043
AMELIE PARISI
Meu Deus, o que foi que eu fiz? Ainda sentia o pânico subindo pelo meu corpo como fogo, minhas mãos tremendo tanto que quase achei eu iria desmaiar.
Eu enviei.
Eu realmente enviei uma foto de lingerie para o Charles.
Minha mente gritava para eu desfazer, para eu apagar a mensagem, mas já era tarde demais. A notificação "visualizada" que me encarou como uma sentença horas atrás ainda estava me assombrando. O coração martela no meu peito, e a vergonha se espalha por todo o meu rosto, mais uma vez.
Desde nos beijamos 2 dias atrás e estou tentando desesperadamente fingir que nada aconteceu, evitando ele a todo custo e tentado ao máximo não pensar sobre isso. Não queria ter que lidar.
O que eu fiz? O que eu fui fazer?
A porta do meu quarto se abriu me tirando do meu surto interno e suspirei quando que aliviada quando Elise colocou os pés para dentro do meu quarto. Tinha a ligado inúmeras vezes até obter uma resposta, e praticamente implorar que viesse para minha casa. O tempo de voô de Londres até aqui era no máximo duas horas e meia, e considerei minha situação como uma emergência em que precisava da minha melhor amiga.
- Estou morrendo de saudade mas também estou curiosa do porquê me fez sair de Londres em plena terça-feira ás 16h da tarde. — Ela falou me dando um abraço rápido. - O que é tão importante que não podia me falar por ligação ou mensagens de texto?
Dei um sorriso nervoso para ela sem nem saber por onde eu deveria começar. Estava tão nervosa que meu coração parecia que iria pular fora do meu peito.
Talvez devesse começar do início? Talvez da burrada que eu tinha cometido há horas atrás? Ou talvez pular algumas partes e apenas dar contexto?
Passei as mãos em meu rosto em completo desespero e senti a vontade de chorar voltar a invadir meu corpo. Já tinha chorado por quase 20 minutos antes de Elise chegar e desligado meu celular, pois Charles me enviava mensagens sem parar e estava me deixando ainda mais nervosa.
- Eu nem sei por onde eu deveria começar. — Resmunguei e passei as mãos por meu cabelo.
- Que tal pelo começo? — Elise falou e abriu um sorriso cínico. - Está me matando de curiosidade, Amelie!
Dei um suspiro pesado me sentindo cada vez mais ansiosa com a situação que eu mesma tinha me colocado.
Não queria colocar em palavras tudo o que tinha acontecido e nem explicar para Elise com maiores detalhes. Não queria ouvir nada saindo da minha boca.
- Eu comecei a trabalhar para a Ferrari. — Falei e ela assentiu com a cabeça, já sabia sobre. - Como assistente pessoal do Charles.
- Charles Leclerc? — Assenti com a cabeça e seus olhos se arregalaram. - Aí meu Deus! Você ficou com ele?
Gelei.
- O que?! Não. — Vim a negar de forma rápida. - Quer dizer, mais ou menos...
Elise me encarou parecendo confusa e fez sinal com as mãos para que eu continuasse a falar, mas tudo o que eu sentia era um enorme arrependimento pesar em meus ombros. Não sabia como tinha chego nesse ponto.
- Por que seu primeiro palpite foi que tínhamos nos beijado? — Perguntei começando a me colocar na defensiva.
- Porque ele é gostoso e solteiro. — Elise disse dando de ombros. - Além disso, também é um ótimo partido e você está tão vermelha que mal consegue falar, exatamente como ficava no ensino médio.
Revirei os olhos para Elise e ela apenas deu uma risada. Em partes minha melhor amiga não estava errada. Sempre ficava tão nervosa quando algum cara flertava comigo que mal conseguia formular uma resposta.
Mas tinha evoluído, e muito.
Estava nervosa pela foto que eu achei que seria uma boa ideia enviar.
Não deveria ter feito isso e não tinha como apagar e fingir que nada aconteceu. Estava evitando a todo custo pensar no que tinha acontecido no carro e agora eu tinha multiplicado o problema em dez.
Não tinha apenas um beijo para lidar mas também um semi nude enviado para ele.
- Ele está flertando comigo. — Falei mais uma vez tentando dar o maior contexto possível. - Não parece que vai desistir tão cedo, ele é persistente.
- Beijou ou não? — Elise perguntou de forma impaciente.
- Sim. — Respondi e ela sorriu de lado para mim. - Na noite do meu aniversário fomos para uma festa, eu bebi demais e acabou acontecendo.
Minhas passaram em meu rosto de forma desesperada e Elise franziu a testa. Eu queria gritar.
- Você não gostou? Não acredito que ele beija mal, que desperdício... — Ela resmungou fazendo uma careta.
Respirei fundo me preparando para soltar as principais informações de uma única vez.
- Ele me deu de presente uma lingerie verde, a escolha da cor foi porque combina com seus. Queria que eu a provasse para que ele pudesse ver se tinha ficado como o imaginado, mas não o fiz. — Comecei e ela arregalou os olhos. - Estávamos conversando mais cedo por ligação e eu acabei enviando uma foto vestindo o conjunto, me arrependi nos segundos seguintes e ele não para de me enviar mensagens.
Me joguei de costas na cama e choraminguei baixo conseguindo ouvir Elise dar uma risada, provavelmente achando toda a situação incrível.
- Não gosto dele e foi um erro o que aconteceu na noite do meu aniversário. — Tornei a falar mais uma vez. - Não sei onde estava com a cabeça quando achei que seria uma boa ideia enviar a foto.
- Você pode não gostar dele, mas pelo que está me contando se sente atraída por ele. — Minha amiga disse e a mandei um olhar feio. - Não adianta me olhar assim, não mandaria uma foto daquelas se não quisesse algo também, não é do seu feitio.
- Ele não faz meu tipo. — Tratei de falar logo de uma vez. - Foi um erro. Não deveria ter acontecido.
Coloquei um travesseiro contra meu rosto e acabei por dar um gritinho abafado. Queria me internar em uma clínica psiquiátrica.
- Vou me demitir. — Falei em meio a um choramingo. - Não quero pensar nisso e nem ter que lidar com isso.
- Nao vai se demitir! É algo muito bom esse emprego, não pode deixar que algo bobo tire isso de você. — Ela disse puxando o travesseiro de meu rosto. - Se recomponha, e me conte mais detalhes.
Engoli em seco. Não queria contar mais nada. Não queria pensar sobre.
- O que você quer saber? — Perguntei dando um suspiro pesado. - Estávamos dividindo o mesmo quarto já tinha algumas semanas. Passamos muito tempo juntos, até mais do que o normal.
Dei de ombros e Elise apenas sorriu mais, vindo a pegar meu celular que ainda estava desligado. Não queria ver as inúmeras mensagens de Charles.
- Com certeza tem alguma coisa rolando aí, deveria falar com ele o invés de se esconder. — Ela faliu dando um sorriso grande. - Vocês dois desejam um ao outro, você só não quer admitir.
Dei uma risada forçada. Ela só poderia estar ficando maluca.
- Somos colegas de trabalho. — Resmunguei e Elise passou a ligar meu celular. - Por favor, não faça isso! Ele deve estar me enviando mensagens ainda.
- Exatamente, tem que parar de fugir dos seus demônio. — Ela respondeu e assim que o aparelho ligou ela o virou para mim, usando meu face id. - “Charles Leclerc” que chato, salve de forma mais interessante.
Choraminguei mais uma vez e ouvi Elise dar uma risada ao meu lado. Levei as mãos até meu rosto sem ter certeza se queria saber do que ela estava rindo.
- Ignora ele. — Praticamente a supliquei mais uma vez. - Fingi que não viu nada.
- Esse homem está basicamente implorando por você, chega a ser cômico. — Ela disse rindo novamente enquanto encarava a tela.
Senti um desespero passar a crescer em mim e fechei meus olhos com força. Não queria lidar com isso agora. Não queria pensae em Charles e estava quase enlouquecendo.
- Elise, bloqueia ele! — Falei e vi pelo canto dos olhos que ela passava a digitar alguma coisa. - O que você está fazendo?! Você não o conhece, se der corda ele irá se enforcar.
- Ele é seu chefe, não podemos bloquear ele. — Ela falou com um sorriso de lado no rosto. - Apenas mandei sua localização exata para ele... que rápido, ele já viu.
Meus olhos se arragalaram e me sentei na cama em puro e completo desespero. Arranquei o celular da mão de Elise que apenas ria e meu coração acelerou quando vi que Charles estava digitando alguma coisa.
Não, não, não.
- Eu vou matar você! — Falei a olhando feio e sentindo meu coração bater forte. Droga.
Estava me sentindo quase enjoada e meus olhos se arregalaram quando Charles me enviou uma foto das chaves do seu carro. O que diabos ele pensava que estava fazendo?
Mordi o lábio inferior em puro nervosismo e desespero. O suor escorria por minhas costas.
amelie parisi: NÃO
foi minha amiga quem enviou, não foi eu
charles leclerc: amelie, essa desculpa é velha. não tem uma melhor?
amelie parisi: *foto*
elise
charles leclerc: então quer dizer que estavam falando sobre mim?
interessante, quero participar da conversa.
Elise deu uma risada alta ao meu lado e soltei um suspiro quase que desesperado vindo a desligar novamente o celular. Charles não seria maluco de aparecer aqui e se o fizesse eu não iria abrir a porta.
Elise tinha piorado ainda mais o que já estava ruim.
- Ele está louco por você, querendo o seu corpinho. — Ela disse mais uma vez e sorriu de lado. - Ele é bonito, milionário, talentoso e parece ser obcecado por você. O que mais você pode querer em um homem?
- Para! — Falei colocando as mãos em minha cabeça. Estava há um passo de surtar ainda mais. - Você está me deixando ainda mais nervosa.
Elise franziu o cenho para mim e a olhei feio. Tinha a chamado para ajudar, não piorar.
- Sabe que não pode o ignorar para sempre. — Ela falou dando de ombros e suspirou. - Queria que se permitisse mais.
Elise estava certa. Eu não poderia o ignorar para sempre, mas iria enquanto eu pudesse.
Suas intenções já estavam mais do que claras e trabalhávamos juntos. Qualquer outra coisa além disso está fora de cogitação.
Além de que não sentia vontade alguma de me envolver com alguém, principalmente de forma carnal. A ideia me assustava um pouco.
[...]
oiii
um pedido importa: tem alguns capítulos que pegam quase 2k visualização e no máximo 150 de votos. se você gosta da história, por favor, clica na estrelinha :( não custa nada e ajuda bastante, é a única coisa que eu peço mesmo e agradeço desde já
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