juntos? — Ela perguntou de uma só vez. - Você sabe a confusão que causou com essa postagem, não sabe?

- Não estamos juntos. — Falei a assegurando. - Somos apenas colegas de trabalho.

- Charles, você pode enganar aos outros mas não a mim. — Ela falou dando um sorriso cínico. - Pensa que eu não sei sobre as fotos que saíram quando foram para uma festa em Miami?

Engoli em seco. Não sabia que Silvia sabia sobre isso.

- Era aniversário da Amelie e decidimos sair para comemorar, não tem nada demais nisso. — Respondi a olhando sério.

- Não me importo com o que faz da sua vida pessoal contanto que não arme um circo em cima. — Ela voltou a dizer. - Se não estão juntos ou não, apenas peço para que sejam discretos.

Silvia me mandou um olhar e arqueei as sobrancelhas.

- O que está querendo dizer com isso, Silvia? — Perguntei enquanto a encarava.

- Acho que se lembra bem das brigas públicas e postagens desnecessárias em seu último relacionamento. — A ruiva disse. - Não irei tolerar que isso aconteça novamente.

Meus olhos se reviraram. Me lembrava bem disso e não era algo no qual eu queria eu relembrar.

- Não estamos juntos. É... é complicado. — Falei e ela apenas assentiu com a cabeça. - Você acha que vão perguntar sobre isso hoje nas entrevistas?

- Se eu acho? Eu tenho certeza. — Ela falou e negou com a cabeça. - A única coisa que estão falando é sobre essa foto e sua suposta nova namorada.

Passei as mãos no rosto em um ato um pouco desesperado. Sabia que Amelie odiava essa exposição e toda a atenção, sempre foi muito reservada e discreta.

Talvez tivesse me precipitado um pouco.

- Vou dar um jeito nisso. — Respondi e ela apenas assentiu com a cabeça.

- Como eu disse: Não me importo com sua vida amorosa desde que não se envolva em polêmicas, não faz bem para a sua imagem de garoto de ouro da ferrari. — Ela falou mais uma vez e me olhou. - Precisa ir para a conferência agora. Desviei de perguntas polêmicas e não fale nada que possa te colocar em uma enrascada.

Assenti com a cabeça e antes que ela falasse mais alguma coisa passei a caminhar em direção a sala. Estava um pouco atordoado e ao mesmo tempo me sentindo um pouco ansioso.

Não tinha nada com Amelie, isso era fato. Mas ao mesmo tempo eu tinha algo com Amelie.

Entrei na sala de conferências e logo vi que estava lotada. Era sempre assim. Mas hoje a energia estava pesada. Havia uma expectativa no ar, como se cada jornalista presente estivesse pronto para me atacar, até mesmo por minha fala polêmica na última corrida.

Luzes piscavam, microfones eram ajustados, e a tensão parecia escorrer pelas paredes. 

Entrei primeiro, seguido de perto por algum cameraman. Meu casaco estava meio aberto, revelando a camiseta vermelha da ferrari que usava por baixo, e, embora meu semblante pudesse parecer calmo, o peso de tudo ainda rondava minha mente. 

Tinha feito algo impulsivo e ainda respingado em amelie.

Sentei-me na cadeira central da mesa, sentindo os olhares fixos em mim, e percebi que seria uma longa entrevista.

Sabia exatamente o que tinha que fazer, mas não me sentia preparado para as possiveis perguntas que viriam sobre minha vida amorosa.

Respirei fundo.

O mediador deu início à coletiva, e as primeiras perguntas vieram rápidas, todas focadas no desempenho da corrida. Isso era o básico, nada complicado. Respondi com calma, destacando os esforços da equipe e nossas ambições para o campeonato. 

Mas, claro, a primeira pergunta relevante chegou logo em seguida. 

- Charles, sobre sua declaração no pós-corrida de Imola. Quando você disse que o carro não estava tão bom quanto deveria, isso foi uma crítica direta à equipe? Como isso afetou o ambiente interno? — A jornalista foi firma com suas palavras. - Mônaco vai ser melhor?

Inclinei-me para o microfone, respirando fundo antes de responder.

- Minhas palavras foram ditas no calor do momento. Foi uma declaração imprudente e não reflete minha confiança no time. A equipe tem feito um trabalho incrível para continuar desenvolvendo o carro, e eu assumo a responsabilidade por ter me expressado de forma inadequada. — Vim a falar e sorri ao final. - Posso dizer que estamos muito confiantes para Mônaco.

Houve murmúrios pela sala enquanto eu falava, mas continuei com a mesma postura firme. Eu sabia que isso não era o suficiente. Precisava não apenas apagar o incêndio, mas transformar a narrativa.

Sabia o quanto aquela fala ainda estava me custando.
 
As perguntas continuaram, algumas mais incisivas, mas permaneci controlado, dando as respostas que precisavam ouvir. 

Então, um jornalista no fundo levantou a mão e fez a pergunta que eu definitivamente não estava esperando. 

- Charles, rumores apontam que você e Amelie têm uma relação muito próxima. Isso influencia no seu trabalho ou nas decisões da equipe? — Por segundos prendi a respiração.

Olhei rapidamente para, medindo minhas palavras. 

Sabia que Amelie iria me odiar se eu falasse parte da verdade.

- Amelie é uma profissional incrível e uma parte essencial da minha equipe. Trabalhamos muito próximos porque é isso que o trabalho exige. Eu respeito profundamente o trabalho dela e tudo o que ela faz para tornar minha vida e minha carreira mais organizadas. Qualquer coisa além disso é mera especulação. — Falei e me ajeitei melhor. 

- Mas as fotos e vídeos de vocês juntos em momentos casuais não dão margem para interpretações? — A jornalista veio a insistir mais uma vez.

- Eu não controlo como as pessoas interpretam fotos ou vídeos. O que posso dizer é que Amelie é minha assistente e parte da equipe. Estamos aqui para trabalhar, e é isso que fazemos. — Mais uma vez mantive meu tom de voz firme.

Houve um murmúrio na sala, mas ninguém parecia pronto para largar o osso. Outra pergunta veio:

- Então, você nega qualquer envolvimento pessoal com Amelie Parisi? — Outro jornalista veio a perguntar.

- Eu nego qualquer coisa que vá além do âmbito profissional. Nossa relação é de trabalho. Qualquer outra interpretação é apenas isso: uma interpretação. — Falei ajustando o microfone em minha frente.

Sabia que as perguntas iriam  incomodar Amelie.

- Então, você está solteiro? — Outra jornalista perguntou e por segundos franzi as sobrancelhas.

- Estou solteiro mas não disponível. — Falei e no mesmo segundo percebi que essa declaração poderia me encrencar. - Meu foco no momento está sendo totalmente dedicado a equipe e em nosso objetivo de conquistar o título mundial.

- Podemos esperar por um título ainda esse ano? — Outro jornalista perguntou e suspirei aliviado pelo rumo da conversa ter mudado.

- Posso garantir que estamos fazendo o nosso melhor para trazer um título para casa. — Falei abrindo um sorriso.

- Obrigada, Charles. — Uma jornalista falou e suspirei aliviado. Tinha acabado.

Acenei para alguns dos profissionais, querendo sair logo dali. Sabia que Amelie me esperava na hospitalidade e que estava vendo tudo.

Passei a caminhar em direção ao meu destino, tentando evitar contato visual. Não queria ter que parar agora para falar com ninguém e estava com medo de que Amelie talvez tivesse interpretado minhas palavras de forma errada, já que tinha dito não estar disponível.

E eu não queria isso.

Adentrei na hospitalidade e em segundos a avistei. Estava sentada e mexia no notebook. Passei a caminhar em direção e sorri para ela quando nossos olhos se encontraram.

- Preciso esclarecer uma coisa. — Vim a disparar e ela franziu as sobrancelhas. - Eu estou disponível apenas para você.

Dei um sorriso de lado e Amelie revirou seus olhos em meio a uma risada.

- Apenas para mim? — Ela perguntou semicerrando seus olhos para mim.

- Só tenho olhos para você! — Falei dando um sorriso. - Você é a única loira que eu deixaria fazer da minha vida um inferno.

Dei uma risadinha baixa. Loiras nunca foram o meu tipo, mas Amelie... Amelie era tudo o que eu queria.

- Não quero fazer da sua vida um inferno. — Ela falou. - Assim como disse para o meu pai: Eu prometo que sou relativamente uma boa partida.

Meus olhos se arregalaram e acabei me afogando em minha própria saliva, dando uma breve tossida.

Como ela sabia sobre isso?!

- Como... como você sabe sobre isso? — Falei quase que indignado.

- Meu pai me contou sobre a conversa que tiveram antes de sairmos para vir para Mônaco. — Ela respondeu e negou com a cabeça. - Sério, Charles? *Relativamente* um bom partido?

Dei de ombros e me sentei ao seu lado, deixando um beijo em seu rosto.

- Em minha defesa ainda era super cedo. — Resmunguei e revirei os olhos.

Amelie riu baixo e observei o que fazia no notebook: Estava organizando minha agenda e respondendo a alguns emails de publicidade.

- Obrigada por não ter falado... nada sobre... isso. — Ela murmurou apontando para nós dois.

Apenas assenti e deitei com a cabeça em seu ombro. Já sabia que ela não iria querer toda exposição.

Podia dizer que conhecia um pouco Amelie Parisi.

[...]

amo eles lindos lindos

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