029

CHARLES LECLERC

    Abri meus olhos de uma só vez assim que senti minha garganta implorando por água. Senti um peso em meu ombro e sorri ao ver que Amelie estava dormindo encostada em mim, quase com o corpo por cima do meu.

O que era engraçado, já que antes de nos deitarmos tinha colocado uma almofada no meio da cama.

A afastei com cuidado para não acorda-la e me sentei na beirada da cama, pegando meu celular de cima da estante. Iluminei a tela e fiz uma careta ao ver que ainda era 04h45. Essa madrugada parecia ser a mais longa minha vida.

Me levantei caminhando em direção ao filtro de água e passei a encher o copo, o levando até meus lábios e bebendo toda a água. Parecia que não fazia isso há meses.

Enchi o copo novamente e terminei de beber a água, me virando para voltar para a cama e me assustando quando meus olhos se bateram em Amelie. Estava sentada e coçando seus olhos, ela afastou o cabelo do rosto e voltei a me aproximar.

- Aonde você vai? — Ela falou quase num sussurro com a voz meio rouca.

- Lugar nenhum. — Falei ainda a encarando e me certificando de que estava pelo menos meio acordada. - Fui apenas tomar água, não queria te acordar.

- Vem. — Ela falou bocejando e voltando a se deitar, dando tapinhas ao espaço vazio do seu lado.

Amelie se cobriu melhor voltando a fechar seus olhos e um sorriso cresceu no canto dos meus lábios. Sabia que ela não odiava dormir comigo tanto quanto fazia aparecer. Me deitei ao seu lado novamente e a puxei para mais perto, deixando um beijo em seu ombro.

- Não vai tentar me matar pela manhã? — Falei num sussurro para não espantar seu sono.

- Não. — Ela falou ainda mais baixinho em meio a um bocejo e colocou seu corpo ainda mais contra o meu, o que me deixou surpreso.

- Tem certeza que não vai cometer um assassinato? — Perguntei abraçando sua cintura e encostei minha testa em suas costas.

Amelie negou com a cabeça fazendo seus fios de cabelo se passaram por meu rosto e fiz uma careta com a sensação.

- Que horas são? — Amelie voltou a perguntar novamente em um tom super baixo.

- São exatamente 04h50, deveria dormir, está tarde. — Murmurei levando minha mão até seu cabelo, deixando carícias.

Ela voltou a ficar em silêncio e eu fechei meus olhos novamente. Ainda estava com sono e cansado. A madrugada parecia durar uma vida e eu estava começando a me sentir um pouco inquieto.

Amelie se mexeu um pouco e puxei mais cobertor para cima de nós dois. A noite estava gelada, talvez estivesse com frio.

- É estranho dormir assim com você. — Amelie voltou a falou e abri os olhos no mesmo segundo. - Nem mesmo meu ex namorado fazia isso.

Ao ouvir suas palavras meus olhos praticamente se arregalaram em tamanha surpresa. Ela não poderia estar falando sério. Que tipo de namorado ela tinha?!

- Mas você gosta? — Perguntei quase que em um sussurro e apertei minha mão em sua cintura. - Se eu fosse seu namorado dormiríamos assim sempre.

Senti o corpo de Amelie se tensionar completamente contra o meu e acabei rindo baixo. Quando percebi que iria tentar se afastar apertei mais meu braço envolta do seu corpo e deixei uma mordida fraca em seu ombro.

- Você é meio velho para mim, não acha? — Ela murmurou e dessa vez vim a me sentir um pouco ofendido com suas palavras.

- Velho para você? Eu só tenho 26 anos, Amelie. — Falei ofendido e neguei com a cabeça. - Não acredito que falou isso.

- E eu só tenho 20. — Ela falou parecendo cansada e revirei meus olhos ao lembrar-me que seu aniversário era em alguns dias, havia ouvido alguém da equipe falar.

Amelie se mexeu novamente quase me acertando com seu cotovelo e passei de uma só vez meus dois braços por seu corpo, a mantendo parada e fechando meus olhos novamente. Queria voltar a dormir e Amelie pelo visto também.

Era o que eu poderia fazer de melhor depois de ter sido chamado de "velho".

[...]

Abro meus olhos lentamente ouvindo algumas batidas na porta então solto um grunhido fechando meus olhos novamente. Não queria levantar, queria continuar dormindo.

Me aconcheguei novamente abraçando Amelie e ouvi batidas na porta novamente, seguidas de cutucadas que a loira estava me dando.

- Me deixa dormir, Amelie. Estou tão cansado. — Murmurei mantendo meus olhos fechados.

- Abre a porta... — Ela murmurou me cutucando com seu pé.

Fechei meus olhos com força e Amelie continuou me cutucando a medida que as batidas na porta continuavam.

Passei a mão no rosto e me sentei cama de uma só vez, bocejando ainda cansada e já vendo o quarto mais claro devido a luz do sol. Ao menos não era mais madrugada.

Me levantei com cuidado e ajeitei minha calça em meu corpo, em seguida passando a mão em meu cabelo que deveria estar bagunçado. Por mim, nem abiria a porta.

Destranquei a porta e abri de uma só vez. Franzi as sobrancelhas quando vi Carlos ali parado com Leo no colo. Ele parecia tão surpreso quanto eu.

- O que está fazendo aí? — Ele perguntou descendo o olhar por meu abdômen assim que oercebu que não usava uma camiseta. - Sabe que horas são? Estou tentando te devolver o Leo desde ás 09h.

- Você estava roncando muito, não consegui dormir, então vim pra cá. — Menti dando de ombros e peguei meu cachorro de seu colo. - Já conseguiu me devolver ele agora, sem estresse.

Carlos deu um sorriso de lado e tentou olhar para dentro do quarto por cima dos meus ombros, então apenas fechei um pouco mais a porta atrás de mim. Sabia o que estava pensando.

- Você não falava que odiava ela? — Ele perguntou e evitei revirar meus olhos. Sabia bem o que estava insinuando.

- Por que está tão interessado? Minha assistente não lhe diz respeito. — Mandei um olhar feio para ele e acariciei Leo. - Precisa de mais alguma coisa?

- Tenha um bom dia você também. — Ele resmungou revirando seus olhos.

Fechei a porta vindo a tranca-lá novamente e fiquei um pouco mais aliviado ao ver que Amelie ainda estava deitada. Esperava que não tivesse muito.

- Já são 13h30. — Ela falou abrindo os olhos e um sorriso grande apareceu em seu rosto quando viu Leo em meus braços. - Finalmente!

Revirei meus olhos o colocando em cima da cama e voltando para o meu lado que ainda estava vazio. Amelie parecia gostar mais dele do que de mim.

- Acho que preciso levar o Leo para tomar um banho. — Falei puxando a coberta para cima de mim novamente e passei meu braço pela cintura de Amelie. - Está tarde mas eu não quero me levantar.

Amelie se mexeu tentando arrastar mais para o lado enquanto ainda tinha Leo deitado em seu peito. Franzi as sobrancelhas com seu ato de tentar se afastar. Por que estava fazendo isso?

- Acho que posso dar banho nele. — A ouvi murmurar vendo que ainda olhava o filhote.

- Eu te ajudo, preciso passar mais tempo com ele. — Falei a puxando, a mantendo perto de mim. - Por que está tentando se afastar? Ontem a noite me queria bem perto.

Amelie pareceu prender a respiração no mesmo segundo e passou a virar o rosto para mim de forma lenta. Podia sentir que minha simples pergunta tinha a deixado nervosa.

- Também acho que vai ser bom se passar mais tempo com ele. — Ela falou forçando um sorriso. Revirei meus olhos.

- Por que está fugindo da minha pergunta? — A olhei nos olhos e acariciei sua cintura com a ponta dos meus dedos.

Amelie continuou me olhando e sua mão quente parou por cima da minha, franzi as sobrancelhas até perceber que a afastava de sua cintura. Evitei a xingar. Ainda era cedo demais para isso.

- Está calor, não acha? — Ela resmungou com a pior desculpa que eu poderia ouvir. - E já está tarde, preciso me levantar.

Percebi que não iria tirar nada de Amelie, então apenas dei um sorriso cínico e me afastei um pouco.

- Como quiser, levante-se. — Falei dando de ombros e peguei meu cachorro, o segurando e fazendo carinho em seu pelo. - Não me use da próxima vez que estiver bêbada de sono.

Amelie apenas me olhou sem falar absolutamente nada e seus olhos piscaram algumas vezes, fazendo com que seus longos cílios tocassem suas sobrancelhas.

Ela passou a se levantar e apenas a mandei um olhar feio pela falta de respostas e pela forma como estava agindo, mas apenas dei uma breve respirada bem funda.

Não queria brigar com a única pessoa que eu minimamente gostava e que estava a maior parte do tempo comigo.

- Banho no Leo? — Perguntei fazendo carinho no mesmo e mantendo olhar em Amelie.

- Vou apenas trocar de roupa e então podemos fazer isso. — Amelie disse me encarando e abriu um sorriso ao olhar para Leo.

Ela definitivamente gostava mais dele do que de mim.

Observei Amelie caminhar em direção ao banheiro com algumas peças de roupas na mão, e assim que fechou a porta me levantei também.

Precisava ir até meu quarto pegar a mochila com as coisas do Leo.

[...]

a dr quase vindo aí

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