054
AMELIE PARISI
Charles se sentou na beirada da minha cama e parei em sua frente, despejando um pouco do meu hidratante facial em minha mão. Quando estava fazendo minha skincare ele disse que também queria, então o mandei lavar o rosto, aplicar o tônico e agora eu iria passar o hidratante.
Sua pela era naturalmente bonita e bem hidratada, não sei como conseguida.
Passei a espalhar o hidratante em creme por seu rosto rosto e consegui ver ele tinha um sorriso nos lábios, enquanto mantinha os olhos fechados. Não queria nem saber o que estava pensando.
Afastei um pouco seu cabelo de seu rosto e ele abriu os enormes olhos verdes, passando a me encarar. As vezes me sentia um pouco intimidada com a intensidade de seu olhar.
- Nós vamos fazer uma noite das meninas? — Ele perguntou abrindo um sorriso cínico. Revirei os olhos.
- Você quem pediu para usar meus produtos de skincare. — Rebati e neguei com a cabeça.
Suas mãos pararam em minha cintura e ele me puxou para mais perto, levando seu rosto e sorrindo enquanto me olhava. Quase senti minha respirar parar com a cena. Estava fofo.
- Agora podemos nos deitar e assistir algum filme... — Ele murmurou acariciando minha cintura.
- Você vai aguentar ver um filme inteiro? Na noite passada estava quase dormindo na metade. — Cruzei meus braços.
- Talvez não. — Charles voltou a falar e molhou os lábios. - Mas podemos colocar o filme.
O olhei desconfiada por mais longos segundos e mais uma vez ele sorriu, fazendo questão de deixar suas enormes covinhas evidentes. Sabia o que estava e me odiava por estar caindo em seu truque sujo.
- Que filme você quer ver? — O questionei e caminhei até a televisão, a ligando na tomada.
- Você pode escolher. — Ele deu de ombros. - Só não coloca romance, por favor.
Revirei meus olhos. Minha primeira opção era um amor para recordar.
- Estraga prazeres. — O acusei é consegui o ouvir dar uma risada. - Você pode esticar os cobertores na cama e ligar o ar-condicionado?
Mais uma vez ouvir Charles dar uma risada, então me virei para olha-lo.
- A noite nem está tão quente, Amelie. Se quiser dormir agarradinha comigo não precisa mais criar desculpas. — Arregalei meus olhos e ele apenas sorriu mais.
- Esse papel é seu, e não meu! — Falei o olhando um pouco incrédula.
- Então você está dizendo que quem deve abraçar você para dormirmos sou eu? Interessante. — Ele falou mais uma vez com seu tom cínico.
- Não foi isso o que eu quis dizer e você sabe disso. — Murmurei. Nem procurava mais me defender. - Quem arruma desculpas para dormir comigo é você.
- E você aceita todas as minhas desculpas. — Ele deu uma piscadela para e ligou o ar-condicionado.
Neguei com a cabeça sabendo que seria inútil tentar falar algo que fizesse sentido, Charles iria continuar com as suas gracinhas. Já conhecia bem o bastante para saber disso.
Peguei o controle da televisão a ligando e consegui ver que ele esticava dois cobertores na cama, acabei sorrindo para mim mesma. Ele sempre costumava sentir mais frio do que eu, o que eu achava engraçado.
Coloquei minha garrafinha de água em minha estante ao lado da cama e ouvi duas batidas na porta, então murmurei um "entra".
- Amelie, onde Charles irá dormir hoje? — Meu pai questionou entrando no quarto.
Suas sobrancelhas se franziram e segui seu olhar. Charles estava sentado na cama segurando um dos meus ursinhos, e agora também encarava meu pai.
Droga.
Forcei um sorriso para ambos e mandei um olhar para meu pai. Não esperava que ele fosse bater na minha porta. Tinha certeza dos pensamentos que estavam se passando por sua cabeça.
- Já arrumei as coisas no outro quarto... — Meu pai murmurou e cruzou os braços. - Já está ficando tarde.
Prendi a respiração e olhei para Charles, que tinha um sorriso no rosto.
- Está mesmo ficando tarde, amanhã precisamos sair cedo. — Ele falou e me olhou. - Muito obrigado por me lembrar, Amelie.
- É o meu trabalho. — Falei dando um sorriso ainda mais falso do que o de Charles.
Meu pai se escorou na porta e apenas nos olhou com as sobrancelhas arqueadas. Não estava engolindo nada e estava mais do que claro que Charles estava pronto para dormir em meu quarto.
- Que horas vão sair? — Perguntou meu pai.
- 08h30...
- 07h00...
Charles e eu falamos ao mesmo tempo e o mandei um olhar feio. Estava estragando tudo.
- Vamos acordar ás 07h mas vamos sair ás 08h30. — Ele falou e me olhou pelo canto dos olhos. - Amelie sempre demora para se arrumar e precisamos estar no grid na hora certa.
- Vão voltar para o almoço? — Ele perguntou e Charles se colocou em minha frente, queria me calar.
- Vamos sim! E para a janta também. — Ele se adiantou em falar. - Eu posso até mesmo fazer o jantar, sou um ótimo cozinheiro nas horas vagas.
Meu pai sorriu o olhando e passei as mãos no rosto. Não queria que conversassem tanto assim.
- Combinado. — Me pai respondeu e apertou a mão de Charles. - Irei confiar minha cozinha em suas mãos.
- Sua cozinha estará em boas mãos, senhor Parisi. — Consegui ver seu sorriso sonso e neguei com a cabeça.
- Voce não disse que estava cansado? Vou te mostrar onde fica o quarto. — Falei intervindo na conversa e forçando um sorriso. - Temos que acordar bem cedo amanhã.
- Amelie, estou conversando com o seu pai! — Charles falou negando com a cabeça e o fuzilei com o olhar. - Posso dormir uns 5 minutos mais tarde.
- Podemos continuar nossa conversa amanhã. — Meu pai deu de ombros e sorri aliviado.
- E não pode passar da sua hora de dormir. — Falei para charles passando a empurra-lo para fora do quarto e então olhei para meu pai. - Boa noite, pai. Até amanhã.
Sem o dar chance de responder continuei e empurrar Charles em direção a porta do outro quarto e ousei olhar para trás. Meu pai ainda estava parado encarando a parede e com os braços cruzados.
Estava me preparando mentalmente para o interrogatório que precisaria responder.
- Por que não quer que eu converse com meu sogro? Acho que seria bom para nossa relação. — Ouvi charles falar assim que entramos no quarto.
- Ele não é seu sogro! — Falei indignada e ele deu una risadinha enquanto eu fechava a porta.
- Ainda. — Ele disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Neguei com a cabeça e respirei fundo. Não sabia porque estava tão tensa.
- Não acredito que vou ter que dormir aqui sozinho. — Ouvi charles resmungar novamente. - Vou ir escondido para o seu quarto no meio da noite.
- Meu pai vai matar você. — Falei e neguei com a cabeça de novo. - Ele acha que estamos juntos.
- Então vamos acabar com o achismo dele então. — Charles voltou a falar e sorriu para mim. - Tenho certeza que ele adoraria me ter na família.
Revirei os olhos. Ele não levava nada a sério.
- Boa noite, Charles. — Falei e apontei para as coisas em cima da cama. - Tem tudo o que vai precisar aí.
- Menos você. — Ele retornou a falar e suspirou de forma dramática. - Queria dormir com você, e só você.
Por segundos meu coração disparou pela forma na qual ele falou. Sua voz estava baixa e quase que suave. Me causou arrepios.
Talvez eu também quisesse dormir com ele.
Respirei fundo ao saber que iria arrepender do que estava prestes a falar.
- Pode ir para o meu quarto assim que meu pai dormir e voltar para cá antes dele acordar. — Os olhos de Charles se arregalaram. - Mas seja discreto.
- Ele não vai nem desconfiar que estou na sua cama. — Ele falou com um sorriso grande. - Estarei no seu quarto ás 23h30.
Concordei com a cabeça e vim a sair do quarto de uma só vez, fechando a porta atrás de mim e respirando fundo. Estava agindo tão impulsivamente.
Meu pai não fazia ideia de que Charles e eu estávamos dormindo juntos há algumas semanas, mas não seria eu quem iria lhe contar.
Conseguia sentir o seu olhar desconfiado em nós cada vez que nos via e sabia que estava se segurando ao máximo para não falar nada. O conhecia muito bem.
[...]
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