058
CHARLES LECLERC
Pego a toalha de rosto em cima da mesinha e seco o suor que escorria por todo o meu rosto, estava exausto. Caminho em direção ao motorhome da Ferrari e abro a porta do mesmo, entrando e fechando a mesma atrás de mim.
Vejo Amelie sentada de costas para mim em um dos sofás com o notebook em seu colo e fones de ouvido com fios, provavelmente nem tinha percebido a minha presença.
Seco meu rosto novamente deixando a toalha em cima de uma cadeira e caminho até Amelie, a cutucando e apoiando meu rosto no sofá, ao seu lado.
- Ocupada? — Perguntei ganhando um olhar assustado de Amelie e acabei por soltar uma gargalhada.
Estava tão distraída com o que está fazendo no notebook que só percebeu minha presença quando a cutuquei.
Ela levou suas mãos até seu peito, ainda com um olhar assustado. Sorri para Amelie e ela negou com a cabeça, retirando os fones de ouvido.
- Como você está se sentindo? — A perguntei e ela deu de ombros. - Passou tão mal ontem.
- Bem. — Amelie falou. - E você?
Sorri de forma cínica para ela e dei a volta, me sentando em seu lado. Desde ontem a noite não tínhamos conversando direito. Amelie parecia cansada e então a deixei quieta, e como seu pai estava nos esperando quando chegamos, eu não tive a menor chance de entrar em seu quarto.
Amelie tinha apenas passado mal por ter bebido após um longo período sem comer, mas mesmo assim ainda me senti um pouco preocupado.
A observei digitar alguma coisa em um documento word e me escorei melhor no sofá. Estava mais quieta do que o normal e isso me incomodava.
Suspirei de forma dramática tentando chamar sua atenção e então sorri de lado. Sabia como iria fazer a olhar para mim.
- Talvez você esteja grávida e eu seja o pai... — Murmurei colocando a mão em sua barriga.
Amelie virou-se para mim no mesmo segundo, com as sobrancelhas arqueadas e puro choque estampado em seu rosto, então dei mais uma risada.
- Não estou grávida, e caso estivesse você certamente não seria o pai da minha filha. — Ela falou revirando os olhos.
- Sabe, você tem razão! Não posso ser pai da sua filha porque ainda não fizemos nada. — Falei dando mais um suspiro dramático. - Gosto de Evie. O que acha? Combina com o seu nome.
- Acho que eu prefiro Charlie. — Ela falou e consegui sentir a ironia em seu tom.
- Aposto que ela teria os meus olhos e minhas covinhas. — Falei dando um sorriso cínico. - Você está se sentindo melhor?
Amelie se mexeu no lugar e então assentiu com a cabeça devagar. Não parecia estar querendo tocar no assunto.
- Foi apenas um mal-estar. — Ela repetiu mais uma vez. - Bebi mais do que deveria.
A analisei por alguns segundos e assenti com a cabeça. Talvez por isso estivesse tão irritada assim ontem.
Amelie voltou sua atenção para o notebook ainda em seu colo e parei com uma mão em seu joelho, me aproximando mais. Não estava gostando de toda essa distância.
- O que conversou com a Hazel ontem? — Perguntei e Amelie parou o que estava fazendo.
- Por que está tão interessado na conversa em que tive com a sua amiga ontem? — Ela resmungou e me olhou.
- Porque ela me mandou mensagens de madrugada falando que estava com saudades. — Falei dando de ombros e peguei meu celular. - Então, o que falaram sobre mim?
Amelie apenas continuou me encarando, sem expressão alguma. Franzi as sobrancelhas com seu silêncio repentino. Será que Hazel tinha falado algo sobre mim?
- Ou melhor, o que Hazel te disse sobre mim? — Corrige minha pergunta, ainda a encarando.
- Por que acha que ela iria me dizer algo sobre você? — A loira voltou a perguntar.
- Porque eu há conheço. — Respondi dando de ombros.
E de fato eu há conhecia, bem até demais. Hazel e eu nunca tivemos nada sério, apenas alguns encontros ás vezes, que acabei por cortar quando percebi que ela estava levando tudo a sério demais e de certa forma me usando por minha enorme conta bancária.
Hazel obviamente não reagiu muito bem, até mesmo falou de mim para alguns amigos próximos em comum.
- Ela não disse nada sobre você. — Amelie falou após segundos apenas me olhando.
Seu rosto ganhou um pouco de cor e consegui perceber o quão tensa ela estava. Amelie não era tão boa assim em disfarçar suas reações.
- Não sei porque está mentindo para mim sobre isso, não é grande coisa. — Falei dando de ombros e continuei encarando a loira. Estava curioso.
- Não estou. — Amelie falou me mandando um olhar. - Por que está tão preocupado com isso?
- Porque saímos algumas vezes e eu a dispensei. — Falei ainda olhando para Amelie. - E Hazel não reagiu muito bem a isso.
A expliquei e passei a mão por meu rosto, já um pouco irritado. Não sabia porque Amelie estava aparentemente tão incomodada com isso.
- Fazia meses que não nos víamos e preferia que tivesse continuado assim. — Voltei a resmungar. - De qualquer maneira, o que quer que ela tenha falado não importa.
Amelie mais uma vez se mexeu de forma desconfortável ao meu lado e franzi a testa, afastando minha mão que ainda estava em seu joelho. Não sabia porque estava assim.
- Você... a respondeu? — Amelie perguntou quase que em um sussurro e a encarei confuso. - A mensagem.
- Não. — Falei e neguei com a cabeça várias vezes seguidas. - Não estou mais interessado nela.
Fechei os olhos começando a me sentir também um pouco incomodado com essa conversa. Hazel foi apenas mais uma das mulheres em que acabei dispensando pelo mesmo motivo.
Abri os olhos mais uma vez e virei meu rosto para o lado, vendo que Amelie ainda digitava alguma coisa. Parecia estar evitando contato visual comigo, mas não a questionei. Talvez realmente só estivesse ocupada com o que fazia.
- O que você tanto escreve nesse documento? — Perguntando dando um suspiro alto.
- Preciso ir a uma conferência de controle de danos em redes sociais, então estou fazendo uma carta de apresentação. — Ela resmungou ainda focada. - Solicitaram minha presença por estar cuidando de todas as suas redes sociais.
Mais um compromisso chato da equipe. Ainda que não iria precisar estar presente.
- Quando? — Perguntei, tentando parecer interessado.
- Amanhã pela tarde. — Amelie respondeu.
- Ainda bem que eu não sou você. — Falei e ela me olhou pelo canto dos olhos. - Essas coisas costumam levar horas.
- Amanhã pela tarde você tem uma entrevista, por favor se comporte e não diga nada que te coloque em problemas. — Ela falou e revirei os olhos.
Não sabia porque amelie não confirmava em mim.
- Amelie, eu sou um homem adulto. Sei bem como me comportar. — A respondi dando de ombros.
Voltei a fechar meus olhos apenas me concentrando no barulho de seus dedos cada vez que apertavam as teclas do notebook. Algo me dizia que Amelie ainda iria demorar, e para piorar parecia estar de mau humor.
Retornei com minha mão para sua perna e então peguei meu celular, iria me distrair com as redes sociais até que ela finalizasse.
Não iria embora sem Amelie.
[...]
oooooii
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