031
AMELIE PARISI
Terminei de fazer minha maquiagem em frente ao espelho e apliquei apenas um pouco mais de blush e batom em meus lábios. Infelizmente não tive muitas escolhas a não ser ir para o jantar da equipe contra a minha vontade.
Não estava nada animada com isso e tinha plena consciência de que iria demorar horas.
Não tinha ideia do porquê Charles queria tanto ir, já que nem ele parecia tão contente com isso tudo. Talvez fosse mais alguma coisa de "faça parte da equipe".
Sai do banheiro o encontrando deitado na cama com a camiseta ainda aberta e o script de respostas pontas em suas mãos, o qual havíamos ensaiado um pouco hoje mais cedo.
Ele parecia irritado quando começamos e disse que não precisava disso, pois já estava acostumado e tinha todas as repostas decoradas, então apenas repassamos algumas.
- Você vai ter que fazer o nó da minha gravata. — O ouvi falar, chamando a minha atenção.
- O que te faz pensar que eu sei fazer nó em gravata? — Perguntei passando a olha-lo.
- Tenho certeza que você sabe. — Essa foi sua grande repostas.
E eu realmente sabia como o fazer, afinal acabei virando filha única de pai solteiro quando ainda era adolescente.
Sabia fazer muitas coisas que talvez o deixasse surpreso.
- Para a sua sorte, meu pai me ensinou a como dar nó em gravatas. — O respondi com um sorriso orgulhoso no rosto.
Tinha orgulho de poucas coisas nessa vida mas meu pai e em como ele me criou após a morte de minha mãe, era uma delas. Sempre irei o ter como uma inspiração.
Charles se levantou passando a fechar os botões da camiseta e caminhando em minha direção. Seu cabelo estava estranhamente arrumado, o que me fez se questionar se forá realmente ele quem o arrumou.
- Quem arrumou seu cabelo? — Ousei o questionar e suas sobrancelhas se franziram.
- Eu. Quem mais seria? — Sua voz tinha um leve cinismo.
Apenas assenti com a cabeça e evitei trazer a tona quando me pediu para arrumar seu cabelo. Jamais iria esquecer do quão difícil foi esse dia e o quanto eu queria chorar há cada segundo que se passava.
Assim que Charles terminou de abotoar sua camiseta eu vim a aproximar a mãos do colarinho da camiseta, o levantando. Peguei a gravata preta de suas mãos e a por ali, fazendo o primeiro cruzamento e sentindo seu olhar queimar em mim.
Me atrevi a levantar meu olhar até o seu e me arrependi nos segundos seguintes. Seus olhos estavam sempre tão verdes e pareciam tão intensos que era quase impossível manter contato visual.
- Seus olhos são bonitos. É a primeira vez que consigo ter um vislumbre deles por mais de 5 segundos. — O ouvi resmungar e engoli em seco.
- Obrigada. — Respondi e voltei minha atenção para a gravata.
Finalizei os últimos dois nós faltantes e apertei um pouco mais, sorrindo orgulhosa de meu trabalho. Ajeitei as mangas da camiseta em seu corpo e finalmente vim a me afastar.
Não sabia o porquê mas sempre que ficávamos assim tão próximos eu me sentia um pouco tensa. Incomodada.
- Ficou melhor do que eu esperava! — O ouvi falar quando passou a se olhar no espelho.
- De nada. — Murmurei revirando os olhos e o ouvi rir baixo.
Caminhei até a minha mala e agradeci por ter colocado um salto preto junto aos meus tênis. Quando resolvi que o traria junto dos meus tênis foi certamente a melhor decisão que fiz.
Sabia que iria precisar para alguma ocasião.
Me sentei na beirada da cama encaixando o salto em meus pés e fechei o primeiro ao redor dos meus tornozelos, passando a fazer o mesmo com o segundo.
- Se eu pudesse, eu levaria você... — Ouvi charles resmungar e assim que meu virei, vi que falava com Leo. - Mas é melhor para você ficar aqui no quarto.
Ele deu um suspiro dramático e segurou o filhote contra seu peito, o que me arrancou uma risada. Parecia que nunca mais iria o ver, sendo que dentro de umas 4 horas já estaríamos de volta.
Bom, era o que eu esperava.
- Ele vai sobreviver, são apenas algumas horas. — Falei quando ele passou a largar Leo.
- Ele vai se sentir tão sozinho sem nós dois aqui... — Charles voltou a resmungar. - Mas um jantar lotado de pessoas não é o melhor lugar para o levar.
- Tenho certeza que ele ficará dormindo e nem irá perceber que não estamos aqui. — Vim a garantir ao perceber que Charles estava mesmo preocupado.
Ele concordou com a cabeça e colocou Leo deitado em sua caminha, colocando um ursinho junto e cobrindo os dois com a mantinha azul, antes de se afastar.
- Você já está pronta? — Charles perguntou mudando de assunto e assenti.
- Acho que já podemos ir. — Resmunguei pegando minha bolsa de cima da cama.
Charles pegou a parte de cima de seu smoking e o vestiu de forma desajeitada. Ele alcançou a chave do carro e passei a segui-lo em direção a porta do quarto.
Já estávamos alguns poucos minutos atrasados e estava torcendo para não sermos os únicos.
- O que eu tenho para amanhã? — Ele perguntou assim que entramos no elevador.
- Treino livre. — Respondi e seus olhos se reviraram. - O que?
- Além disso, Amelie! O que eu tenho na agenda para amanhã? — Charles falou de forma mais clara e meio irritada.
- Nada. Apenas os três treinos e estará livre pelo resto do dia. — Respondi e ele suspirou mais aliviado.
Saímos do elevador e puxei o decote do meu vestido mais para cima, não queria o deixar tão aparente em um jantar que era praticamente de negócios.
As portas do carro foram destravadas e tomei meu lugar. Já estava tão habituada com esse mesmo caminho e mesmas ações que fazia quase que no automático.
[...]
o próximo capítulo renderá muitos surtos 🤭🤭🤭🤭
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