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CHARLES LECLERC

   Estacionei o carro e fiquei olhando para o volante por alguns segundos pensando se realmente deveria fazer isso ou voltar para trás. Estava na Itália, cheguei 2 dias antes do previsto porque estava me sentindo ansioso demais e também porque Amelie estava me ignorando. Odiava quando ela fazia isso.

Respirei fundo e abri a porta, descendo do carro e caminhando em direção a casa. Estava na frente da casa de Amelie. Sua amiga tinha me passado seu endereço e Amelie o enviou novamente dias atrás após falar para seu pai que eu ficaria aqui durante o grand prix de Imola.

Caminhei até a porta da casa e apertei a campainha que tinha ao lado, aguardando ansiosamente que a porta fosse aberta. Me inclinei um pouco olhando pelo vidro ao lado da porta e havia luzes acesas, então tinha alguém em casa.

Estava torcendo para que Amelie estivesse e não fosse apenas seu pai.

Apertei a campainha novamente e dei duas batidas na porta, finalmente ouvindo um barulho do lado de dentro, se aproximando mais. A porta foi aberta revelando Amelie, que arregalou os olhos ao me ver e pareceu paralisar em minha frente.

- Surpresa, amor. — Falei dando um sorriso de lado para a loira e dei um passo para a frente, sabia que poderia fechar a porta qualquer minuto. - Vou perguntar de uma vez: Por que está me ignorando?

Ela piscou várias vezes e fechou o roupão que usava. Analisei melhor o seu rosto e notei seus olhos um pouco inchados e avermelhados. Ainda eram 09h30 da manhã, mas não parecia ser por sono, apesar de parecer ter acabado de levantar.

Após segundos me encarando Amelie finalmente pareceu sair de seu transe.

- O que está fazendo aqui? Disse que só viria segunda-feira. — Ela falou ainda me encarando e com a testa franzida.

Mais uma vez meus olhos vagaram por seu rosto e olhos avermelhados.

- Você também disse que não iria me ignorar e está me ignorando. — Falei franzindo a testa e me aproximei mais da loira. - O que você tem? Me conta o que aconteceu.

- Não estou ignorando você. — Amelie falou me dando espaço para entrar, então o fiz. - Onde está o Leo?

Revirei os olhos. Sabia que deveria ter o trazido e não deixado com Arthur e Chloe.

- Está com meu irmão e a namorada dele, ele chega na segunda. — Falei sorrindo e ela revirou os olhos. - Mas agora me conte o motivo de você estar com o rosto inchado.

- O que?! — Amelie disparou rapidamente enquanto trancava a porta. - Meu rosto não está inchado.

Arqueei as sobrancelhas e Amelie pegou o celular do bolso do roupão rosa que vestia, passando a encarar seu reflexo na tela. Ela deu um suspiro pesado e não pude deixar de me sentir preocupado. Estava claramente chorando.

Estiquei meu braço alcançando o rosto de Amelie e o levantando, então passei a encara-lá. Definitivamente tinha passado a noite chorando.

Suspirei de forma pesada e neguei com a cabeça. O que tinha acontecido?

- Não quer me contar o que aconteceu? — Perguntei a olhando nos olhos e acariciei sua bochecha com meu dedo.

Ela negou com a cabeça e então assenti. Não iria insistir. Talvez mais tarde tocasse no assunto novamente, nas no momento não parecia certo.

Por mais que estivesse preocupado, eu não poderia a forçar falar caso não quisesse.

Amelie veio a pegar em minha mão e fiquei um pouco surpreso, mas deixei que me guiasse.

- Onde estão suas malas? — Ela perguntou me puxando escadas acima. - Pode deixar no meu quarto.

- Estão no carro, depois eu volto para pegar. — Respondi enquanto subíamos os últimos degraus da escada. - Estamos indo para o seu quarto?

Ela assentiu com a cabeça e então adentrou em um cômodo, largando minha mão. Amelie acendeu a luz e fechou a porta assim que entrei também. Meus olhos se passaram pelo ambiente e era exatamente como imaginei:

Organizado e na cor branca, apenas com algumas fotos na parede.

- Deveria ter me avisando que estava vindo. — Ela murmurou retirando alguns livros e um tablet de cima de sua cama.

Entendi por sua ação que iria se deitar novamente.

- Você nem estava me respondendo, não dava para avisar. — Falei negando com a cabeça e me sentei na cama, tirando meu tênis.

- Eu estava vendo suas mensagens. — Ela resmungou e me olhando e acabei rindo baixo. Era melhor do que nada.

Amelie passou a retirar o roupão que estava usando e sorri mais uma vez ao ver que usava uma camiseta da ferrari, provavelmente alguém da equipe tinha dado para ela.

- Poderia ter respondido, fiquei preocupado. — Falei a olhando e me deitei em sua cama. Me sentia em casa. - Fica muito bem com essa camiseta da Ferrari.

- Obrigada. — Amelie falou dando um sorriso fraco.

A olhei por mais longos segundos e sorri para ela. Amelie estava mais quieta do que o normal e seus olhos cabisbaixos me diziam que estava triste.

Queria que abraçar, mas não sabia como fazer isso, então iria esperar que se deitasse para que eu fizesse o que sempre fazia. 

A observei caminhar até o interruptor e apagar a luz novamente. Me sentei em sua cama e acabei por retirar a camiseta, a colocando ao lado do travesseiro. Amelie não parecia se incomodar mais quando eu fazia isso.

Me deitei novamente e Amelie fez o mesmo. Sabia que provavelmente não queria conversar, então não me atrevi a falar nada. Parecia realmente abatida e não queria a pressionar, por mais que estivesse preocupado. Não sabia nem ao certo como demonstrar isso, então ficar quieto parecia o certo.

- Eu estava com um pouquinho de saudades. — Ela falou quebrando o silêncio e acabei por rir. Sabia que estava. - Passamos muito tempo juntos no último mês.

- Só um pouquinho? — Perguntei virando o rosto para ela e sorri. - Podemos dizer que eu também estava com um pouquinho de saudade.

- Só um pouquinho? — Amelie perguntou me imitando e veio a arrastar seu corpo para mais perto do meu. - Me ligou bêbado de madrugada...

Fechei meus olhos e passei a mão no rosto ao lembrar-me disso. Não esperava que Amelie fosse tocar no assunto.

- Isso foi um episódio a parte, só aconteceu uma vez. — Revirei os olhos e me virei para Amelie, passando meu braço por sua cintura, a puxando para mais perto. - Você estava com muito mais saudade, tenho certeza.

- Estava, mas ele não está aqui. — Ela falou juntando mais seu corpo contra o meu. Franzi as sobrancelhas mas não questionei. - Você não trouxe meu Leclerc favorito.

Percebi que amelie falava do Leo e apenas ri baixo. Ela gostava dele tanto quanto eu e eu achava isso fofo.

Deixei um beijo rápido em sua nuca e me surpreendi ainda mais quando a mão de Amelie parou por cima da minha. Não sabia se queria as entrelaçar, mas a vim a fazer isso. Parecia estar precisando de um abraço e de um ombro amigo, mas sabia que ela jamais iria admitir em voz alta ou pedir.

E eu não sabia como a oferecer, então estava apenas pegando os pequenos sinais e torcendo para não estar confundindo as coisas.

A puxei ainda mais para perto e sorri satisfeito quando meu peito estava totalmente pressionado em suas costas. Agora sim parecíamos estar próximos o suficiente.

- Poderia ter me mandado uma mensagem, eu viria ainda mais cedo se pedisse. — Murmurei o óbvio e deixei um beijo em seu ombro.

- Eu sei que viria. — Amelie resmungou dando uma risada baixa em seguida. 

Imaginei o porquê da risada. Estava tão desesperado no últimos dias para a ver e poder a tocar que não estava nem escondendo. Agarraria qualquer oportunidade que tivesse.

Mas agora, Amelie parecia tão frágil em meus braços que eu não conseguia pensar em nada a ser conforta-lá, seja lá qual fosse o motivo de sua visível tristeza.

- Posso pedir para Arthur vir mais cedo com o Leo. — Falei baixo e passei a acariciar seu cabelo. - Não o trouxe porque dirigi até aqui.

Amelie virou seu corpo para mim no mesmo segundo. Seus olhos ainda avermelhados estavam arregalados. Dei uma risadinha baixa.

- Você dirigiu até aqui? — Ela disparou de uma só vez. - De Mônaco até aqui? 

- Sim. — Falei dando de ombros e bati meu dedo indicador na ponta de seu nariz. - Quando preciso vir até Imola ou Maranello sempre venho de carro.

- Que horas você saiu de casa?! — Ela perguntou mais uma vez.

Cocei a garganta ao perceber que talvez me enrolasse ainda mais e soasse mais desesperado do que aparentava estar. Tinha saído de mônaco 04h50 da manhã.

Não estava conseguindo dormir, de qualquer forma.

- Algumas horas atrás. — Respondi dando um sorriso. - Pensei que tivesse me arrastado para o seu quarto porque queria dormir comigo....

Amelie revirou os olhos para mim e acabou dando uma risada.

- Pensei que tivesse vindo até minha casa porque estava com saudades de mim. — Ela rebateu num tom baixo e acaricie sua bochecha.

- Também estava preocupado. — Falei adicionando a sua fala. - Precisava saber se estava bem.

Franzi as sobrancelhas com as palavras que pareceram sair da minha boca de forma automática e vi amelie me olhar tão surpresa quanto.

Nem eu sabia que estava pensando em dizer isso.

- Estou bem. — Ela falou deixando um beijo rápido em meu rosto. - Obrigada.

- Sei que não está, mas tudo bem. Não precisa me falar nada. — Amelie voltou a se virar para mim e tornei a abraça-la. - Tenta dormir mais um pouco, quando acordar podemos fazer qualquer coisa que quiser.

A loira com o corpo colado ao meu assentiu com a cabeça e voltei a deixar carícias em seu cabelo.

Talvez não sentisse apenas desejo por Amelie.

Parecia ter criado algum tipo de afeição por ela.

[...]

PRONTO TA AI !!!!

o próximo também está TÃO BOM

votem e comentem que amanhã eu posto mais

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amigas esse trecinho com "good boy that's right" e esse edit literalmente o charles da amelie aff

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