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spoiler: charles lepraise kink ☝️

música sugerida: meddle about - chase atlantic

AMELIE PARISI

    Já era 14h30 e eu ainda não havia obtido sinal de vida algum de Charles. Nem mesmo havia me mandado uma só mensagem, o que era no mínimo estranho. Talvez estivesse ocupado demais com sua namorada, a qual tentou esconder e veio a falhar.

Estava me perguntando por quanto tempo ele pretendia manter todo esse teatro.

Por mais que as horas tivessem passado, eu ainda estava totalmente incrédula e tentando entender como algo desse tipo tinha acontecido bem embaixo do meu nariz sem que eu percebesse.

Sabia que era um tanto quanto lerda, só não imaginava que era tanto assim.

De certa forma, estava me sentindo um pouco usada. Definitivamente não era algo no qual eu estava esperando. Sentia até mesmo como uma pontada ao pé da minha barriga apenas de lembrar-me.

Soltei um grunhido irritado e coloquei um travesseiro contra meu rosto enquanto choramingava baixo. Não sabia dizer o porquê estava me importando tanto com isso e nem o porquê de estar me sentindo tão irritada com Charles.

Eu não o suportava, mas ainda assim estava me sentindo levemente abalada.

Ouvi a porta do quarto ser aberta e meu coração quase saltou em meu peito, não sabia se de susto ou simplesmente ansiedade. Respirei fundo ao ouvir passos se aproximarem e afastei o travesseiro que eu ainda segurava contra meu rosto. Meu olhos se encontraram com os de Charles e automaticamente fechei ainda mais a cara, já ele franziu as sobrancelhas.

Revirei meus olhos.

- Aconteceu alguma coisa? — Ele perguntou me olhando e cruzei meus braços. - Gostaria que tivesse me esperando para termos almoçado juntos.

O mandei um olhar feio e ele arqueou as sobrancelhas, o que me deixou ainda mais irritada. Virei meu rosto para o lado e no mesmo segundo senti sua mão parando em meu queixo, virando meu rosto novamente para si.

- Por que você está com essa cara, Amelie? — Charles questionou parecendo já meio impaciente.

Dei um sorriso cínico. Quem deveria estar irritada era eu, não ele.

- Quando pretendia me contar? — Perguntei de uma só vez e ele continuou apenas me olhando. - Eu acho que você sabe sobre o que eu estou falando.

Charles se manteve em silêncio apenas me olhando, até parecer entender ao que eu estava me referindo, então sorriu.

Ele tinha sorrido.

Prendi a respiração e apenas continuei o encarando da mesma forma.

- Eu iria te contar hoje pela noite, mas acho que já ficou sabendo. — Ele falou e o sorriso em seu rosto desapareceu aos poucos. - Não queria que ficasse irritada ou que se negasse a ir comigo.

- Você iria me contar apenas pela noite?! — Falei sem esconder o que indignada eu estava.

- Sim. — Charles casualmente respondeu dando de ombros. - Quando já estivéssemos no carro, apenas para garantir que não iria tentar fugir da situação.

Nesse momento tudo o que consegui fazer foi respirar fundo enquanto passava a mão no rosto. Ele estava agindo como se isso não fosse nada. Como se toda essa situação não o importasse. Como se de certo modo ele não estivesse praticamente traindo sua namorada.

Estava começando a me sentir cada vez mais nervosa e meu coração palpitava em meu peito. Parecia ter um nó se formando em minha garganta.

Queria chorar.

- Você é inacreditável. — Respondi dando um sorriso sem graça. - Como você teve coragem de... fazer isso?!

- Não precisa de todo esse drama, não é a pior coisa do mundo. — Ele falou negando com a cabeça e sorriu para mim em seguida. - Você está exagerando.

- É sim a pior coisa do mundo! — Disparei e ele me mandou um olhar feio. - Não acredito que disso isso.

A essa altura eu estava mais do que decepcionada com suas palavras e estava sentindo meus olhos levemente marejados. Por mais que apenas trabalhassemos juntos, eu achei que no fundo estávamos virando amigos. Passávamos tanto tempo juntos.

Vi Charles arregalar os olhos e ele se aproximou mais, tentando me puxar para perto de si.

- Amelie, por que você está chorando? — Ele perguntou em um tom mais baixo e me abraçou. - Me desculpa, eu acho? Não queria te ofender.

Levei minhas mãos até seus ombros e o afastei de mim. Não queria abraços, ainda mais vindos dele. Sequei as lágrimas do meu episódio nervoso e passei a olha-lo novamente, voltando a fechar minha cara e o olhar confuso se fazendo presente em seu rosto novamente.

- Você estava flertando comigo... — Comecei a falar e ele assentiu com a cabeça, parecendo não entender nada.

- Sim, e qual o problema nisso? — Ele perguntou confuso e franziu as sobrancelhas novamente. - Não estou entendendo aonde você quer chegar.

- Sua namorada sabe sobre isso? — Perguntei quase vomitando as palavras e novamente ele apenas me encarou.

Vim abraçar minhas pernas enquanto Charles ainda apenas me encarava como se eu tivesse acabado de falar um absurdo.

- Namorada? De onde você tirou que eu tenho uma namorada? — Ele perguntou negando com a cabeça e soltou uma risada em seguida. -  Está desse jeito porque pensou que eu tinha uma namorada?

O olhei incrédula com sua coragem de tentar negar a verdade.

- Você tem uma namorada. — Vim a falar e ele novamente negou com a cabeça. - Tem algo a dizer sobre a reunião chata de negócios onde irá comparecer com a sua namorada?

Cocei meus olhos que ardiam um pouco e vi um sorriso de lado aparecer em seus lábios, o que me fez o olhar feio. Não podia acreditar que estava se comportando dessa forma.

- Você realmente nao entendeu nada, não é? — Ele perguntou negando com a cabeça e soltou uma gargalhada alta. - Como você pode ser tão desligada, Amelie?

- Não tem graça alguma! — Resmunguei realmente não achando nada engraçado. Estava incrédula.

Abri a boca novamente para fazer mais uma colocação, porém dessa vez Charles foi mais rápido para me calar quando ele se aproximou se inclinando levemente sobre mim e apoiando as mãos em minhas pernas.

- Não consigo acreditar que não entendeu que você vai ir comigo como minha namorada.  — Ele falou me olhando nos olhos e deu um sorriso de lado. - Não tenho outra namorada, pode ligar para Silvia e a questionar.

Engoli em seco. O que ele estava dizendo?

- O que?! — Disparei de uma só vez e meus olhos vieram a se arregalar na mesma. - Desculpe, o que disse?

Ele abriu mais um sorriso e consegui sentir uma pontada em minha barriga. Não estava acreditando no que tinha acabando de ouvir, precisava que falasse novamente.

- Disse que eu vou te levar como minha namorada. — Ele deu de ombros e apertou suas mãos em minhas pernas. - Não pensei que você fosse distorcer toda a situação.

Não, não, não, não. Minhas bochechas estavam queimando a essa altura.

Ao mesmo tempo em que estava aliviada, eu estava desesperada e com vergonha.

E intrigada.

- Por que? — Perguntei piscando várias vezes seguidas e me inclinando mais para trás quando seu corpo se inclinou mais para cima de mim. - Por que tenho que ser sua namorada?!

- Porque no momento você é a única pessoa com quem eu me sinto confortável. — Ele falou subindo uma de suas mãos até minha cintura. - E sejamos sinceros, já é quase minha namorada.

Dei uma risada nervosa enquanto o olhava e acabei por desviar o olhar. Engoli em seco. O que ele estava falando?

- Você só pode estar brincando. — Falei num tom baixo e neguei com a cabeça.

No momento não estava mais preocupada com sua suposta namorada ou com o teatro em que Charles tinha supostamente nos colado, mas sim com o fato de que eu estava quase caindo deitada por tentar manter uma distância considerável entre nós dois.

E a distância quase não existia mais, há cada vez que eu me inclinava pra atrás, Charles se inclinava para frente, o que resultou com seu corpo praticamente por cima do meu.

- E por que eu estaria brincando, Amelie? — Ele perguntou e senti seu joelho afastar minhas pernas, me fazendo engolir em seco. - Parece tão tensa, por que está assim?

- Não quero fingir ser sua namorada por uma noite inteira. — Murmurei e seus braços vieram a serem apoiados em ambos os lados do meu corpo.

- A única diferença entre nós dois e outros casais por aí é que ainda não nos beijamos e muito menos transamos. — Ele falou e senti meu coração acelerar. Realmente estava achando que éramos um casal. - Mas isso é algo que podemos mudar com tanta facilidade, amor.

Prendi a respiração. Minha nossa.

- Você está bem? — Ousei perguntar com meus olhos ainda arregalados. Desde que tinha entrado no quarto eu estava ouvindo absurdos.

O vi assentir com a cabeça e sua mão parou por cima da minha, vindo a entrelaçar nosso dedos e me deixando ainda mais surpresa.

O que exatamente ele estava fazendo?

- Não consigo parar de pensar em você, sabia? — Ele perguntou me olhando nos olhos e apertou minha cintura com sua mão livre. - Eu poderia te comer aqui e agora se você quisesse, e se você deixasse.

Minhas bochechas esquentaram.

Continuei apenas o encarando e seu corpo veio a se pressionar ainda mais contra o meu, o que arrancou um gemido rouco de sua parte, e um frio passou por minha barriga.

Estava praticamente imóvel e tão nervosa quanto nunca antes, podia até mesmo sentir minhas pernas ameaçarem a falhar a qualquer momento. Não sabia o porquê ainda não tinha o afastado.

Fechei meus olhos sentindo seu olhar queimar em mim e molhei meus lábios. Por incrível que pareça, não estava tão desconfortável, apenas nervosa e com medo.

Toda essa proximidade estava me fazendo fazer quase que suar frio.

Voltei a encara-lo mais uma vez e subi com minha mão livre até seu peito, esperando que viesse a entender. Estava com tantas coisas se passando por minha cabeça que parecia ter esquecido como se formulava uma frase.

- Não me afaste. — Ele murmurou me olhando nos olhos e e apertou minha mão que estava entrelaçada com a sua. - Quero poder continuar assim com você... fica tão linda por baixo de mim.

Novamente meus olhos se arregalaram e um calor subiu pelo pé do meu estômago apenas com suas palavras.

Pisquei várias vezes seguidas e senti que minha respiração rápida, já Charles estava apenas me olhando com um sorriso de lado. Não estava fazendo nada e parecia estar se divertindo com o quão nervosa eu estava.

O olhei por mais alguns longos segundos e levei também minha outra mão até seu peito, o empurrando de forma sútil para que entendesse e se afastasse.

- Deveria parar de me afastar cada vez que fica nervosa... — Ele resmungou antes de se afastar e jogar seu corpo ao meu lado.

Tentei recuperar todo o ar que eu estava segurando e levei minhas mãos até meu peito, sentindo meu coração bater rápido. Fechei meus olhos relaxando mais meu corpo na cama e ousei olhar para o lado. Charles estava ainda deitado, mas agora com um travesseiro contra seu rosto e outro em seu quadril.

Pensei eu o cutucar para ver se estava bem, mas me encontrei totalmente coragem, mesmo que minutos atrás estivesse com seu corpo por cima do meu.

Minhas mãos se passaram por meu rosto e novamente pude sentir como se meus olhos estivessem ameaçando lacrimejar.

O que eu estava fazendo?

Mordi meu lábio inferior e me levantei de forma cuidadosa para não chamar a atenção de Charles até mim. Iria fazer o de sempre: Me trancar no banheiro para organizar meus pensamentos até sentir que já estava seguro lá fora.

Fechei a porta atrás de mim com mais cuidado ainda e passei a mão na testa.

Sabia que aparentemente precisaria o encarar pelo resto da noite e não estava pronta para isso.

Não depois de toda a situação vergonha e do que eu tinha deixado acontecer.

[...]

MEU DEUS OI

gente vocês já usaram os produtos da creamy? comprei hoje pra testar, é bom?

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